Título: Pai E Filha
Resumo: Universo 'Two of Us'. Gabe precisa reavaliar sua opinião sobre Oliver. Com exceção do Prólogo e do Epílogo esta história será narrada do ponto de vista de Gabe. Esta história pretende preencher o buraco sobre a participação de Gabe em Smallville. Pra onde ele foi? Esta série inteira é sobre família, então agora é hora de resolver os problemas na família de Chloe. Definitivamente tem um tom mais sério que as outras histórias. Acontece seis meses depois de Nightblindness.
Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Anterior: Prólogo - Capítulo Um
Histórias Anteriores:
Shout Out Loud
Silver Lining
Question
How Soon Is Now
Want
Have
Beautiful Side Of Somewhere
Nightblindness
...Arredores de Star City... Residência Queen... Começo da manhã seguinte...
Gabe deu uma olhada no quarto dos bebês na manhã seguinte apenas para encontrá-lo vazio. A porta do quarto principal estava aberta e ele podia ver que também estava vazio.
Aparentemente os Queen acordavam cedo.
Gabe seguiu os distantes sons de vozes e choro de bebê até a cozinha, ele parou na moldura da porta por um momento e observou antes de entrar.
Oliver estava tentando acalmar Connor que estava chorando, enquanto Chloe balançava Moira em um braço enquanto mexia alguma coisa numa grande panela sobre o fogão.
"Odeio te dar essa notícia, companheiro, mas as manhãs vêm todos os dias. Você não pode escapar." O bebê gemeu em resposta e Oliver deu um olhar para Chloe.
"Ele não está com fome, eles comeram antes de descermos. É que ele não quer acordar antes do meio-dia. Acredite em mim, 12:01 ele vai estar bem." Ela respondeu a pergunta que não precisou ser feita.
Oliver balançou o menino um pouco. "Se ele ficasse um pouco mais irritado de manhã, eu ia começar a desconfiar que ele tem passado muito tempo com Bruce."
"Pouco provável, Bruce ainda fica aterrorizado com os dois. Você sabe que ele entra em pânico toda vez que tentamos fazê-lo segurá-los."
"É, parece que finalmente encontramos algo que o intimida. Crianças."
"Ele vai se aproximar, você vai ver."
Gabe imaginou quem era esse Bruce de quem eles estavam falando. Outro colega de trabalho?
"Você falou com Carter?" Chloe perguntou, pegando uma caixa de leite.
"Ainda não. Eu vou ter uma vídeo-conferência com ele em alguns minutos. Pra ter certeza que ele não encha minha cidade de penas."
"Oh, é sua cidade agora?" Chloe perguntou com um tom brincalhão.
Oliver inclinou-se para beijá-la brevemente. "Desculpe, nossa cidade."
Para Gabe, eles poderiam estar falando grego que daria na mesma. Eles falavam em código o tempo inteiro?
Connor gemeu novamente e Oliver o mexeu em seus braços. "Eu vou levá-lo comigo enquanto converso com Carter. Ele gosta das luzes dos monitores. Talvez o acalme."
Chloe deu risada. "Aham, e você pode exibi-lo um pouco mais. Diga oi ao Carter por mim."
"É um bônus." Oliver se virou para sair e viu Gabe na porta. "Oh... uh... bom dia, não sabíamos que você estava acordado. Ele não te acordou com todo esse barulho, acordou?"
"Não, de jeito nenhum. Mas acho que eles acordam bem cedo, huh?"
"Sim, mas no caso de Connor, não de boa vontade", Chloe respondeu. "Mas precisamos que os dois tenham a mesma rotina, senão enlouquecemos."
Connor ficou um pouco mais quieto, mas só porque ele havia colocado o punho na boca.
"Vemos vocês daqui a pouco, Connor e eu temos uma vídeo-conferência, certo, camarada?"
Gabe observou Oliver sair antes de se inclinar para acariciar a pequena bochecha de Moira. "Ela não participa das vídeo-conferências?"
Chloe sorriu quando ela se mexeu. "Sim, mas as dela são no final da tarde, depois que ela dorme. Normalmente ela precisa de atenção extra."
Gabe imaginou vagamente o que os colegas de trabalho de Oliver pensavam sobre ele levar seus bebês de quatro meses para as vídeo-conferências. Bem, deve ser uma das vantagens de ter sua própria empresa.
"Pai, você pode segurá-la um pouco enquanto eu termino aqui? Eu posso colocá-la no carrinho se você não..."
"Eu vou recusar segurar esse pequeno anjinho? Nunca." Ele a pegou e atravessou a cozinha para se sentar a mesa.
"Tem café e suco se você quiser."
"Ainda não. O que você está fazendo?"
"Panquecas... a menos que você queira outra coisa."
"Não, panqueca está ótimo. Eu só estou surpreso em ver você cozinhando. Você nunca foi muito fã."
Chloe deu de ombros e pegou uma frigideira no armário. "Eu não cozinho muito. A sra. Smythe cozinha bastante pra gente quando ela está aqui e congela. Eu só tenho que aquecer. Fica tudo por minha conta nos fins de semana, no entanto. Martha tem me dado umas aulas. Essa receita de panquecas é dela."
"Sra. Smythe?" Gabe perguntou, divertindo-se com um sorriso que recebeu de Moira.
"A mulher que eu lhe falei ontem à noite. Ela nos ajuda com os bebês durante a semana."
"Certo."
"Ollie cozinha também, mas mais aos domingos, quando ele tem mais tempo e alguns de nossos amigos vêm nos ajudar com as crianças."
"Sério?" Gabe precisaria ver para crer, mas imaginou que tudo era possível. Ele olhou através das portas francesas para o enorme quintal e viu uma grande churrasqueira, provavelmente valia uns seis meses de seu condomínio. "Naquela churrasqueira ali?"
"Na verdade não. Ele cozinha aqui dentro na maioria das vezes."
"Ah, então aquilo não tem muito uso, certo?"
"Oh, é usada. Nós comemos lá fora o tempo todo mas deixamos Carter responsável pela churrasqueira. Ele adora."
"Carter. Outro colega de trabalho? Eu acho que o conheci no casamento também? É difícil lembrar de todos. Tinha tantos."
Chloe assentiu. "O mais velho. Grande, quase da altura de Ollie. Meio durão."
Gabe assentiu e observou enquanto Chloe cozinhava. "Você precisa de ajuda?"
"Não, tudo bem. Você está me ajudando mantendo-a ocupada." Chloe sorriu. O primeiro sorriso real que Gabe tinha visto desde que chegou. Direcionado a ele pelo menos. Ela sorria para Oliver e para as crianças com certa facilidade.
"Eu estava pensando..." Chloe começou. "Talvez pudéssemos caminhar com as crianças na praia depois do café. O ar fresco é bom pra eles. Fica a menos de um quilômetro naquela direção."
Gabe olhou para a netinha de pele clara. "Eles gostam da praia, não gostam?"
"Depois de eu quase mergulhá-los no protetor fator 50, eles gostam. Infelizmente os dois têm minha tendência para queimar. O que você diz pai? Quer ir à praia?"
Dessa vez era uma pergunta real e mais do que uma pequena parte de Gabe estava feliz que ela tenha perguntado, ao invés de apenas informá-lo a agenda do dia. Talvez as coisas não fosse tão ruins afinal.
"Parece ótimo pra mim, eu não vou a praia há séculos. É isso que dá ficar preso no Kansas, eu acho." Ele levantou Moira mais alto e ela gemeu. "Vivendo assim tão perto da praia, eu acho melhor esses dois aprenderem a nadar."
"Oh, já resolvemos isso. Não se preocupe." Chloe colocou o primeiro lote de panquecas em uma bandeja. "Um de nossos amigos é campeão de natação. Ele está louco para ensiná-los desde que nasceram."
Ele observou enquanto Chloe fazia mais panquecas. Muito mais. Pilhas delas, na verdade. A pilha na bandeja cresceu e cresceu e ela colocou algumas no forno enquanto fazia mais.
"Exatamente quanto o Oliver come?" ele perguntou finalmente. Chloe olhou pra ele, confusa.
"O quê?" Então ela entendeu o que ele estava falando. "Oh, é a quantidade da receita de Martha, o que é bom porque temos bastante gente em casa nos fins de semana. Está tudo bem, ela me ensinou como congelá-las."
Gabe estava começando a entender porque Chloe e Oliver tinham tantos quartos de hóspedes.
Finalmente ela tirou a bandeja de panquecas do forno, junto com o bacon e os colocou na mesa.
Nesse momento Oliver retornou com Connor, parecendo um pouco espantado. O bebê tinha os dedos na boca e estava balbuciando feliz. Os olhos de Chloe estavam arregalados quando ela o pegou de Oliver. "Ele está feliz. O que você fez?"
"Eu não fiz nada, foi Carter."
"Carter? O que ele fez?"
Oliver fez uma cara. "Sons de pássaros. Eu vou ficar traumatizado pelo resto da vida mas Connor adorou."
Chloe deu risada. "Acho que já sabemos para quem vamos ligar amanhã de manhã!"
Gabe olhou para Moira. As coisas certamente eram estranhas na casa dos Queen durante as manhãs.
******
...Arredores de Star City... Praia... Mais tarde naquela manhã...
Gabe se agachou na beira da praia e deixou os pés de Connor tocarem a água. O pequeno garoto olhou pra ele surpreso e gritou, como se fosse a primeira vez que Gabe tivesse feito isso e não a décima segunda. Bebês. Ele eram a melhor audiência.
Ele podia fazer isso o dia inteiro. E, tirando as trocas de fralda, parecia que Connor o deixaria. No entanto, Gabe estava tentando dividir seu tempo igualmente entre as duas crianças então ele olhou para a parte de cima da praia e para o cobertor onde Chloe havia colocado Moira para brincar na areia e pensou em trocá-los. Deixar Moira se divertir um pouco na água. Chloe havia insistido que as duas crianças adoravam molhar os pés no mar.
Gabe então viu a alta e familiar figura de seu genro, puxando o cobertor na outra direção. Oliver não tinha caminhado com eles depois do café, dizendo que tinha umas duas horas de trabalho em seu escritório, mas que encontraria com eles depois. Parecia que ele estava atrasado.
Oliver se sentou no cobertor perto de Chloe e a beijou antes de falar com Moira que estava nos braços dela e a pegou, erguendo-a acima de sua cabeça até ela dar risada. Gabe decidiu que era melhor continuar com Connor um pouco mais. Moira parecia e soava como se estivesse gostando da atenção de seu pai.
Gabe olhou para a praia. Estava quieta, mesmo sendo uma praia privada. Eles tinham visto poucas pessoas da comunidade nessa manhã.
Muito ocupados contando seus milhões para tomar um pouco de sol? Quem saberia?
Havia um homem no curto calçadão, vestido com calça cáqui e um boné de pesca. Ele estivera ali o tempo todo. Ele estava sentado em um banco agora, fazendo absolutamente nada. Fora isso, eles tinham o lugar inteiro pra eles.
Ele imaginou se Chloe ficava sozinha ou se todos aqueles 'colegas de trabalho' de Oliver a mantinham muito ocupada nos fins de semana. Ela era realmente feliz aqui?
Gabe olhou para a praia em direção ao cobertor. Oliver estava inclinando-se para beijar Chloe. De novo. Gabe redirecionou sua atenção para Connor. Ele realmente não queria saber muito da relação física de Chloe com seu marido. Ainda assim, verdade seja dita, ele tinha muitas evidências. Algumas coisas os pais não querem pensar sobre.
Gabe havia ficado um pouco mais do que espantado quando Chloe disse a ele que estava grávida. Ainda mais espantado do que quando ela disse que estava se casando com Oliver Queen, se é que era possível. Ele nunca imaginou que ela quisesse ter filhos, ainda mais tão cedo. Chloe nunca havia tomado conta de bebês quando era mais jovem. Nunca imaginou que ela quisesse ser mãe. De fato, ele imaginava justamente o oposto, que sua experiência com sua própria mãe a faria decidir jamais ter filhos.
Ele estava errado sobre isso. Ele parecia estar fazendo um péssimo trabalho ao tentar prever as ações de Chloe hoje em dia.
Quando ele olhou pra cima novamente, eles tinham se separado, e Gabe resolveu usar a oportunidade para voltar para o cobertor. Connor olhava concentrado para seu rosto como se quisesse avisar que precisava trocar a fralda muito em breve.
Chloe fez uma cara para Connor quando ele chegou e ela o pegou imediatamente. "Vem aqui, fedido." Ela trocou rapidamente sua fralda enquanto Oliver levava Moira para a beira da água para um rápido mergulho. Chloe ergueu Connor até seus olhos. "Pronto, bem melhor, lindo." Para Gabe ela acrescentou. "Por mais que eles estejam se divertindo, está na hora de voltar e dar comida pra eles e prepará-los para dormir."
"Vocês são bem rígidos com a rotina deles", Gabe observou.
"Eu preciso ser, são dois", ela disse antes de chamar Oliver.
Relutantemente, ao que pareceu, Oliver trouxe a garotinha de volta e ajudou Chloe a arrumar as coisas antes de voltarem para a casa. Com os bebês embalados no carrinho duplo, Gabe se ocupou em fazer caras pra eles até que percebeu que Oliver tinha ficado um pouco pra trás. Ele se virou para ver Oliver alguns passos atrás deles, falando em seu celular e olhando para o homem na calçada, agora distante uns 50 metros. O homem com boné de pesca. Ele podia ouvir o que Oliver dizia mas quando Oliver desligou o telefone, o homem com boné de pesca se levantou e começou a caminhar na direção oposta ao calçadão.
Gabe não era nenhum idiota. O homem não estava ali por acaso. Ele viu quando Oliver correu para alcançar Chloe e o carrinho, parecendo alheio ao escrutínio de Gabe.
Gabe olhou pra trás enquanto a figura do homem com boné de pesca ficava menor.
Oliver aparentemente imaginava que Chloe e os bebês precisavam de um guarda-costas.
Gabe queria saber a razão.
******
Chloe alimentou os bebês e os colocou para dormir, e por insistência de Oliver, também se deitou para dormir um pouco. Alimentar os gêmeos gastava muita energia e ele insistiu que ela usasse o tempo para se recuperar. Gabe tinha que dar um ponto a Oliver por usar um argumento tão convincente porque Chloe concordou rapidamente, dando menos trabalho do que ele podia imaginar. Gabe garantiu a Chloe que ele iria se distrair lendo ou assistindo TV em seu quarto então ela não precisava se sentir culpada por dormir.
Assim que ela subiu, Gabe procurou por seu genro na enorme casa, finalmente encontrando-o na sala de exercícios. Ele parou na porta, espantado por um momento tanto pelo tamanho da sala quanto pela quantidade de equipamentos que havia ali. Havia mais equipamentos ali do que na academia que ele frequentava.
Se recompondo, Gabe viu Oliver exercitando-se em uma barra na parede. Gabe foi até a linha de visão do jovem, mas não disse nada. Oliver finalizou sua série e se jogou no chão.
"Precisa de alguma coisa, Gabe?"
"Tem alguém ameaçando você? É por isso?"
Oliver enxugou as mãos e o rosto numa toalha próxima. "É por isso o quê?"
"É por isso que você tem um guarda-costas seguindo Chloe e os bebês? Alguém com quem você trabalha quer machucá-los? Ou talvez alguém do seu passado?"
Para a surpresa de Gabe, Oliver revirou os olhos e balançou a cabeça. "É o que você tinha que pensar não é? Que é alguma coisa que eu fiz."
"Então você não vai negar que você tem uma pessoa os seguindo? O homem na praia?"
"É claro que eu não vou negar. E não ache que só porque você viu um cara que eu não tenho mais. Eu não faço as coisas pela metade."
"Foi o que eu ouvi. Então o que foi que você 'não fez pela metade' que criou essa situação?"
Oliver jogou a toalha para o lado. "Já lhe ocorreu que eu sou o presidente de uma corporação com milhares de empregados e sócios? Que talvez isso seja suficiente para precisarmos de proteção? Ou seria mais fácil acreditar que eu devo ter feito alguma coisa errada porque iria de encontro a opinião que você tem sobre mim?"
Gabe se recusou a ceder. "Apenas me diga a verdade, Oliver. Alguém ameaçou Chloe e as crianças? Eles estão em perigo?"
Chloe e as crianças estão em segurança e continuarão assim. Eu vou garantir isso."
"Só porque você diz não significa que seja verdade. Como exatamente você planeja fazer isso?" Gabe pressionou. Ele precisava mais do que a arrogância de Oliver para convencê-lo.
"Não... você não tem o direito de fazer isso." Oliver balançou a cabeça e colocou as mãos nos quadris.
"Eu não tenho o direito de fazer o quê?"
"Você não pode entrar na minha casa e me questionar sobre isso. Você não gosta de mim, eu já entendi. Você acha que eu sou um arrogante, um idiota irresponsável que não é bom o suficiente para Chloe - eu também já entendi. Francamente, isso não me incomoda. Eu posso lidar com isso porque você é o pai dela e o avô deles. Mas o que você não pode é vir aqui e questionar minha habilidade em manter minha família em segurança. Você não pode!"
"Ela é minha filha!"
Oliver levantou um dedo pra ele. "Exatamente! Então onde você estava todas as vezes em que ela foi perseguida e quase morta naquela cidade maluca pra onde você a arrastou? Quando o seu chefe tentou mandar vocês dois para o inferno? O homem que deixa sua filha adolescente sofrer mais concussões do que toda a linha ofensiva de um time da NFL não tem o direito de vir até minha casa me questionar!"
Gabe sentiu como se tivesse levado um golpe. Ele não imaginava que Oliver soubesse de todas essas coisas. O quanto Chloe havia contado a ele?
"Você não sabe do que está falando", ele protestou.
"Na verdade, eu sei... O quê? Você não achou que ela me contaria?"
"Ela disse que foi culpa minha?"
"É claro que não. Essa é a Chloe. Ela se culpa pelo aquecimento global. Eu acho que a culpa é sua. Você era o adulto. Como você disse, você era o pai dela."
"Eu sou o pai dela."
"Certo, e nós estamos casados há mais de um ano e vivendo aqui quase pelo mesmo tempo. Seus netos têm quatro meses pelo amor de Deus e só agora você resolveu se preocupar com a segurança deles? Um pouco tarde, você não acha? Obrigado pela preocupação."
"Isso não é sobre o que aconteceu lá atrás, em Smallville, é do agora que estamos falando."
Os olhos de Oliver se escureceram. "Você não entendeu, isso é sobre Smallville."
"Ollie--"
Os dois homens se viraram para ver Chloe parada na porta, parecendo recém-acordada e segurando uma sonolenta e irritada Moira em seus braços. Gabe prendeu a respiração.
Oliver se moveu em direção à porta em segundos. "Chloe, o que foi?"
"Ela teve um pesadelo, eu acho", Chloe respondeu, balançando Moira gentilmente. "Ela ainda está cansada, então acho que ela vai voltar a dormir. Leve-a lá pra cima pra mim, cuide para que ela não acorde Connor se ela não quiser dormir novamente", ela disse, olhos fixos nos dele.
"Chloe--" Oliver tentou argumentar mas ela o interrompeu.
"Ollie, por favor. Eu cuido disso."
Ele assentiu e pegou a criança sonolenta de seus braços, beijou os lábios de Chloe brevemente antes de desaparecer pelo corredor.
"O quanto você ouviu?" Gabe perguntou.
"O suficiente. Vamos tomar um café e conversar", Chloe respondeu, se virando. Gabe a seguiu, não tendo outra opção na verdade. Ele se sentou no balcão e observou enquanto ela colocou café descafeinado na cafeteira e o mexeu. Quando a máquina começou a trabalhar, ela pegou duas canecas no gabinete antes de encontrar seu olhar.
"Eu pedi para você guardar suas opiniões pra você, pai. Faz menos de vinte e quatro horas. Você ao menos tentou?"
Gabe cerrou os dentes antes de responder. "Isso foi antes de eu saber que você precisava de guarda-costas. Como você espera que eu reaja a isso?"
Suspirando pesadamente, ela ergueu a mão esquerda. "Tem um chip GPS em meu anel de casamento, então Oliver sempre sabe onde eu estou."
Gabe ergueu as sobrancelhas. Isso soava... controlador. Ela compreendeu o olhar no rosto dele.
"Nem comece, tem um chip no anel dele pela mesma razão. Eu sempre sei onde ele está."
Gabe relaxou um pouco mas apenas levemente e ela continuou. "Essa comunidade tem mais segurança do que a Casa Branca. Os jardins têm sensores escondidos na grama. Se qualquer coisa acima de dez quilos caminhar perto da casa, nós saberemos. Nós temos os registros de nascimento dos gêmeos guardados pelo estado, assim eles não aparecerão no banco de dados. Isso é temporário, é claro. Quando eles começarem a frequentar a escola, as pessoas saberão, mas por enquanto isso ajuda a mantê-los longe dos olhos do público. Quando eu saio com eles, vou com guarda-costas, às vezes mais de um. Eles acompanham de perto. Longe o suficiente para nos dar privacidade, perto o suficiente para agir se alguém se aproximar. Têm outras coisas que eu não posso revelar mas apenas saiba que tudo é feito com minha aprovação. Ollie e eu conversamos sobre isso. Nós dois estamos confortáveis com o jeito que as coisas estão. Quando as crianças ficarem mais velhas, vamos fazer algumas mudanças, mas por agora está bom."
"Mas... por quê? Por que você precisa de tudo isso?" Gabe perguntou, depois de tomar um momento para compreender tudo o que ela havia dito.
"Bem, é... um pouco complicado. Primeiro, Oliver é muito conhecido por causa de sua empresa e agora eu também sou, porque me casei com ele. Ele tem milhares de empregados e sócios que sofrem o impacto das decisões que ele toma. A maioria das pessoas na posição dele precisa desse tipo de segurança e eles quase nunca colocam sua família em evidência pela mesma razão. Faz parte do trabalho de Oliver ir até a CNBC e dar entrevistas para o Wall Street Journal e tudo isso é separado da gente. Ele está tentando manter as coisas desse jeito. Ele está tentando ser uma figura pública com uma vida familiar privada. Uma segura, vida privada. Você não pode ficar bravo com ele por causa disso. E eu sabia de tudo isso antes de me casar com ele então entrei nessa de olhos bem abertos."
Gabe olhou ao redor da enorme casa. "Eu suponho que tudo isso tenha um preço."
Chloe franziu a testa. "Eu não me casei com ele pelo dinheiro."
"Eu sei disso, eu só estou confirmando um fato. Ter esse tipo de vida te transformou num alvo."
Chloe esfregou um ponto não existente em sua caneca. "Não, você entendeu errado. Essa não é a história toda."
"O que você quer dizer?"
Ela suspirou e afastou o corpo do balcão. "Eu não ia te contar nada disso mas já que você insiste em culpar Oliver por tudo que dá errado no mundo... eu não posso deixar você pensar que tudo o que está acontecendo é culpa dele. Não é justo. Tudo o que eu lhe disse é verdade, mas não é a única razão pela qual fizemos tudo isso para manter a segurança da família."
Ela respirou fundo antes de continuar. "Eu vi coisas em Smallville. Eu sei de coisas que certas pessoas não querem que eu saiba. Coisas envolvendo pedras de meteoro e todas aquelas pessoas que foram afetadas por elas. Para muitos deles, as pedras de meteoro a transformaram permanentemente e todos eles estão em perigo. Eu não posso lhe dizer mais porque isso o colocaria em perigo também."
"Eu não entendo. O que você quer dizer com 'a transformaram'?"
"Significa que elas podem fazer coisas... coisas que humanos normais não podem. E isso as transforma em alvos. E eu sei muita coisa sobre isso, mais do que deveria. É como o que aconteceu com Lionel só que... muito pior. Então eu sou um alvo e eu tenho sido há muito tempo, bem antes de conhecer Oliver. Resumindo, isso tudo é por causa do que aconteceu em Smallville. Não por causa de nada que Oliver tenha feito. Essa é a razão principal para termos nos mudado pra cá. É mais seguro pra gente aqui."
"Foi por isso que ele disse que era minha culpa... porque tudo isso aconteceu em Smallville e eu te levei pra lá. Você estava lá por minha causa."
Chloe fechou os olhos. "Ollie não devia ter dito isso, mas ele estava nervoso. Você estava culpando ele por isso e não era justo."
"Você acha que é minha culpa? Tudo o que aconteceu em Smallville. Tudo que você diz que viu?"
"Não, eu não acho. Você pode ter me levado para Smallville, mas eu decidi ficar."
Gabe sentiu sua garganta se fechando. "Oliver ainda está certo. É minha culpa. Eu sou seu pai e eu deveria ter te protegido melhor."
"Pai---"
Gabe olhou ao redor da sala e viu as chaves de seu carro alugado no gancho na parede. Ele precisava sair dali por um tempo.
"Eu preciso pensar. Apenas... ficar sozinho um pouco..." Ele saiu da cozinha, caminhou pelo longo corredor e saiu pela enorme porta da frente. Ela o chamou mas ele não respondeu.
Ele notou, tristemente, no entanto, enquanto ele ligava o carro e manobrava alguns minutos depois, que ela não veio atrás dele.
_____________________________________
Fim do Capítulo Dois. Capítulo Três.
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Resumo: Universo 'Two of Us'. Gabe precisa reavaliar sua opinião sobre Oliver. Com exceção do Prólogo e do Epílogo esta história será narrada do ponto de vista de Gabe. Esta história pretende preencher o buraco sobre a participação de Gabe em Smallville. Pra onde ele foi? Esta série inteira é sobre família, então agora é hora de resolver os problemas na família de Chloe. Definitivamente tem um tom mais sério que as outras histórias. Acontece seis meses depois de Nightblindness.
Autora: newbatgirl
Classificação: PG-13
Anterior: Prólogo - Capítulo Um
Histórias Anteriores:
Shout Out Loud
Silver Lining
Question
How Soon Is Now
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Have
Beautiful Side Of Somewhere
Nightblindness
Sábado
...Arredores de Star City... Residência Queen... Começo da manhã seguinte...
Gabe deu uma olhada no quarto dos bebês na manhã seguinte apenas para encontrá-lo vazio. A porta do quarto principal estava aberta e ele podia ver que também estava vazio.
Aparentemente os Queen acordavam cedo.
Gabe seguiu os distantes sons de vozes e choro de bebê até a cozinha, ele parou na moldura da porta por um momento e observou antes de entrar.
Oliver estava tentando acalmar Connor que estava chorando, enquanto Chloe balançava Moira em um braço enquanto mexia alguma coisa numa grande panela sobre o fogão.
"Odeio te dar essa notícia, companheiro, mas as manhãs vêm todos os dias. Você não pode escapar." O bebê gemeu em resposta e Oliver deu um olhar para Chloe.
"Ele não está com fome, eles comeram antes de descermos. É que ele não quer acordar antes do meio-dia. Acredite em mim, 12:01 ele vai estar bem." Ela respondeu a pergunta que não precisou ser feita.
Oliver balançou o menino um pouco. "Se ele ficasse um pouco mais irritado de manhã, eu ia começar a desconfiar que ele tem passado muito tempo com Bruce."
"Pouco provável, Bruce ainda fica aterrorizado com os dois. Você sabe que ele entra em pânico toda vez que tentamos fazê-lo segurá-los."
"É, parece que finalmente encontramos algo que o intimida. Crianças."
"Ele vai se aproximar, você vai ver."
Gabe imaginou quem era esse Bruce de quem eles estavam falando. Outro colega de trabalho?
"Você falou com Carter?" Chloe perguntou, pegando uma caixa de leite.
"Ainda não. Eu vou ter uma vídeo-conferência com ele em alguns minutos. Pra ter certeza que ele não encha minha cidade de penas."
"Oh, é sua cidade agora?" Chloe perguntou com um tom brincalhão.
Oliver inclinou-se para beijá-la brevemente. "Desculpe, nossa cidade."
Para Gabe, eles poderiam estar falando grego que daria na mesma. Eles falavam em código o tempo inteiro?
Connor gemeu novamente e Oliver o mexeu em seus braços. "Eu vou levá-lo comigo enquanto converso com Carter. Ele gosta das luzes dos monitores. Talvez o acalme."
Chloe deu risada. "Aham, e você pode exibi-lo um pouco mais. Diga oi ao Carter por mim."
"É um bônus." Oliver se virou para sair e viu Gabe na porta. "Oh... uh... bom dia, não sabíamos que você estava acordado. Ele não te acordou com todo esse barulho, acordou?"
"Não, de jeito nenhum. Mas acho que eles acordam bem cedo, huh?"
"Sim, mas no caso de Connor, não de boa vontade", Chloe respondeu. "Mas precisamos que os dois tenham a mesma rotina, senão enlouquecemos."
Connor ficou um pouco mais quieto, mas só porque ele havia colocado o punho na boca.
"Vemos vocês daqui a pouco, Connor e eu temos uma vídeo-conferência, certo, camarada?"
Gabe observou Oliver sair antes de se inclinar para acariciar a pequena bochecha de Moira. "Ela não participa das vídeo-conferências?"
Chloe sorriu quando ela se mexeu. "Sim, mas as dela são no final da tarde, depois que ela dorme. Normalmente ela precisa de atenção extra."
Gabe imaginou vagamente o que os colegas de trabalho de Oliver pensavam sobre ele levar seus bebês de quatro meses para as vídeo-conferências. Bem, deve ser uma das vantagens de ter sua própria empresa.
"Pai, você pode segurá-la um pouco enquanto eu termino aqui? Eu posso colocá-la no carrinho se você não..."
"Eu vou recusar segurar esse pequeno anjinho? Nunca." Ele a pegou e atravessou a cozinha para se sentar a mesa.
"Tem café e suco se você quiser."
"Ainda não. O que você está fazendo?"
"Panquecas... a menos que você queira outra coisa."
"Não, panqueca está ótimo. Eu só estou surpreso em ver você cozinhando. Você nunca foi muito fã."
Chloe deu de ombros e pegou uma frigideira no armário. "Eu não cozinho muito. A sra. Smythe cozinha bastante pra gente quando ela está aqui e congela. Eu só tenho que aquecer. Fica tudo por minha conta nos fins de semana, no entanto. Martha tem me dado umas aulas. Essa receita de panquecas é dela."
"Sra. Smythe?" Gabe perguntou, divertindo-se com um sorriso que recebeu de Moira.
"A mulher que eu lhe falei ontem à noite. Ela nos ajuda com os bebês durante a semana."
"Certo."
"Ollie cozinha também, mas mais aos domingos, quando ele tem mais tempo e alguns de nossos amigos vêm nos ajudar com as crianças."
"Sério?" Gabe precisaria ver para crer, mas imaginou que tudo era possível. Ele olhou através das portas francesas para o enorme quintal e viu uma grande churrasqueira, provavelmente valia uns seis meses de seu condomínio. "Naquela churrasqueira ali?"
"Na verdade não. Ele cozinha aqui dentro na maioria das vezes."
"Ah, então aquilo não tem muito uso, certo?"
"Oh, é usada. Nós comemos lá fora o tempo todo mas deixamos Carter responsável pela churrasqueira. Ele adora."
"Carter. Outro colega de trabalho? Eu acho que o conheci no casamento também? É difícil lembrar de todos. Tinha tantos."
Chloe assentiu. "O mais velho. Grande, quase da altura de Ollie. Meio durão."
Gabe assentiu e observou enquanto Chloe cozinhava. "Você precisa de ajuda?"
"Não, tudo bem. Você está me ajudando mantendo-a ocupada." Chloe sorriu. O primeiro sorriso real que Gabe tinha visto desde que chegou. Direcionado a ele pelo menos. Ela sorria para Oliver e para as crianças com certa facilidade.
"Eu estava pensando..." Chloe começou. "Talvez pudéssemos caminhar com as crianças na praia depois do café. O ar fresco é bom pra eles. Fica a menos de um quilômetro naquela direção."
Gabe olhou para a netinha de pele clara. "Eles gostam da praia, não gostam?"
"Depois de eu quase mergulhá-los no protetor fator 50, eles gostam. Infelizmente os dois têm minha tendência para queimar. O que você diz pai? Quer ir à praia?"
Dessa vez era uma pergunta real e mais do que uma pequena parte de Gabe estava feliz que ela tenha perguntado, ao invés de apenas informá-lo a agenda do dia. Talvez as coisas não fosse tão ruins afinal.
"Parece ótimo pra mim, eu não vou a praia há séculos. É isso que dá ficar preso no Kansas, eu acho." Ele levantou Moira mais alto e ela gemeu. "Vivendo assim tão perto da praia, eu acho melhor esses dois aprenderem a nadar."
"Oh, já resolvemos isso. Não se preocupe." Chloe colocou o primeiro lote de panquecas em uma bandeja. "Um de nossos amigos é campeão de natação. Ele está louco para ensiná-los desde que nasceram."
Ele observou enquanto Chloe fazia mais panquecas. Muito mais. Pilhas delas, na verdade. A pilha na bandeja cresceu e cresceu e ela colocou algumas no forno enquanto fazia mais.
"Exatamente quanto o Oliver come?" ele perguntou finalmente. Chloe olhou pra ele, confusa.
"O quê?" Então ela entendeu o que ele estava falando. "Oh, é a quantidade da receita de Martha, o que é bom porque temos bastante gente em casa nos fins de semana. Está tudo bem, ela me ensinou como congelá-las."
Gabe estava começando a entender porque Chloe e Oliver tinham tantos quartos de hóspedes.
Finalmente ela tirou a bandeja de panquecas do forno, junto com o bacon e os colocou na mesa.
Nesse momento Oliver retornou com Connor, parecendo um pouco espantado. O bebê tinha os dedos na boca e estava balbuciando feliz. Os olhos de Chloe estavam arregalados quando ela o pegou de Oliver. "Ele está feliz. O que você fez?"
"Eu não fiz nada, foi Carter."
"Carter? O que ele fez?"
Oliver fez uma cara. "Sons de pássaros. Eu vou ficar traumatizado pelo resto da vida mas Connor adorou."
Chloe deu risada. "Acho que já sabemos para quem vamos ligar amanhã de manhã!"
Gabe olhou para Moira. As coisas certamente eram estranhas na casa dos Queen durante as manhãs.
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...Arredores de Star City... Praia... Mais tarde naquela manhã...
Gabe se agachou na beira da praia e deixou os pés de Connor tocarem a água. O pequeno garoto olhou pra ele surpreso e gritou, como se fosse a primeira vez que Gabe tivesse feito isso e não a décima segunda. Bebês. Ele eram a melhor audiência.
Ele podia fazer isso o dia inteiro. E, tirando as trocas de fralda, parecia que Connor o deixaria. No entanto, Gabe estava tentando dividir seu tempo igualmente entre as duas crianças então ele olhou para a parte de cima da praia e para o cobertor onde Chloe havia colocado Moira para brincar na areia e pensou em trocá-los. Deixar Moira se divertir um pouco na água. Chloe havia insistido que as duas crianças adoravam molhar os pés no mar.
Gabe então viu a alta e familiar figura de seu genro, puxando o cobertor na outra direção. Oliver não tinha caminhado com eles depois do café, dizendo que tinha umas duas horas de trabalho em seu escritório, mas que encontraria com eles depois. Parecia que ele estava atrasado.
Oliver se sentou no cobertor perto de Chloe e a beijou antes de falar com Moira que estava nos braços dela e a pegou, erguendo-a acima de sua cabeça até ela dar risada. Gabe decidiu que era melhor continuar com Connor um pouco mais. Moira parecia e soava como se estivesse gostando da atenção de seu pai.
Gabe olhou para a praia. Estava quieta, mesmo sendo uma praia privada. Eles tinham visto poucas pessoas da comunidade nessa manhã.
Muito ocupados contando seus milhões para tomar um pouco de sol? Quem saberia?
Havia um homem no curto calçadão, vestido com calça cáqui e um boné de pesca. Ele estivera ali o tempo todo. Ele estava sentado em um banco agora, fazendo absolutamente nada. Fora isso, eles tinham o lugar inteiro pra eles.
Ele imaginou se Chloe ficava sozinha ou se todos aqueles 'colegas de trabalho' de Oliver a mantinham muito ocupada nos fins de semana. Ela era realmente feliz aqui?
Gabe olhou para a praia em direção ao cobertor. Oliver estava inclinando-se para beijar Chloe. De novo. Gabe redirecionou sua atenção para Connor. Ele realmente não queria saber muito da relação física de Chloe com seu marido. Ainda assim, verdade seja dita, ele tinha muitas evidências. Algumas coisas os pais não querem pensar sobre.
Gabe havia ficado um pouco mais do que espantado quando Chloe disse a ele que estava grávida. Ainda mais espantado do que quando ela disse que estava se casando com Oliver Queen, se é que era possível. Ele nunca imaginou que ela quisesse ter filhos, ainda mais tão cedo. Chloe nunca havia tomado conta de bebês quando era mais jovem. Nunca imaginou que ela quisesse ser mãe. De fato, ele imaginava justamente o oposto, que sua experiência com sua própria mãe a faria decidir jamais ter filhos.
Ele estava errado sobre isso. Ele parecia estar fazendo um péssimo trabalho ao tentar prever as ações de Chloe hoje em dia.
Quando ele olhou pra cima novamente, eles tinham se separado, e Gabe resolveu usar a oportunidade para voltar para o cobertor. Connor olhava concentrado para seu rosto como se quisesse avisar que precisava trocar a fralda muito em breve.
Chloe fez uma cara para Connor quando ele chegou e ela o pegou imediatamente. "Vem aqui, fedido." Ela trocou rapidamente sua fralda enquanto Oliver levava Moira para a beira da água para um rápido mergulho. Chloe ergueu Connor até seus olhos. "Pronto, bem melhor, lindo." Para Gabe ela acrescentou. "Por mais que eles estejam se divertindo, está na hora de voltar e dar comida pra eles e prepará-los para dormir."
"Vocês são bem rígidos com a rotina deles", Gabe observou.
"Eu preciso ser, são dois", ela disse antes de chamar Oliver.
Relutantemente, ao que pareceu, Oliver trouxe a garotinha de volta e ajudou Chloe a arrumar as coisas antes de voltarem para a casa. Com os bebês embalados no carrinho duplo, Gabe se ocupou em fazer caras pra eles até que percebeu que Oliver tinha ficado um pouco pra trás. Ele se virou para ver Oliver alguns passos atrás deles, falando em seu celular e olhando para o homem na calçada, agora distante uns 50 metros. O homem com boné de pesca. Ele podia ouvir o que Oliver dizia mas quando Oliver desligou o telefone, o homem com boné de pesca se levantou e começou a caminhar na direção oposta ao calçadão.
Gabe não era nenhum idiota. O homem não estava ali por acaso. Ele viu quando Oliver correu para alcançar Chloe e o carrinho, parecendo alheio ao escrutínio de Gabe.
Gabe olhou pra trás enquanto a figura do homem com boné de pesca ficava menor.
Oliver aparentemente imaginava que Chloe e os bebês precisavam de um guarda-costas.
Gabe queria saber a razão.
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Chloe alimentou os bebês e os colocou para dormir, e por insistência de Oliver, também se deitou para dormir um pouco. Alimentar os gêmeos gastava muita energia e ele insistiu que ela usasse o tempo para se recuperar. Gabe tinha que dar um ponto a Oliver por usar um argumento tão convincente porque Chloe concordou rapidamente, dando menos trabalho do que ele podia imaginar. Gabe garantiu a Chloe que ele iria se distrair lendo ou assistindo TV em seu quarto então ela não precisava se sentir culpada por dormir.
Assim que ela subiu, Gabe procurou por seu genro na enorme casa, finalmente encontrando-o na sala de exercícios. Ele parou na porta, espantado por um momento tanto pelo tamanho da sala quanto pela quantidade de equipamentos que havia ali. Havia mais equipamentos ali do que na academia que ele frequentava.
Se recompondo, Gabe viu Oliver exercitando-se em uma barra na parede. Gabe foi até a linha de visão do jovem, mas não disse nada. Oliver finalizou sua série e se jogou no chão.
"Precisa de alguma coisa, Gabe?"
"Tem alguém ameaçando você? É por isso?"
Oliver enxugou as mãos e o rosto numa toalha próxima. "É por isso o quê?"
"É por isso que você tem um guarda-costas seguindo Chloe e os bebês? Alguém com quem você trabalha quer machucá-los? Ou talvez alguém do seu passado?"
Para a surpresa de Gabe, Oliver revirou os olhos e balançou a cabeça. "É o que você tinha que pensar não é? Que é alguma coisa que eu fiz."
"Então você não vai negar que você tem uma pessoa os seguindo? O homem na praia?"
"É claro que eu não vou negar. E não ache que só porque você viu um cara que eu não tenho mais. Eu não faço as coisas pela metade."
"Foi o que eu ouvi. Então o que foi que você 'não fez pela metade' que criou essa situação?"
Oliver jogou a toalha para o lado. "Já lhe ocorreu que eu sou o presidente de uma corporação com milhares de empregados e sócios? Que talvez isso seja suficiente para precisarmos de proteção? Ou seria mais fácil acreditar que eu devo ter feito alguma coisa errada porque iria de encontro a opinião que você tem sobre mim?"
Gabe se recusou a ceder. "Apenas me diga a verdade, Oliver. Alguém ameaçou Chloe e as crianças? Eles estão em perigo?"
Chloe e as crianças estão em segurança e continuarão assim. Eu vou garantir isso."
"Só porque você diz não significa que seja verdade. Como exatamente você planeja fazer isso?" Gabe pressionou. Ele precisava mais do que a arrogância de Oliver para convencê-lo.
"Não... você não tem o direito de fazer isso." Oliver balançou a cabeça e colocou as mãos nos quadris.
"Eu não tenho o direito de fazer o quê?"
"Você não pode entrar na minha casa e me questionar sobre isso. Você não gosta de mim, eu já entendi. Você acha que eu sou um arrogante, um idiota irresponsável que não é bom o suficiente para Chloe - eu também já entendi. Francamente, isso não me incomoda. Eu posso lidar com isso porque você é o pai dela e o avô deles. Mas o que você não pode é vir aqui e questionar minha habilidade em manter minha família em segurança. Você não pode!"
"Ela é minha filha!"
Oliver levantou um dedo pra ele. "Exatamente! Então onde você estava todas as vezes em que ela foi perseguida e quase morta naquela cidade maluca pra onde você a arrastou? Quando o seu chefe tentou mandar vocês dois para o inferno? O homem que deixa sua filha adolescente sofrer mais concussões do que toda a linha ofensiva de um time da NFL não tem o direito de vir até minha casa me questionar!"
Gabe sentiu como se tivesse levado um golpe. Ele não imaginava que Oliver soubesse de todas essas coisas. O quanto Chloe havia contado a ele?
"Você não sabe do que está falando", ele protestou.
"Na verdade, eu sei... O quê? Você não achou que ela me contaria?"
"Ela disse que foi culpa minha?"
"É claro que não. Essa é a Chloe. Ela se culpa pelo aquecimento global. Eu acho que a culpa é sua. Você era o adulto. Como você disse, você era o pai dela."
"Eu sou o pai dela."
"Certo, e nós estamos casados há mais de um ano e vivendo aqui quase pelo mesmo tempo. Seus netos têm quatro meses pelo amor de Deus e só agora você resolveu se preocupar com a segurança deles? Um pouco tarde, você não acha? Obrigado pela preocupação."
"Isso não é sobre o que aconteceu lá atrás, em Smallville, é do agora que estamos falando."
Os olhos de Oliver se escureceram. "Você não entendeu, isso é sobre Smallville."
"Ollie--"
Os dois homens se viraram para ver Chloe parada na porta, parecendo recém-acordada e segurando uma sonolenta e irritada Moira em seus braços. Gabe prendeu a respiração.
Oliver se moveu em direção à porta em segundos. "Chloe, o que foi?"
"Ela teve um pesadelo, eu acho", Chloe respondeu, balançando Moira gentilmente. "Ela ainda está cansada, então acho que ela vai voltar a dormir. Leve-a lá pra cima pra mim, cuide para que ela não acorde Connor se ela não quiser dormir novamente", ela disse, olhos fixos nos dele.
"Chloe--" Oliver tentou argumentar mas ela o interrompeu.
"Ollie, por favor. Eu cuido disso."
Ele assentiu e pegou a criança sonolenta de seus braços, beijou os lábios de Chloe brevemente antes de desaparecer pelo corredor.
"O quanto você ouviu?" Gabe perguntou.
"O suficiente. Vamos tomar um café e conversar", Chloe respondeu, se virando. Gabe a seguiu, não tendo outra opção na verdade. Ele se sentou no balcão e observou enquanto ela colocou café descafeinado na cafeteira e o mexeu. Quando a máquina começou a trabalhar, ela pegou duas canecas no gabinete antes de encontrar seu olhar.
"Eu pedi para você guardar suas opiniões pra você, pai. Faz menos de vinte e quatro horas. Você ao menos tentou?"
Gabe cerrou os dentes antes de responder. "Isso foi antes de eu saber que você precisava de guarda-costas. Como você espera que eu reaja a isso?"
Suspirando pesadamente, ela ergueu a mão esquerda. "Tem um chip GPS em meu anel de casamento, então Oliver sempre sabe onde eu estou."
Gabe ergueu as sobrancelhas. Isso soava... controlador. Ela compreendeu o olhar no rosto dele.
"Nem comece, tem um chip no anel dele pela mesma razão. Eu sempre sei onde ele está."
Gabe relaxou um pouco mas apenas levemente e ela continuou. "Essa comunidade tem mais segurança do que a Casa Branca. Os jardins têm sensores escondidos na grama. Se qualquer coisa acima de dez quilos caminhar perto da casa, nós saberemos. Nós temos os registros de nascimento dos gêmeos guardados pelo estado, assim eles não aparecerão no banco de dados. Isso é temporário, é claro. Quando eles começarem a frequentar a escola, as pessoas saberão, mas por enquanto isso ajuda a mantê-los longe dos olhos do público. Quando eu saio com eles, vou com guarda-costas, às vezes mais de um. Eles acompanham de perto. Longe o suficiente para nos dar privacidade, perto o suficiente para agir se alguém se aproximar. Têm outras coisas que eu não posso revelar mas apenas saiba que tudo é feito com minha aprovação. Ollie e eu conversamos sobre isso. Nós dois estamos confortáveis com o jeito que as coisas estão. Quando as crianças ficarem mais velhas, vamos fazer algumas mudanças, mas por agora está bom."
"Mas... por quê? Por que você precisa de tudo isso?" Gabe perguntou, depois de tomar um momento para compreender tudo o que ela havia dito.
"Bem, é... um pouco complicado. Primeiro, Oliver é muito conhecido por causa de sua empresa e agora eu também sou, porque me casei com ele. Ele tem milhares de empregados e sócios que sofrem o impacto das decisões que ele toma. A maioria das pessoas na posição dele precisa desse tipo de segurança e eles quase nunca colocam sua família em evidência pela mesma razão. Faz parte do trabalho de Oliver ir até a CNBC e dar entrevistas para o Wall Street Journal e tudo isso é separado da gente. Ele está tentando manter as coisas desse jeito. Ele está tentando ser uma figura pública com uma vida familiar privada. Uma segura, vida privada. Você não pode ficar bravo com ele por causa disso. E eu sabia de tudo isso antes de me casar com ele então entrei nessa de olhos bem abertos."
Gabe olhou ao redor da enorme casa. "Eu suponho que tudo isso tenha um preço."
Chloe franziu a testa. "Eu não me casei com ele pelo dinheiro."
"Eu sei disso, eu só estou confirmando um fato. Ter esse tipo de vida te transformou num alvo."
Chloe esfregou um ponto não existente em sua caneca. "Não, você entendeu errado. Essa não é a história toda."
"O que você quer dizer?"
Ela suspirou e afastou o corpo do balcão. "Eu não ia te contar nada disso mas já que você insiste em culpar Oliver por tudo que dá errado no mundo... eu não posso deixar você pensar que tudo o que está acontecendo é culpa dele. Não é justo. Tudo o que eu lhe disse é verdade, mas não é a única razão pela qual fizemos tudo isso para manter a segurança da família."
Ela respirou fundo antes de continuar. "Eu vi coisas em Smallville. Eu sei de coisas que certas pessoas não querem que eu saiba. Coisas envolvendo pedras de meteoro e todas aquelas pessoas que foram afetadas por elas. Para muitos deles, as pedras de meteoro a transformaram permanentemente e todos eles estão em perigo. Eu não posso lhe dizer mais porque isso o colocaria em perigo também."
"Eu não entendo. O que você quer dizer com 'a transformaram'?"
"Significa que elas podem fazer coisas... coisas que humanos normais não podem. E isso as transforma em alvos. E eu sei muita coisa sobre isso, mais do que deveria. É como o que aconteceu com Lionel só que... muito pior. Então eu sou um alvo e eu tenho sido há muito tempo, bem antes de conhecer Oliver. Resumindo, isso tudo é por causa do que aconteceu em Smallville. Não por causa de nada que Oliver tenha feito. Essa é a razão principal para termos nos mudado pra cá. É mais seguro pra gente aqui."
"Foi por isso que ele disse que era minha culpa... porque tudo isso aconteceu em Smallville e eu te levei pra lá. Você estava lá por minha causa."
Chloe fechou os olhos. "Ollie não devia ter dito isso, mas ele estava nervoso. Você estava culpando ele por isso e não era justo."
"Você acha que é minha culpa? Tudo o que aconteceu em Smallville. Tudo que você diz que viu?"
"Não, eu não acho. Você pode ter me levado para Smallville, mas eu decidi ficar."
Gabe sentiu sua garganta se fechando. "Oliver ainda está certo. É minha culpa. Eu sou seu pai e eu deveria ter te protegido melhor."
"Pai---"
Gabe olhou ao redor da sala e viu as chaves de seu carro alugado no gancho na parede. Ele precisava sair dali por um tempo.
"Eu preciso pensar. Apenas... ficar sozinho um pouco..." Ele saiu da cozinha, caminhou pelo longo corredor e saiu pela enorme porta da frente. Ela o chamou mas ele não respondeu.
Ele notou, tristemente, no entanto, enquanto ele ligava o carro e manobrava alguns minutos depois, que ela não veio atrás dele.
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Fim do Capítulo Dois. Capítulo Três.
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