Through a Glass, Darkly (9/12)

Resumo: Versão alternativa do episódio Pandora
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Original

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Eles tinham apenas mais alguns dias antes da construção das torres começar e nenhum tempo a perder, tinham que planejar como iriam agir.

Por meio das câmeras que Oliver havia instalado alguns dias antes, ficaram sabendo que Zod e Tess teriam uma reunião na quinta-feira às 22 horas, a maioria dos soldados de Zod começaria a trabalhar nas torres, então essa seria a chance perfeita para eles.

"Zod é nosso primeiro alvo e então o cristal deverá tomar conta do resto." Ela resumiu depois que todos haviam concordado com isso.

O Oliver mais velho assentiu concordando. "Teoricamente", ele falou suavemente. "Se não, teremos que lidar com muitos kandorianos irritados quando descobrirem que seu líder está morto." Ele prendeu a respiração e expirou suavemente.

"E é por isso que vamos agir enquanto a maioria deles está em Metrópolis", ela o relembrou. "Tudo o que realmente temos que nos preocupar é com uns dois guardas e..." Ela olhou pra ele, erguendo um pouco as sobrancelhas. "Tess", ela falou baixinho.

Oliver fechou os olhos por um momento, sua expressão arrasada. "Sim."

Suspirando suavemente, ela colocou uma mão sobre seu braço, o observando preocupada. "Você não tem que fazer isso, Oliver."

Ele abriu os olhos, cheios de lágrimas. "Sim, eu tenho", sussurrou.

Apertando os lábios, ela hesitou antes de deslizar a mão pelo seu braço até entrelaçar seus dedos nos dele. "Logo tudo estará terminado."

Oliver assentiu com a cabeça, olhando para as mãos deles por um longo momento, então olhou para ela novamente. "Eu sei."

Chloe manteve o olhar por um momento e apertou a mão dele antes de soltá-la e ir para sua mesa, guardando os papéis antes de voltar a olhar pra ele. "Nós já temos um plano, agora acho que devemos relaxar um pouco."

Ele a observou, e concordou. "No que você está pensando?", perguntou suavemente, se levantando.

"Que tal um filme e pedir uma comida? Ou podemos sair pra jantar se você quiser", desde que voltou, Oliver não quis sair da Watchtower a não ser que fosse para alguma coisa relacionada à missão.

"Prefiro ficar por aqui", Oliver falou baixinho, balançando a cabeça. "A não ser que você prefira sair." Ele se aproximou dela, observando-a atentamente. "Se você quiser, podemos sair."

Ela olhou pra ele, balançou a cabeça e sorriu. "Ficar aqui está ótimo, você tem preferência por algum tipo de filme?"

"Não. Você pode escolher. Eu uh... não consigo nem me lembrar quando assisti um filme pela última vez." Ele sorriu.

"Eu já imaginava."

"O que você quer comer? Eu peço." Ele se ofereceu, olhando ao redor e pegando a agenda de telefone sobre a mesa.

"Eu escolho o filme, você escolhe a comida", ela falou enquanto foi até o pequeno gabinete da TV que guardava sua limitada coleção de DVDs, a maioria de seus filmes ainda estava no apartamento do Talon.

"Você gosta de comida chinesa, certo?", ele perguntou, olhando a agenda.

"Sim", ela respondeu, olhando os filmes. "Qualquer coisa com macarrão."

Ele sorriu, esperando que o pequeno lugar na esquina da Main com a Water ainda funcionasse. Não funcionava, em seu mundo, no último ano. Mas ficou feliz ao ver que eles ainda estavam trabalhando, e pediu a comida. A atendente do outro lado da linha lhe assegurou que a comida seria entregue em menos de trinta minutos. Satisfeito, ele desligou o telefone e guardou a agenda de telefone, voltando seu olhar para Chloe.

Ela havia acabado de ligar o DVD e se virou para olhar pra ele. "Acho que você não assistiu 'Se beber não case'? De acordo com Lois, esse é o melhor filme de 2009." Disse sorrindo.

"Não, eu não assisti." Ele balançou um pouco a cabeça, vagamente se lembrando de ter ouvido o título há muito tempo atrás, antes da 'invasão'.

"É divertido e tenho certeza que você vai se reconhecer em algumas partes." Ela brincou, indo sentar-se no sofá e chamando-o para sentar ao seu lado, era estranho o quanto ela se sentia confortável perto deste Oliver, e se isso não parecia incomodá-lo, também não se sentia incomodada. "A comida chega em quanto tempo?"

Ele não pôde deixar de rir, ao ouvir seu primeiro comentário. Sentou-se ao lado dela sem hesitar. "Em menos de trinta minutos, ou fica de graça, aparentemente." Ele sorriu pra ela.

Depois de cruzar as pernas sobre o sofá, ela assentiu com a cabeça. "É bem rápido, acho que podemos esperar a comida chegar e depois assistimos ao filme?"

"Tudo bem pra mim", ele concordou, encostando contra as almofadas, descansando a cabeça sobre elas, olhando pra ela. Ele engoliu em seco, hesitantemente estendendo a mão até o braço dela. "Eu nunca falei pra ela."

Chloe ergueu um pouco as sobrancelhas e se virou pra ele. "Nunca falou o quê?"

"Que eu a amava", ele admitiu em um sussurro. "Eu nunca disse as palavras. Nenhum de nós disse. Nós simplesmente... sabíamos." Seus olhos ficaram repletos de emoção. "Mas agora eu queria..."

Franzindo um pouco a testa, ela pegou o braço dele e se aproximou. "Você escolheu não dizer?", ela perguntou baixinho.

Ele ficou em silêncio por um momento. "Acho que nós dois tínhamos medo de falar. Como se fôssemos ser amaldiçoados se falássemos em voz alta. Acho que fomos de qualquer forma."

Apertando os lábios, ela suspirou profundamente, olhando pra ele. "Como aconteceu? Eu digo, as coisas entre vocês dois, como vocês acabaram ficando juntos?"

Oliver deixou seus olhos se fecharem, expirando bem devagar. "Foi depois que descobrimos sobre AC e Dinah", o ar ficou preso em sua garganta. "Bart e Victor, eles foram... mortos logo que tudo começou. Durante um certo tempo éramos só nós quatro, mas uma missão deu errado. Ela achava a culpa era dela." Ele engoliu em seco. "E então, simplesmente aconteceu. Acho que tudo começou como uma forma de conforto pra cada um de nós dois. Mas depois continuou acontecendo. Era a única coisa que me fazia continuar às vezes. Saber que eu teria aquele tempo com ela, cada noite. Só nós dois. E passou a ser mais que só um conforto. Eu senti. Ela também. Mas sabíamos que a qualquer momento, um de nós poderia não voltar mais. Acho que era isso que nos assustava." Quando ele abriu os olhos novamente, uma lágrima rolou pelo seu rosto, e ele a enxugou logo em seguida.

Os olhos dela também se encheram de lágrimas enquanto ele falava, ela podia sentir a dor em suas palavras. "Não consigo imaginar o quanto foi difícil", falou baixinho. "Perder todo mundo", ela podia imaginar a culpa que a outra Chloe sentiu, vendo todo mundo morrer sob seu comando, ela provavelmente se culparia também.

Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, mas seu olhar era vazio. "Ela era incrível", sussurrou. "Ela fazia o que tinha que ser feito. Ela reuniu um grupo de resistência para lutar contra Zod assim que ele tomou o planeta. Ela salvou um número incontável de pessoas da escravidão, eu inclusive. E salvou outros tantos da morte. Ela entrava de corpo inteiro nas lutas. Nunca voltava atrás." Ele virou a cabeça para observá-la na semi-escuridão da Watchtower. "Eu sabia que se conseguíssemos vencer, seria por causa dela. Muitos ficavam a ponto de desistir, mas ela continuava os motivando, mantendo-os ocupados, lhes dando esperança. Ela foi uma líder melhor do que eu jamais poderia ter sido", sua voz era triste. "Mas durante a noite... quando éramos só nós dois... ela era tão triste. Sempre se questionando, imaginando se estava tomando as decisões certas. E quando perdíamos um dos nossos, ela se segurava na frente dos outros, mas isso a matava. Ela sofreu por todos eles. Por cada um deles." Outra lágrima correu, dessa vez livremente, pelo seu rosto.

Ela chorou baixinho e apertou o braço dele. "Tenho certeza que ter você ao lado dela, tornava tudo mais suportável, ter alguém com quem desabafar", ela falou baixinho, observando-o.

"Espero que sim. Mas de algum jeito isso não foi suficiente." Sua voz era tensa e ele se aproximou dela, descansando a cabeça contra a dela, enquanto fechava os olhos e respirava fundo em sua luta para não desabar completamente.

Balançando a cabeça, ela se aproximou e o abraçou, trazendo a cabeça dele até seu ombro. "Eu só posso falar por mim mesma, mas ter alguém comigo, que sabe o que faço, que está ao meu lado e me dá apoio quando eu preciso, não interessa no que seja, é uma das coisas mais importantes pra mim. E o jeito que você olha pra mim, Oliver, se você a olhava com metade dessa intensidade, metade da confiança e da admiração, eu sei que era você quem dava forças pra ela continuar."

Afundando seu rosto contra o pescoço dela, seu corpo estremeceu. Ele envolveu a cintura dela em seus braços, segurando-a com força, e desistindo de lutar por um tempo. Lágrimas desceram pelo seu rosto, escorrendo da sua pele para a dela. "Eu a amava", sussurrou.

Ela não conseguiu evitar suas próprias lágrimas enquanto o abraçava com força, uma mão deslizando nas costas dele. "E eu não tenho dúvida que ela o amava." Ela odiava que não pudesse fazer mais por ele, mas ela realmente acreditava nisso, sua outra versão não deixaria Oliver amá-la tanto assim, se não o amasse de volta, Chloe era assim, não importa em que versão. "E ela era incrivelmente sortuda por ter você."

Oliver relaxou em seus braços, mesmo que ainda a segurasse com força, engolindo com dificuldade enquanto tentava se acalmar e controlar sua respiração. Lentamente levantou a cabeça do ombro dela e encostou em sua cabeça mais uma vez.

Chloe correu seus dedos pelo cabelo dele. "Deixa sair tudo", ela falou baixinho.

Ele fechou os olhos mais uma vez e beijou carinhosamente sua testa. "Obrigado", sussurrou.

"Você não tem nada que me agradecer", ela manteve a voz baixa enquanto falava, ainda passando a mão em sua cabeça, ela sorriu um pouco. "E, de qualquer jeito, eu tenho certeza que ela que me daria uma surra se eu não cuidasse de você", brincou.

Um som suave lhe escapou - algo entre um soluço e uma risada. Levou suas mãos até o cabelo dela, a aproximando mais, abraçando-a também.

Sorrindo suavemente, ela ficou mais perto, afastando os joelhos para o lado e inclinando-se sobre ele.

Oliver se sentiu mais calmo com aquele abraço, sentindo o coração dela bater contra seu peito. Viva. Não era a mesma Chloe que conheceu, mas era Chloe, mesmo assim. E ela estava viva. E só isso importava. E amanhã eles parariam Zod de uma vez por todas.

E então tudo terminaria.

***

A despeito do fato de estarem prestes a sair em uma missão que literalmente poderia mudar o futuro deles, Chloe teve uma das melhores noites de sono em muito tempo, Oliver simplesmente conseguia acalmá-la e ter os braços dele ao seu redor lhe fazia sentir-se segura.

Mas não podia se concentrar nisso, tinham uma missão pela frente, Oliver havia saído para comprar algumas coisas e nesse meio tempo o Oliver do presente estava vindo para que Chloe lhe atualizasse sobre o plano.

"Chloe?" Havia um tom de preocupação em sua voz enquanto entrava na Watchtower. "Quem estava saindo na minha moto?" Seus olhos estavam arregalados.

Chloe se manteve de costas para a porta durante o maior tempo possível ao ouvir a pergunta. Depois de um longo momento, entretanto  quando ela se virou para olhar pra ele, a melhor e única resposta que conseguiu pensar foi: "Ahn?"

Ele olhou pra ela. "Chloe. Minha moto", ele gesticulou em direção ao elevador, mexendo a cabeça. "Ou você deixou seu convidado misterioso pegá-la ou ela foi roubada!"

"Opção A", ela falou baixinho, erguendo as sobrancelhas. "Mas ele é muito bom com motos, então, tenho certeza que ela voltará inteira."

Oliver ficou de boca aberta. "Ok, de verdade? Eu tenho levado tudo na esportiva nesses últimos dias, mas agora eu preciso de um pouco mais do que simplesmente 'ele é muito bom com motos, então, tenho certeza que ela voltará inteira'." E cruzou os braços sobre o peito.

Suspirando baixinho, Chloe o observou por um momento. "Eu não sei se é uma boa ideia, Oliver, quer dizer, nós temos uma missão muito importante pra nos preocuparmos hoje a noite e esse cara... o que eu poderia falar sobre ele, é bastante perturbador."

"Chloe, estamos falando sobre alienígenas de outro planeta construindo torres para mudar a cor do sol e tomar a Terra. Depois disso, as outras coisas são medíocres."

Ele tinha razão e ela não podia contestar, mas mais do que isso, ele já estava tão envolvido em tudo e tinha o direito de saber o que estava acontecendo.

"Ok", ela falou observando-o por um momento e apontando para a cadeira próxima a sua. "Senta um pouco, mas eu já vou avisar, alienígenas são coisas simples comparados a isso."

Oliver olhou pra ela incrédulo, mas se sentou ao lado dela mesmo assim. "Tudo bem."

Respirando fundo, ela se levantou, mais porque não conseguia ficar sentada. "A pessoa que você viu na sua moto era... você." Ela parou, observando o rosto dele. "Do futuro." Soou como a história de um filme ruim de ficção científica, mas assim era a vida deles normalmente.

Ele riu. "Tudo bem. Agora sério. Quem estava na minha moto, Chloe?"

Ela lhe deu um olhar e recostou em sua mesa, inclinando a cabeça de lado e apenas olhando pra ele.

O sorriso sumiu de seu rosto. "Eu do futuro? Você está falando sério." Ele olhou pra ela.

Chloe assentiu um pouco. "Eu disse que era mais estranho que alienígenas." Ela falou encolhendo os ombros e se afastando da mesa. "E é por isso que você não pode vê-lo, ele não sabe o que poderia acontecer se vocês se vissem."

Oliver ficou em silêncio, estupefato, e se recostou na cadeira devagar.

"Ele que me contou tudo, e contou porque ele já viveu tudo isso antes." Sua voz era tranquila enquanto falava, fazendo o possível para não despejar todas as informações de uma só vez.

Ele passou uma mão pelo rosto. "Você está certa. Isso é oficialmente mais estranho que alienígenas." Ele balançou a cabeça um pouco. "Tudo bem, então porque não foi o Clark que voltou para consertar as coisas? Por que eu... uh, meu futuro eu?" Ele perguntou confuso.

Piscando, Chloe levantou a cabeça, olhando pra ele curiosa. "Eu... nunca perguntei isso pra ele." É claro, ela sabia porque Oliver decidiu voltar, mas não sabia porque Clark não veio com ele.

Ele franziu um pouco a testa. "Huh. E ele acha que o quê? Vamos explodir se nos virmos?"

"Quem sabe?" Ela falou pra ele. "Existem várias teorias sobre o que pode acontecer quando se quebra a linha espaço-tempo contínuo e uma vez que precisamos dos dois nessa missão, é melhor não arriscar."

"Certo, ok. Acho que não posso chamar a polícia e falar que eu roubei minha própria moto." Havia certo divertimento em sua voz. "Embora eu possa ver as manchetes pra isso."

Chloe não pôde evitar de sorrir. "Pessoalmente eu gostaria de ver você indo pagar a fiança pra você mesmo."

Ele sorriu. "Na verdade, eu poderia. Bem. Eu tenho dinheiro mesmo. Mas uma ajuda externa para o salvamento seria necessária."

"Acho que eu poderia te ajudar nesse caso."

Oliver olhou pra ela e sorriu levemente. "Tudo bem, então me fale sobre a missão."

Ela ergueu um pouco as sobrancelhas ao perceber a expressão no rosto dele, estava passando tanto tempo com o outro Oliver ultimamente, que conseguia perceber as pequenas mudanças em sua expressão e em seu humor com muita facilidade, e era bom perceber que com isso conseguia acalmar este Oliver.

Depois de explicar todos os detalhes da missão pra ele, ela terminou com: "Então, basicamente, vamos em separado dele, e nos encontramos lá dentro."

"Tudo bem, mas e toda a coisa de não nos vermos?" Ele perguntou incerto. "Eu realmente não quero explodir ou... desaparecer ou qualquer outra coisa."

"Bem, seus rostos estarão cobertos", ela recordou. "E agora que você sabe, lembre-se de não olhar diretamente pra ele."

"Certo. Ok." Ele prendeu a respiração e expirou lentamente. "Vamos fazer logo isso."

Chloe concordou e se afastou da mesa. "Vou me trocar e poderemos ir."

"Certo. Vamos juntos ou separados?" Ele perguntou incerto enquanto a observava subir as escadas.

"Bem, acho que temos que ir juntos já que ele levou sua moto", ela o relembrou, dando um pequeno sorriso antes de continuar a subir.

Oliver balançou a cabeça, divertindo-se enquanto a observava ir. Então respirou fundo e expirou devagar, imaginando se suas vidas um dia seriam normais.

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Capítulo 10

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