28.11.10

Within Enemy Lines (10/11)

Título: Dentro das Linhas Inimigas
Resumo: Oliver se junta ao Esquadrão Suicida para salvar Chloe.
Autora: tennysonslady
Classificação: PG-13
Nota da autora: Nos quadrinhos a criatura na Terra das Sombras era um Súcubo. Também, Dra. Karin Grace era namorada de Flag Jr. e não esposa de Flag. Estou pegando alguns conceitos e transformando um pouco para servir ao propósito desta história. Esta parte acontece no mesmo espaço de tempo da Parte 9, do momento em que Chloe e Eve desaparecem até a última cena com Oliver e Pistoleiro.


O chão era de areia -- areia vermelha, Chloe percebeu. Sua cabeça girava, e ela se segurou no chão vermelho para ganhar equilíbrio. O chão vermelho de uma dimensão morta há muito tempo. Seus dedos se fecharam no vermelho, lembrando o grito de dor de Oliver quando ele caiu no cimento duro.

Funcionou.

Ela estava viva, e se Wayne era metade do herói que parecia ser, Oliver também estava. Ele estaria sentindo dor, e alguém ia precisar tirar a bala da perna de Oliver, mas ele estava vivo.

Ela olhou para o céu. Dois sóis sobre sua cabeça, queimando com um fulgor azul. Algumas árvores sem vida desarrumadas no horizonte, criando longas e escuras sombras com longos braços. Chloe estava fascinada com o silêncio, a calma tranquilizadora. Ela sentiu um olhar sobre ela, e se virou. Vazio. E então uma sombra saiu de trás do tronco de uma árvore morta para outro. Quando ela deu um passo à frente, Eve segurou seu braço.

"Não."

"O que é aquilo?" Chloe sussurrou de volta. Era o único sinal de vida na dimensão esquecida onde Eve as jogou.

"Não seja atraída por ela. Pode te possuir", foi a resposta. E então Eve acenou com a cabeça, indicando seu sucesso. Chloe ergueu o pulso e viu o bracelete agora quieto, sem energia, quando antes estava prestes a explodir. "Waller não pode nos rastrear aqui, e o controle que aciona esse objeto não encontrará um sinal."

Ansiosa, Chloe fechou os dedos ao redor do complexo fecho e puxou com força para quebrá-lo. E então a corrente de ouro branco se abriu e ficou pendurada em seus dedos. Ela olhou para o bracelete, que arruinou sua existência por tanto tempo, a razão dela precisar afastar Oliver para o mais longe possível, o peso que a puxava e a afundava enquanto Oliver esperava na superfície. Ele sempre esperou. Um grande e ofegante soluço escapou de seu peito. A mão de Chloe tremia e ela ergueu um braço e atirou o bracelete para longe. No ar ele refletiu a luz azul dos dois sóis e brilhou antes de cair na terra vermelha.

Tão rapidamente, estava acabado. Chloe se imaginou batendo na porta dele, seu coração finalmente aberto pra ele. Ela não estava mais marcada com algo que podia matá-lo pela proximidade. Ele podia ajudá-la agora. E mesmo que ele não a perdoasse, ela sabia que ele a amava o suficiente para abraçá-la na cama. Isso já seria um começo. Pelo menos ela estaria em casa.

Chloe virou seus olhos transbordando para sua amiga, que agora olhava desesperada ao redor. Essa era a casa de Eve - esse deserto árido. Costumava ser. Houve um tempo em que costumava ser.

Antes que Chloe pudesse lhe dizer qualquer palavra de conforto, Eve balançou a cabeça. "Agora você pode ir pra casa."

Eve estendeu a mão para Chloe. Chloe respirou fundo e colocou sua mão nas dela. Com sua mão livre, Eve abriu um portal azul brilhante. Quando elas tentaram atravessar, se encontraram sendo lançadas de volta ao mundo das Sombras. Chloe arregalou os olhos quando a porta piscou, e então desapareceu.

"O que aconteceu?", Chloe perguntou. Ela se virou para sua amiga, e odiou completamente o olhar de surpresa no rosto de Eve.

Eve olhou para o vazio que as rodeava e fechou os olhos. "A criatura quer uma coisa que trouxemos conosco", ela sussurrou.

"Ela pode ter o que quiser", Chloe respondeu, sua voz tensa, seu peito apertado. "Eu só quero voltar para o Ollie." Elas não tinham trazido nada de valor. Elas tinham se transportado em menos de um segundo antes da explosão do helicóptero. Não tinham tido tempo de pegar nada. "Se ela quer o bracelete eu dou a ela com um grande sorriso no rosto!"

Eve abriu os olhos. Seus lábios num triste e determinado sorriso. Ela olhou atrás de Chloe, e Chloe se virou para ver uma sombra escura rastejando lentamente até elas. "Eu sei o que ela quer", Eve disse a ela baixinho. "E você não quer dar. Acredite."

"Eu quero", Chloe respondeu.

"Então não solte minha mão", Eve instruiu. "Tem uma torre abandonada a sudoeste daqui. É onde estamos indo. Quando eu disser três, corra como se os cães do inferno estivessem beliscando seus pés." Chloe apreciou a mudança na frase. "Um. Dois." Chloe respirou fundo. "Três."

Elas explodiram numa corrida. Chloe sentiu a mão de Sombra da Noite, segurando a dela com força, sabia que ela estava ficando para trás então acelerou. Elas correram, e Chloe sentia a fria sombra provocando e insultando-as, mas mesmo assim ela não olhou para trás. Foi longo, e difícil, e na metade do caminho ela tropeçou e perdeu a mão de Eve. Seu calcanhar doía, queimava como fogo.

"Levanta", Eve disse baixinho.

"Eu preciso--" Chloe resfolegou, seu calcanhar doía muito. "Eu preciso descansar um pouco."

"Ela está chegando."

Chloe piscou para afastar as lágrimas. "O que ela pode pegar?" Porque realmente, ela não podia correr tão rápido, por tanto tempo. A torre ainda era pequena dali. "O que ela quer?" Elas podiam não sair, e se as matasse--

"Vida", Eve disse com urgência. "Não a sua nem a minha. Eu ouvi os sussurros da sombra, Chloe. Nada nasceu ou cresceu nessa terra durante séculos. Está faminta para saborear uma nova vida."

Chloe olhou de volta para Eve. Sua boca se abriu. Nova vida. Os últimos dias---

Chloe se levantou e segurou no braço de Eve. E então ela lutou contra a onda de dor. A Sombra estava perto. Chloe esqueceu o resto do mundo e correu em direção ao seu objetivo.

Quando alcançaram a torre, Eve fechou as portas com força. Chloe se jogou contra a parede e deslizou até o chão, ofegante. Seus membros tremiam; seus ossos tinham virado gelatina. A adrenalina que a empurrou para frente durante a perseguição deixou seu corpo num segundo.

Portas e janelas se fecharam ao redor enquanto Eve se certificava que a criatura não conseguiria entrar.

"Tira a gente daqui!" Chloe gritou, mas seus nervos tinham cansado e o que saiu foi um furioso sussurro.

Eve olhou freneticamente pra ela, então se virou e jogou as mãos no ar lançando uma esfera azul em torno delas. Chloe se levantou, caminhou e atravessou, vendo figuras translúcidas. Oliver estava deitado numa cama, sua perna com um curativo enquanto ele se recuperava. Bruce Wayne estava ao lado dele, assentindo durante uma conversa com o médico. Chloe caminhou em direção a eles e tocou o rosto de Oliver. Ela olhou em direção à Sombra da Noite.

"Abra o portal, Eve", ela implorou. Chloe precisava ir pra casa, precisava voltar.

Mas Eve balançou a cabeça. "Ela não deixa. Isso é o máximo que eu posso fazer agora. Mas vou encontrar um jeito", ela prometeu.

Eve a tinha trazido até aqui. Sem os poderes de Sombra da Noite ela teria sido uma vítima na explosão. Sem Sombra da Noite, Chloe e o bracelete estariam na mira de Amanda Waller quando iniciassem os procedimentos para agentes desertores. "Por favor", Chloe concordou.

E então Chloe se inclinou e sussurrou em seu ouvido. "Ollie, acorda. Olha pra mim, Ollie."

Naquela primeira vez, Chloe passou horas observando-o através do círculo que tingia sua visão de azul. Se ela não podia estar a seu lado, o observaria desse jeito. A imagem piscou e Chloe olhou em direção à Eve, que parecia exausta mantendo o elo frágil para o outro plano.

Chloe mordeu o lábio. Com uma última olhada para a imagem de Oliver, Chloe disse, "Pode desfazer."

O círculo azul desapareceu, e elas estavam de volta ao silêncio da torre. Eve abaixou os braços. "Eu não posso sustentar por muito tempo."

Chloe secou as lágrimas do rosto. "Tudo bem. Foi o suficiente."

"Não podemos ficar aqui muito tempo. Vamos encontrar um jeito. Se estivermos longe o suficiente da sombra, eu posso abrir um portal que não será bloqueado."

Mas levou semanas até que se aventurassem a sair, e uma vez seguida da outra, a sombra se aproximou pronta para saltar sobre elas. Ela consumiam suprimentos que tinham sido estocados pelos ocupantes quando o fim da Terra das Sombras estava próximo.

Nos meses que se seguiram enquanto sua barriga gentilmente crescia, Chloe imaginava como viveria se continuasse ali. Houve uma tremulação dentro dela, e Chloe colocou uma mão sobre a pele esticada de sua barriga com o movimento.

Um dia, Eve iria embora. Chloe sabia disso tão bem quanto sabia que só havia uma razão pela qual Sombra da Noite permanecia num mundo de onde já havia escapado. Sombra da Noite tinha poder suficiente para abrir o portal. A única razão que a impedia de conseguir era por ter que segurar a mão de Chloe. E era Chloe quem tinha o que a Sombra queria. Esse dia chegou seis meses depois do início do isolamento.

"Eu volto", Eve prometeu. Chloe manteve o rosto impassível, assentiu, porque Eve tinha passado muito tempo presa quando não era obrigada. "Precisamos de alguém para manter a Sombra longe quando atravessarmos."

Eve tinha construído uma vida em seu mundo. Se Chloe não queria mais do que ir pra casa com Oliver, ela sabia que Eve tinha os mesmos sonhos. Quando a outra mulher pensava que ela estivesse dormindo, abria o círculo sozinha. Chloe espiou e invadiu sua privacidade ao ver como Sombra da Noite observava Nêmese através da névoa azul.

E se Sombra da Noite não voltasse, Chloe não poderia culpá-la - nenhuma vez.

"Eu juro que volto. Eu nunca abandono missões pela metade", Eve disse a ela.

Chloe assentiu. "Só mais uma coisa", ela sussurrou.

E quando Sombra da Noite lhe deu adeus, Chloe deu um passo à frente e encontrou Oliver parado na varanda, olhando para a cidade como se nunca a tivesse visto antes. Havia uma linda ponte iluminada sobre um rio calmo. O horizonte piscava com luzes de incontáveis janelas que espiavam de volta para Oliver Queen. Chloe estendeu a mão e tocou seu cabelo. Ele estava tão tenso, tão perdido. Ela colocou as mãos em seus ombros e pressionou, do jeito que ele amava.

Com Sombra da Noite a deixando, essa poderia ser a última vez que o via. Ele nunca saberia--

Então ela passou os braços ao redor dele e pressionou seu corpo contra suas costas.

E então ela ouviu a amargura em sua voz quando ele disse, "Se você quer me arrastar com você, devia ter tido a decência de ter atirado em minha cabeça."

Ela apertou os braços ao redor dele, fechando os olhos com força porque nas duras palavras ela ouvia o quanto ele a amava. Ele acreditava que ela estava morta, e mesmo agora, tanto tempo depois do incidente, ele a amava. Se Eve não pudesse, talvez ele conseguisse salvá-la. Ela só desejava que ele sentisse o bebê entre eles. "Ollie", ela sussurrou, bem perto, pra que ele soubesse. "Ollie, por que você não olha?"

Seu coração partiu quando ela ouviu sua resposta. "Porque você está morta, Chloe."

E então, ela perguntou. "Eu estou, Ollie?" Chloe deu um passo para fora da névoa. Ela olhou para Eve, então agradeceu sua amiga. Isso era o suficiente. "Vai", ela disse a Eve.

"Eu volto", ela prometeu novamente. Chloe assentiu, então observou enquanto Eve desaparecia para dentro do portal.

Sete dias, mas ela não estava sozinha. A sombra escura estava lá fora, cada vez mais perto, cada vez mais ousada. Enquanto seu bebê crescia parecia que a Sombra ficava mais e mais impaciente. Uma nova vida, finalmente, no planeta abandonado. A Sombra queria; a Sombra desejava. Chloe passou os braços protetoramente ao redor da barriga.

No sétimo dia ela ouviu um alto barulho, uma corrente de ar. Ela pulou do chão, assustada pelo repentino barulho num lugar que estava em silêncio por muito tempo. As portas se abriram e Chloe viu Eve entrar correndo, deixando a porta aberta.

"Nêmese está segurando a Sombra", Eve disse numa voz entrecortada. Chloe reconheceu o medo na voz de sua amiga. Mais uma vez Nêmese era a isca. Ela imaginou se Eve tinha pedido que ele se disfarçasse de Chloe. "Eles estão bem longe, mas precisamos de mais distância."

Os olhos de Eve pousaram em sua barriga. "Você consegue correr?"

Se isso significava sair desse inferno e voltar pra casa... "Eu consigo correr", Chloe respondeu. Ela colocou uma mão sobre seu bebê, que agora se mexia dentro dela como se soubesse que era a hora de algo inevitável. Eve olhou ao redor e saiu pela porta. Chloe esfregou as mãos sobre onde ela sabia que estava a cabeça do bebê, e sussurrou. "Você está indo para casa, para o seu pai."

"Chloe, quando voltarmos, Waller vai nos encontrar. Ela tem monitorado nossas visitas."

"Contanto que voltemos pra casa", Chloe respondeu. Se Waller as encontrou, isso as deixava mais perto da Liga.

Eve assentiu. "Então vamos em frente. Não pare. Segure minha mão quando alcançarmos o penhasco."

Elas correram, e o peso era uma punição. Mas dessa vez não importava. Chloe tinha um objetivo em mente. Atrás delas, longe delas, ela sabia que seu parceiro estava fazendo o melhor para manter a Sombra ocupada enquanto escapavam. Elas alcançaram o penhasco a tempo. Chloe olhou para as rochas que se projetavam lá embaixo. Era evidente que costumava haver água ali. Mas a água secou quando o planeta morreu.

"Está chegando", Eve disse tensa.

É claro que aquilo sentiu que não havia uma nova vida em Nêmese. Chloe se virou e sentiu a forma de Eve bater contra ela, empurrando as duas para o penhasco. Chloe passou um braço ao redor da barriga e segurou a mão de Eve. E então elas estavam no ar, caindo em direção às rochas afiadas. Eve abriu o portal abaixo delas, perto das rochas. Chloe fechou os olhos antes do impacto.

E então ela sentiu água ao redor dela, puxando-a para baixo. Chloe abriu os olhos e se encontrou embaixo d'água com Eve. Sua amiga nadou para longe e desapareceu, precisando voltar para Nêmese. Chloe se sentiu afundando. Ela chutou na água, se forçando a subir. Ela não viajou por duas dimensões para simplesmente se afogar. Mas seu bebê estava pesado agora, e crescer no Kansas não a tinha transformado numa forte nadadora.

Ela sentiu a falta de ar tomando conta, e em pouco tempo ela estava afundando. Chloe então sentiu mãos ásperas puxando-a para a superfície.

Quando Chloe acordou, era tudo frio e branco. Ela abriu os olhos para encontrar uma lâmpada fluorescente no teto, balançando como um pêndulo. Ela estava rodeada por paredes sem janela e uma porta fechada. Ela se sentou e suspirou aliviada.

Era uma das prisões de Waller, mas ela estava de volta. Ela esperava que Sombra da Noite e Nêmese tivessem conseguido voltar pra casa.

Não havia nada para fazer além de se sentar, e Chloe reconheceu o fato como a primeira punição de Waller. Ela estava sempre rastreando, ou lendo, ou pesquisando, ou trabalhando. Mesmo quando Chloe integrou a equipe de Waller ela foi obrigada a iniciar seu treinamento imediatamente. O silêncio mortal era o jeito gentil de Waller tirar o poder de Chloe. Chloe esperava que a equipe fosse capaz de derrubar a base do Esquadrão Suicida e soltar aqueles prisioneiros.

A porta se abriu no dia seguinte, de manhã, e Waller entrou. Chloe se sentou. Ela evitou o desejo de passar os braços protetoramente ao redor da barriga. Afinal, um Queen não se escondia com medo do inimigo. Ela daria a seu bebê esse senso de coragem, pelo menos.

"Você me traiu", Waller declarou. "Eu recebi você e tratei você como um recurso valioso, e você virou os meus melhores contra mim."

Chloe estava orgulhosa de seu desempenho, então se recusou a responder.

"Você pode ter destruído o Esquadrão por agora, mas o Esquadrão Suicida é mais do que algumas mentes que você envenenou", Waller disse a ela. A declaração encheu Chloe de orgulho. "Eu tenho a intenção de reunir um Esquadrão melhor, um Esquadrão maior. Nós temos recursos para construir uma nova base. Você vai ver, Chloe. O Esquadrão estará montado assim que todos vocês estiverem mortos."

"Mas agora, não existe nenhum Esquadrão Suicida", Chloe respondeu. Agora, a ameaça havia sido removida da vida das pessoas que ela mais amava. "Você me deu as melhores notícias."

Waller balançou a cabeça. "Você acha que destruiu algo ruim. Você não entende que o Esquadrão Suicida trabalha para manter essa nação em segurança. Essa é nossa missão. O Esquadrão é maior do que qualquer um de vocês pode compreender."

"Você não pode decidir cegamente que é correto algum oficial anônimo do governo te dizer o que é certo", Chloe respondeu. "Qualquer um com poderes tem o direito de tomar decisões sozinho."

"Você virou meus próprios agentes contra mim. Isso é tomar decisões sozinhos?"

Chloe riu. Ela permaneceu sentada na cama. "Aquelas pessoas são inteligentes o suficiente. Se eu não sou nada além de um incômodo pra você, Amanda, então você deve saber que eles decidiram se virar contra você sozinhos." E então ela parou. Ela estava cansada. Sua energia não precisava ser usada com alguém como Amanda Waller. "O que você precisa de mim?"

Ela queria arrancar a curva nos lábios de Waller. Chloe percebeu naquele momento que não havia nenhum grande plano, nada para construir, nada em que se abraçar. Waller estava meramente tirando uma peça de xadrez do caminho.

"Eu estou formando o Esquadrão Suicida. Você morreu para a única pessoa fora do Esquadrão que sabia que você estava viva." Waller deu um passo a frente e se inclinou para que Chloe pudesse ouvir suas suaves palavras. "Você não vai interromper nenhum dos meus planos novamente. Espero que você goste deste quarto. Você e sua criança vão passar a vida inteira aqui." A mão gelada de Amanda Waller descansou sobre o bebê, e Chloe imediatamente sentiu o chute. "O bebê é forte, não é? Provavelmente temos um maravilhoso agente a caminho, Chloe. Obrigada pelo novo recruta."

As palavras trouxeram uma pontada aguda de medo dentro dela, quando ela pensava que nada podia fazê-la fraquejar ou sentir medo em frente a Amanda Waller nunca mais. Ela só tinha ficado aterrorizada com a mulher quando pegaram Oliver. "Tira a mão de cima de mim", Chloe ordenou.

A mão de Waller permaneceu por outro segundo. "É melhor você ser boazinha e cooperar um pouco mais se eu precisar de suas habilidades no futuro. Você tem muito mais a perder desta vez."

Chloe não soltou a respiração até que a porta se fechasse atrás de Waller. E então ela respirou fundo. Chloe se levantou e olhou para a parede, testou a superfície, tocando, olhando, procurando. Ela alcançou a porta e puxou, certa que não se abriria.

Ela precisava escapar.

No dia seguinte, a viúva de Flag entrou no quarto. Chloe olhou para a médica, enquanto a mulher entrava e colocava um pequeno frasco sobre a mesa vazia. Ela engoliu, sabendo muito bem que a mulher já sabia que fora Pistoleiro, trabalhando com Chloe, quem havia matado Flag durante o ataque.

"Dra. Grace", Chloe disse baixinho. "Karin."

A mulher abriu a bolsa e tirou uma pasta. Chloe não podia culpá-la pelo tratamento frio. Ela imaginava se era por causa dos hormônios, ou por sua própria gravidez, mas Chloe de repente foi invadida pela culpa sabendo que Karin agora precisaria criar o filho de Flag sozinha.

"De quanto tempo você está?" veio a sucinta pergunta.

A culpa estava chegando na garganta. Quando eles surgiram com o plano, ninguém havia humanizado Flag o suficiente para pensar que um deles um dia estaria sentado de frente para Dra. Grace, ou precisaria pensar sobre o que aconteceria com o filho de Rick. "Eu não sei", Chloe respondeu. Tudo o que ela queria era abraçar a outra mulher. "Por quanto tempo eu estive desaparecida?" O tempo se movia tão lentamente na outra dimensão, quando nada precisava ser feito a não ser sobreviver.

"Rick foi morto há pouco mais de seis meses."

"Karin--"

"Então em que isso ajuda na gravidez?" a médica interrompeu. "Quanto tempo, Chloe?"

Chloe piscou, observando a médica posicionar a caneta sobre o papel. "Pouco mais de seis meses. Foi bem naquela semana."

A médica anotou a informação e mediu sua pressão sanguínea. Chloe ficou em silêncio enquanto a médica a examinava. Cada poro no corpo de Karin mostrava que ela não queria estar lá, mas Waller tinha planos para o bebê e ela sabia que Karin Grace foi forçada a atendê-la bem.

"Sua barriga está um pouco pequena pelo seu tempo de gravidez", a médica lhe disse. Ela rabiscou algumas notas e passou pra ela. "Imagino que onde Sombra da Noite levou você não havia cuidado médico."

Comida, mal havia comida lá.

"Eu deixei o remédio para você ali. Aqui estão suas instruções. Tenho certeza que você vai entender sozinha."

Chloe pegou o papel, então caminhou até o frasco sobre a mesa. Se esse era um benefício que ela ia receber de Waller, ela ia se assegurar de aproveitar. Ela comparou o conteúdo do frasco com as notas que Karin havia lhe dado, então assentiu. "Obrigada." A médica caminhou em direção à porta. Chloe acrescentou. "Eu sinto muito, Karin. Eu não - eu não pensei."

A porta se fechou sem resposta.

Com o passar do tempo, Chloe foi tirada do quarto quatro vezes para ajudar Waller a decodificar informações e analisar padrões. No segundo mês de sua prisão estava sendo levada para seu quarto. O guarda abriu a porta. O homem segurando seu braço caiu de joelhos. A seu outro lado o guarda foi atirado contra a parede.

Chloe se virou e ficou de frente para o chefe dos guardas. Ela deu um passo pra trás, segurando a barriga protetoramente. O homem deslizou a arma para dentro do coldre, e então arrumou o pescoço de seu casaco. Chloe reconheceu o gesto familiar. "Tom!" O homem sorriu, e então assentiu.

"Waller vai descobrir logo que você desapareceu. Vamos", ele disse com urgência.

Chloe segurou a mão de Nêmese, agradecida pela prova de que Nêmese e Sombra da Noite conseguiram voltar em segurança. Ela se moveu para segui-lo, e eles correram pelo corredor até alcançar as escadas. Chloe ouviu tiros atrás deles e se agachou. Eles desceram as escadas e se viraram. O coração de Chloe estava acelerado. Ela estava escapando. Ela estava escapando e Amanda Waller jamais colocaria as mãos em seu bebê.

Na metade do caminho para o outro lance de escadas, Chloe sentiu a dor rasgar em sua barriga. Ela apertou a mão de Nêmese.

"Você está bem?"

Chloe gritou e se apoiou na parede, então se encostou. Sua visão estava escurecendo. Ela lentamente se abaixou no degrau e olhou pra baixo, para o fluido que molhava sua roupa. E então, lentamente, uma linha de sangue escorreu entre suas coxas.

"Chloe", veio a voz grossa.

Ela piscou enquanto seu rosto entrava e saía de sua visão.

"Eu vou te levantar e vamos sair daqui. Preciso que você se concentre."

A dor aguda irrompeu dentro dela. Ela ouviu Nêmese falar em seu comunicador. Quando ele a pegou nos braços e se levantou, Chloe sentiu a dor aumentar em sua barriga. Chloe se forçou a abrir os olhos e balançou a cabeça. Ela não queria nada além de sair dali, mas conhecia seu corpo bem o suficiente para saber que tinha que ficar.

"Vai embora daqui!" ela disse, empurrando seus ombros.

"Nós vamos sair."

"Não!" ela disse bruscamente. Se ele insistisse ele colocaria ela e o bebê em um risco maior. "Apenas-- volte. Encontre Oliver--"

Quando ele se foi, Chloe recostou-se no patamar das escadas. Ela gritou com a dor. Quando ela olhou para o chão havia sangue. Ela olhou pra cima e viu Dra. Grace correndo pelas escadas. "Me ajuda", ela sussurrou.

Ela estava entrando e saindo do estado de consciência, e sabia que não estaria acordada durante o parto. As calças brancas de Karin ficaram vermelhas quando a médica se ajoelhou na frente dela. Chloe arfou e se manteve acordada o máximo que pôde. Ela agarrou as mãos de Karin. "Eu juro, Karin, eu sinto muito mesmo."

A médica abriu a bolsa e disse, "Fique comigo, Chloe."

Chloe jogou a cabeça pra trás. E quando fez isso, viu Pistoleiro no piso superior. Sua equipe - o Esquadrão que tinha se voltado contra Waller - tinha vindo por ela. Ela não pôde deixar de se sentir orgulhosa com essa conquista. A arma de Pistoleiro estava apontada para a médica.

"Não", ela disse suavemente. Floyd abaixou a arma e caminhou até ela. "Estamos em segurança?" Floyd assentiu. Chloe se virou para a médica. Dra. Grace estava tensa com a presença do assassino de seu marido. "Se alguma coisa acontecer--"

"Nós temos a instalação para garantir que você sobreviva. Bilhões de mulheres já fizeram isso antes, Chloe."

Chloe estendeu a mão cegamente com a dor. Ela encontrou o braço de Floyd e apertou com força. "Eu estou falando de Waller", ela disse. "Não dê meu bebê a ela." Ela olhou para Pistoleiro. "Eu juro que Oliver está cuidando de Zoe como você pediu, Floyd. Eu preciso que você encontre um jeito de levar meu bebê pra casa."

"Vamos levar vocês dois."

"Colocar uma criança em segurança é muito mais fácil do que a mim. Se você tiver a chance, aproveite", Chloe disse a ele. Floyd assentiu.

"Tem muito sangue", ela ouviu Karin dizer. "Eu preciso levá-la." A médica se virou para Pistoleiro e disse. "Vá embora. Eu vou pedir ajuda. Se o bebê estiver saudável o suficiente, eu vou deixar o berçário destrancado daqui a cinco dias." Chloe olhou surpresa para a médica. "Nenhuma criança merece crescer aqui dentro", Karin disse a ela. "O problema entre nós é um assunto de adultos, não de bebês."

"Cinco dias", Chloe concordou.

Pistoleiro saltou para baixo e desapareceu.

Ela teria cinco dias com seu bebê.

A dor se acalmou um pouco. Chloe ficou inconsciente quando sentiu os braços ao redor dela, erguendo-a e a transportando para a enfermaria.

Quando ela acordou, o corpo inteiro de Choe estava dolorido. Ela viu a médica sentada numa cadeira ao lado segurando um pequeno embrulho nos braços. "Obrigada", ela disse suavemente. Karin Grace se levantou enquanto Chloe lutava para se sentar. Ela aceitou o bebê e disse olá.

"É uma menina", Karin informou. "Eu disse a Amanda que o bebê precisa ficar com você durante os próximos cinco dias antes de ir para o berçário."

Chloe enterrou o nariz no cabelo suave do bebê. Sua filha ficaria com ela até que Pistoleiro precisasse levá-la. Ela fechou os olhos e enterrou o rosto no cobertor.

"Você quer tentar amamentá-la?"

Chloe nunca tinha pensado em família - não com Jimmy, não com Clark, não com Oliver. Mas quando o bebê fechou a boca ao redor de seu mamilo, e Chloe arfou surpresa e em seguida sentiu o gentil movimento do bebê se alimentando nela, ela não podia pensar em nenhuma outra razão para sua existência.

"Talvez não devêssemos deixar Floyd levá-la", Chloe sussurrou. "Se ele fizer isso, como ela vai comer?"

"Oliver Queen vai encontrar um jeito", Karin disse a ela. "Mas se você quer o melhor para o bebê, você vai deixá-la ir embora o mais rápido possível."

E a médica permaneceu em silêncio enquanto Chloe terminava. Chloe colocou o bebê na cama na frente dela, então gentilmente tirou o cobertor para que pudesse vê-la. Ela disse suavemente. "Como ela está?"

"Ela está pequena", a médica disse.

A gravidez não tinha sido a ideal, não onde ela estava. Mas Chloe acreditava que Oliver cuidaria dela bem o suficiente e logo ela estaria grande e forte como todos os outros bebês saudáveis. "Ela está saudável o suficiente para ser levada?"

"Ela está", Karin respondeu. Chloe suspeitava que mesmo que a médica duvidasse ela acharia que valia o risco, se fosse para tirar o bebê do alcance de Amanda Waller.

"Ótimo", Chloe sussurrou. Ela passou os dedos sobre os lábios vermelhos de sua filha. "Você vai conhecer seu papai logo." E pelo pouco que viu de Oliver, ele precisava conhecê-la também. "Você vai dizer a ele que a mamãe precisa dele, ok?"

"O nome dela?" Karin perguntou.

Ela soube sobre o bebê quando a gravidez estava bem no começo, e embora tivesse tempo ela não podia escolher um nome - não sem Oliver. Chloe balançou a cabeça. "Quando estivermos todos juntos, pensaremos em um", ela respondeu.


Parte 11

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3 comentários:

  1. essa fic é sem comentárioos. boooooooa demais
    preciso da continuação rs (:
    Caroll

    ResponderExcluir
  2. Essa fic é sem comentários [3]...
    Fê...

    ResponderExcluir
  3. ai ai amo esta fic

    Lêh

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