Resumo: Chloe e Oliver levam Connor para a fazenda e seguem em frente com sua vida.
Autora: tennysonslady
Classificação: PG-13
Histórias anteriores:
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This Is How Walls Crumble
Bem que poderia ser dito que Lois Lane-Kent era a mais segura das duas. Certamente quando eram mais jovens o mundo imaginava que Chloe Sullivan, das duas primas, exibia mais maturidade, o suficiente para fazê-la se envolver em inúmeros problemas que precisavam da família para resolver ou chamar o general. Mas tudo mudou quando eventualmente os familiares foram perdendo contato com a garota que eles carinhosamente lembravam como a pequena loirinha intrépida de Moira e Gabe. Qualquer dia desses, eles diziam, Chloe Sullivan sumiria e ninguém mais teria notícias.
Dando razão à previsão, Chloe Sullivan se tornou nada mais do que uma distante lembrança, uma figura numa fotografia que muitos relembravam mas de quem não sabiam praticamente nada.
Lois sentou no sofá da casa em Smallville, olhando o álbum de casamento que Martha insistia em manter na mesinha de centro. Eles só iam para a fazenda quando Martha estava em casa; era muito difícil ela não estar. Mas essa era uma ocasião especial que tirou Clark e ela de Metrópolis.
Chloe Sullivan estava vindo pra casa.
Não era nada tão sentimental como seu cérebro acreditava, ela tinha certeza. Da vida como uma ocupada repórter do Planeta Diário, Lois assistia a vida de sua prima enquanto ela se desenrolava em trechos na televisão, ou nas poucas vezes em que ela e Oliver concordavam em dar entrevistas a revistas. Lógico, ela e Chloe tinham o hábito de ligarem uma pra outra para dar um alô. Depois de perder sua prima por todos esses anos Lois não ia simplesmente deixá-la desaparecer. O último número da revista Star City Life trazia Chloe e Oliver na capa, sorrindo -- e por Deus os dois eram fantásticos atores porque os sorrisos eram radiantes, como se não tivessem nada com o que se preocupar no mundo -- em frente a uma lareira que Lois duvidava que funcionasse tão bem quanto era bonita.
Quem eles estavam enganando? Eles viviam no sul da Califórnia.
Recostado contra a lareira, como um sinal da dupla identidade que Oliver revelou quando isso ainda era um escândalo, havia um arco que brilhava com o flash.
Feito para uma rainha, era a manchete. Uma tour na casa que Queen havia construído por amor.
Lois havia lido o artigo com olhos cínicos. Ela amava Chloe, adorava Oliver. Mas tinha um lugar escondido em seu coração que doía com o pensamento. Os relações-públicas de Oliver tinham um dedo nisso, ela sabia. Era a mesma equipe que havia divulgado fotos de Oliver Queen ao lado do túmulo de sua prima cinco anos atrás quando ele insistiu em não falar sobre o assunto. E ainda assim, era a mesma equipe que lidou com a revelação de sua identidade como Arqueiro Verde com um fervor que jogou os preços das ações da Queen Industries nas alturas.
A mesma equipe agora trabalhava fervorosamente para controlar a opinião do público sobre as ações escandalosas do diretor administrativo da Queen. Porque gostando ou não, Oliver Queen nunca era só sobre negócio. Ele era uma celebridade desde os tempos da Excelsior. Lois esperava que Oliver estivesse pagando muito bem esses caras.
Eles eram manipuladores exímios, sabiam como conquistar a opinião pública. E para um homem que Lois sabia tinha planos de tomar um lugar como prefeito de Star City, nunca era cedo demais para conquistar o público.
Esse era o Oliver Queen que eles pintavam como um herói atormentado. Ele tinha professado que sua decisão de vir a público foi tomada por causa de uma perda. Star City lhe estendeu a mão quando ele eventualmente se casou, teve um filho.
O divórcio tinha sido um obstáculo grande. Oliver Queen deixou a mulher que, para todos os propósitos, o ajudou a se recuperar de sua perda avassaladora.
Apenas para se mudar para uma nova casa com uma estranha.
E ali estavam eles, Lois pensou, espalhando suas mentiras para o mundo ver. Ela leu o artigo e resistiu ao desejo de ligar para Chloe.
"A casa que Oliver construiu por amor?" Lois leu em voz alta para Clark. Clark havia balançado a cabeça e implorado que ela deixasse isso pra lá. "Eu não vou. Pra começar, Smallville, Oliver Queen comprou uma casa já construída. Ele não tinha tempo para construir uma casa."
Clark murmurou, "Eu acho que eles usam a palavra casa com outro significado, Lois."
"Isso não está certo", Lois murmurou, lendo o artigo. E as falhas e inconsistências saltavam aos seus olhos, gritando e mostrando a língua pra ela no texto em preto e branco. "Ele não a conhecia e se apaixonou por ela durante uma viagem de negócios."
"Eles escreveram muito bem. Se você fosse qualquer outra pessoa, você se apaixonaria por Oliver Queen com o jeito que escreveram esse artigo."
Lois olhou friamente para Clark. "Eles fazem parecer superficial. Depois de tudo o que ela passou --" Lois parou, então clareou a garganta. Chloe merecia muito mais do que uma manchete como segunda esposa, um romance qualquer.
Quando você sabe, você sabe, era a declaração de Oliver.
E era uma falta de senso o modo como tudo era descrito. Não, esse artigo não era aceitável. Ela se sentia um pouco traída que Chloe tenha permitido que isso fosse publicado.
Mas Chloe estava indo para Smallville, fazer uma visita à Fazenda Kent com os garotos Queen. E então Lois e Clark prepararam a fazenda, porque era a primeira vez desde que Chloe havia voltado. A última vez que ela esteve na fazenda, Chloe havia acabado de fugir do Esquadrão e pego o anel da Legião.
Lois observou da porta enquanto Chloe descia da SUV preta que Oliver Queen dirigiu do aeroporto. Sua garganta apertou com a cena. Ela não sabia que seria tão sentimental. Lois rapidamente enxugou as lágrimas que pulavam em seus olhos quando viu o cabelo de Chloe refletindo o sol. Era quase meio-dia, e eles tinham acabado de sair do avião, mas sua prima estava linda.
A ausência faz o coração ficar mais aberto.
Depois da tentativa patética de Oliver de recuperar -- Lois balançou a cabeça. Ela não iria, não podia pensar naquele fracasso bem no começo da visita. Ela ergueu a mão e acenou para Chloe. Seu braço paralisou quando Chloe sorriu de volta e se virou para abrir a porta de trás do carro, então soltou o cinto da cadeirinha da criança.
O sorriso de Lois diminuiu um pouco.
Logo, ali estava um garotinho loiro correndo pela terra, e Chloe dando risada enquanto o seguia de perto.
"Tia Lois!" Chloe a chamou.
Lois colocou um grande sorriso no rosto enquanto se abaixava e recebia o garotinho. Clark saiu detrás dela e pegou o garoto, e fez cócegas sobre a camisa do menino que Lois tinha certeza, um botão custava mais do que um par de sapatos de sua marca preferida. Clark esteve com eles no nascimento de Connor. Era alguma coisa sobre ser um time. Lois não deu ouvidos, não conseguia lembrar de muita coisa da época. O que ela sabia era que Oliver parecia feliz quando os contou por telefone, e Lois havia prometido uma visita.
Era o filho de Oliver. O bebê de Dinah.
"Chloe", Lois cumprimentou com um abraço apertado. A última vez que tinha visto Chloe, sua prima estava arrasada com a revelação que tinha feito, arrasada com o fracasso de Oliver. Ela esperava vê-la ainda naquele estado, tinha se preparado para ser um ombro amigo para Chloe chorar. "Você está ótima", Lois sussurrou.
"Você parece surpresa", Chloe respondeu com um pequeno sorriso. Ela encolheu os ombros. "Essas últimas semanas -- têm sido maravilhosas."
Lois franziu a testa. "Então você está bem?", ela perguntou. "Com Connor ficando lá. Com Oliver."
"Tudo perfeito", Chloe assegurou à sua prima. Ela olhou na direção de Clark e Connor.
O garoto estava torturando Clark fazendo-o dizer o nome de todos os animais que iriam visitar naquele dia. "Spottie a vaca? Você disse Spottie a vaca duas vezes!"
Lois observou o rosto de Chloe, seus olhos brilhavam enquanto ela observava Clark explicar que muitas vacas tinham o mesmo nome. "Vamos", Lois apressou. "Eu vou te mostrar o quarto."
"Nós não vamos passar a noite", Chloe disse rapidamente. "Não trouxemos nada."
Chloe havia dito que ia fazer uma visita, então Connor poderia conhecer a fazenda. Lois havia presumido que eles iriam ficar. Sua prima, ela disse a si mesma, era uma boa atriz. Se existia um jeito de mostrar a ela que se abrir não significava fraqueza, Lois sabia que só seria possível à noite quando estivessem sozinhas.
"Vocês não vão ficar?" Clark perguntou. "Lois preparou um quarto pra vocês."
"O jatinho está nos esperando, mas se você quiser ficar, Chloe, eu ligo para o piloto."
Chloe girou. Lois sufocou um sorriso, porque independente de suas preocupações sobre como eles estavam vivendo, o jeito que Chloe virava uma garotinha animada perto de Oliver sempre a deixava feliz. Quase imediatamente Chloe foi até ele. Oliver estendeu a mão e ela pegou, como se não tivessem vindo juntos durante todo o caminho, e não tivessem se separado apenas para ele estacionar o carro.
"Nós não trouxemos nada."
Oliver sorriu pra ela. "Eu trouxe uma bolsa pra passar a noite. Está no porta-malas do carro. Eu sabia que Lois ia fazer você mudar de ideia."
Chloe mordeu o lábio inferior e o retribuiu com um beijo. Ela lançou um olhar se desculpando para Lois. "Nós temos uma coisa", ela explicou vagamente. Lois ergueu uma sobrancelha. "Dormir em casa sempre que possível."
"Pra falar a verdade", Oliver explicou. "Essa regra se aplica mais às viagens de negócios. Mesmo que seja tarde, se não tiver nenhuma reunião no dia seguinte, eu vôo pra casa."
Lois assentiu, com um sorriso permanente. Porque isso fazia sentido. Se sua prima foi capaz de desistir de sua vida inteira, da identidade, cinco anos atrás, Oliver podia aguentar perder algumas horas de sono e ir pra casa ficar com ela.
"E como isso está funcionando pra você, Oliver?" Lois o desafiou gentilmente, brincando.
Ela não perdeu o jeito que o braço dele se apertou ao redor da cintura de Chloe, ou o jeito possessivo que ele roçou o polegar em seu quadril. "Quando você tem Chloe para voltar pra casa, o tempo de viagem não importa."
E então eles estavam bem para ir e voltar de Smallville. Era como eles tinham escolhido viver a vida. Os olhos de repórter de Lois observaram silenciosamente enquanto Connor estendia os braços para a 'tia Chloe' e pedia para ver as Spotties. Chloe ergueu uma sobrancelha para Clark e ouviu a explicação sobre os nomes nada criativos dos animais da fazenda.
"Vai com ele", Oliver disse a Chloe. "Eu levo a bolsa para o quarto."
Parecia familiar, e Lois ficou levemente desconfortável quando Chloe e Clark levaram Connor, que estava pulando de alegria, para fora. Quando os três estavam fora de vista, Lois se virou para Oliver. Não surpreendentemente, Oliver simplesmente cruzou os braços sobre o peito e abriu as pernas numa posição estável.
"Você não tem uma bolsa pra pegar?" Lois perguntou.
"Tem alguma coisa te incomodando", Oliver disse, não era uma pergunta.
O sorriso de Lois era superficial. E então desapareceu. Ela passou por Oliver e se sentou no sofá. O álbum de casamento estava aberto sobre a mesinha. Ele foi até a cadeira e se sentou de frente pra ela. Eles não tinham conversado desde sua patética viagem que encerrou todos os esforços, desde a noite em que ele havia desistido. Ela tinha passado noites sem dormir, semanas, na tentativa de encontrar cada informação que pudesse ajudá-lo na viagem.
E então um dia ele simplesmente desistiu.
"Você a conheceu numa auditoria local com seus fornecedores em Gotham City; então se apaixonou por ela durante um fim de semana de reuniões com Bruce Wayne. Sério, Oliver? É isso que você está dizendo?"
Oliver se recostou na cadeira, aparentemente tranquilo. Lois não se deixou enganar por isso. Ela podia ver o tremor na mandíbula dele. "Você quer que eu conte ao mundo o que realmente aconteceu? É isso que você espera?"
"Ela não merecia ser pintada como uma destruidora de lares, como se ela fosse a razão para você e Dinah não voltarem." Embora Chloe realmente fosse. Mesmo enquanto falava, Lois sabia que era ela que estava soando irracional, que não estava fazendo sentido. Ela fechou os olhos e massageou a ponte do nariz. "Eu só-- eu só não vou perder minha prima novamente."
Quando ela abriu os olhos, o assento estava vazio. Lois foi até a janela e viu Oliver caminhando na direção das cercas onde Clark estava guiando gentilmente um pônei, com Connor alegremente fingindo que era um caubói. Oliver os chamou alegremente. Chloe se virou e quando Oliver a alcançou ele se inclinou e lhe deu um beijo. Mesmo à distância Lois podia ver o sorriso de sua prima. E então, Oliver tirou um par de óculos escuros do bolso e o colocou sobre os olhos de Chloe.
Lois olhou novamente para a fotografia de sua festa de casamento, seu olhar vagando por todos os rostos ali. Os amigos de Clark. Sua família. Sua irmã.
Todos estavam na foto, e o momento jamais poderia ser recriado. Não, aquele era o seu casamento, o dia mais importante de sua vida. E Chloe não estava lá. Ao invés disso, ele estava, no canto, atrás de sua mulher grávida, a aliança de casamento no dedo. Lois nunca tinha visto um sorriso tão vazio em toda sua vida.
Ela respirou fundo e se juntou aos demais. À sua chegada, Oliver acenou com a cabeça. Chloe se afastou de Oliver e passou os braços ao redor de Lois.
"Olha pra ele!" Chloe disse orgulhosa, quando Connor conseguiu ficar na sela enquanto o pônei trotava.
Lois assentiu. Connor Queen era impressionante aos quase três anos de idade. Nada menos podia ser esperado do filho de duas lendas. Ela observou enquanto sua prima tirava fotos com o celular de Connor em seu primeiro passeio de pônei.
"Eu te amo. Você sabe disso, certo?" Lois disse suavemente.
Chloe virou a cabeça e sorriu pra ela. "Eu também te amo, Lois."
Quando Chloe voltou a observar Connor, Lois sentiu os olhos sobre ela. Ela se virou e encontrou Oliver olhando pra ela. Lois encontrou seu olhar teimoso.
"Ollie, fala para o Clark que já está bom!" Chloe pediu.
"Ei, Escoteiro!" Oliver chamou. Ele fez um gesto para ele parar. "Vamos, Connor. Vamos ajudar o tio Clark a alimentar as galinhas."
Era uma atividade que Chloe havia declinado. Eles nem chegaram perto das galinhas quando Chloe reclamou do cheiro. Lois entendeu perfeitamente, porque o cheiro do galinheiro deixava sua pele arrepiada.
"Tem certeza que você quer alimentar as galinhas, Connor? Tá um cheiro estranho aqui", Chloe disse ao garotinho.
"Eu quero", Connor disse. "Você pode ficar na casa, tia Chloe, assim você sente o cheirinho gostoso." Ele olhou para seu pai e sussurrou alto o bastante para todo mundo ouvir. E agora Lois sabia que Connor ia dar um perfume para Chloe em seu aniversário.
"Eu confio em você para não me dar o mesmo perfume de Dinah", Chloe disse brincando para Oliver quando eles se separaram.
Chloe ajudou Lois a preparar o almoço. Preparar era um pouco exagerado. Lois tinha pedido comida e as primas passaram o tempo desembrulhando e aquecendo, arrumando a louça na mesa. Lois viu sua prima pegar o purê de batatas e amassar um pouco num prato. Chloe pegou feijões pretos e fez olhos com eles, pegou pedaços de cenoura e fez uma boca, e então fez um buraco no centro para ser o nariz.
"O que você está fazendo?"
Chloe encolheu os ombros, então disse. "Connor gosta de brincar de faz de conta."
"Imagino que deve ser uma coisa da família Queen", Lois falou baixinho.
Chloe parou. Ela colocou o prato na mesa. Ela piscou para Lois. "O que isso significa?"
Lois teve que se lembrar que ela estava fazendo isso por Chloe, porque isso -- o que quer que fosse -- era inaceitável. Era a negação em sua plenitude. Mais cedo ou mais tarde ia implodir.
Ela conhecia Chloe desde que era criança. Ela tinha limpado o nariz da garota mesmo sendo apenas uns dois anos mais velha. Ela esteve do lado do marido de Chloe quando ela não podia. Ela conhecia essa garota. Isso não era certo.
"Eu vejo você na TV quando eles mostram a acompanhante de Oliver, quando você está no fundo ou esperando pacientemente do lado. Às vezes eles mostram fotos de você com Connor, e parece que você está levando seu filho no parque. Você vai a eventos de caridade e ri com os amigos dele." Lois acenou com a cabeça na direção da pilha de revistas no canto, em cima, a que tinha Chloe e Oliver na capa.
Chloe lambeu os lábios. "Você me vê vivendo minha vida. Não é como se eu quisesse ser vista em todo lugar. Não é o ideal. Mas nada é."
"Você está fingindo que está tudo bem", Lois disse gentilmente. Lentamente, ela caminhou até Chloe e pegou suas mãos. Ela não queria que Chloe se sentisse atacada, ou julgada. "Você está fingindo que esqueceu. Você não está fazendo nada."
"O que eu estou fazendo é seguir em frente", Chloe insistiu.
"Você segue em frente quando termina o namoro, Chloe. Você segue em frente de um ex-namorado." A voz de Lois ficou mais firme. "Você não segue em frente depois de perder um bebê."
Houve uma imperceptível mudança no olhar de Chloe. Lois a viu engolir em seco. Quando ela viu as lágrimas surgirem lentamente Lois se arrependeu de suas palavras.
"Já chega, Lois." Ela olhou para a porta e viu Oliver. "Você não pode nos fazer sentir culpa."
Chloe respirou fundo tremulamente. Ela afastou as mãos de Lois. Ela pressionou as mãos nos olhos e respirou várias vezes para se acalmar. E então ela olhou de volta. Chloe falou para Clark. "Você pode levar Connor para o banheiro? Eu vou trocar a roupa dele." Para Oliver, ela disse, "Estamos voltando pra casa."
Chloe foi para o quarto pegar uma troca de roupa. Lois resistiu ao desejo de ir atrás dela.
Ela se virou para Oliver. "O que aconteceu com vocês dois?" Lois sussurrou. "Ela não pode viver em negação. Isso é o que ela é. Mas você não parou até se vingar pela morte dos seus pais. Agora você de repente desiste e começa a viver uma farsa?"
Oliver balançou a cabeça. "Eu sei que você a ama, mas você não ideia de como é nossa vida. Você não tinha o direito de confrontá-la daquele jeito."
"Alguém tem que continuar então", Lois disse, não desistindo. Ela tinha passado incontáveis horas pesquisando, porque ninguém mais estava fazendo isso. "Eu encontrei uma pessoa que pode mandar mensagens para o futuro, Oliver. Esqueça as pessoas que nos ajudaram da última vez. Nós mandamos uma mensagem para Rokk, e então--"
"Pára", Oliver interrompeu.
"Por quê?" foi a exigência de Lois. "Por que você quer desistir, Oliver?"
"Nós nunca vamos pegar aquela criança de volta. Ela não era nossa, Lois. A nossa está morta", ele disse dolorosamente. "Chega."
"Tá bom", Lois disse. Ela lutou contra as lágrimas que surgiram em seus olhos. Ele estava certo. A sobrinha com a qual ela havia sonhado em resgatar tinha ido embora. Mas com o sofrimento vem algo mais forte. "Então faça alguém pagar por isso."
Oliver travou a mandíbula. Ele fechou os olhos com força "Chloe e eu-- nós queremos seguir com a nossa vida, Lois."
Ela descansou uma mão no braço dele. "Você sabe, Oliver, que esse é o único jeito de fazer isso."
De volta para casa, mais tarde naquela noite, Oliver encontrou o quarto vazio. Ele sentiu a brisa vinda das janelas abertas. Ele viu Chloe parada na varanda olhando para o céu de Star City.
Ele foi para a varanda e ela virou a cabeça levemente. Oliver parou atrás dela e passou os braços ao redor de sua cintura. Ele enterrou o nariz em seu cabelo.
"Lois ligou", ele sussurrou em seu ouvido.
Ele sentiu ela respirar fundo. Ela sussurrou de volta para relembrá-lo. "Pára na porta da frente, Ollie." Então ele assentiu e apertou os braços ao redor dela. "Eu tenho uma coisa pra te mostrar." Ela se virou nos braços dele e a silhueta de seu rosto ficou iluminada pelas luzes brilhantes da cidade.
"O que você quer me mostrar, Chloe?"
Ela estava linda. Ele se maravilhou por ter conseguido sobreviver meia década sem ela.
Chloe lhe deu um sorriso, então ergueu a mão. Oliver relutantemente desviou seu olhar dos olhos dela e viu. E sentiu todo o peso em seus ombros irem embora.
O anel brilhou no dedo dela.
"Estamos seguindo em frente", ela disse a ele.
"Quando?"
"Esta noite."
Os olhos dela brilharam. Eles estavam seguindo em frente, porque se amavam. Deixando o passado pra trás; deixando vir o amanhã.
"Você pode fazer isso acontecer?" ela disse suavemente.
Era duas da manhã quando o oficial da cidade chegou na casa deles. Oliver balançou a cabeça ao vê-lo rodeado por Bart e Victor que tinham chegado a tempo e decorado o lugar com as flores que encontraram em Star City naquela hora da noite, mas Chloe não se importava com o estado do buquê.
Caixas de pizza empilhadas sobre a mesa, e ao invés de um bolo de casamento eles dividiram um pote de sorvete.
Sem aviso, sem cobertura da imprensa. Sua equipe de relações-públicas ia enlouquecer no dia seguinte quando descobrisse, ele pensou. Ele estava usando um jeans e uma camiseta preta, e ela estava usando uma saia e uma blusa na qual já tinha sido vista fazendo compras com Connor na semana anterior.
"Assim está bom?" Oliver perguntou. Porque essa era a culminância de anos de ganhos e perdas, um símbolo de seu amor. E era isso.
Chloe olhou ao redor, a equipe incompleta, sua família ausente, Connor adormecido no quarto, e assentiu. "Está perfeito."
Era assim que eles viviam suas vidas.
"Faremos um maior depois", ele prometeu a ela.
Ela deu de ombros, sorrindo de orelha a orelha, e disse a ele que não era necessário. Quando ela disse, "Eu aceito", ele flutuou.
É assim que começa.
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Fiquei com dó da Lois, pq eu entendi o ponto de vista dela... é engraçado, pq a gente entende o posicionamento e as ações dos dois lados... Não dá pra dizer que um tá mais errado ou mais certo que o outro, e os dois lados acabaram se magoando...
ResponderExcluirSofia
tb me sinto mal pela Lois...
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