Beautiful Side Of Somewhere (1/6)

Título: O Lado Bom
Resumo: Universo 'Two of Us'. A história acontece seis meses depois de How Soon Is Now. Chloe e Clark são submetidos a um teste que nenhum dos dois pode passar. É um pouco mais sombria que as histórias anteriores, então estejam avisados.

Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Anterior: Prólogo

Histórias Anteriores:

Two of Us

Shout Out Loud
Silver Lining
Question
How Soon Is Now
Want
Have

Smallville... Fazenda Kent... Mais tarde naquele dia...

Martha Kent a recebeu com um abraço forte e entusiasmado como se fizesse uns quatro anos que não a via quando na verdade haviam se passado apenas quatro meses desde o casamento.

"Chloe, querida, você está linda... simplesmente perfeita!" Martha alisou seu cabelo. "Oliver não veio?"

"Ele está em Star City para uma reunião do conselho. Ele não conseguiu remarcar. Ele realmente queria ter vindo."

"Ah, tudo bem. Podemos ter uma conversa de garotas sem ele. E eu fiz uma torta extra então você pode levar pra ele."

Chloe deu risada enquanto Martha passava um braço ao redor de seus ombros e a conduzia para dentro de casa... "Ele está contando com isso!"

Assim que entraram na aconchegante cozinha de Martha, Chloe não se surpreendeu em ver que a mulher havia feito comida suficiente para alimentar um pequeno exército. "Tudo isso é só pra gente?"

Martha pareceu envergonhada. "Desculpe, tantos anos cozinhando para fazendeiros. E ainda não reajustei minhas receitas. Você pode levar o que sobrar para Oliver e os garotos."

Chloe gostava do jeito que Martha se referia à Liga como 'os garotos', ignorando completamente que eram todos homens crescidos e que Dinah era parte da Liga, embora tivesse que admitir que ela era só parte do tempo. "Obrigada, Martha. Quando eles puderem comer algo sólido novamente, eles vão adorar."

Martha parou. "O que aconteceu?"

"Bart." Chloe disse simplesmente. Em seguida, percebendo que Martha não estava com a Liga diariamente e não aceitaria uma única palavra como resposta, que pra eles era suficiente, ela acrescentou. "Ele decidiu surpreender os rapazes na 'noite masculina' fazendo chilli. Mas não deu muito certo."

"Oh, que doce da parte dele. Tenho certeza que a intenção foi boa."

"Foi o que Ollie disse, quando ele conseguiu se levantar da cama."

"Engraçado, Clark não mencionou que ia passar a noite com os rapazes ontem à noite."

Chloe se serviu de um enorme copo de limonada da jarra no balcão. Ela estava se sentindo quente e com sede. Havia tido uma longa reunião com o editor de uma revista para a qual ela fazia trabalhos esporádicos, já que havia pedido demissão do Planeta logo depois de ter ficado noiva de Oliver. Além do mais, a viagem até Smallville foi muito mais longa por causa do trânsito. O clima excepcionalmente quente de abril também não estava ajudando.

"Ele foi convidado, eu sei disso. Mas deve ter acontecido alguma coisa."

Martha revirou os olhos. "Sempre acontece alguma coisa."

Chloe tomou metade do copo e deu de ombros. "Provavelmente deve ter sido alguma emergência."

"E não é sempre? A única coisa que me chateia é que ele não passe mais tempo com você e os garotos. Ele não tem anda pra esconder de vocês e também vocês podem ajudá-lo. Ele não devia deixar vocês esperando sem ao menos uma explicação."

"Ele não faz isso com você às vezes?"

"Sim, mas eu sou a mãe dele. Estou acostumada."

Chloe bufou. "Ele devia tratar ao menos sua mãe melhor do que ele trata os amigos, não acha?"

"Ha! Falando assim... é realmente uma pena que você seja grande o suficiente para que eu possa adotá-la, Chloe!" Martha disse, jogando os vegetais que ela estava cortando em um larga panela. "Você é exatamente o tipo de filha que eu queria ter tido."

Chloe sentiu seu peito apertar e um ardor nos olhos. "Se... as coisas fossem diferentes, eu gostaria que minha mãe fosse muito parecida com você."

Martha deu um tapinha em sua mão e se virou para colocar a tábua de corte na pia, o que deu a Chloe tempo para se recompor. Assim que ela colocou o último prato sobre a mesa, ela acenou para Chloe indicando-a uma cadeira. Chloe ainda estava se sentindo quente da viagem então ela tirou o casaco encheu outro copo de limonada antes de se juntar à Martha na mesa.

"Sabe, houve um tempo em que eu esperava tê-la como uma filha, através do casamento", Martha disse, dando a Chloe um olhar expressivo.

"Martha..."

"Eu sei, eu sei... meu filho foi um idiota e Oliver agarrou você primeiro."

"E Clark e eu nunca íamos dar certo. Ollie e eu sim", Chloe disse firmemente, não realmente ofendida. Mais surpresa por Martha Kent pensar assim. Mas então, ela se lembrou que seu próprio pai também gostava de dar opinião em seus relacionamentos, então não deveria ficar tão surpresa.

"Eu sei disso, querida, agora. É por isso que estou falando no passado. Só estou dizendo que teve um tempo... em que eu achei que as coisas seriam melhores se Clark simplesmente visse como você é maravilhosa. Eu sempre soube que podíamos confiar em você. Jonathan também."

"Eu agradeço, especialmente porque eu nem sempre mereci essa confiança."

Martha fez uma aceno com a mão ao ouvir a última frase de Chloe, enquanto lhe passava um prato repleto de comida. "Não pense nisso. Eu só estou muito feliz que você esteja com alguém que enxerga tudo o que você é. Meu prêmio de consolação por não ter você como filha é que posso te tratar e aos garotos como se fosse todos minhas crianças."

"Isso é tão gentil, Martha mas você não sabe o que está falando. Eu sei que Clark deu bastante trabalho, mas você não tem ideia do que eu passo diariamente. Fazer aqueles garotos me ouvirem não é nada fácil."

"É por isso que você é perfeita para o trabalho. E eles ouvem você, eles ouvem você porque te respeitam."

Elas comeram em silêncio por um tempo, com Chloe feliz por comer alguma coisa que não fosse comida pronta. Ela e Oliver tinham dotes culinários muito limitados. Ela imaginou que deveria fazer alguma coisa quanto a isso. Talvez Martha pudesse ajudá-la.

"Isso está realmente delicioso, Martha. Você acha que um dia eu posso vir cozinhar com você? Eu tenho habilidade quase nenhuma na cozinha. Eventualmente Oliver e eu vamos precisar comer alguma coisa além de café da manhã, macarrão, e comida pronta."

"Eu ficaria honrada. É só me dizer quando."

"E eu ligo pro Departamento de Bombeiros de Smallville antes para deixá-los avisados."

"Você não pode ser tão ruim."

"Posso sim."

"Bem, você não pode ser pior que sua prima, disso eu tenho certeza", Martha disse.

"Você tentou ensinar Lois a cozinhar?" Chloe perguntou, incrédula. Ela sempre achou que Martha Kent fosse corajosa, não suicida.

"Uma vez. E não vai acontecer de novo. Não me entenda mal, ela um amor... mas ela não consegue seguir as instruções..." Martha parou de falar com um olhar divertido no rosto.

Chloe assentiu concordando. "Ela não gosta das pessoas dizendo a ela o que fazer, isso com certeza."

"Nem mesmo 'Lois, tire a luva, está pegando fogo!'?"

Chloe soltou o garfo e levou a mão a boca para não asfixiar enquanto dava risada.

Martha empurrou seu frango pelo prato. "Eu realmente gostava daquelas luvas. Eram muito úteis."

Chloe riu em sua mão, diminuindo a risada. "Perdão, eu devia ter ter avisado. Espero que esse incidente não estrague o relacionamento de vocês. Lois realmente gosta de você."´

"Oh eu também gosto dela. Na verdade, eu a convidei para almoçar com a gente hoje mas ela disse que tinha uma reportagem para fazer em Gotham. Ela é muito doce. Na maior parte do tempo nos damos muito bem. Só que somos muito diferentes e, acrescente-se a isso, toda a tensão do relacionamento deles. Acho que ela fica com receio de ser ela mesma perto de mim porque tem medo que as coisas não dêem certo com Clark."

Chloe assentiu. "Acho que você está certa... mas esse é um assunto delicado pra mim uma vez que ela passou a maior parte da noite de ontem abrindo o coração pra mim sobre seus... problemas."

"Oh, é claro, vocês duas são como irmãs. Considere o assunto encerrado. Eles são adultos. Eles vão resolver as coisas sozinhos. Sem nossa interferência."

"Amem." Chloe acrescentou, olhando para seu prato. Martha havia colocado comida suficiente para alimentar um jogador de futebol.

"Lembre-se que nessa casa tem que limpar o prato para ganhar sobremesa", a outra mulher disse, olhando para sua porção ainda não ingerida.

"Espero que você se lembre que eu não tenho o apetite de Bart."

"É justo. Você quer ver as fotos?" Martha perguntou.

"Sim, por favor", Chloe respondeu ansiosamente fazendo Martha dar risada.

"Você já recebeu as fotos profissionais?"

"Sim, são lindas mas ficaram perfeitas demais. Eu prefiro as mais verdadeiras."

Marta abriu uma gaveta atrás dela enquanto Chloe lavava seus pratos, e em seguida as mãos.

"Oh, wow", Chloe exclamou, quando Martha colocou o pacote em suas mãos. "Você tem umas fotos lindas."

No alto da pilha estava uma foto linda - tirada na recepção - dela sentada confortavelmente no colo de Oliver, seu vestido branco espalhado sobre os dois. Ele, estava sentado numa larga cadeira que pertencia ao museu de Metrópolis e Oliver havia alugado para a ocasião. Ao redor da cadeira estava sua família, a Liga: Bart, Victor, AC, Carter, J'onn, Dinah, e inclusive, Clark.

O casamento em si foi pequeno considerando o histórico de Oliver. Menos de cem pessoas - familiares, amigos próximos e poucos sócios que Oliver não podia deixar de convidar para o evento. Lois insistiu em ser sua dama de honra. Para não decepcionar nenhum dos rapazes, Oliver declarou todos eles seus padrinhos.

Chloe passou para a próxima foto e sorriu com a imagem dela dançando com Bart. Ela lembrava do olhar no rosto de Oliver quando percebeu - tarde demais - que Bart estava usando seus tênis vermelhos de corrida ao invés de sapatos com o terno.

"Seu vestido era tão lindo, Chloe." Martha pegou a foto que mostrava uma visão inteira dele. "Nunca vi nada parecido. Foi feito por encomenda?"

"Sim", Chloe respondeu, esperando que suas bochechas não ficassem cor de rosa. Ela duvidava que muitas noivas tenham desenhado seu vestido pensando exclusivamente em como seu marido iria tirá-lo... mas ela não era uma noiva típica. "Eu tenho outro vestido parecido com esse e é muito especial para mim então eu quis recriá-lo para o casamento."

Ela pegou outra foto e seu sorriso desapareceu. Era uma dela com seu pai e não havia dúvida da falta de entusiasmo no rosto de Gabe Sullivan.

Martha sabia a história e percebeu sua reação. "Ele apareceu depois do casamento?"

"Na verdade não." Chloe deu de ombros. "Pelo menos ele veio para a função de 'pai da noiva'. Ele poderia nem ter aparecido."

"Ele fez alguma tentativa de conhecer Oliver, de ver que ele não é nada do que os jornais dizem?"

Chloe balançou a cabeça. "Não, ele pensa que eu estou cometendo um erro. Que Oliver vai me magoar. Que apressamos as coisas. É difícil porque meu pai não sabe o que temos passado nesses últimos anos e eu nem posso contar."

"Ele devia ao menos apoiar suas decisões, mesmo que não concordasse com elas. E ele devia ser educado com seu marido. É isso que os pais devem fazer. As pessoas não entendem que ser pai é mais difícil quando os filhos ficam adultos. Quando eles são crianças, eles têm que ouvir tudo o que você fala porque você é o adulto. Mas quando eles crescem, você precisa dar espaço pra eles fazerem suas próprias decisões. E é aí que você entende o que é amor incondicional."

Chloe assentiu e ela sentiu as lágrimas rolando por seu rosto. Ela estava pensando em seu pai e sua recusa em aceitar Oliver. E ela estava lembrando de quando conheceu Connor e Moira, um ano atrás mas ainda vinte anos no futuro, e eles falando para Oliver que eram adultos e que ele não podia impedi-los de usar a habilidade de cura para ajudar Clark. Ela imaginou se seu pai um dia mudaria de ideia. Algum dia ele iria conhecer Connor e Moira, quando chegassem?

Martha percebeu suas lágrimas. "Oh, eu sinto muito, minha querida, eu não queria deixar você triste." Ela se levantou da mesa e voltou com um lenço. "Gabe vai se aproximar. Quer que eu fale com ele?"

Chloe balançou a cabeça. "Não, se ele vai se aproximar, eu prefiro que seja por vontade própria." Ela enxugou as lágrimas e se recompôs, determinada a apreciar o resto das fotos.

Ela pegou a foto seguinte. E surgiu um genuíno sorriso em seu rosto. A primeira dança. Assim que a dança ia começar alguém havia feito uma piada que Chloe talvez precisasse de uma escada, e Oliver, genioso como sempre e talvez um pouco tonto por causa do champanhe, respondeu pegando-a nos braços e a girando tão rápido que os dois acabaram enrolados pelo vestido. Martha tirou a foto bem nesse momento.

"Essa é minha preferida", Martha confessou. "Acho que você devia..."

A porta dos fundos se abriu e as duas ouviram um som familiar. Chloe quase esperou ver Bart, uma vez que ultimamente ela estava mais acostumada com as entradas dele nos últimos dias mas quando o vento cessou, era Clark. Vestido para o trabalho em uma camisa de botões, uma gravata, e aqueles óculos de pateta.

"Mãe, isso é frango... Oh, desculpe. Eu não sabia que tínhamos companhia. Ei, Chlo."

"Oi, Clark."

"Oi, querido. Sim, é frango e como Chloe nem tocou no dela, tem bastante. Eu vou fazer um prato pra você." Martha se levantou para fazer o prato enquanto Clark ficava de pé desajeitadamente ao lado da mesa.

Chloe recolheu as fotos. "Sua mãe pensa que eu preciso comer o suficiente para puxar um arado depois do almoço."

"Ela está acostumada a fazer comida pra mim."

"Eu sei. Eu preciso aprender com ela a como manter comida suficiente na Watchtower, para Oliver e os garotos. Estamos sempre correndo."

Clark encolheu os ombros e colocou as mãos nos bolsos.

"Por falar nisso, os garotos estavam se perguntando porque você não apareceu ontem à noite. Tirando uma pequena intoxicação alimentar, cortesia de Bart, parece que a noite foi boa."

"Eu queria ter ido, mas aconteceu..."

Chloe revirou os olhos. "Eu sei, alguma coisa aconteceu. Talvez da próxima vez."

Clark assentiu. "Desculpe... Ahn... você conversou com Lois ontem..."

Chloe balançou a cabeça para interrompê-lo. "Não, não me coloca no meio, Clark. Eu já tenho muito com o que me preocupar agora. Você e Lois têm que resolver seus problemas sozinhos."

"Certo... desculpe. Então... o que você está fazendo aqui?"

Martha voltou com um copo de limonada para Clark. "Eu a convidei. Eu não vejo Oliver e ela desde o casamento. Temos muito o que conversar."

"Oliver também veio?" Clark perguntou, olhando ao redor.

"Não, ele está em Star City para uma reunião. Ele deve estar de volta amanhã... ou hoje à noite, se ele conseguir." Chloe disse sorrindo para Martha.

"Ahhhh, ainda não tinham passado nenhuma noite separados, não é?" Martha brincou. Chloe não respondeu, mas tinha certeza que o fato de estar corando e seu sorriso diziam tudo o que Martha precisava saber. "O que você está fazendo aqui, Clark? Não que eu me importe, mas eu não estava esperando você."

Clark olhou culpado. "Eu vim consertar a janela do celeiro que você me pediu."

"Aquela que eu pedi há duas semanas atrás?" Martha especificou, estreitando levemente os olhos.

"Eu ia vir semana passada... mas aconteceu..."

"Alguma coisa aconteceu, eu sei. Olha, se você estiver sem tempo, eu peço pra outra pessoa arrumar."

"Eu arrumo hoje, Mãe." Ele tinha aquele familiar olhar distante no rosto e estreitou os olhos na direção da porta da frente. "Você está esperando alguma encomenda? Tem um caminhão de entrega chegando."

Martha se virou para pegar o prato de Clark no forno. "Na verdade não, mas meu escritório em Washington está sempre enviando alguns documentos pra eu revisar. Deve ser algo assim provavelmente." Ela colocou o prato na mesa. "Eu vou lá receber. Coma", ela ordenou.

"Sim, Mãe."

Chloe riu pra ele e começou a olhar as fotos novamente. Um minuto depois, os dois congelaram quando ouviram um grito abafado vindo da porta da frente.

Clark soltou o garfo e correu até a sala, sendo seguido por Chloe. O entregador estava segurando Martha pelas costas, um braço ao redor dela e o outro segurando uma arma contra sua cabeça. Clark derrapou para parar na frente deles mas não deu mais nenhum passo adiante.

"Velocidade impressionante, garoto, mas você acha que é rápido o suficiente para impedir que essa bala entre na cabeça da sua mãe, dessa distância?" O homem zombou. "Eu duvido."

Chloe olhou para Clark consternada, ela sabia que ele estava calculando e concluindo a mesma coisa. Com a arma colada na cabeça dela, ele não poderia impedir a bala. Ela duvidava que mesmo Bart fosse rápido o suficiente pra fazer isso a essa distância.

"O que você quer?" Clark gritou. "Eu te dou qualquer coisa, só deixa ela ir."

"Clark... não..." Martha chorou.

O entregador segurou com mais força o braço de Martha. "Se eu fosse você, docinho, eu calaria a boca e deixaria ele lidar com isso."

"O que você quer?" Clark repetiu.

"Você e a loirinha vêm com a gente. E quanto menos problema vocês causarem, menos problemas sua mãe vai ter."

Chloe sentiu como se fosse vomitar. "Onde vocês vão nos levar?", ela perguntou.

O homem chacoalhou o braço de Martha e ela chorou de dor. "Agora, fazer perguntas exigindo, isso é um problema, e eu disse sem problema!"

"Ok, ok, eu vou cooperar", Clark disse. "Mas você não precisa de nenhuma das duas. Eu vou com você."

"Bela tentativa, herói, mas a baixinha ali faz parte do plano. Na verdade, ela é essencial. Agora para ter certeza que você vai vir quietinho, me mandaram trazer uma garantia. Loira, abra aquela caixa ali."

Consciente da arma apontada para Martha, Chloe caminhou devagar até a caixa preta que o homem havia obviamente deixado perto da porta. Ela tinha a péssima sensação de que sabia o que havia na caixa antes de abri-la. Quando ela tirou a tampa, o brilho verde lá dentro confirmou seus temores. Atrás dela, ela ouviu Clark grunhir de dor. Era um colar de metal, encrustado com uma fileira de grandes pedras de meteoro verde ao redor. Era articulado de um lado e aberto com um pesado fecho do outro.

"Pega e coloca nele", o homem ordenou. "Lembre do que eu disse!"

"Chloe..." Martha pediu.

Clark a interrompeu. "Faça, Chloe!"

Com as mãos trêmulas, Chloe ergueu o colar e se virou para Clark. Ele já estava caído no chão sentindo dor, assim que o meteoro foi retirado da caixa e trazido para perto de seu corpo.

"Ouça o grandão, Loira. Ele pode aguentar qualquer coisa. A mamãe não!"

Relutante, Chloe se abaixou e prendeu o colar ao redor do pescoço de Clark. Seus olhos estavam fechados com a dor então ele não viu as lágrimas nos olhos dela. Ele já estava tremendo e ela podia ver que ele começava a suar. "Sinto muito", ela sussurrou. "Eu sinto muito mesmo."

"Bom trabalho, Loira. Agora seja uma boa garota e entre na van."

Chloe se levantou e olhou para Martha uma última vez. Ela estava chorando. Chloe não sabia o que este homem estava planejando fazer com Martha mas se isso a protegeria, ela iria... e confiaria que ela e Clark conseguiriam encontrar um jeito de sair dessa. "Eu sinto muito", ela sussurrou para Martha e se sentiu um pouco melhor quando Martha assentiu em resposta.

"Vai entrando na van!"

Chloe caminhou para fora da casa, em direção a parte de trás de van. Havia um segundo homem esperando por ela, também vestido num uniforme de entregador, e também segurando uma arma. Ele pegou seu braço e praticamente a jogou para dentro da van e fechou a porta, de modo que o interior ficou completamente escuro.

Minutos depois, a porta foi aberta novamente e os dois homens traziam um agora inconsciente Clark para se juntar a ela. Chloe imediatamente engatinhou até o lado dele e segurou sua mão na dele antes de serem engolidos novamente pela escuridão.

*****

Escritório Executivo das Indústrias Queen... Star City... pouco tempo depois...

Oliver olhou para o relógio. A reunião estava correndo rapidamente. Talvez tivesse alguma coisa a ver com o fato de que ele estava direcionando as pessoas a fazer comentários curtos e o que não fosse essencial lhe passar por escrito para que ele lesse depois. Ou talvez tivesse a ver com o fato de que ele fuzilava com os olhos qualquer um que se aventurasse a sair do tópico de discussão, mesmo que só por um momento.

Ele já havia negado dois pedidos para uma pausa, esperando poder dar conta do resto de sua agenda o mais rápido possível quando sua assistente apareceu na porta da sala de reuniões. O olhar em seu rosto chamou a atenção de Oliver. Algo em seu peito apertou. Alguma coisa estava errada. Ele podia sentir.

Ele se levantou da mesa, ignorando o fato de que um de seus vice-presidentes estava no meio de uma apresentação.

"O que aconteceu?" ele perguntou a sua assistente assim que saiu da sala.

"Tem uma mulher no telefone, ela está transtornada. Ela diz que precisa falar com o senhor agora. Que é uma emergência com a sua mulher. Ela se identifica como Martha. Martha Kent..."

O resto da frase de sua assistente era um borrão enquanto Oliver cegamente atravessou a sala e pegou seu telefone.

"Martha!!! O que foi?"

Ele mal conseguia distinguir as palavras de Martha entre os soluços mas ele entendeu o principal.

"Chloe e Clark... fazenda... dois homens... pedras de meteoro... armas... Chloe e Clark... levados..."

"Fique aí, ouviu, Martha? Fique aí. Estamos indo", ele gritou no telefone.

Ele correu e tirou o comunicador de sua maleta. Sua assistente estava correndo atrás dele, fazendo centenas de perguntas inúteis e irrelevantes. Sobre a reunião, os funcionários, sobre coisas que não importavam.

"A reunião acabou. Eu preciso sair daqui", ele gritou pra ela, abrindo caminho pelas portas de emergência que levavam às escadas do prédio.

Momentos depois, ele estava no telhado do prédio das Indústrias Queen. Ele colocou o comunicador no ouvido e o ativou, lutando contra o vento que balançava seu casaco e sua gravata.

"Arqueiro Verde para Gavião Negro e Caçador. Preciso de suporte aéreo e preciso agora. Qual sua posição?"

Depois de um longo e frustrante momento, J'onn respondeu. "Caçador online. Estou em Metrópolis, Arqueiro. Onde você está?"

"Star City. Telhado do prédio das IQ. Em quanto tempo você consegue chegar aqui?"

Carter interrompeu. "Gavião online, estou em San Diego, Arqueiro. Qual é o problema?"

"Gavião, venha pra cá o mais rápido possível. Precisamos ir para Smallville. Alguém raptou a Torre."

Houve um momento de silêncio, então sons farfalhantes se seguiram antes de Carter falar novamente. "Estou a caminho. Arqueiro, você precisa ficar calmo..."

"Vem pra cá, agora!!!"

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Fim do Capítulo Um. Capítulo Dois.

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