Resumo: As situações mais difíceis revelam o que é mais importante para Chloe e Oliver.
Autora: tennysonslady
Classificação: PG-13
Histórias anteriores:
This Is How Marriages End
This Is How Families Grow
This Is How Friendships Last
This Is How Oliver Survives
This Is How Lois Becomes
This Is How Shadows Conceal
This Is How Mothers Talk
This Is How Walls Crumble
This Is How Lives Begin
This Is How Hearts Soar
This Is How Mia Returned
Falando em lendas, talvez as lendas mais importantes para cada criança sejam suas mães que cantam pra elas dormirem e os pais que levantam os garotinhos e garotinhas para que eles alcancem uma flor no alto da árvore ou aquela bola que ficou presa na telha. Para Chloe, certamente, uma criança não era seu sonho até perder uma. Oliver definitivamente não falava em formar uma família até pouco depois de terem perdido um ao outro.
Embora fosse difícil pensar no resto do mundo quando ela e Oliver estavam juntos -- e era como se estar juntos fosse o suficiente, Chloe tinha que se lembrar que o que tinha acontecido cinco anos atrás causou impacto em mais vidas do que na dela e de Oliver.
Ela viu isso no jeito que os olhos de Bart brilharam quando ele entrou na nova Watchtower pela primeira vez. Chloe ouviu na voz de Victor quando ele ligou para fazer check in. Ela sentiu no jeito que AC agarrou seu braço quando houve uma banal queda de energia que os prendeu lá dentro e fez com ela tivesse que pular pela janela. A evidência na vida de Dinah sentada no balcão balançando as pernas sorrindo pra ela com um olhar tão travesso que Chloe quase teve medo de perguntar como ele estava.
Mais do que tudo, fora da mundo que ela e Oliver tinham feito pra si mesmos, Chloe viu na casa de Lois e Clark. Ela não prestou muita atenção durante a visita que ela, Oliver e Connor tinham feito antes de seu casamento de última hora. Com o filho de Lois e Clark tenho viajado para Washington com Martha para a visita mensal, tinha sido menos óbvio. Chloe estivera tão focada em insistir que tinha se recuperado que não prestou atenção aos pequenos detalhes que quando juntos significam muito mais.
Chloe parou na frente do portarretrato onde Lois estava parada dentro dos braços de Clark. Ela estava com um vestido que abraçava seu corpo daquela maneira elegante e sofisticada que Lois adorava.
E havia a foto na mesa onde estava a lâmpada, uma foto preciosa do filho de Lois e Clark. Chloe pegou e sorriu ao ver a testa franzida da criança. Mesmo algumas horas depois de nascer o pequeno Kent já estava preocupado como o pai.
"Você teria sido a madrinha."
Chloe levantou o olhar e assentiu. Não precisava voltar nesse assunto. Todo mundo sabia como a vida tinha sido injusta. Não havia necessidade de refletir.
Connor pulou do alto banco com tanta coragem que Chloe suprimiu um grito assustado. O garoto caiu maravilhosamente de pé no chão. Chloe olhou para onde o menino corria e descobriu a razão da perseguição.
"Relaxa, Chlo", Lois se adiantou, rindo quando Connor alcançou seu filho. "Crianças são crianças e você só vai ficar estressada se esperar que eles se comportem."
Chloe mordeu o lábio inferior. Os meninos tinham se conhecido no último mês. Não foi uma surpresa descobrir por meio de Oliver que Lois não tinha agendado brincadeiras com Connor. Foi menos surpresa ainda que Oliver nunca tenha se oferecido. Quando viu o filho de Lois pela primeira vez ficou chocada com os olhos verdes que a encontraram debaixo da franja castanha escura que Lois proclamava ser dela. Numa tentativa de leveza e humor negro Lois disse, para o desconforto de Clark. "Se você algum dia imaginou como seria um filho seu com o Clark, aí está sua resposta."
Um pouco inapropriada, mas ainda assim inofensiva. Essa era Lois Lane em poucas palavras.
Lois e Clark tinham um filho que se parecia com Chloe, e Chloe entendia perfeitamente porque Oliver não trazia seu filho pra passar um tempo com o outro garoto. Ela entendia ainda mais porque Dinah nunca insistiu.
Andrew. Pelo menos quando Lois escolheu o nome para homenagear a prima ela escolheu adaptar o nome do meio de Chloe. Anne se tornou Andrew que era muito menos óbvio do que tentar encontrar um jeito de masculinizar o nome Chloe.
Oliver havia levado Mia numa viagem para ver um amigo na Suiça, em um instituto que ele confiava muito e que poderia encontrar um jeito de reverter os efeitos do vírus HIV no corpo. Nas duas semanas desde que Mia havia lhes contado sobre sua doença, Oliver tinha corrido as instalações médicas nos Estados Unidos e no mundo inteiro até acabar na Suiça. E em sua ausência só havia um homem em quem ele confiava para cuidar de sua família.
Estava sendo perfeito, realmente.
Simples o suficiente para assegurar que Lois ficasse de olho nos garotos; fácil para ligar para Tess ir até lá. Quando Chloe saiu da casa pela porta dos fundos, ela encontrou os olhos de Clark enquanto ele olhava de onde estava trabalhando no motor do carro. Chloe parou com a mão na maçaneta.
Clark -- que agora era mais próximo de Oliver do que havia sido dela. Clark -- que em cinco anos tinha se transformado em outra pessoa.
"Você vai se colocar em perigo?" foi a simples pergunta que ele lhe fez.
Chloe soltou o ar que estava segurando, então balançou enfaticamente a cabeça. "Eu estou tentando encontrar um jeito para Mia melhorar." Era o que Oliver estava fazendo também. Clark não podia encontrar nada de errado nisso.
À sua declaração, Clark respondeu. "Você sempre tem as melhores intenções, Chlo. Eu sei disso. Mas o que eu realmente preciso saber é se você vai ou não se colocar em risco, assim eu ficou sabendo se devo ou não deixar você ir onde está indo."
"Oliver pediu pra você nos manter em segurança enquanto ele está fora, Clark. Ele não pediu pra você ser meu guardião." Ele ergueu as sobrancelhas, e Chloe relembrou o olhar no rosto dele que ela costumava adorar -- aquele questionador, sábio, mas silencioso olhar -- como se ele estivesse simplesmente comunicando que ser um guardião era o mesmo que mantê-la em segurança. Incontáveis acidentes e resgates desde que eram adolescentes justificavam isso. E ainda assim embora ela soubesse disso, e sabia muito bem do quanto de sua lealdade ela havia perdido para o marido, Chloe pressionou. "Até onde eu sei, ele estava nos deixando com amigos da família. Não numa prisão." Quando Clark se endireitou e cruzou os braços sobre o peito, Chloe balançou a cabeça e suspirou. Teimosia. Era a característica de Clark que Lois mais admirava. "Tá bom. Não, Clark. Eu não vou me colocar em perigo."
Clark assentiu. "Ótimo. Nesse caso, Tess está esperando no celeiro."
Além de Connor estar seguro na casa com Lois, ele estava cumprindo sua metade da promessa. E como se Tess pudesse seriamente machucá-la. Com certeza, Tess não gostava muito de Chloe, mas Tess gostava menos ainda da fúria de Oliver Queen. Tudo estava sob controle.
Chloe murmurou um relutante agradecimento, então foi até o celeiro. Ela olhou de volta para a casa e se certificou que os dois meninos estivessem brincando direito, e que Lois estivesse atenta. Chloe caminhou na direção do celeiro e olhou ao redor, então encontrou Tess parada no loft. Chloe subiu as escadas de madeira. Ao som de seus passos Tess se aproximou da escada. Os lábios vermelhos de Tess se curvaram.
"Sra. Queen", Tess a cumprimentou, como Chloe havia lhe relembrado na conversa anterior.
"Srta. Mercer", Chloe disse em retorno.
Ao uso do nome, Tess ergueu uma sobrancelha. "Eu ouvi que você está grávida. Certamente parece ser esse o caso. Você parece ter ganho um pouco de peso."
Chloe estreitou os olhos. Ela alcançou o último degrau. "Como você pode saber? A última vez que você me viu foi há cinco anos atrás." Ela deu um passo à frente. A viagem até Smallville, especialmente a parte do jatinho, juntamente com sua gravidez, a tinham deixado cansada, então ela se sentou no sofá que Clark ainda mantinha ali. Mesmo em termos amigáveis, ela ainda não tinha vontade de mostrar a Tess qualquer vulnerabilidade, então ela encerrou com, "eu estou mais magra agora do que da última vez em que nos falamos, Tess. Eu acabei de chegar aos três meses de gravidez. Minha barriga ainda nem está aparecendo. Você só quer me provocar."
Tess deu risada. "Você está bem. Eu só estava testando a acidez da sua língua."
"Você estava sendo uma cadela", Chloe respondeu. Ela deu um sorriso. Chloe acenou com a cabeça para a pasta que Tess segurava. "Essa é a minha informação?"
"É minha, mas eu estou generosamente passando a você."
Quando Tess estendeu a pasta, Chloe pegou e olhou os papéis ali contidos. Ela franziu as sobrancelhas. Seu coração afundou.
"De todos os meta-humanos que Lex pesquisou, só havia um com as habilidades que você especificou. Lex conseguiu extinguir todas as documentações que identificavam o curador, Chloe."
"Esse curador sou eu", Chloe falou baixinho. Mais assustada pelo fato dessa informação vitual -- mesmo não tendo seu nome -- ainda estar na base de dados de Lex disponível para qualquer um que conseguisse acessar e isso lhe mostrou que sua própria pesquisa tinha sido um fracasso. Mia não podia usá-la. "Eu perdi minhas habilidades."
"Eu sei", Tess declarou. E então, Tess ergueu um pequeno cartão com um nome e um endereço. "Eu imaginei quando você perguntou por pessoas que pudessem recuperar habilidades perdidas." Ela tinha que dar mérito à mulher. Se ela não fosse ex-namorada de Oliver elas provavelmente teriam se entendido há muito tempo atrás. O cérebro de Tess juntava as coisas tão rapidamente que Chloe podia jurar que isso estava no sangue da mulher. "Já que aparentemente você é única -- e não só para Oliver -- eu encontrei alguém que pode deixar você um pouco mais especial novamente."
Chloe estendeu a mão para pegar o cartão. Um olhar e ela poderia memorizar nome e endereço, saber exatamente quanto tempo ia demorar para conseguir entrar em contato com o meta-humano e ter o que ela precisa. Ela ia determinar depois de uma rápida pesquisa se a melhor forma de aproximação seria pelo coração, falando para o meta sobre uma jovem doente que ainda tinha muito potencial. Se o meta tivesse uma vida arruinada, aí seria muito mais fácil. Ela teria todo o dinheiro do mundo para oferecer.
Tess puxou o cartão de volta antes que Chloe pudesse ao menos ler o nome. Antes que ela pudesse protestar, Tess se inclinou para a frente. "Oliver não está sabendo disso, está?"
"Se ele soubesse você acha que eu teria esperado Oliver sair da cidade para poder encontrar com você no celeiro do Clark?"
Tess apertou os lábios. "Eu não gosto disso. Acredite ou não, Chloe, Oliver e eu entramos em acordo há muito tempo atrás." Ela balançou a cabeça, então fechou o cartão e guardou no bolso. "Conte ao Oliver, e então você terá o nome."
Chloe se levantou imediatamente. "Me dá o nome, Tess."
"Não."
Chloe arregalou os olhos. "Você está falando sério?"
Durante o tempo em que esteve longe Chloe perdeu seu melhor amigo para Oliver. Ela não podia acreditar que inclusive Tess Mercer estava do lado de Oliver. Mas então, Oliver partiu seu coração e Chloe quase há tinha matado. Era uma escolha difícil.
"Você não viu Oliver quando você desapareceu. Eu não vou ser a razão dele passar por tudo aquilo de novo. O homem já passou por coisa suficiente, você não acha?" Tess pontuou.
Chloe odiava quando suas opiniões eram roubadas. Mais do que tudo, ela sentia nojo da facilidade com as presunções sobre o que ela sentia pelo marido. Só porque ela tinha ido embora.
"E eu estou tentando garantir que ele não passe por mais coisa ainda", ela disse com firmeza. "Você não sabe de tudo, Tess. Eu preciso voltar a curar. Só para o caso de ser necessário."
Foi por um segundo ou dois que Tess encarou Chloe sem falar nada até ela lamber os lábios. "É Connor, Dinah?"
"Você não a conhece. É Mia."
À isso, Tess deu um sorriso amargo. "Eu conheço Mia. A boa ação de Oliver quando ele estava mal."
"Tente quando ele estava nos portões do inferno", Chloe acrescentou. "Ela está doente, Tess." Chloe odiava compartilhar informações com Tess, mas ao falar o nome, Chloe sabia que Tess descobriria os detalhes da doença de Mia em menos de uma hora. "Se você conhece Mia, você sabe o impacto que Oliver vai sofrer se ela não melhorar."
"Isso nem se compara ao que vai acontecer com Oliver se alguma coisa acontecer com você", Tess pontuou.
"Eu sempre sobrevivo. Essa é a parte brilhante", ela assegurou a Tess.
Quando Tess olhou pra ela com uma sobrancelha erguida, Chloe percebeu que Tess havia lido os resultados dos testes do curador anônimo no arquivo de Lex. "Isso não é um ferimento. Isso é uma doença. Você nunca curou uma doença. E você sabe tão bem quanto eu que a cada ferimento que você curava, demorava muito mais para se recuperar."
"Isso não significa que eu não deva tentar."
Chloe suspirou aliviada quando Tess lhe passou o cartão.
"Prometa que você não vai fazer nada até discutir isso com Oliver."
"Eu sempre vou escolher a opção que causa menos dor para Oliver, Tess. Nunca duvide disso", Chloe respondeu.
Tess soltou o cartão, e imediatamente Chloe memorizou o nome e o endereço no caso da informação se perder dela novamente. Tess inclinou a cabeça para o lado, avaliando-a ao ponto de apesar do número de vezes que Chloe disse a si mesma que não se importava com o que a mulher pensava, Chloe se sentiu sufocada pelo olhar de julgamento.
"Você ainda acha que ele vai te deixar, Chloe?"
À essas palavras, Chloe olhou surpresa. Ela sentiu o rosto ficar vermelho com a pergunta.
"Por Deus, Chloe, o homem não conseguiu ter nenhum outro relacionamento, voltou pra você imediatamente depois que você retornou." Tess balançou a cabeça. "Você ainda acha que ele vai te deixar?"
"Não por vontade própria", Chloe respondeu. Ela imaginou que seria melhor ser honesta. Ela estava falando com a mulher que estampava no rosto o que tinha tido com Oliver há muito tempo atrás. "Mas eu sei o que Oliver mais valoriza. Eu sei do que ele é capaz quando essas coisas são ameaçadas. Eu sei o que acontece quando as coisas saem de controle."
Sua culpa pela morte de Jimmy o derrubou, tanto, e Chloe não queria ver isso acontecer novamente. Nem mesmo o medo terrível que ela viu nele quando Connor teve intoxicação alimentar...
Oliver não ficava bem quando as coisas lhe escapavam. Agora ele estava decidido a encontrar uma cura para Mia. Chloe estremeceu ao pensar o que ela veria quando ele voltasse pra casa sem nada depois da viagem.
Se ela ia perder Oliver, seria pra ele mesmo.
Ela guardou o cartão no bolso, então acenou com a cabeça para Tess. Quando a mulher perguntou se ela queria ver a Watchtower, Chloe balançou a cabeça. Era de Tess agora. Ela tinha a sua própria em Star City, perto de casa. Chloe voltou para a casa dos Kent.
Ver o filho de Lois desenhando enquanto Connor franzia a testa para o desenho que fazia trouxe um sorriso aos seus lábios. "Bom trabalho, prima."
"Eu faço mágica!" Lois declarou feliz. "Especialmente quando tenho um poderoso pote de sorvete na geladeira."
Chloe caminhou na direção da mesa de jantar que tinha se transformado em cantinho de arte. Por força do hábito, ela estendeu a mão e acariciou a testa de Connor com os dedos.
"Por que você está tristonho, Connor? Você fez um desenho maravilhoso."
No desenho estava Connor segurando um brinquedo nas mãos -- Chloe imaginou que seria algum tipo de dinossauro que ela não se atreveria a nomear porque sabia que ia errar. Dinah estava num canto do desenho. Ela, Chloe estava trabalhando num laptop, atrás de uma mesa. Oliver parecia estar sentado num jatinho, pilotando ele mesmo. Obviamente Connor não quis desenhar o jato da empresa que Oliver frequentemente usava. Mia estava sentada ao fundo e o peito de Chloe apertou ao ver que Mia estar no retrato da família de Connor.
"Bebês meninos ou meninas?" ele perguntou.
E então Chloe viu os dois gizes que Connor tinha deixado de lado -- rosa e azul. Era um desenho incompleto até ele que ele pudesse desenhar seu irmão, irmã, ambos ou dois de cada.
"Ainda não sabemos, Connor." Ela sorriu e apertou a bochecha do garoto. "Mas qualquer que seja, eu prometo que você vai ser muito feliz."
"Meninas", ele declarou novamente sua preferência. Connor segurou o giz rosa e começou a pintar a parede do desenho de rosa. Chloe imaginou que era o quarto dos bebês.
Chloe deu um olhar perdido à Lois, que encolheu os ombros.
"Essa conversa é o Oliver que tem que ter", Lois sugeriu. Chloe estreitou os olhos e chamou a prima de covarde uma dezena de vezes em sua cabeça. "Acredite ou não, um garoto sempre vai ouvir o pai quando está discutindo sobre irmãos."
Chloe se virou para sua prima. O cansaço que ela sentia nas costas da hora que chegaram lá era uma constante e aborrecida dor agora. "Como você sabe, Lo? Você e Clark estão pensando em ter mais um?"
Lois arregalou os olhos. "Você está brincando. Eu mal dou conta do Andrew."
Chloe suprimiu uma risada quando o garoto olhou para sua mãe, então lhe deu um sorriso doce. Ela então pensou nas coisas impossíveis que Clark tinha feito quando adolescente e imaginava quais dessas incríveis habilidades se manifestariam. Se Lois achava que o menino dava trabalho agora...
Ela bocejou. A dor aborrecida não ia desaparecer enquanto ela não se deitasse pra descansar um pouco.
"Você quer ir pra cama cedo, Connor?"
Ao convite, Connor soltou o giz e estendeu os braços pra ela. Chloe mordeu o lábio inferior. Ela tinha quase esquecido a nova mania de Connor de se agarrar a ela e pedir pra ser carregado desde o hospital. Só que desta vez Oliver não estava presente para levá-lo por ela, e Mia não estava ali para substituí-lo.
"Você vai ser o irmão mais velho agora", Chloe disse a ele. "Por que você não segura minha mão e subimos as escadas juntos?"
À isso, Connor balançou os braços. Chloe suspirou, entendendo perfeitamente porque Connor queria a conexão ainda mais. A casa ainda era estranha. Clark e Lois ainda não eram familiares pra ele como seus pais ou mesmo os membros da equipe que ele sempre via em Star City.
"Connor por que eu não levo você?" Lois sugeriu.
Chloe olhou pra ela e viu Lois olhando pra ela preocupada. Ela não ia recusar o pedido da criança por razões pequenas, e Lois sabia disso.
"Você é a mãe do Andrew", Connor declarou. Ele agarrou a mão de Chloe e puxou.
"Está tudo bem, Lois."
Chloe pegou Connor nos braços e o levantou. Os braços e pernas de Connor se fecharam ao redor dela. Chloe grunhiu. "Ai meu Deus", ela arfou levemente. "Você realmente está crescendo, Connor. Você está pesado agora."
Chloe foi até o quarto que os garotos iam dividir e contou uma história para Connor. Connor gostava de histórias com super-heróis derrotando carecas malvados e Chloe aperfeiçoou a arte de inventar histórias dependendo das sugestões que Connor dava. De repente ela também queria uma menina, assim como Connor. Pelo menos ela poderia inventar as histórias de princesas que Connor abominava.
Quando Connor dormiu, Chloe se inclinou e beijou sua testa.
"Eu amo você, Connor", Chloe sussurrou.
Em seu sono o garoto respondeu com um murmúrio. "Eu também amo você."
Chloe se levantou, então arfou quando a dor em suas costas aumentou. Ela respirou fundo algumas vezes e então se endireitou a tempo de ver Lois parada na porta. "Essa é outra coisa que você devia pedir para o Oliver conversar com ele."
"Ele é uma criança numa casa estranha", Chloe disse automaticamente, defendendo Connor.
"E você é baixinha, grávida com as crias de um homem que é bem mais alto que você. Bebês gigantes, Chloe. Você não pode ficar andando por aí com outra criança absurdamente grande do Oliver."
Ela teria argumentado com Lois, mas a dor em suas costas estava realmente incomodando agora. Chloe pediu licença e foi para o banheiro. Ela se apoiou na pia e então jogou água fria no rosto. Chloe se sentou na tampa do vaso e levantou a saia. Então respirou fundo e abaixou sua calcinha. Chloe respirou fundo, então vestiu a calcinha e arrumou a saia. Chloe ignorou a dor, foi direto para seu quarto e pegou a bolsa, certificando-se que sua carteira e o telefone estavam dentro.
Ela olhou para o quarto dos garotos e viu que Clark tinha levado um adormecido Andrew para dentro e Lois estava cuidadosamente arrumando-o na cama.
"Clark, você arrumou a caminhonete?"
Clark olhou pra ela e assentiu. "Sim. Você precisa ir a algum lugar?"
"Na verdade, eu preciso que você me leve. Lo, você pode ficar com os garotos?"
Lois franziu a testa. "É claro." Chloe podia jurar que sua prima queria ir com eles para descobrir o que era tão urgente quando já era noite.
"Está com desejo de comer alguma coisa?" Clark perguntou alegre. Ele pegou as chaves. "Onde vamos?"
Quando eles estavam descendo as escadas, Chloe segurou o braço de Clark e pediu pra ele ir mais devagar. "Eu preciso que você me leve para o Hospital Geral de Smallville." Chloe pegou o telefone na bolsa. Seu coração estava batendo forte no peito. Ainda assim, ela calmamente ligou para Oliver. Clark a ajudou a subir na caminhonete. Seus olhos sobre ela frequentemente enquanto dirigia.
Era uma péssima hora pra ligar. Ela nem sabia que horas eram na Suiça.
Mesmo assim, Oliver atendeu.
"Oi Ollie?"
"Já vai dormir?" ele perguntou, achando que ela estava ligando para dar boa noite.
"Eu ia. Mudança de planos. Eu não quero te preocupar, mas eu queria que você soubesse. E eu espero que você possa antecipar seu retorno. Talvez vir pra cá o mais rápido possível e não esperar até a tarde pra voltar."
À essas palavras, Oliver ficou em silêncio. E então rapidamente, ele perguntou, com a voz tensa. "Alguma errada, Chloe?"
Ela imaginou o quão rápido Clark estava dirigindo, porque ela quase já podia ver as luzes do hospital. "Eu estou com um sangramento", ela relatou, mantendo a voz calma. Com Oliver do outro lado do mundo não era justo deixá-lo preocupado, mas ela esperava que Oliver se abrisse com ela sobre seus problemas e ela não podia agir diferente. "Eu estava sentindo um leve desconforto desde que cheguei em Smallville. A dor não parou e quando eu chequei alguns minutos atrás eu vi algumas gotas de sangue na minha calcinha."
Ela ouviu os barulhos de fundo, reconhecendo os sons que lhe diziam que Oliver estava vindo. "Eu estou indo."
Se ela fosse um pouco mais forte, provavelmente teria insistido que ele não precisava correr de volta pra casa. Ao invés disso, ela disse, "Tá bom."
"Eu juro que eu já estou indo."
"Eu sei." Maldito engasgo na garganta quando ela respondeu.
"Você pediu para o Clark te levar para o hospital?"
Ela assentiu até perceber que ele não podia ver seu gesto. "Hospital Geral de Smallville."
"Essa é minha garota", ele murmurou. "Se eles acharem que você pode ser transferida peça para te levarem para o MetGen."
"Ok."
A caminhonete parou na frente do hospital. Clark pulou.
"Chloe."
"Sim", ela arfou.
"Eu amo você."
"Eu também amo você", ela respondeu.
Clark abriu a porta do lado dela. Chloe desligou o telefone e imaginou ele ligando para o piloto e acordando Mia para que pudessem voltar pra casa. Clark a ajudou a entrar no hospital e Chloe se deitou em uma maca.
Seu último nome não lhe dava reconhecimento imediato como seria no MetGen. Mesmo ela odiando a desigualdade, de repente Chloe não podia se atrever a não usar as vantagens do nome. Ela se sentou na maca e segurou a prancheta da enfermeira que a tinha atendido e explicado sobre o tempo que ela teria que esperar.
"Meu marido é Oliver Queen", ela falou baixinho, calma, sem raiva na voz. Mas ela precisava de um médico, precisava de alguém que afastasse seus medos, precisava que alguém lhe mostrasse que seus bebês estavam bem. "E isso pode não significar muito pra você. Você conhece os Luthor, não conhece?" A enfermeira assentiu. Os Luthor sempre recebiam pronto atendimento naquele hospital. "Você sabe o quanto eles são ricos?" Dessa vez a pergunta era redundante. "Bem, meu marido comprou a LuthorCorp e isso é só uma fração do que ele possui. Esse é o tanto de importância que eu tenho." Quando a enfermeira não se moveu, Chloe estreitou os olhos. "Agora por favor encontre alguém pra me atender."
Ela olhou para a porta e ficou surpresa ao ver que Clark tinha ido embora.
Chloe esperou a máquina de ultrassom e respondeu as perguntas da médica. Quando o ultrassom não mostrou movimento, ela pediu para a mulher tentar novamente. Finalmente, Chloe ouviu os rápidos batimentos, viu o movimento dos corações no monitor.
Ela se deitou na cama.
"Eles estão bem", ela sussurrou. "Por que eu estava sangrando?"
"Você teve um pequeno sangramento", a médica a corrigiu. "Eu não diria que é uma ocorrência normal, mas acontece. Normalmente é causado pelo estresse, exaustão. A gravidez está segura agora, mas isso mostra que você precisa se controlar. Ou você vai perder esses bebês, Sra. Queen."
Finalmente, ela estava sozinha. Chloe fechou os olhos.
Ela tinha aguentado tão bem.
Chloe colocou a mão no bolso e amassou o cartão que tinha pego de Tess, então o jogou no lixo. Ela ia se desculpar com Mia. Em sua mente. Mas nada ia fazê-la arriscar a vida de seus filhos. De jeito nenhum.
Ela ia deixar Mia morrer. Ou pelo menos ela não ia procurar alguém que pudesse lhe devolver suas habilidades para curar Mia.
Porque agora não era só sua vida. Ela estava grávida de gêmeos. E neste momento ela percebeu o quanto eles eram frágeis.
Finalmente, ela deixou um soluço escapar. Chloe sentiu o choro escapar de sua garganta. Seus olhos, que estavam tão claros quando ela observava o monitor durante o ultrassom, cheios de lágrimas. Sua voz, que havia sido tão forte, fraca quando ela começou a chorar. Ela se deitou de lado na cama e chorou no travesseiro. Ela estava soluçando, tremendo.
E então alguém a estava levantando, braços fortes a estavam envolvendo. Chloe olhou pra cima e viu Oliver, que estava com o rosto um pouco pálido. Ela viu Clark parado na porta e percebeu que Clark tinha ido buscar Oliver.
Finalmente ela não tinha mais que ser forte e estar no controle, só por um tempo, e ela podia estar simplesmente assustada e aliviada ao mesmo tempo porque Oliver estava ali para tomar o controle por ela. Ela se agarrou a ele com braços apertados em volta de seu pescoço.
"Chloe", ele sussurrou.
"Eles estão bem", ela arfou.
Ele relaxou a postura, mas não a soltou. Ela se enterrou nele e chorou, e ele a deixou chorar. "Eu fiquei com tanto medo", ela admitiu. "Você não estava aqui."
"Desculpa."
Chloe olhou pra ele e viu o arrependimento em seus olhos. "Está tudo bem." Ele estava encontrando um jeito de curar Mia, do mesmo jeito que ela.
"Não está", ele disse baixinho. "Não está tudo bem, Chloe. Eu devia estar aqui com você. Quando eu me casei com você, eu prometi que iríamos dividir tudo, Chloe. Eu não vou pular os momentos mais difíceis. E esse foi um deles." Ele respirou fundo. "Eu não vou deixar você sozinha de novo."
A mão dele era quente sobre sua barriga. Chloe fechou sua mão sobre a dele. Ela levantou a cabeça e seus lábios se encontraram num beijo. Ele podia pesquisar o máximo possível, ajudar a encontrar um jeito de limpar o sangue de Mia. Mas naquele momento, Chloe reconheceu a gravidade na promessa. Ele não ia viajar pelo mundo, não deixaria sua família pra trás para priorizar o caso de Mia. Ele faria o possível para garantir que Mia tivesse os medicamentos necessários, mas não seria ele quem encontraria um jeito de curá-la.
Ele estava essencialmente, escolhendo eles ao invés de Mia.
"Eu sinto muito, Ollie."
Ele balançou a cabeça, então a beijou de novo. Chloe viu a intensidade nos olhos dele quando ele disse. "Eu amo você."
Nada -- ninguém -- chegava perto disso.
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Puuuuuuuuuuuuuuuuutzzzzzzzzzzzzzzzz
ResponderExcluirBom, ainda bem que ela não perdeu os bebês [medo!!!!!] mas fiquei com dó da Mia...
Flávia
Essa fic e linda e maravilhosamente bem escrita, mas é tão triste!!
ResponderExcluirAté os caps alegres são carregados de melancolia=(
É Roberta, concordo... Por isso que não resisti... ela não é fácil de acompanhar, tem coisas bem pesadas, mas ela é escrita de um jeito... e apesar de triste é linda...
ResponderExcluirAdriana
Sim, é linda, muito linda!!O texto é demais, eu pago um pau. E a tradução é perfeita!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"E você é baixinha, grávida com as crias de um homem que é bem mais alto que você. Bebês gigantes, Chloe. Você não pode ficar andando por aí com outra criança absurdamente grande do Oliver." essa parte foi uma comédia ao melhor estilo Lois
ResponderExcluirSaudades dos textos desta autora...
ExcluirRsrs
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