Coming Back Home

Título: Voltando Pra Casa
Resumo: Chloe finalmente volta para Metrópolis e mal pode esperar pra ver Oliver novamente. Mas a reação dele com sua volta não é o que ela esperava.
Autora: energis121
Classificação: PG-13




Ela parou na entrada, esperando ele se mover. Esses trinta segundos eram provavelmente os mais longos de toda sua vida.

Ela tinha entrado na Watchtower ao lado de Clark, sabendo que encontraria Oliver ali. Como sempre, ela estava certa. Ele estava sentado no pequeno sofá. Assim que Clark e Chloe entraram, ele pulou e se levantou, claramente incrédulo. Um longo, pesado silêncio tomou conta, como se nenhum dos dois soubesse o que dizer.

Clark, sutil como sempre, sentiu a necessidade de declarar o óbvio no intuito de quebrar o silêncio desconfortável: "Ei, Oliver, olha quem eu trouxe" ele disse, gesticulando em direção à pequena loira ao lado dele.

Mas Oliver não respondeu nada. Ele simplesmente ficou olhando. Depois de um tempo, ele simplesmente deu a volta e saiu da sala, indo para um dos espaços mais afastados da Watchtower. Depois de se recuperar da surpresa e da confusão, Chloe foi atrás dele. Ela finalmente o encontrou em uma pequena sala redonda onde ela normalmente deixava os equipamentos estragados. Ele estava de costas pra ela.

"Ei", ela disse hesitantemente. Ela não sabia exatamente como começar. "Achei que você ia ficar mais feliz em me ver."

Silêncio.

"Eu sei que deve ter sido difícil mas... eu estou... eu realmente não..." ela tropeçou nas palavras, sem saber ao certo como contornar o tratamento silencioso. Porque ele estava fazendo isso com ela afinal? "Mas eu estou muito feliz em estar de volta."

Silêncio.

"Sério, Ollie, fala alguma coisa" ela falou um pouco mais alto, exigindo algum tipo de explicação.

Silêncio.

"Você está tipo bravo comigo ou alguma coisa?" ela perguntou, começando a ficar irritada.

"Você acha?" ele disse entredentes, quebrando seu silêncio mas ainda sem olhar pra ela.

"O quê... por quê?" Chloe falou, sem entender porque ele estaria tão bravo com ela. Lógico, ela o tinha deixado por alguns meses mas ela tinha certeza que ele tinha entendido a carta que ela deixou pra ele. Ele sabia que ela tinha feito tudo por ele.

"Você realmente precisa perguntar?" ele falou no mesmo tom de antes.

"Sim, eu preciso!" Chloe levantou sua voz, agora ficando seriamente furiosa.

Ele finalmente se virou pra olhar pra ela, claramente chateado.

"Você me abandonou!" ele gritou. "Só isso, você pegou suas malas e me deixou aqui!"

"Eu estava salvando sua vida!" ela gritou de volta, incrédula. Como ele se atreve a ficar nervoso porque ela o deixou? Ela teve que sacrificar tudo o que tinha para salvá-lo e ele estava ressentido com ela por causa disso.

"É? E você não podia pensar em outro jeito de me salvar a não ser fingir a própria morte e desaparecer? Mesmo? Eu acho que todo o bando de felizes superheróis que você a sua disposição é inútil, certo?"

"Eu coloquei o capacete do Dr. Destino, lembra?" ela enfatizou a última palavra, como se estivesse falando com uma criança muito idiota. "Eu vi o que tinha que fazer... então eu fiz!"

"Ah é? Você coloca um capacete e mesmo não gostando do que vê, você simplesmente faz porque o capacete te disse?" ele disse sarcasticamente. "Me corrija se eu estiver errado, mas eu não me lembro de você fazer qualquer coisa sem ao menos considerar outras opções e você nunca se importou muito com fé e futuro porque essas coisas sempre podem mudar. Lembra?" ele imitou o tom dela.

Ela apertou os lábios com tanta força que não era apenas uma fina linha, enquanto a raiva fervia em seus olhos como um fogo selvagem. Se olhar matasse, Oliver seria um homem bem morto agora.

"Era a única opção", ela declarou convicta.

Ele bufou, balançando a cabeça, ignorando completamente sua afirmação. Isso a enfureceu ainda mais. Ela se aproximou alguns passos, apontando o dedo pra ele ameaçadoramente.

"Você não tem o direito, você me ouviu, não tem o direito de estar bravo comigo agora. Eu fiz tudo pra proteger esse seu traseiro ingrato e é isso que eu ganho? Eu salvei sua droga de vida tirando você daquele lugar!" ela disparou com raiva.

"É bem, talvez você devesse ter me deixado lá!" ele devolveu. "Teria sido mais fácil..."

"Ah, e lá vamos nós de novo" ela deu uma risada sem o mínimo humor, cruzando os braços sobre o peito. "Sr. Egoísta e seu desejo de morte está de volta. Achei que tivéssemos deixado isso pra trás tipo... há um ano atrás? Mas uma coisinha dá errado e você imediatamente começa a regredir. Quantos anos você tem? Três?" ela jogou com um tom extremamente venenoso.

Ele arfou, incrédulo com as palavras dela. "Uma coisinha?" ele levantou a voz. "Uma coisinha? É sério? Você chama perder você de 'uma coisinha'?"

Ela não tinha uma resposta imediata pra isso. Por alguma razão, ela não podia ficar tão brava com ele quando era óbvio que sua ausência o fez sofrer. Então, ela ficou abrindo e fechando a boca, mas nenhum som saiu. Ele também não disse nada, esperando a resposta dela. Ele estava segurando as lágrimas. Em algum lugar na mente dele, ele continuava se perguntando por que inferno ele estava gritando e brigando com ela agora? Por que ele estava tão ocupado gritando quando tudo o que ele queria era abraçá-la e beijá-la? Ele tinha sentido tanto a falta dela, era quase uma dor física não poder vê-la ou tocá-la. Era como a abstinência de um viciado em heroína. E ela estava tão perto agora... se ele levantasse uma mão e acariciasse seu rosto, ele sabia como a dor seria aliviada.

Mas então ela falou novamente, interrompendo sua linha de pensamento. "Foi difícil pra mim também, Ollie", ela disse sinceramente. "Mas eu não me deixei abater."

Ele a observou por um momento. Ele não podia evitar um pequeno sorriso. Ela era tão decidida, impetuosa. Era sempre incrível e inacreditável pra ele que um pacote tão pequeno pudesse ter tanta força e coragem. Ele sempre desejava ter um pouquinho dessa força. Ele sabia que ela estava certa. Todo o tempo em que ela esteve fora, ela esteve sozinha, escondida, impedida de usar sua própria identidade já que tinha apagado sua própria existência de qualquer banco de dados humano (e extraterrestre). E ele, por outro lado, estava ali, cercado de amigos fazendo o que ele sempre fazia e ainda assim, era ele quem estava reclamando. Ele não podia deixar de se sentir envergonhado pelo jeito como havia diminuído o valor do que ela tinha feito por ele agindo como uma criança mimada.

"Sabe", ele falou numa voz baixa sem nenhum traço de raiva, olhando para os próprios pés. "Eu só superei meu primeiro, uh... desejo de morte por sua causa. Você armou toda aquela história com Victoria, você estava lá por mim. E você me salvou. E cada dia depois daquele você também esteve ao meu lado e... eu não posso acreditar que eu estou dizendo isso em voz alta e você sabe que parece ridículo, mas é você que faz com que eu não caia novamente. Então, quando você foi embora eu... eu acho que fiquei sem saber o que fazer."

Ele então ficou em silêncio, ainda olhando pra baixo. Chloe também não disse nada. Ele sabia que ela o estava observando mas ele não conseguia olhar nos olhos dela.

Finalmente, depois de um tempo, Chloe suspirou. "Eu juro, Ollie", ela disse. "Às vezes, eu realmente sinto como se eu fosse o homem dessa relação."

À isso, ele levantou a cabeça imediatamente, quando viu que ela estava sorrindo, ele não pôde deixar de sorrir. Ele tinha sentido tanta falta desse sorriso... na verdade, ele tinha sentido falta de tudo nela. Até o jeito que ela às vezes roncava (bem alto na verdade) depois de um longo dia na Watchtower. Enquanto ela estava longe, ele pensou mais de uma vez que daria tudo para ouvir aquele ronco novamente.

Chloe deu mais alguns passos se aproximando dele, encurtando a distância que havia entre os dois. Assim que ela chegou perto o suficiente, ele lhe deu um abraço de urso, segurando-a o mais forte possível, enterrando o rosto no cabelo dela. Ainda tinha cheiro de baunilha.

"Whoa, calma aí, mulher" Chloe disse, sua voz abafada enquanto seus lábios estavam pressionados contra o pescoço dele. "Você vai esmagar minha costela."

"Ah, cala a boca", ele murmurou, sua voz levemente trêmula, o que não passou despercebido por Chloe.

"Ollie você está... chorando?"

"Não."

"Ah, tá bom."

"Me dá só um minuto, ok?" ele disse, respirando profundamente. Deus, ele tinha sentido tanto a falta dela. Ele quase sentia como se estivesse sonhando. Quase toda noite, ele sonhava com ela, com ela voltando mais precisamente. Toda vez ele se sentia muito feliz em vê-la e abraçá-la novamente. E toda vez ele acordava, abraçando somente um travesseiro. Ele não podia evitar a sensação de que fosse um sonho... porque se fosse ele acordaria eventualmente. Embora isso parecesse mais real que seus sonhos.

"Eu te dou dois", Chloe respondeu.

Enquanto ela falava, ele sentiu pequenas gotas de água escorrendo em seu pescoço.

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