Resumo: Se ele conseguisse, em quinze minutos seriam uma família.
Autora: tennysonslady
Classificação: PG-13
Histórias anteriores:
This Is How Marriages End
This Is How Families Grow
This Is How Friendships Last
This Is How Oliver Survives
This Is How Lois Becomes
O dia não acabava, cada segundo era crítico. No trabalho que faziam, a missão que tinham aceito, vida e trabalho se misturavam e se adaptavam. Enquanto saía do escritório de Oliver Queen, Chloe sentiu a rápida vibração do celular em seu bolso. Ela viu o pedido de assistência e respondeu. "Cinco minutos e eu estarei conectada."
"Chloe."
Ela olhou pra trás, e sorriu quando a cabeça loira apareceu. O sorriso no rosto dele arrancou um sorriso dela também. Ela ergueu as sobrancelhas, esperando que ele dissesse mais alguma coisa. Ele não disse. Os dois sabiam que a equipe era mais importante do que tudo que ele podia pensar em dizer para mantê-la ali.
"Eu vejo você depois", ela disse se despedindo.
Chloe andou pelos corredores e ouviu a secretária de Oliver Queen dizer. "Às três horas, Sra. Queen! Eu vou lembrar a ele."
Chloe lhe deu um sorriso agradecido. Ele nunca se esquecia. Ainda assim, fazia Emily se sentir útil ao mostrar para seu chefe que ela dava conta de todas as tarefa. Para uma assistente de um executivo milionário, Emily certamente era muito boa. Eles provavelmente trabalhavam mais num dia, do que Emily em um mês inteiro. Mas, a jovem não tinha um segundo trabalho como eles.
Ela finalmente chegou no estacionamento. Dentro de poucos minutos um carro preto parou na frente dela. Chloe entrou no banco de trás e assentiu para o motorista. "Eu preciso pegar algumas coisas na loja." A repartição entre o motorista e o passageiro foi erguida. Assim que ela teve privacidade, Chloe abriu o computador e se conectou à rede.
"Watchtower online", ela falou baixinho. Chloe observou os pontos aparecerem em seu monitor, ouviu a luta, e a respiração pesada.
"Bem-vinda à festa", arfou uma voz masculina. "Atrasada de novo."
Chloe revirou os olhos. "Não é como se você realmente precisasse de mim, Pistoleiro." O homem mal aceitava as ordens de Waller, imagine as dela. "Você atingiu o alvo?"
Os tiros pararam. Dessa vez foi Flag quem falou. "Por que você precisa perguntar?"
"Estou tentando saber se a missão está completa", ela disse à sua equipe.
"Eu me sinto insultado por você perguntar isso", falou o sulista.
"Watchtower desligando", ela disse à equipe. Quando a missão era de alto nível e pedia a presença de Rick Flag, precaução nunca era demais. Ainda assim, eles tinham pedido ajuda e ela tinha oferecido. Não era como se ela e Nêmese tivessem que de fato participar disfarçados da missão.
Ela fechou o laptop e o colocou de lado, então olhou para a movimentada cidade enquanto passava. Ela e Tom estavam melhores nessa tarefa. Isso era possível com o luxo que a identidade de Oliver Queen podia fornecer. Primeiro, quando Tom produziu a máscara que ele usaria durante anos ela evitou olhar. Agora ela mal conseguia se lembrar do verdadeiro rosto dele. Tom Tresser não era um mestre dos disfarces sem razão. O que começou como um golpe para evitar ramificações da morte de uma figura pública se transformou numa inesgotável fonte de recursos para o Esquadrão Suicida.
O carro parou na frente da loja, e como uma boa dona de casa ela fez as compras e pagou com seu cartão. O supermercado entregaria as compras dentro de um dia. Ela podia fingir que cozinhava enquanto o chef contratado eram quem fazia o bolo. E então como era rotina, Chloe parou nos destinos de sua lista. Durante horas ela ficou na biblioteca pública, estudando as informações que o governo deixou para a próxima missão da equipe.
Era duas da tarde quando o telefone vibrou, em seguida o alarme silencioso. Chloe fechou as informações e se certificou de apagar todas as mensagens em código. Ela se levantou e mandou uma mensagem para o motorista. Um sorriso surgiu em seus lábios. Estava na hora. Era a hora do dia que ela mais gostava. Chloe andou devagar na frente da saída da biblioteca.
Para sua surpresa, ela o viu parado nas escadas.
Transeuntes olhavam pra ele. Estranhos observavam sua expressão, sua postura. Ele devia ter alguma coisa muito importante para falar com ela.
"Oliver", ela disse, usando o nome para alertá-lo da atenção das pessoas ao redor. Ela odiava usar o nome. "O que você está fazendo aqui quando deveria estar no trabalho?" ela perguntou. Chloe tinha acabado de sair de seu escritório e eles tinham combinado a hora.
Ele arregalou os olhos, como se não estivesse esperando vê-la ali. E então deu aquele sorriso apaixonado que arrancou um dela também. "Eu senti sua falta", ele disse, a voz um pouco rouca, o tom um pouco diferente.
"Eu sei", ela confirmou. Chloe olhou para o relógio. "Você está muito adiantado." Ela o observou respirar, e fez uma nota mental de pedir pra ele fazer um checkup depois. A respiração dele parecia difícil, e depois da perda que tinham sofrido recentemente para a hiperativa força que se chamava Liga da Justiça, ela se certificava de que cada membro de sua equipe estivesse cuidando bem da saúde e tratando possíveis doenças. "Tem alguma coisa errada?"
"Não", ele insistiu. E ela se aproximou e ele colocou as mãos nos quadris dela. Chloe congelou, seus olhos vagando entre o público que Tom tinha reunido. Ele não dava espetáculos, mesmo tendo se tornado Oliver Queen. E então ele se aproximou e ela podia jurar que ele tinha roçado o nariz em seu cabelo. "Eu só queria ver você."
"Você quer vê-la", ela declarou. Porque todo mundo sabia que ela o tinha na palma da mão. E então ela ergueu as sobrancelhas com um sorriso, desafiando-o a negar. "Faltava só uma hora e você não conseguiu esperar."
Ela viu a garganta dele trabalhar. Ele assentiu, então admitiu. "Eu quero muito vê-la."
"Tudo bem. Eu posso conversar com a professora dela." Chloe estendeu a mão. "Vamos."
Ele parecia confuso, perdido, enquanto olhava pra ela. Mas a oferta de passar um tempo com a menina foi suficiente para fazê-lo dar a mão pra ela. Ela pegou sua mão e o puxou para dentro do carro. Assim que estavam lá dentro, ela estreitou os olhos pra ele. "O que está acontecendo com você?" ela perguntou.
Ele franziu a testa, então respondeu, "Como assim?"
Chloe olhou pra ele. Havia algo estranho em sua voz, no jeito que ele olhava pra ela. Enquanto iam para o carro ele quase passou direto. O carro foi ligado. Ela não sabia por onde começar. "O que você está vestindo?" Ele se olhou. Ela continuou. "Você teve tempo suficiente para se trocar desde que eu saí do seu escritório. Você planejou sair mais cedo pra começar." Chloe mexeu em sua bolsa frustrada. Ela pensou que eles tivessem se entendido e combinado. Antes de vê-las ele tinha que ter trocado de roupa. "Não está aqui", ela disse. Já que ele não estava usando a blusa de gola alta.
"O que tem de errado?" ele perguntou enquanto o carro parava na frente da escola.
Chloe abriu a porta e olhou de volta pra ele. "Você não tirou sua máscara, Tom. Sabe, mesmo sabendo, Regina não gosta de ver você assim."
"Assim como?" ele sussurrou.
"Como o homem que ela sabe muito bem que tentou nos matar", Chloe devolveu. Quando eles chegassem em casa, ela ia conversar com ele. Mas Regina já tinha visto o carro, e já estava correndo para o portão. "Criada como foi, você pode culpá-la?" Sua voz era mais gentil.
Chloe manteve o sorriso no rosto enquanto saía do carro e se virava para os portões. Ela acenou para Regina e sorriu. Ela olhou de volta na direção do carro e disse, "Vem." Ele foi para o lado dela e Chloe falou, "Me lembre mais tarde que precisamos conversar sobre Moscou. O plano está péssimo, Tom. Eu queria que Waller deixasse eu elaborar os planos ao invés de Rick. Eu não gosto dele arriscando sua vida."
Eles se aproximaram do portão e ele se abriu para a pequena de quatro anos correr para seus pais. Chloe parou a conversa e correu em direção à filha, rindo com o jeito que ela batia as sandálias no chão. A área era segura. O dinheiro de Oliver Queen comprou a segurança que a menina precisava. Desde há muito tempo ela lembrava dos auto-chamados heróis perseguindo cada um deles.
"Reggie!" ela chamou.
"Mamãe!"
E Chloe pegou sua garotinha no colo e a girou num abraço apertado. E então elas pararam, a menina deu uma olhada para a companhia da mãe. Tom deu um passo à frente e estendeu os braços pra ela, mas a garota não quis ir com ele. Chloe suspirou. "Está tudo bem, docinho. Lembra do nosso segredo. Você confia em mim, não é?" Chloe olhou para o homem que parecia cada centímetro com o Arqueiro Verde. A ameaça não existia mais, exterminada com sua própria arma. Ela disse para sua filha. "É o papai, Reggie. Vai. Vai com o papai."
Quando eles chegaram em casa, Chloe ligou o computador em seu escritório e olhou pela porta que dava de frente para o quarto de Regina. Tom, estranhamente ainda com o rosto de Oliver Queen além do necessário, estava sentado ao lado de Regina no chão.
Mesmo sem dizer uma palavra, Tom mostrou a ela que estava preocupado com Moscou¹. Ninguém no Esquadrão se atrevia a chamá-lo pelo nome. Para todos os outros ele era Nêmese, mas pra ela e Regina ele seria sempre Tom. Em frente ao público elas o chamavam de Oliver. Ou papai. Mas mesmo com a longa tarefa, mesmo ele sendo o único homem que Regina conhecia como pai, ele não passava muito tempo assistindo vídeos do Barney cantando numa fazenda, ou pulando e de boca aberta. Chloe observou o jeito que ele olhava para sua filha como se ela fosse desaparecer.
Waller era uma vadia.
Cada nervo dele mostrava tensão, perda, desespero. Ela ia mandá-lo para Moscou pra morrer. Tom sentia. Ele estava aproveitando cada momento com Reggie como se fosse a última vez que a estivesse vendo. Chloe olhou para o computador e viu uma mensagem da Rainha Branca. Ela fechou o computador. Ele olhou pra ela com o sorriso de Oliver Queen, escondendo o nervosismo que ela sabia que estava ali.
Cinco anos com o Esquadrão, e alguns deles eram cruéis o suficiente para brincar com um passado que ela mal se lembrava. Em algum momento de sua vida ela tinha se apaixonado por este rosto, pela promessa de Oliver Queen. Em algum momento de sua vida antes dele se virar contra ela e o Esquadrão salvá-la. O bastardo tinha um sorriso lindo, ela pensou, olhando de volta para Tom disfarçado.
Ele olhou para Regina, então beijou o alto de sua cabeça. Ele sussurrou pra ela, e Chloe ouviu a resposta porque sua filha não escondia nada no mundo. "Eu também te amo, papai", ela disse de coração do jeito que as crianças respondem quando estão absorvidas pelo programa que está na TV.
Chloe fechou os olhos. Ele estava dizendo adeus.
Ele entrou no escritório. Chloe olhou pra ele e falou alto dessa vez. "Waller é uma vadia."
"E você continua trabalhando pra ela", ele disse de volta.
Ela se levantou e caminhou até ele, pegou sua mão nas dela. A mão dele estava fria, então ela segurou com mais força. "Quando nos conhecemos, quando eu não conseguia lembrar de nada depois de ser torturada pela Liga da Justiça", ela o relembrou. Era uma lembrança querida, porque o tempo todo ele ficou em silêncio enquanto o Esquadrão entrava e saía da sala. Ele foi a última pessoa a conversar com ela antes dela concordar em ficar. "Você me disse que você trabalhava com ela porque o Esquadrão salvou sua vida. Eles fizeram o mesmo por mim."
O dia em que ele se tornou Oliver Queen, a hora em que ele colocou a máscara, ele pagou tudo o que devia. Os recursos do bilionário iam para as mãos do Esquadrão. Eles se tornaram uma força auto-sustentável.
O dia em que ele se tornou Oliver Queen, ela visitou o túmulo anônimo e se ajoelhou. As lembranças eram poucas, distantes. Mas o dia em que Tom Tresser vestiu o rosto de Oliver Queen, Chloe relembrou uma noite em que o arqueiro estava diante dela, se empurrando contra ela, deixando-a louca. Ela estava na frente da janela da Watchtower e seu coração estava disparado.
"Eu trabalho com ela porque você não se afasta", ele tinha dito a ela.
Quem se afastaria do Esquadrão Suicida quando suas lembranças te dizem que sem ele você poderia ter morrido?
"Não vá para Moscou. Por favor."
Pouco a pouco, nos quatro anos em que fingiram, as lembranças voltavam. Pequenas visões de beijos, de sussurros contra sua pele nua. Um grito de amor desesperado. Pouco a pouco, ela sabia, apontar uma arma e esvaziá-la em Oliver Queen era um programa que ela odiaria perder.
Chloe levou a mão até o rosto dele. Ela olhou pra ele. Seu olhar desceu até os lábios dele. Quando ele se abaixou, ela se virou.
Os olhos sobre ela eram confusos.
"Você o amou."
Chloe lambeu os lábios. Ela olhou para Tom, para a pequena traição nessas palavras. "Amei."
"Pense em mim como Oliver Queen", ele sussurrou, sua voz urgente agora.
"Isso é doentio", ela disse, sem repulsa. Ele ia usá-la para aplacar seu próprio temor em uma missão que os dois sabiam que ia falhar. Ela demorou os dedos no rosto dele. Isso era uma máscara. Essa era uma máscara de horror, um fantasma do que ela tinha feito, a lembrança do que ela jamais poderia perdoar.
"Me agrada", ele disse suavemente. "Se eu fosse Oliver Queen, o que você diria a ele?"
"Você sabe o que eu diria", ela falou. "De todo mundo, você é o único que me conhece, Tom."
"Oliver", ele a corrigiu. "Me fala."
"Eu diria que você foi um bastardo por ter nos dado as costas. E então eu diria que eu te odeio por ter nos abandonado", ela disse, sua voz trêmula. Cada palavra gritava pra ela que era mentira. Os últimos cinco anos tinham lentamente, deliberadamente provado que ela estava errada.
"Como se eu fosse Oliver Queen, Chloe."
Ela sussurrou. "Eu sinto muito ter tirado sua única chance de consertar tudo." E então. "Eu sinto muito por ter te matado."
E então, sem preâmbulo, ela o agarrou e o beijou com força, seu dente batendo no dele com a força do desejo e do desespero. Foi ele quem se afastou.
Ele respirou fundo. "Eu vou tomar um banho", ele disse resfolegando.
~o~o~o~
Oliver Queen acordou.
O medo estava instalado na boca do estômago.
Ele olhou para a cama vazia ao seu lado. Durante a noite ele tinha acordado com Chloe em seus braços. Ela se afundou na pele dele. Cuidadosamente ele tentou soltar seus braços dos dela. Mas senti-la era tão bom, tão maravilhoso, e ele tinha sentido tanto a falta dela.
Chegar nesse universo tinha sido quase por acaso. Mas eles tinham tentado tantas vezes e ele quase morreu em cada uma delas. Ele tinha adquirido um novo respeito pela Legião por ter feito a maldita coisa parecer mais fácil do que comprar uma passagem pela internet.
Caindo nesse bolso do tempo que ele precisava já era uma vitória. E então, Oliver precisava observar, montar uma estratégia, planejar. Era uma coisa na qual Chloe era boa. Ele aprendeu com ela. Encontrar a Liga da Justiça ativa nesse universo tinha sido uma grande surpresa, saber a razão era um choque.
Oliver Queen tinha dado as costas ao Arqueiro Verde e apoiado o Esquadrão Suicida, e eles se juntaram para entender o porquê. Depois de uma explicação que o deixou no chão depois de AC lhe dar um soco, Victor percebeu que seria uma mentira muito absurda para se inventar. E assim Oliver ganhou seus olhos e ouvidos. Dentro de uma semana, o máximo de tempo que o Senhor do Tempo tinha lhe dado, ele estava pronto pra agir.
Regina. Chloe o odiava, já que o programa do Esquadrão Suicida ainda era forte em sua mente, mas ainda assim ela lhe deu o nome Regina. Rainha. Queen.
Essa era a Chloe num mundo onde ela havia escolhido a filha ao invés dele, embora inconscientemente. Ainda assim, essa era sua Chloe. Não importa em que tempo, não importa em que dimensão ele estivesse, ela era dele.
Ele respirou fundo. Em casa ela estava lhe esperando. Agora ela devia estar desesperada. Ele e Lois não avançavam muito, mas eles tentavam de todo jeito fazê-lo chegar ali até que Chloe ficou cansada de protestar. Em cada uma dessas vezes ele tinha quase morrido.
Toda vez ele se recuperava, e ela o enchia de beijos, e implorava. "Me diz que essa foi a última vez, Ollie."
Cronos² quase o rasgou em mil pedaços e os espalhou pelas dimensões.
Gladiador Dourado³ mandou Rip Hunter* e os Homens Lineares** atrás dele como se ele fosse um paradoxo do tempo a ser resolvido.
Quando tudo falhou, Oliver desistiu do conceito de tempo e dimensões. Eve Eden o levou para a desolada e morta Terra das Sombras até ele acordar no limite da sanidade.
E Chloe olhou pra ele da porta do quarto, fria e silenciosa. Ela se virou e se afastou.
Ele não tinha ido até o inferno e voltado pra nada. Ele se agarrou à imagem em seu coração quando ele caminhou pelo corredor e parou do lado de fora do quarto da criança. Quando ele voltasse para casa com a filha deles, ela veria. Tudo valeria à pena no final. Um quarto de hora, ele pensou quando viu o relógio. Quinze minutos e eles seriam uma família. O Senhor do Tempo tinha lhe dado bastante.
Oliver abriu a porta e viu Chloe parada com Regina nos braços. Ela sorriu e acenou para ele entrar. "Ela teve um pesadelo", ela falou suavemente.
"Deixa eu segurá-la", ele disse. Treze minutos, ele pensou. Em treze minutos, contanto que ele a segurasse, tudo ficaria bem.
Chloe hesitou. Ela deitou o rosto na cabeça da menina, e Oliver se maravilhou do quão lindas elas eram, mãe e filha e seus cabelos dourados. Ele tinha entrado num conto de fadas. Ela sorriu, e ele se forçou a lembrar que Chloe esperava por ele em casa.
Onze minutos.
"Vamos terminar o leite dela."
Oliver observou quando Chloe sentou na enorme cadeira de balanço no canto do quarto. Regina, aos quatro anos, cabia facilmente nos braços da mãe quase como um bebê. Ela ainda era um bebê, ele percebeu. Ele imaginou Chloe naquela cadeira alimentado uma criança, desejava ver, sabia que ela pareceria uma deusa.
Chloe colocou a mamadeira vazia no assento.
Sete minutos.
"Deixa eu segurá-la", ele pediu.
Chloe olhou pra ele incerta, então assentiu. Oliver estendeu os braços para a adormecida Regina e a segurou em seus braços, a abraçou com força. Ele não a soltaria. Quando chegasse em casa, ela veria. Ela saberia que tudo o que tinha feito tinha valido à pena, seja lá que inferno ela tivesse visto quando estava perdida no tempo. Ele quase se matou por esse pedaço de felicidade.
Cinco minutos.
Ele amava Chloe.
"Ela é o meu mundo", Chloe disse suavemente, com um sorriso. "Obrigada."
Três minutos.
E ele não tinha ideia se ela estava falando para Thomas Tresser pelos anos que ele cuidou delas vestindo o rosto de Oliver Queen, ou se ela estava agradecendo a ele. Os dedos dela se demoraram um pouco no rosto dele, sentindo-o, tocando-o.
Então ela o abaixou para um beijo.
"Chloe", ele sussurrou.
Um minuto.
"Depois do que eu me tornei, Oliver, ela é a única razão pela qual eu estou viva", ela sussurrou.
Segundos passando em sua cabeça enquanto ele segurava sua filha.
Trinta segundos.
Seus olhos verdes brilharam enquanto ela olhava pra ele. Ela não se moveu, e ele reconheceu a aceitação em seus olhos. Se ele a levasse, era porque ela merecia.
"Saia do Esquadrão", ele disse, entredentes. Ela assentiu desesperada.
Vinte segundos.
"Você pode confiar em Tresser", Oliver declarou, seu cérebro trabalhando rápido, lembrando que foi Nêmese quem tirou Chloe -- sua Chloe -- do quartel do Esquadrão Suicida e a levou de volta para Smallville. "A Liga da Justiça. Conte tudo a eles. Eles vão te ajudar, Chloe."
E ela estava chorando, em pânico.
Cinco segundos.
Oliver se virou para sua filha, e beijou seu rosto.
Ele olhou de volta para Chloe. Ele estava tentado a segurá-la, mas duas da mesma pessoa vivendo juntas no mesmo plano as destruiria, elas não teriam consciência, seus corpos seriam desintegrados.
Três segundos.
"Por favor", ela sussurrou, estendendo os braços.
Dois segundos.
Oliver colocou sua filha nos braços dela. Ela se abraçou com força à menina.
Um segundo.
Oliver se inclinou sobre ela e sussurrou. "Não foi culpa sua." E em seguida ele estava rodeado pela luz brilhante.
Ele abriu os olhos e se encontrou no meio do esconderijo. A primeira pessoa que ele viu foi Lois, que parecia derrotada quando ele voltou de mãos vazias. Clark olhava para os próprios pés, e em seguida caminhou até sua mulher para levá-la pra casa.
Finalmente, Oliver se forçou a olhar para a figura sentada sozinha no sofá, observando-o. Ele sentou ao lado dela, descansando os cotovelos nos joelhos, os ombros caídos. "Eu sinto muito."
"Cada vez que eu viajei no tempo, eu sabia que podia morrer", ela disse suavemente.
Mesmo nas viagens mais bem calculadas, nunca se sabia onde e quando aconteceria a aterrissagem. Mas eles estavam perdendo uma criança, e ela estava salvando a vida dele.
"Me diz que essa foi a última vez", ela disse suavemente.
Toda vez ela pedia isso, ele não podia se comprometer. Em algum lugar, ele sabia, sua filha estava perdida. Desta vez ele disse. "Ela está lá. Eu não podia pegá-la. Não dela", ele sussurrou. Não de você.
E então ele a sentiu, se enterrando no abraço dele. Oliver abriu os braços e os passou ao redor dela. Ele respirou fundo e fechou os olhos. Ela tinha escondido seu afeto, se fechado em si mesma. E agora ela estava lá, em seus braços. Ela beijou seu pescoço, jogando seu corpo contra o dele. "Nós vamos ficar bem", ela disse. "Só nós dois, Ollie. Connor. Nós temos Connor. Nós vamos ficar bem", ela disse num sussurro.
As palavras, soavam esperança e derrota.
"Nós vamos ficar bem", ele concordou, sua voz mais forte, sua resolução mais firme. "Eu vou garantir que fiquemos bem."
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¹ Missão Moscou - Nos quadrinhos Nêmese é mandado para uma missão de resgate em Moscou, que acaba sendo uma emboscada e ele é preso. Rick Flag e Sombra da Noite tentam resgatá-lo e contam com a ajuda da Liga da Justiça. Depois do resgate, ele deixa o Esquadrão e só volta uma vez para participar de uma missão para resgatar o filho de Rick Flag, que havia sido sequestrado.
² Cronos - Senhor do tempo na mitologia grega.
³ Gladiador Dourado é um herói que vem do futuro para ganhar dinheiro. No futuro ele trabalha em um museu de super-heróis e usa a máquina do tempo de Rip Hunter para voltar no tempo e ganhar diversas vezes na loteria. Ele não tem nenhum poder natural, o poder vem de seu traje, como se fosse um anel da Legião ele consegue se transportar no tempo.
* Rip Hunter é um homem comum que inventou uma máquina do tempo e a utiliza para viajar entre as dimensões e vive diversas aventuras.
** Homens Lineares são homens e mulheres que policiam o tempo e têm a função de resolver seus paradoxos.
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MEU DEUS!!!!!!
ResponderExcluir*chorando*...
daqui a pouco eu volto para comentar... agora, estou sem condições...
...mas eu AMEI!!!!!!!
Nossa, coitado do Ollie...
ResponderExcluirMas eu entendi a decisão dele...
Mas como foi difícil... tadinho...
Angelique
Olha, não sei dizer qual foi a melhor parte, mas o final foi demais!!!! Quer dizer, ela sabia que era ele e não o Tom, meu Deus!!! Tive que ler de novo, esse capítulo foi simplesmente muito lindo e emocionante... não tenho mais palavras, ainda estou tocada pelo que eu li... amo essa série!!!
ResponderExcluirWow.... sem palavras... eu tinha certeza que ele ia levar a menina....
ResponderExcluirLu
Gente, achei que eu fosse dramatica nas minhas fics, mas me enganei.
ResponderExcluirTo podendo com essas coisas não. Me deprimiu =(