Oliver Queen's Christmas Carol (3/4)

Especial: Natal

Título: Conto de Natal de Oliver Queen

Resumo: Chloe se foi e Oliver está encarando seu primeiro Natal sem ela. Esta é a versão de Oliver de 'Um Conto de Natal'.

Autora: pompeypearly
Classificação: PG-13
Categoria: Angst/Romance
Spoilers: Temporadas 9 e 10
Banner: nivieniv
Anteriores: [Parte 1] [Parte 2]

Seguro em sua cama, Oliver lutou contra os lençóis. Ele precisava acordar de seu pesadelo, mas estava preso dentro do sonho. Era três da manhã e seu subconsciente estava longe de terminar com ele.

-------

Oliver estava de volta em sua cama e Tess não estava em lugar nenhum. Parecia que ela finalmente tinha se tocado e deixado ele sozinho.

"Não fique tão tranquilo assim, Calça Verde. Eu não estou a fim de ficar arrastando seu traseiro por aí a noite inteira."

Oliver se inclinou para a frente e segurou o rosto com as mãos. "De todas as pessoas, por que eu tenho que sonhar com você?"

Carter Hall estava parado no pé da cama em sua roupa de Gavião Negro. "Acredite, se eu tivesse opção, sua mente seria a última em que eu queria estar." Ele resmungou.

"Esse deve ser o pior sonho de todos os tempos."

"E vai ficar pior." Carter segurou o braço de Oliver e o arrastou pra fora da cama. "Divirta-se."

"Ei! Cuidado aí Pássaro!"

"Pára de choramingar." Carter abriu a porta do quarto de Oliver antes de jogá-lo pra fora.

Ao invés de sair em seu corredor, Oliver caiu no familiar piso de madeira da fazenda dos Kent.

Oliver lentamente se levantou e observou ao redor. Shelby, o cachorro, estava agachado atrás do sofá enquanto fumaça e uma sequência de palavrões vinham da cozinha.

Ele esfregou as mãos nas calças enquanto reconhecia a voz.

"Já sei, Lois está cozinhando."

Carter caminhou na direção da cozinha e Oliver o seguiu. O homem mais velho estava se divertindo em empurrá-lo sem ter que dar explicações.

"Eu não entendo! Eu segui a receita da sua mãe direitinho!"

Oliver viu Clark tirar a panela do fogão com as mãos descobertas. A careta no rosto de seu amigo não era pela dor que um humano normal sentiria, era pelo estado do pudim de Natal que estava em sua frente.

"Talvez possamos servir só a torta então?" Clark sugeriu enquanto colocava a panela no balcão.

"Eu tenho certeza que consigo dar um jeito. Eu vou colocar um pouco mais de conhaque e quando eu servir, colocamos bastante creme. Ninguém vai perceber." Lois pegou a garrafa e começou a jogar o álcool no pudim queimado.

"Uh, Lois... Eu não acho que mais conhaque vai ajudar."

"Confie em mim, Smallville. Não tem nada que não possa ser consertado com uma boa dose de álcool."

"Se você está dizendo", Clark fez uma careta enquanto Lois esvaziava a garrafa na panela. "Quer que eu vá arrumando a mesa? O pessoal deve chegar daqui a pouco."

Lois colocou a garrafa vazia do lado e olhou para seu namorado. "Ele ligou?"

"Não. Ele está decidido a passar o feriado sozinho."

"Chloe não ia querer isso."

Clark cruzou os braços. Lois não gostava quando as coisas não saiam do seu jeito. "Oliver é adulto; você não pode obrigá-lo a estar aqui."

"Se eu não tivesse que cozinhar, você pode apostar que eu ia arrastar aquele idiota para jantar aqui!"

"Ele está sofrendo, Lois."

"E eu não estou?" Lois jogou o pano de prato e segurou a borda da pia. Mordendo o lábio ela pegou o pano de volta, tentando esconder seus sentimentos. Os Lanes não eram fracos.

Ela lentamente virou o rosto pra ele enquanto se recompunha. "Chloe é mais próxima pra mim do que minha própria irmã; às vezes, eu sinto como se ela fosse a única família que eu tenho. Ela devia estar aqui, não sozinha em alguma lugar no dia de Natal. Ele não é o único que a ama e precisa dela."

Clark viu os olhos dela se encherem de lágrimas enquanto ela lutava para não chorar. Ele estendeu o braço e puxou Lois para um abraço apertado.

"Eu só queria que estivessem todos aqui."

"Você está entendendo, Feijão Verde?" Carter perguntou enquanto também assistia o momento íntimo.

Balançando a cabeça, Oliver cruzou os braços defensivamente sobre o peito. "O que você quer que eu diga?"

"Nada; eu preferia que você ficasse de boca fechada. Você está aqui para pensar e observar."

Ele não era um completo idiota.

Oliver sabia que se mais alguém sentia falta de Chloe, era Lois. A diferença é que ela tinha Clark para apoiá-la. Ele imaginou que ela estaria tão ocupada com o trabalho e com Clark, como sempre, que a ausência de Chloe não a afetaria do mesmo jeito que ele.

"Seus amigos não podem te oferecer o mesmo apoio?"

"Você agora lê mentes também?"

Carter lhe deu um olhar irritado antes de estalar os dedos e a sala parecer girar rapidamente na frente deles, deixando Oliver enjoado. O tempo tinha corrido para a frente e agora eles estavam assistindo enquanto a casa estava repleta de atividade. Bart estava correndo de AC por ter feito comentários extravagantes sobre os seios de Mera, e Clark estava tentando evitar que a cozinha pegasse fogo enquanto Lois lutava com Victor no X-Box.

"O que há de tão errado nesta cena que você não quer fazer parte dela?" Carter provocou.

"Você realmente quer que eu responda isso?" Oliver sentiu sua frustração aumentar novamente. Afinal, Chloe não estava ali.

"Se você parasse de agir como uma criança, você ia entender a questão aqui."

Oliver manteve a boca fechada. Ele tinha a intenção de deixar Carter fazer seu monólogo até que Bart chamou sua atenção. AC finalmente tinha desistido de pegá-lo, fazendo com que Bart parasse por dois minutos. Ele estava atrás de Clark ajudando-o a levar os pratos de comida para a mesa.

"O Chefe não vem?"

"Não."

"Eles não precisam de você aqui, mas eles querem sua companhia." Carter disse. "Ser capaz de pertencer a alguma coisa é um prêmio."

Bart suspirou. "Ele ainda não teve notícias da 'licious?"

"Ninguém teve. Eu só espero que onde ela estiver, ela não esteja sofrendo tanto quanto ele."

"O que ele está falando? É claro que ela está bem; é da Chloe que eles estão falando. Se ela realmente quisesse estar aqui, ela estaria."

Carter olhou pra ele com desdém. "É nisso que você está tentando acreditar? Você a conhece muito bem."

"Tá bom, eu entendi! Eu deveria estar me forçando a me divertir enquanto ignoro que ela não está aqui comigo. Eu deveria fingir que não sou o único que sente como se o meu coração estivesse partindo!"

"Não me surpreende que você queira ficar em casa, você está com dó de si mesmo. Você vai chorar também?" Carter resmungou antes de ir para a porta da frente.

O capacete não escondeu em nada o desdém no rosto de Carter. "Se mexe, estamos indo. É óbvio que eu não posso convencer você do contrário. O pobre menino rico é o único que está sofrendo neste Natal."

Oliver o seguiu, esperando que essa fosse a última viagem mental da noite. Seu subconsciente era uma droga, e ele ia se vingar quando acordasse. Não haveria mais nenhuma performance esta noite; qualquer fantasma do Natal do futuro ia ter que encarar duas garrafas de álcool. Nada entorpecia mais a sua mente que o uísque.

Carter mais uma vez o forçou a passar pela porta, e para sua frustração ele não estava no quarto dele. Era um quarto de motel horroroso com uma televisão muda como única fonte de luz.

Ele não reconheceu o lugar. Ele tinha certeza que nunca tinha passado a noite num motel, nem mesmo quando ele estava bebendo e saindo com todas as mulheres que encontrava.

"Eu nunca estive aqui."

"É claro que não. Este não é o seu Natal; é o dela." Carter acenou com a cabeça na direção da pessoa que estava na cama; da posição em que estavam na porta só podiam ver suas costas.

Oliver podia reconhecer aquele corpo em qualquer lugar.

"Chloe!" Ele correu para o lado dela e tentou segurá-la, mas seus braços passaram direto.

"Você não está aqui de verdade, idiota. Você não pode tocá-la."

Ela estava encolhida em uma posição fetal sobre a cama, segurando os jielhos junto ao peito. Oliver observou as lágrimas correrem pelo rosto dela, enquanto ela olhava para as fotos em sua frente. A primeira da pilha era uma foto dos dois juntos no McDougal Inn. Lois tinha tirado sem eles perceberem. Chloe estava rindo de alguma coisa que ele havia dito; o riso contagiante dela o tinha feito rir feito bobo.

"Deus, eu sinto tanto sua falta." Ela falou no quarto silencioso.

Ele achava que quando desapareceu ela tivesse deixado todos os seus pertences para trás. Lois disse que nada tinha sido retirado do apartamento, estava tudo do jeito que ela havia deixado.

Chloe estava com saudade de casa e triste; ela não queria estar ali. Oliver se levantou e olhou ao redor do quarto procurando alguma coisa que lhe desse uma pista de onde ela estava.

"Você não vai encontrar nada."

"Se eu encontrar alguma pista de onde ela está, eu posso buscá-la. Ela não tem que passar o Natal desse jeito; eu posso levá-la pra casa!" Ele olhou para a pequena mesa onde estava seu laptop, procurando desesperadamente por alguma coisa.

"Como você disse, ela fez esse escolha. O que eu queria te mostrar era que apesar de ter que tomar essa decisão, não significa que ela esteja gostando."

Oliver parou sua busca e olhou de volta para a loira chorando. Seu coração doeu ao vê-la tão triste. Tudo o que ele queria era passar os braços em volta dela e confortá-la.

"Você, de todas as pessoas, devia entender. Eu preciso dela, Carter. E pelo jeito, ela também precisa de mim." Ele disse suavemente.

"Você tem a oportunidade de se confortar com a companhia que ela tanto deseja, mas você rejeita. Como você acha que ela responderia a isso?"

Oliver observou enquanto Chloe pegava outra foto, essa dela, Clark e Lois. Ela sorriu brevemente enquanto continuava a sofrer silenciosamente. Seu rosto se suavizou enquanto ele observava as emoções cruzarem o rosto dela. Ele sabia exatamente o que ela faria. "Ela ia me dar um chute no traseiro."

Carter deu uma risada. "Finalmente o gênio entendeu."

Oliver se sentou ao lado dela na cama. Era estranho estar tão perto e ela não perceber sua presença. "Ela não vai voltar tão cedo, vai?"

"Isso cabe a ela decidir."

Ele correu os dedos sobre o rosto dela, seu peito doendo por não ser capaz de realmente tocá-la. Ela estava tão perto e tão fora de alcance. Doía.

Se ela podia suportar isso, então ele também podia. Ele tinha que ter fé que havia uma boa razão para a separação deles. Ela não ia querer que ele estivesse sofrendo tanto quanto ela. Talvez ele pudesse fazer isso por ela. Tentar viver do jeito que ela queria, viver por ela.

"Eu estou pronto para ir pra casa." Ele disse suavemente.

[Parte 4]

_____________________________________________________________________