Moving Targets 1.1 - Empty Spaces

Título: Espaços Vazios
Resumo: Após o fim da guerra contra os kandorianos, Chloe e Oliver, assim como os demais da jovem Liga da Justiça, precisam encontrar um jeito de juntar seus pedaços e continuar... mesmo que seja mais difícil do que estavam imaginando.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Linha de tempo: os acontecimentos se passam depois do episódio Salvation.

Trailer - Um - Dois - Três - Quatro - Cinco - Seis

Capítulo 1 - Empty Spaces

1/6

Jatinho Queen - 16 de setembro de 2010

Assim que o avião decolou, Chloe finalmente se mexeu em seu assento, desviando o olhar da janela para o laptop que estava no assento ao lado. Ela abriu o computador em uma mesinha à sua frente, sabendo que só teria conectividade enquanto não começassem a sobrevoar o oceano.

Ela ficou em silêncio por mais algum tempo e finalmente falou, "Eles confirmaram nossas reservas."

Oliver estava sentado de frente pra ela, do outro lado do corredor, os olhos voltados para a janela. "Que bom." Sua voz era firme, porém levemente distante.

Chloe olhou pra ele por um momento e voltou sua atenção para o computador, prometendo a si mesma não tirar os olhos dali nem tão cedo.

Ele respirou profunda e silenciosamente, apoiando a cabeça na janela. Este seria um vôo muito, muito longo.

***

Watchtower, Metrópolis - 14 de maio de 2010

"Impulse, apareça, preciso de você, agora." Chloe falou enquanto observava atentamente os monitores, esperando que voltassem a funcionar, ainda segurando o walkie-talkie com força, embora Oliver não tenha mais feito contato.

"Impulse para Watchtower, perdi o contato por um tempo." O rosto de Bart apareceu na tela principal e Chloe prendeu a respiração.

"Arqueiro Verde foi pego, você precisa encontrá-lo", ela correu até a mesa principal, os dedos deslizando rapidamente enquanto digitava, "Estou mandando as coordenadas dele, Bart, rápido."


Dutos de ventilação, Metrópolis - 14 de maio de 2010

Oliver afastou seu braço de algo que parecia ser um robô e que tentava arrastá-lo para fora do tubo de ventilação. Ele havia cortado a comunicação com Chloe há menos de três minutos, no exato momento em que a primeira coisa mecânica atravessou o tubo e agarrou sua perna. Ele só esperava que tivesse conseguido evitar quem estava atrás dele, de ir atrás dela. E o único jeito de saber isso, era saindo dali vivo. "Sai fora", ele resmungou, tentando se desvencilhar de mais um ataque.

Bart podia ouvir Oliver, mas não conseguia vê-lo; aquelas coisas malditas eram pequenas mas persistentes e duas delas grudaram em seu uniforme, ele tentou usar as armas de kriptonita que Chloe lhe deu, mas não conseguiu produzir um arranhão sequer nos pequenos monstros, então resolveu fazer o que sabia melhor e correu o mais rápido que pôde, atravessando a porta de uma espécie de laboratório, entrando nos dutos e jogando as criaturas contra a parede, funcionou.

Uma vez livre dos dois que o atacaram, ele voltou a correr e foi pegando um por um dos pequenos robôs e atirando-os contra a parede, com força suficiente para causá-los um curto-circuito.

"Cara, você está bem?" Bart perguntou enquanto tentava destruir os que atacavam Oliver.

Ele fez uma careta, tentando ignorar a dor que sentia em sua perna. "Que diabos são essas coisas? Robôs alienígenas? Eu estou bem."

"Cara, eles parecem gremlins", Bart falou enquanto observava o último robô agonizar. "Arqueiro seguro, Watchtower. Ele está bem."

"Desligue o comunicador", Oliver ordenou, seguindo Bart para fora dali, pelo tubo de ventilação e sentindo uma dor imensa ao pular no chão. Ele fez uma careta. "Precisamos voltar e ter certeza que o sinal não foi rastreado por quem mandou essas coisas atrás de mim."

Bart desligou e franziu a testa ao perceber o sangue pingando da perna de Oliver. "Você consegue andar?"

Oliver respirou fundo. "Sim, acho que sim. Vai na frente. Minha moto está lá fora."

Bart olhou por sobre os óculos escuros e balançou a cabeça, "De jeito nenhum, só nos separamos quando estivermos lá fora."

Oliver resistiu à vontade de revirar os olhos, e então se ajoelhou para pegar um dos robôs monstros quebrados. Ele o observou atentamente e franziu a testa. "Eu nunca vi nada parecido antes", murmurou.

"Vamos levar um desses com a gente?"

Ele olhou para o Bart, e de volta para a tal coisa. "Precisamos ter certeza que não tem nenhum tipo de rastreador nele", respondeu se levantando com dificuldade, desejando ter a visão de raio-x do Clark nessa hora.

Bart procurou entre os robôs pelo chão e pegou um que parecia ser o mais destruído, era um... braço, ou uma asa, ou alguma coisa assim, "Como vamos saber isso? Esse aqui parece bem morto..."

Oliver deu de ombros. "Não faço ideia", ele admitiu, congelando de repente ao ouvir barulho vindo dos dutos. "Mas vamos ver isso lá fora, porque tem mais a caminho." E começou a andar em direção à porta.

Franzindo a testa ao ouvir o barulho, Bart balançou a cabeça e entregou o robô para Oliver antes de, desajeitadamente, agarrá-lo. "Se segura, eles estão se aproximando muito rápido."

Oliver não teve nem tempo de protestar enquanto Bart corria com ele para fora do prédio. Sentindo um pouco de tontura e náusea, Oliver se apoiou na parede de fora do edifício enquanto Bart trancava a porta.
Bart pegou o robô de volta e disse: "Acho que é melhor eu pilotar a moto."

Oliver lhe lançou um olhar de indignação. "Nem pensar. Você corre, eu piloto."

"Ok", Bart respondeu ainda desconfiado, "Se você quer assim... mas você parece pálido." Então ele viu que a perna de Oliver continuava sangrando.

"Não é tão longe assim. Eu vou ficar bem."

"Ok. Te vejo lá então." Bart olhou mais uma vez para Oliver, pra ter certeza de que o outro estava bem, antes de desaparecer.

Oliver deu uma última olhada para o prédio, e seguiu em direção à sua moto, estacionada em uma viela, olhando ao redor para ter certeza de que ninguém o observava. Ele então subiu na moto e voltou o mais rápido possível para a Watchtower.

Ele definitivamente queria algumas respostas.

***

Jatinho Queen - 16 de setembro de 2010

Chloe suspirou profundamente quando a conexão caiu, ela encostou na poltrona e voltou a olhar pela janela, tudo o que conseguia ver era água, e eles ainda tinham um longo caminho pela frente antes de aterrissar na Alemanha. O silêncio desconfortável fazia a viagem parecer mais longa.

Oliver conseguiu cochilar por alguns minutos, mas logo acordou. Ele se mexeu desconfortavelmente em seu assento, lançando um olhar pelo corredor até alcançar Chloe, que olhava pela janela. Sentiu um pequeno aperto no peito. "Chloe?"

Ela se surpreendeu ao ouvir a voz dele, e levou um momento para responder, "Sim?"

Ele esperou. "Está com sede? Tem muita coisa pra beber." Ele falou lançando um olhar para o fundo do avião. E especialmente porque doía olhar pra ela por muito tempo.

Seria muito mais fácil para os dois se ele não tentasse ser tão gentil. "Não, estou bem, obrigada."

Ele assentiu ligeiramente com a cabeça, se levantando e indo para o fundo do avião. Pegou uma garrafa de água na geladeira e tirou a tampa, tomou um longo gole e fechou os olhos.

Apenas alguns meses antes as coisas eram muito mais agradáveis entre eles. Agora sentia como se estivessem começando tudo de novo.

Mas desta vez, sem nenhuma diversão.

***

Watchtower, Metrópolis - 14 de maio de 2010

Chloe esperava impaciente a chegada de Oliver, ela já havia mandado Bart levar o robô imediatamente para o laboratório do Dr. Hamilton, e levar Victor junto, para que ele tentasse descobrir se a tecnologia do mecanismo era alienígena ou não. Ela olhou para o monitor quando as imagens do elevador apareceram e o sistema informou que Arqueiro Verde havia entrado no edifício. Seu coração disparou.

Quando chegou ao último andar, sua perna ainda sangrava e Oliver mancava um pouco, mas mesmo assim abriu um largo sorriso. "Obrigado pelo resgate."

Ela nem percebeu que ele mancava quando se pendurou em seu pescoço e fechou os olhos, "Graças a Deus."

Ele a abraçou com força, fechando os olhos também, e beijando sua cabeça. "Eu estou bem", ele sussurrou.

Em seguida, ela se afastou um pouco para olhar pra ele, "Bart foi pegar o Victor, eles estão indo para o laboratório descobrir o que era aquela coisa."

Oliver balançou a cabeça, procurando os olhos dela. "Ficou tudo bem por aqui?" Ele a observou atentamente, apesar de ela parecer estar perfeitamente bem.

"Sim", ela estendeu a mão para tocar o rosto dele, "Todo mundo da equipe está bem...", ela então olhou para baixo e apertou os lábios, sua voz fraca, "Eles disseram que os kandorianos desapareceram."

Ele também olhou pra baixo, e virou a cabeça para beijar a palma da mão dela. "Eu sinto muito", ele sussurrou, levando uma mão até o rosto dela também.

Quando Chloe voltou a olhar pra ele, estava com olhos cheios de lágrimas e um sorriso triste, "Estou feliz que você esteja bem."

Ver as lágrimas nos olhos dela era como levar um soco no estômago. Ele abaixou a cabeça e beijou suavemente sua boca. "Eu não vou a lugar nenhum", ele sussurrou.

Chloe retribuiu o beijo, abraçando-o com mais força, assentindo com a cabeça e suspirando profundamente. "Você está machucado?"

A essa altura sua perna latejava dolorosamente. "Bem, defina machucado. Se eu não sentar agora, tenho certeza que vou perder a sensibilidade na minha perna esquerda."

Ela franziu a testa e se afastou, os olhos atentos até notar a perna dele, "Ollie, por que você não falou nada?" Ela não esperou a resposta antes de cuidadosamente puxá-lo para o sofá.

"Eu vou ficar bem", ele falou, mancando até o sofá e se afundando nele. "Quem ia imaginar que um monstrinho de meio quilo fosse tão forte?" ele brincou.

Ela o fez deitar no sofá, e gentilmente ergueu a perna ferida sobre o máximo de almofadas que conseguiu encontrar, para tentar estancar o sangramento. "Temos que descobrir quem os mandou, eles não pareciam com tecnologia kandoriana pra mim".

"Bart disse que eles lembravam os gremlins", ele fez uma careta ao sentir a pressão em sua perna. "Será que vou ter que tomar uma anti-tetânica?" Ele parou pensativo. "Você acha que robôs gremlins transmitem raiva?"

"Acho que estamos protegidos da raiva", ela falou, erguendo uma sobrancelha enquanto tirava a bota dele devagar, "Mas talvez você possa ter alucinações."

Oliver deu uma risada. "Bom saber. Não acho que espumar pela boca seja particularmente atraente."

Ela sorriu e voltou a se concentrar em tirar a outra bota, "Vou tentar lembrar disso."

"Só não vire um zumbi." Ele sorriu pra ela.

"Acredite, não está entre meus planos." Chloe se esticou para abrir o zíper da roupa dele, primeiro da parte de cima, e depois da calça, algo que ela já estava acostumada a fazer, em condições mais agradáveis, é claro.

Ele a olhava fixamente, seus olhos intensos. "Sabe o que deixaria isso tudo mais divertido?"

Ela parou, olhou pra ele e voltou sua atenção para a calça, "Se sua perna não estivesse jorrando sangue?"

"Isso também", ele concordou, mas não se deu por vencido. "E você num uniforme de enfermeira". Ele sorriu novamente.

Dessa vez ela parou tudo, "É mesmo? E o que aconteceu com a, como era mesmo o nome, Arqueirete?"

Oliver deu-lhe um largo sorriso ao ouvir isso. "Droga, Chloe, você poderia estar vestindo uma camiseta que daria na mesma."

"Bom, ainda bem, porque suas camisetas são muito mais confortáveis que um uniforme de enfermeira", ela disse, depois respirou fundo e foi puxando o resto da calça, tomando muito cuidado com a ferida, seu rosto ficando preocupado, "Isso não parece nada bom, Ollie."

Ele ergueu a cabeça para ver a ferida, realmente era mais profunda do que ele imaginava e ainda sangrava. "É, bem... Já estive pior. Vamos só cobrir antes que o sangue caia no sofá."

"Deita, eu vou ter que limpar primeiro, depois pensamos no sofá", ela falou, observando-o por um segundo e depois indo pegar o kit de primeiros-socorros, que graças ao Dr. Hamilton, era bem mais equipado que os demais. "Devíamos chamar Emil pra dar uma olhada."

"Eu acho que ele está muito ocupado com nosso robô monstro, que pode ser ou não, um robô raivoso", ele frisou, deitando no sofá, suspirando.

"Vai precisar de pontos", ela avisou, e embora o Dr. Hamilton a tenha ensinado como cuidar de pequenos cortes, ela nunca havia praticado em um modelo vivo.

Ele olhou pra ela. "Você pode fazer isso."

Chloe respirou fundo e colocou uma toalha embaixo da perna dele, o encarando. "Você tem certeza?"

Ele sustentou o olhar dela. "Confio em você", falou com tranquilidade.

Ela manteve o olhar por um momento, olhou bem para a perna dele e hesitando por um segundo, começou a limpar a ferida.

"Obrigado", ele disse baixinho, deitando a cabeça nos travesseiros e fechando os olhos.

Uma vez que a ferida estava bem limpa, ela olhou pra ele, "Não se mexa", ela sussurrou antes de levantar a mão trêmula segurando a agulha com firmeza, ela havia espalhado uma pomada anestésica na perna dele, mas mesmo assim, tinha certeza que ia doer.

Oliver fez o que ela pediu, ficou imóvel, mal sentindo a agulha quando ela começou a trabalhar. "Eu não sei quanto a você, mas eu voto por férias. Talvez na praia."

Ela não falou nada, embora estivesse ouvindo suas palavras, bem concentrada até terminar, por sorte o corte era profundo, mas não aberto, então não demorou muito, porque ela segurou o ar durante todo o tempo. "Terminei". Falando com mais firmeza, "Está doendo muito?

"Agora está bem anestesiado", ele garantiu, abrindo os olhos pra olhar pra ela, lhe dando um pequeno sorriso.

"Bom", ela fez o curativo com cuidado, apertando o suficiente para evitar que voltasse a sangrar, "Você tem mais algum ferimento?" Ela perguntou calmamente enquanto se levantava.

"Não." Oliver respondeu, levantando um pouco o corpo e observando ela guardar os suprimentos médicos.

Depois de guardar tudo e lavar as mãos, ela pegou uma garrafa de água e analgésicos, e levou até ele, "É melhor tomar isso."

"Porque quando passar o efeito da pomada, vou sentir uma dor infernal?" Ele pegou os remédios e a água, e tomou tudo de uma vez.

"Mais ou menos isso", ela falou, forçando um sorriso e deslizando seus dedos pelo cabelo dele.

Ele pegou a mão dela e se arrumou no sofá pra liberar espaço. "Vem cá", ele falou puxando-a levemente.

Ela franziu a testa e olhou pra ele, preocupada. "Você está machucado, devia ficar o mais confortável possível."

"Eu durmo melhor quando você está comigo, de qualquer forma." As palavras saíram de sua boca, sem que ele parasse para pensar. Seus olhos encontraram os dela. "Deita aqui", ele pediu baixinho.

Ela apertou a mão dele, observando-o por um tempo, e deitou com cuidado para não provocar muito movimento, olhando pra ele, pensando que na verdade deveria ir ligar para o laboratório e ver o que a equipe descobriu, mas resolveu esperar até ele dormir.

Oliver gentilmente colocou o cabelo dela atrás da orelha, descansando a mão no rosto dela, então ele se inclinou e beijou sua testa.

Ela olhou pra ele por um momento, então se inclinou, dando-lhe um beijo suave enquanto passava um braço ao redor dele, seu peito apertado ao pensar que poderia ter perdido os dois no mesmo dia.

"Estou aqui." Ele murmurou em seu ouvido, chegando mais perto dela, descansando a mão em suas costas.


Tudo o que ela fez foi concordar com a cabeça e fechar os olhos, também ficando mais perto dele, "Descansa."

"Você também." Ele beijou sua testa mais uma vez e pouco tempo depois, começou a adormecer.

Assim que percebeu a respiração dele mais lenta e ele mais relaxado, ela abriu os olhos novamente para observá-lo, acariciando seu rosto até que, depois de algum tempo, ela também acabou adormecendo.

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PRÓXIMO

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