20.2.11

Lifeboats (5/17)

Resumo: Depois de derrotarem Doomsday, todos trilharam caminhos separados. Canon até o final da oitava temporada, começa alguns meses depois e segue AU depois disso.
Classificação: NC-17
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Original
Nota: Esta fic está sendo traduzida para a Karina, ganhadora da Campanha HelpBrazil 2011 - Just Chlollie e Chlollie4ever. Os capítulos estão sendo postados alternadamente nos dois blogs.
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Um - Dois - Três - Quatro
Nota: Este capítulo foi traduzido pela Ivy. Postagem original aqui.

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Chloe tinha ficado ansiosa pelo resto do dia e a hora de dormir havia sido particularmente difícil, era quase como se Maddie também estivesse ansiosa, mas perto de oito e meia, ela finalmente conseguiu deitar Maddie e depois andou pelo apartamento, pegando alguns brinquedos, feliz por o lugar não estar um completo desastre pra variar.

Ela olhou o relógio na cozinha e franziu a sobrancelha, não tinha dúvidas de que Oliver viria, ela apenas não sabia quando ele apareceria, era quase nove e ela se serviu de um copo de água e voltou pra sala, sentando e respirando fundo, querendo tentar e relaxar antes que ele chegasse.

Ele estava atrasado, e quando finalmente chegou, havia um pequeno rasgado no colarinho de sua jaqueta e outro na manga. Bateu na porta dela alto o bastante pra ser ouvido, mas não tão alto a ponto de acordar Maddie se ela já estivesse dormindo.

Levantando, ela respirou fundo e colocou seu copo na mesa de centro, checando através da porta antes de destrancar e abrir lentamente, uma cara preocupada automaticamente aparecendo quando seus olhos repousaram em Oliver.

“O que aconteceu?” Ela perguntou enquanto o olhava, indo pro lado pra deixá-lo entrar.

Oliver sacudiu um pouco a cabeça. “Nada pra se preocupar,” disse ao entrar, olhando ao redor. Os olhos imediatamente recaíram nas fotos na parede. Fotos de Maddie, e de Chloe com ela.

Chloe trancou a porta, respirou fundo antes de expirar lentamente, baixinho, e se virou, “você quer beber alguma coisa?”

Ele se virou pra ela. “Estou bem.”

Observando-o por um momento, ela concordou e apontou pro sofá, o conduzindo e sentando-se, “senta.”

Ele inspirou o ar e expirou lentamente, sentando ao lado dela no sofá, apesar de ter deixado algum espaço entre eles considerando que estava bem ciente de que ela não queria realmente vê-lo. Ele se virou pra ela.

“Vá em frente,” ela lhe disse, olhando de volta, “faça suas perguntas.” Ele já sabia sobre Maddie, não havia mais muita coisa a esconder.

“Você está bem?” ele murmurou.

Chloe olhou pro corredor por um momento e depois de volta pra ele, acenando, “sim, eu estou.”

Oliver ficou em silêncio, seu peito apertado ao também acenar com a cabeça. “Bom. Isso é... eu fico feliz.” Feliz era pouco.

“Fica?” Ela pareceu confusa com a reação dele.

Ele a olhou. “Você acha que eu queria que não estivesse bem?”

Chloe pareceu mais confusa ainda e se endireitou um pouco mais, “não, mas você pareceu um pouco... desarmado com a minha resposta, como se esperasse o contrário.”

“Eu não sabia o que esperar,” ele disse, olhando o chão por alguns instantes. “Não tinha nem certeza se você ainda estava viva.”

Suspirando suavemente, ela o observou, “como você me encontrou, por falar nisso?”

“Eu li um artigo no Tribuna.” A voz dele era baixa. “O nome debaixo do título parecia familiar. Era só um palpite.”

Ela arqueou as sobrancelhas, definitivamente surpresa, “o nome era familiar? Era o mais longe de Chloe Sullivan que eu poderia ir.”

“Você me disse uma vez que sua jornalista favorita era Nellie Bly,” ele respondeu. “Eu lembro de você dizer que não era o nome verdadeiro dela. Então eu pesquisei um pouco.” Ele virou a cabeça pra olhar pra ela.

“Estou surpresa por você ter lembrado disso,” ela franziu um pouco a sobrancelha e sacudiu a cabeça, “de qualquer forma, acho que não importa mesmo. Eu sabia que um de vocês iria me encontrar mais cedo ou mais tarde.”

“Eu te escutava quando você falava,” Oliver murmurou, olhando as fotos na parede mais uma vez.

Chloe olhou pra parede e de volta pra ele, que olhava pras fotos, mas não disse nada, iria deixá-lo fazer suas perguntas e achava que tinha uma boa idéia de quais seriam.

“Quantos anos ela tem?”

“Três,” ela respondeu, “quatro em Janeiro.”

Ele acenou de leve com a cabeça. “É, é mais ou menos o que eu tinha chutado,” admitiu. Ele se virou pra ela novamente. “Ela é linda.”

Havia uma sombra de um sorriso nos lábios dela quando ela respondeu, “obrigada.”

“De nada.” Ele não tinha que perguntar porque ela foi embora sem dizer nada, porque usou um nome falso. Ele era um cara esperto. “Você está feliz?”

“Ela é a melhor coisa que já me aconteceu,” ela respondeu sinceramente, o estudando.

Oliver concordou. “Você precisa de alguma coisa? Tem alguma coisa...” A voz dele foi sumindo e ele olhou pras mãos.

Chloe sacudiu a cabeça, “estamos bem,” ela disse automaticamente.

“Ok,” ele respondeu.

“Eu não queria preocupar ninguém,” ela admitiu, suspirando ao cruzar uma de suas pernas sobre o sofá, “mas quando descobri sobre ela, tinha que fazer o que eu achava que seria mais seguro pra ela.”

Os olhos dele encontraram os dela por um momento. “E tudo correu bem?” A voz dele mal se dava pra ouvir, uma ponta de preocupação em seu tom.

“Sim,” ela disse, “as coisas estão mais ajustadas agora.”

“Bom,” ele olhou pro corredor e de volta pra ela.

“Como estão os outros?” Ela perguntou.

Ele respirou fundo. “Estou bem certo que Bart vai querer te ver antes de irmos. Estamos bem.” Eu acho, acrescentou silenciosamente, porque ele realmente não sabia. Sabia que estavam vivos, e seguros, e que todos estavam trabalhando muito. Mas num nível pessoal, ele tinha se isolado de todos.

“Eles sabem sobre ela?”

“Não,” ele respondeu suavemente. “Não tinha certeza se você queria isso.”

Chloe suspirou um pouco e esfregou o rosto, “ela está começando a fazer perguntas e eu sei que tem muita coisa que eu não posso contar, mas não quero mentir pra ela se puder evitar.”

O que você planeja contar pra ela?”

“Eu não sei...”

Ele acenou concordando, olhando pras mãos. “O que quer que você decida, tenho certeza que vai ser a coisa certa, Chloe.” A voz dele era muito gentil.

Chloe franziu as sobrancelhas ao observá-lo, um pouco confusa com o apoio inesperado e a falta de perguntas, “você não vai me perguntar?”

“Perguntar o que?” ele olhou pra ela.

“Quem é o pai dela.” Ela disse sem rodeios, o coração batendo um pouco mais rápido.

Oliver a olhou nos olhos, e depois sacudiu a cabeça lentamente. “Não.”

Chloe sustentou o olhar, em seguida encostando as costas no sofá, arqueando as sobrancelhas surpresa e depois acenando com a cabeça.

“Então você voltou ao jornalismo.” Um pequeno sorriso aparecendo nos lábios.

“Há mais ou menos um ano e meio,” ela disse, ainda o observando.

“Bom pra você,” ele disse tranquilamente.

“O que você esteve fazendo?”

“O mesmo de sempre.” Ele olhou pras mãos.

Com isso, ela pareceu confusa, “Eu não tenho ouvido quase nada sobre o Green Arrow,” ela disse, apesar de ter ido embora, ainda lia todo jornal em que podia colocar as mãos, ela lia sobre Impulse, Black Canary, Cyborg e Aquaman e definitivamente lia muito sobre o Blur. Especialmente os artigos de Lois sobre ele.

“Star City está bem sozinha na maior parte do tempo,” ele disse dando de ombros, sem olhar pra ela. “Ainda saio uma ou duas vezes por semana.”

“Uma ou duas vezes por semana?” Ela perguntou franzindo as sobrancelhas, Oliver era o pior deles, ele não podia ficar uma noite sem patrulhar ou então ficava incrivelmente irritado.  

“As Indústrias Queen me mantém ocupado,” ele disse, apesar de estar bem longe da verdade. A verdade era que ele não se importava tanto quanto costumava fazer.

“O que aconteceu com você, Oliver?” A pergunta escapou antes que ela pudesse se conter,  mas o homem sentado no sofá dela parecia o fantasma do homem que ele costumava ser.

Ele olhou pra ela, sacudindo a cabeça. “Nada. Se bem que eu vendi as minhas ações da LuthorCorp.”

Chloe sacudiu de leve a cabeça, ignorando a informação, ela lia a seção de negócios, soube disse no dia seguinte ao ocorrido, “você parece ter envelhecido dez anos em menos de quatro.” Se ele não estava interessado em fazer perguntas, ela não via problema em fazer algumas, ele tinha vindo atrás dela pra começo de conversa.

Um fraco, seco sorriso tocou os lábios dele. “Nossa. Obrigado.”

“Não se preocupe, você está tão bem quanto sempre esteve,” ela disse, “estou apenas tentando entender o que fez isso com você.”

Ele fechou os olhos, sacudindo um pouco a cabeça. Ela realmente não fazia idéia. “Bebedeira? Falta de sono? Provavelmente os dois.”

Por que?” ela insistiu.

O peito dele estava apertado. “Acho que a vida apenas me alcançou, Chloe.”

Chloe apenas o observou por um bom tempo, tentando entender o que podia ter acontecido com ele naquele tempo que ela se escondeu deles, mas se ele não queria contar, ela supôs que não havia muito a fazer antes que ele ficasse irritado com a insistência dela e fosse embora.

“Ok então.”

“Fico realmente contente por você estar bem. E feliz.” A voz dele era baixa. “Não vou dizer nada ao Clark.”
Pressionando os lábios um contra o outro, ela acenou com a cabeça, “obrigada.” Houve uma breve pausa, “você tem falado com ele?”

O maxilar dele travou. “Não falo com o Clark há quase quatro anos.”

Com isso, ela ficou confusa de novo, “o que aconteceu?”

Oliver ficou em silêncio por um momento. “Nós apenas... chegamos finalmente ao ponto em que não podíamos mais lidar um com o outro. Era inevitável.”

Havia muito mais na história e Chloe sabia disso, mas aparentemente era só mais uma resposta que ela não conseguiria dele, então concordou novamente.

“Lois está bem. Ela sente sua falta,” ele disse suavemente. “Nos falamos por email de vez em quando.”

O rosto dela ficou triste com isso e Chloe olhou pro colo, suspirando. “Eu também sinto falta dela, quero muito que ela conheça Maddie.”

Ele hesitantemente tocou o braço dela.

Fechando os olhos, ela respirou fundo, com o passar dos anos, tinha ficado realmente boa em não desmoronar na frente das pessoas, especialmente diante de sua filha, “não parece certo mantê-la longe da pequena família que ela tem.” Mesmo quando ela falava, não tinha certeza se falava de Maddie ou Lois.

O coração de Oliver doeu com a visão da dor no rosto dela, e na voz. “Eu sinto muito.”

Ela respirou fundo e concordou, ainda sem olhar pra ele, “quando fui embora, estava com medo, apavorada com o que aconteceria se todos descobrissem, como você reagiria, como Clark reagiria,” ela não percebeu que estava falando até a palavras a deixarem, ela as manteve presas por anos, “mas eu tenho pensado mais e mais se fugir e me esconder dessa forma foi a escolha certa.”

Ele fechou os olhos com força, seu estômago revirando. Ela tinha ido embora em parte por medo de como ele reagiria. “Não faça isso consigo mesma,” sussurrou. “Duvidar do que você achava que era o certo na época não muda nada, e não ajuda.” A voz dele era suave. “Acredite, eu sei.”

“Eu sei,” ela disse, “ela está feliz e saudável, e isso é tudo que importa.” A voz dela ficou ainda mais baixa ao dizer isso, quase como se ela estivesse tentando se convencer do que falava.

“Você está certa. E você está feliz também. Todos estão bem.”

Chloe finalmente olhou pra ele depois do que ele disse, o estudando por um momento, “você está feliz?”

A pergunta o pegou desprevenido. “Claro. Porque não estaria?” perguntou, tentando parecer muito convincente ao se levantar e atravessar a sala pra olhar as fotos penduradas na parede. Ele realmente precisava se afastar do exame minucioso que os olhos dela faziam antes que ela pudesse ver mais do que já tinha visto.

“Você me procurou quando eu obviamente não queria ser encontrada, Oliver, eu te convidei pra minha casa, deixei você falar com minha filha sem questionar seus motivos, você não acha que o mínimo que eu mereço é um pouco de sinceridade?”

“Chloe, eu só precisava ter certeza de que você estava viva, e bem. E essa é a verdade.” Ele virou pra encará-la.

Ela levantou também, cruzando os braços, “depois de todo esse tempo, porque isso ainda importava?”

Oliver a encarou, incapaz de suprimir a dor em seus olhos. “Chloe, eu estive procurando por você por três anos e meio. Não teve um ‘depois de todo esse tempo’. Não foi algo que eu simplesmente decidi fazer. É o que eu estive fazendo.”

Chloe não sabia se ficava mais surpresa com a informação ou com a dor que viu nos olhos dele de repente, ela descruzou os braços, observando-o atentamente, “todo esse tempo?” Ela esperava não ser nada mais que uma lembrança distante pra todos eles, talvez não pra Lois, mas para o resto deles, ela não achou que eles pensariam nela mais do que talvez uma vez a cada seis meses.

“Você achou que iria simplesmente desaparecer e nós nem sequer tentaríamos te encontrar?”

“Ninguém estava por perto quando eu desapareci, exceto por Lois e Clark,” ela lembrou, apesar de não haver julgamento na voz dele, aquela época foi difícil pra todos eles, “eu esperava que todos tivessem desistido a essa altura...”

“Certo,” ele murmurou, desviando o olhar, o estômago revirando mais uma vez. Eles tinham desaparecido primeiro. Eles não lhe deram uma razão pra assumir que se importariam caso ela fizesse o mesmo. Ele sentiu um nó se formando na garganta.

Ela sentiu seu perto apertar ao olhar pra ele e deu um passo a frente. “Me desculpa por ter  te preocupado por tanto tempo,” disse, “me desculpa por você ter passado tanto tempo tentando me encontrar, se eu soubesse, teria ao menos encontrado uma forma de fazer você saber que eu estava bem.”

Os olhos dele estavam um pouco embaçados quando ele a olhou brevemente, incapaz de sustentar o olhar por mais que alguns segundos dessa vez. “Não é sua culpa. Você eh – você não tem porque se desculpar.”

“Deus, Ollie...” ela sussurrou ao ver as lágrimas formando nos olhos dele, ela nunca o tinha visto tão despedaçado daquele jeito antes e pensar que ele estava desse jeito por causa dela... ela se aproximou e colocou as mãos nos braços dele, “vem aqui,” ela disse antes de envolvê-lo em seus braços.

Oliver fechou os olhos rapidamente quando ela o abraçou e sem dizer nada retribuiu o abraço, prendendo a respiração.

Chloe fechou os próprios olhos e suspirou, acariciando as costas dele com suavidade, “Está tudo bem, eu estou bem, nunca quis fazer você passar por nada disso.”

Ele concordou com a cabeça, o peito apertado. “Tudo que importa é que você está bem.”

“Eu quero que você fique bem também,” ela respondeu, não o soltando. Nunca tinha imaginado que de todos eles, Oliver iria reagir assim, ser aquele que ficaria tão afetado pelo desaparecimento dela, nunca imaginou que isso iria machucá-lo tanto, mas a expressão que tinha visto no rosto dele provava o contrário.

“Eu vou ficar.” A voz dele era forçada. “Agora que eu sei que você está. Me desculpa, Chloe.”

“Pelo que você tá pedindo desculpas?” Ela perguntou, afastando-se pra olhar pra ele, “me desculpa por ter te assustado desse jeito. Desculpa de verdade.”

“Desculpa por ter ido embora depois de tudo que tinha acontecido.” Ele manteve os olhos fechados. “Eu fui um bastardo egoísta. Não devia ter feito aquilo com você.”

Chloe sacudiu a cabeça, levando uma das mãos até o cabelo dele, “não faz isso, aconteceu há muito tempo atrás Ollie, e eu estou bem.”

Oliver prendeu a respiração de novo, concordando. Não podia dizer mais nada porque, se dissesse, não tinha certeza do que sairia – não tinha certeza se seriam palavras ou um soluço.

“Porque você não se senta?” Ela sugeriu, “vou pegar água pra você.”

Ele concordou com a cabeça, indo pro sofá mais uma vez. Quando ela saiu da sala, ele colocou o rosto entre as mãos por um bom tempo, expirando lentamente e depois respirando fundo algumas vezes, numa tentativa de se recompor.

Chloe demorou mais do que o necessário na cozinha pra que ele tivesse algum tempo, voltando a sala em seguida e sentando ao lado dela. Ela levou a mão até o ombro dele e esfregou gentilmente com o polegar, dando o copo pra ele, “aqui.”

“Obrigado,” ele disse, pegando dela e conseguindo dar um pequeno sorriso. Deu um longo gole de água, colocando o copo em cima do joelho depois, os dedos apertando-o com força. “Você eh – você acha que toparia uma visita do Impulse?”

Ela sorriu pra ele e fez que sim com a cabeça, acariciando as costas dele de forma tranquilizadora  “desde que ele consiga ficar quieto.”

“Não tem que ser hoje,” ele disse, olhando pra ela de lado.

Chloe o observou por um momento, concordando, “você acha que seria melhor se você já contasse pra ele?”

Ele refletiu por um momento. “Não sei,” admitiu. “Se você quiser, eu conto. Se você quiser contar pra ele, eu respeito isso também.”

“Você pode contar pra ele,” ela concedeu, olhando pelo corredor, “as razões pelas quais eu tive que me esconder quatro anos atrás praticamente não importam mais,” ela falou, mas manteve os detalhes pra si mesma, já que ele não parecia querer saber mais que o necessário, “e se eu estive preocupando vocês como pareço ter preocupado, eu realmente não tenho mais razão pra fazer isso.”

“Eu vou falar com ele então,” ele concordou, a estudando enquanto ela olhava o corredor. “Eles vão ficar felizes por você estar bem. Se bem que eu devo te avisar que eles provavelmente vão querer te visitar em breve.” Oliver olhou para o copo agora vazio.

“Ela vai ficar feliz com isso,” ela sorriu um pouco, olhando pra Ollie de novo, “ela vive querendo festas mesmo quando não é o aniversário dela, aparentemente alguém falou pra ela que os pais faziam festa o tempo todo e pra ela, festa é ter visita.”

Ele não pôde deixar de sorrir com isso. “Ela parece tanto com você.”

Chloe sorriu pra ele e acenou com a cabeça, “obrigada, eu escuto muito isso.”

Ele não tinha dúvidas disso. “Ela vai partir corações algum dia,” ele murmurou.

Arqueando a sobrancelhas, Chloe fez uma careta e sacudiu a cabeça, “não estou exatamente pronta pra pensar nisso ainda.” Ela lhe disse e sorriu.

Ele riu um pouco, involuntariamente. “Você tem um tempo antes de ter que se preocupar com isso.” Ele parou. “Ao menos dois ou três anos,” provocou.

Chloe riu também e suspirou, sacudindo a cabeça, “Eu vou ter que expulsar todos aqueles garotos de seis anos do apartamento, não vai ser bonito.”

Uma risada escapou dele. “Nem um pouco.” Ele olhou pra ela de novo, e depois para o copo em sua mão. “Acho que eu vou indo,” ele disse.

Ela o olhou por um segundo e por fim concordou, respirando fundo e se encontrando com vontade de pedir pra ele ficar mais, mas ele estava exausto e ela não tinha dúvida de que os outros iriam querer falar com ele, “que tal você e o Bart vierem almoçar amanhã? Isso deve te dar um tempo pra falar com ele e eu prometi pra Maddie que ela te veria logo.”

Ele se encontrou incapaz de dizer não. “Tudo bem. Meio-dia?” perguntou.

“Meio-dia é uma boa,” ela concordou, observando-o de perto.

Oliver concordou com a cabeça, se levantando. Ele olhou pra cozinha e foi pra lá, colocando o copo na pia antes de voltar pra sala. “Obrigado por ah...” Ele sacudiu a cabeça um pouco. “Obrigado.” A voz dele era baixa.

“Você não tinha que ter feito isso,” Chloe disse quando ele voltou e respirou fundo, os olhos no rosto dele por um tempo, ela nunca tinha ouvido Oliver Queen gaguejar ou não terminar uma frase antes, e ele tinha feito isso várias vezes durante a conversa deles, ela se  sentia incrivelmente culpada por transformá-lo no que ele era agora e faria o que pudesse pra ajudá-lo a voltar ao normal, “se tem alguém que devia estar agradecendo, esse alguém sou eu,” ela disse, “por não desistir de mim, mesmo eu fazendo você passar por maus bocados.”

O peito dele apertou com as palavras dela. “Eu não podia desistir de você mesmo se tentasse,” ele admitiu, não exatamente encontrando os olhos dela. “Só estou muito feliz por você estar segura.” Ele lhe ofereceu um sorriso que não alcançou os olhos.

Ela estendeu a mão pra tocar o braço dele e apertou de leve, “Também estou feliz por você estar seguro,” ela disse, “e obrigada mais uma vez.” As palavras dela eram sinceras.

Oliver acenou com a cabeça, engolindo seco ao se virar pra porta.

Chloe foi com ele e abriu a porta, respirando fundo, “te vejo amanhã.”

“Te vejo amanhã,” ele repetiu, passando pela porta, depois parando e virando pra olhá-la mais uma vez. Ele estendeu a mão e gentilmente tocou a ponta do cabelo dela. “Fica bom assim,” ele sussurrou, “Você parece bem, Chloe.”

Chloe arqueou um pouco as sobrancelhas mas sorriu pra ele, “obrigada,” ela indicou o elevador com a cabeça, “você precisa descansar um pouco e talvez vai se sentir melhor amanhã,” ela sorriu um pouco, “mas apesar de parecer exausto, você parece bem também, Ollie.” E ela não dizia apenas por dizer, “pra isso é preciso de talento.”

Oliver inclinou um pouco a cabeça pro lado, um pequeno sorriso nos lábios. “Obrigado.” Ele disse. “Boa noite.”

“Boa noite,” ela sorriu, “se cuida na volta.”

Ele concordou, deslizando as mãos nos bolsos da jaqueta ao se afastar dela e para os elevadores. Ele apertou o botão e esperou, fechando os olhos.

“Tchau,” ela disse quando as portas do elevador abriram, o olhando.

Oliver entrou no elevador, o peito apertando enquanto olhava pra onde ela estava. “Tchau,” respondeu.

Ela forçou um sorriso nos lábios e acenou mesmo que seu peito também estivesse apertado pela tristeza que via no rosto dele, se ela conseguisse encontrar Bart sozinho no dia seguinte, perguntaria se tem alguma coisa que ela pode fazer pra ajudar Ollie. Quando as portas do elevador fecharam, ela respirou fundo e fechou a porta do apartamento, trancando-a atrás de si antes de ir pelo corredor ver como Maddie estava, ela ficaria bem feliz em saber que iriam receber visitas no dia seguinte.

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Um comentário:

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