Through a Glass, Darkly (3/12)

Resumo: Versão alternativa do episódio Pandora.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Original

Anterior: Prólogo - Um - Dois

Não seria difícil rastreá-la.

Ela não era famosa exatamente por sua discrição, ou pelo respeito à vida humana. Se alguém atravessasse seu caminho, ela simplesmente matava. É o que ela fazia. Por isso Zod a mantinha por perto.

Todos tinham medo dela. De todos os kandorianos ela era de longe, com exceção de Zod é claro, a mais cruel e sádica do grupo.

Oliver apertou bem a faca em sua mão enquanto fez seu caminho pelas ruas mais escuras de Metrópolis, seu corpo estava tenso e preparado para a batalha, apesar dos ferimentos. Você tem que continuar lutando.

Ele podia ouvir as palavras dela em sua cabeça tão claramente como se ela estivesse ali, conversando com ele.

"Eu vou", ele sussurrou. "Eu prometo." Repleto de determinação ele parou quando sentiu um arrepio na nuca. Ele se virou lentamente, ela estava ali, no beco, com a espada na mão.

Seus olhos se estreitaram e escureceram repletos de ódio.

Alia não se aproximou, apenas o encarou, segurando a espada com firmeza, esperando... Suas ordens eram para matar os dois e ela não deixaria Zod desapontado. Por isso ela o seguiu, um dos humanos capazes de destruir a torre que ela e seu grupo se esforçaram tanto para construir. Esses seres humanos sujos e insignificantes que insistiam em cruzar seu caminho. Se ao menos o Major tivesse lhe dado ouvidos. Escravizá-los era um erro, eles tinham que ser eliminados, senão estariam sempre cruzando seus caminhos.

Mas não esse. Ele já havia causado muito dano.

Sem hesitar, Oliver desembainhou a faca que trazia, seguindo em sua direção pelo beco, olhou para a espada por um segundo, a espada que ela usou para...

Seus olhos se escureceram ainda mais com esse pensamento. Ele não podia mudar o que aconteceu no futuro, mas com certeza podia mudar o presente e garantir que aquele futuro jamais existisse.

Levantando sua espada, ela riu enquanto girava a espada levemente, ainda havia sangue nela e lentamente, ela usou a luva para limpar o sangue entre seu polegar e o dedo indicador. "Você está facilitando muito as coisas pra mim, vindo me encontrar desse jeito." A kriptonita da faca já estava fazendo seu estômago tremer, mas ele estava longe e se ela se movesse rápido, teria uma chance.

"Estou feliz que tenha me seguido", ele disse sombriamente, segurando a faca com mais força, ele a estendeu na direção dela, consciente do efeito que a kriptonita faria.

Chloe quase não conseguia respirar. Oliver, mesmo ferido, era capaz de se movimentar cinco vezes mais rápido do que ela. Se ela não o tivesse seguido secretamente, teria pedido pra ele andar mais devagar, mas como não podia, teve que se esforçar para conseguir acompanhá-lo.

Mas ela conseguiu e agora estava a poucos metros dele e da outra mulher, que para sua surpresa, era realmente como sua prima havia descrito.

Com a kriptonita na mão, ela se aproximou, se escondendo atrás de uma parede espiando o beco, vendo as costas de Oliver e o que era possível ver da outra mulher, vendo a espada em sua mão, ela se perguntou se havia sido ela que feriu Oliver e se posicionou quase de pé, se ele precisasse de ajuda, ela faria o seu melhor.

Embora tenha percebido o movimento no final do beco, Alia não se incomodou, ela deu um passo pra trás e balançou a cabeça. "Você acha que uma lâmina desse tamanho é suficiente? Eu vou arrancar sua cabeça antes que você consiga se aproximar de mim."

Era aí que ela estava enganada. Sem aviso, ele lançou a faca, observando enquanto ela se encrustava no estômago de Alia. Ele levantou a cabeça e foi até ela, que tropeçou para trás deixando a espada cair ruidosamente no chão. Quando ele estava perto o suficiente ele a empurrou contra a parede de tijolos, fechando sua mão no cabo da faca. Ele a retirou de suas entranhas apenas para golpeá-la mais uma vez, dessa vez diretamente no coração, olhando dentro dos seus olhos. "Isso é pela Chloe." Ele sussurrou asperamente, torcendo a faca sem piedade.

Chloe arregalou os olhos e mesmo que quisesse, não conseguia se mover. Ela sempre soube que Oliver era um bom lutador, e muito rápido. Ele tinha que ser, o Arqueiro Verde exigia muito de suas habilidades, mas aquilo ali? Ela mal viu ele se mexer. A próxima coisa que percebeu, era a espada da mulher no chão e então a voz de Oliver, que ela não sabia se pelo tom ou pelas palavras, ou provavelmente os dois, sentiu um arrepio descer por sua espinha.

Devagar e cuidadosamente, ela se aproximou, entendendo tudo de repente. O medo nos olhos e na voz de Oliver, a kriptonita, as respostas evasivas e o pânico quando ele ouviu falar dela. Ela veio do futuro para matá-la. Ela não sabia porquê, mas era a única coisa que fazia sentido naquele momento.

Ele a observou, observou a vida se esvair dos olhos de Alia, enquanto a kriptonita a envenenava. Ele não desviou o olhar. Não conseguia. Não até ter certeza de que ela estava morta e não era mais uma ameaça. E quando os olhos dela se fecharam e seu corpo caiu com um baque surdo no chão, ele continuou observando por um longo tempo. Então se ajoelhou, e lentamente pegou a espada que ela deixara cair. Ele olhou pra ela por alguns minutos, então fechou os olhos, tremendo enquanto sua cabeça caia sobre o peito.

O mais silenciosamente possível, ela se aproximou dele mas manteve uma certa distância, não queria assustá-lo. "Oliver?"

Oliver respirou fundo e olhou pra ela, com os olhos repletos de emoções que ele nem conseguia nomear. Por alguma razão ele não estava exatamente surpreso por ela tê-lo seguido. Ela era Chloe. Ele engoliu em seco.

Seus olhos foram dele para a mulher caída no chão e de volta pra ele enquanto se aproximava ainda mais, o olhar dele era tão esmagador que ela não conseguia desviar, parte dela ainda estava assustada com a intensidade do que viu, mas ela sabia que, seja qual fosse a razão que o fez matá-la tão impiedosamente, era algo muito importante pra ele.

"Você está bem?" Ela perguntou baixinho, todas as outras perguntas que ela tinha pra fazer iam ter que ficar pra depois.

Ele estava bem? Ele se perguntou, olhando pra ela. Não, ele não estava bem. Ele não estava nem perto de ficar bem. Incapaz de falar, ele simplesmente fechou os olhos, as mãos se fechando em torno da lâmina, sem nem perceber o corte que fazia em sua pele.

"Eu vou ficar", ele respondeu baixinho. Assim que tudo terminasse, ele ficaria bem. Porque ele encontraria Chloe novamente, onde quer que ela estivesse.

Arquejando silenciosamente quando viu o sangue pingando da espada, Chloe se aproximou. "Você está se machucando."

Ele prendeu a respiração, soltando a espada e se levantando devagar, uma onda de exaustão o atingiu. Ele inclinou-se pesadamente contra a parede por um momento. "Precisamos encontrar o Clark."

Sem pensar, ela passou o braço ao redor dele e o ajudou a se endireitar. "Você vai descansar e eu vou encontrar o Clark."

A única coisa que Oliver queria era abraçá-la. Mas ele não podia. Essa não era sua Chloe. Talvez nunca viesse a ser sua Chloe. Esse pensamento o entristeceu, mas ele se recuperou logo. Isso não importava. Ele tinha coisas mais importantes para resolver - como evitar que Zod tomasse conta da Terra, e manter esta Chloe viva.

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Capítulo 4

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