26.3.11

The Avatar (1/4)

Título: O Avatar
Resumo: Não importam os obstáculos, Oliver vai ter a vida que ele quer -- onde quer que seja.
Autora: Catheryne (tennysonslady)
Classificação: PG-13
Spoiler: Collateral




O cabelo dela tinha o cheiro dos campos. Oliver esperava morangos. Antes que ele pudesse abrir os olhos a fragrância invadiu seus sentidos como uma lembrança poderosa de que cama ele estava enquanto acordava, em que quarto ele estava acordando. O mero pensamento fez seus lábios se curvarem. Beijos gentis o trouxeram à consciência e suas mãos descansaram na cintura do corpo em cima dele.

"Acorda, Raio de Sol", ele a ouviu brincar docemente.

Sua testa franziu. Ele fingiu um resmungo e abriu os olhos. Ela agora estava inclinada sobre ele, com o cotovelo descansando ao lado de sua cabeça. Os fios do cabelo curto brincando em sua pele. Ele ergueu uma sobrancelha, mas mesmo assim gostou de como o sorriso dela estava um pouco inchado, um pouco vermelho, como se ela tivesse o beijado a noite inteira.

Ela sempre o acordava do mesmo jeito depois de uma noite juntos.

"Raio de Sol?"

Ela mordeu o lábio inferior. "Combina, você não acha? Você é alegre, e brilhante, e quente."

"E isso tudo por sua causa", Oliver pontuou. "Quando você estava longe... eu acho que Tess poderia muito bem que classificar como monção ou tempestade tropical."

Ela enrugou o canto dos olhos. Sorrindo quando perguntou, "Uma frente fria?"

Oliver deu risada, então a puxou pela cintura até ela cair em cima dele. À sensação, seus quadris se empurraram pra frente apenas o suficiente para ela senti-lo. "Nunca com você."

Chloe deu risada. Ele amava tanto aquela risada que a tinha gravado em um arquivo em seu computador pessoal e ouvia repetidamente enquanto trabalhava. A risada dela ecoava pelas caixas de som, enchendo seu escritório fechado. Mas Oliver balançou a cabeça, porque aquela era outra vida, outro mundo. Não era esse lar perfeito. Quando os beijos dela alcançaram a linha de sua mandíbula, Oliver apertou os braços ao redor dela e deu um beijo em seu cabelo.

Ela foi até seu ouvido, e sussurrou. "Eu amo você."

Ao que ele respondeu, facilmente, mas com um tom que ele odiava quando estavam no quarto. "Eu amo você."

A mudança em seu tom foi suave, quase imperceptível. Mas ela percebeu. Ela estava tão perto, tão acostumada a ele, que reconhecia a mudança. Ela se levantou e olhou pra ele preocupada. "Oliver, o que você está fazendo?"

Ele suspirou. "Eu sinto muito."

E ele desejava voltar a pensar onde estavam, a sensação do corpo dela sobre o dele, o cheiro de seu cabelo. Mas ao invés, ele olhou dentro dos olhos dela e ele percebeu a iris verde escurecer. Ele passou os braços ao redor dela e se ordenou a se agarrar à forma, ainda assim, seu abraço foi ficando mais e mais vazio. A luz do sol que entrava pelas janelas, o calor que antes havia em seus braços, foi ficando frio. A luz ao seu redor piscou.

"Ollie, fica", ela falou de repente. "Fica comigo."

Ele fechou os olhos com força, recuperando os sentidos, chamando de volta o cheiro dos campos e o calor em sua pele, juntando os pixels em sua mente do exato tom de verde dos olhos dela. Mas não havia mais o toque suave em seu rosto. Ele estava rodeado pelo frio e então percebeu onde estava.

Oliver abriu os olhos novamente, e dessa vez havia uma luz fluorescente branca bem acima dele. Ele ficou ali, piscando para o teto. Finalmente, ele se levantou até estar sentado na cama do laboratório. Victor se virou do computador para olhar pra ele.

"O que aconteceu?" Oliver questionou.

Há poucos segundos da ilusão e ele já estava desolado pela perda do perfume e som.

"Uma flutuação elétrica. Eu perdi força por um segundo", Victor respondeu. "Isso corrompeu algumas partes do drive. Estou desfragmentando agora."

Seus olhos piscaram, nervoso. Oliver pulou da cama e foi até Victor. "Nós a perdemos?" Victor não respondeu, ao invés ele voltou ao trabalho. "Victor, perdemos a Chloe?"

"É um avatar, Oliver", Victor o informou curtamente. "É um avatar e alguns cenários pré-programados. Eu vou checar se os arquivos foram danificados." Houve uma pausa momentânea. "Perdemos Chloe muito tempo antes disso."

Oliver olhou feio para seu colega. Ele ainda tinha o pendrive, o dispositivo que ela tinha colocado em sua mão no dia que deu as costas pra ele e desapareceu voltando para o Esquadrão.

"Se você quiser me ver atravessar essas portas, está aqui. Se você precisa ficar parado no metrô para encontrar o meu sorriso, use isso. Porque eu nunca vou deixar você sozinho novamente do jeito que eu fiz da última vez. Com isso, Ollie, eu sempre estarei esperando por você."

"Você realmente não me conhece se acha que um pequeno drive vai preencher a falta que eu sinto de você."

"Você não está me perdendo." Rick Flagg parou atrás dela, e Chloe olhou para o homem e assentiu. Ela se voltou para Oliver. "Mas eu preciso que você acredite que eu estou fazendo isso por você."

"Eu sou Oliver Queen", ele disse, a voz firme. "Eu não preciso que você faça mais sacrifícios por mim. Dessa vez eu preciso que você confie em mim para nos salvar -- qualquer que seja a ameaça de que você tem conhecimento. Eu confio em você com minha vida. Você confia em mim?"

"Sullivan", Flagg chamou atrás dela.

Chloe respondeu asperamente. "Espere na van!"

Flagg se retirou ao comando. Chloe olhou para Oliver, em seguida segurou seu rosto. Oliver virou a cabeça e beijou sua mão. Ela piscou.

"Você confia, Chloe?" ele perguntou. "Fique aqui comigo e me conta o que você viu. Confie em mim para nos salvar."

Ela olhou de volta pra ele, e pela tristeza em seus olhos ele já sabia sua resposta. Seu coração estilhaçado. Ele permaneceu imóvel quando ela ficou na ponta dos pés e beijou seus lábios. E então ela se virou, atravessando a rua rapidamente na direção da van preta que tomou vida assim que a engoliu.

As lembranças sumiram, e Oliver estava parado olhando por sobre o ombro de Victor. Quando o teste terminou, Victor suspirou aliviado.

"Se foi", Victor anunciou, e as palavras tinham um tom de triunfo.

Não era surpresa, aquela reação. Victor queria destruir os cenários desde o dia em que ele encontrou Oliver os instalando sozinho, então se conectando ao servidor. O homem havia introduzido o malware no computador, o que felizmente não causou nenhum dano à segurança do sistema que o software de Chloe tinha criado para si mesmo.

Oliver apertou os lábios. "O que você está dizendo? Os cenários. Eles estão salvos direto no servidor."

"Mas o avatar foi corrompido. Se foi, Oliver. Olha, faz dois anos -- Para um programa feito por um amador até que durou muito tempo."

Ele achou ridículo Victor chamar Chloe de amadora. Oliver quase entrou em êxtase quando Victor disse que os cenários ainda existiam. "Eu ainda tenho o arquivo original. Eu posso trazê-la de volta."

"Presta atenção no que você está falando", Victor devolveu. "Deixa isso pra lá, Oliver."

Oliver olhou para o computador. "Eu tinha que voltar pra lá. A gente estava em casa e--"

Victor segurou seu braço. "Eu acho que já chega. Você já teve o suficiente depois de três meses usando o software. Sua casa não é lá, Oliver." Ele balançou a cabeça. "Dinah está te esperando na sua verdadeira casa."

Dinah.

"Você se lembra da Dinah, Oliver?" E a declaração era sarcástica, com a intenção de arrancá-lo de suas memórias do mundo virtual que ele visitava voluntária e secretamente no último ano.

"Eu preciso ir pra casa", Oliver sussurrou.

Victor suspirou aliviado. Ele segurou o braço de Oliver, e então disse, "Eu sei que não era isso que você queria, que você tinha planejado..."

"Mas é a realidade", Oliver finalizou por ele. Victor assentiu. Oliver continuou, "Me dá uma carona?"

De volta à sua cobertura, Oliver abriu a porta do quarto e olhou para dentro. Dinah dormia sozinha na larga cama, como fazia sempre nesse último ano. Ele foi para seu escritório e se sentou atrás da larga mesa. Oliver abriu o cofre na última gaveta. Quando ele se abriu, ele abriu a porta e pegou o pen-drive.

Oliver conectou o dispositivo no computador de seu escritório. Enquanto os arquivos eram extraídos e o avatar se construía dentro da máquina, Oliver foi fechar a porta e a trancou. Ele se sentou na frente do monitor, então abriu a porta dos servidores. Oliver pegou um dos instrumentos que a Queen Technologies havia desenvolvido no primeiro ano do desaparecimento dela, quando ele havia acabado de descobrir o conteúdo do drive. Ele se conectou ao computador com os cabos em suas têmporas e nuca, então se recostou contra o assento.

A casa estava instável, ainda piscando, como se a aplicação ainda não tivesse estabilizado em seu novo ambiente. Ele precisava se lembrar de fazer um upgrade em seu computador. Não era nem de perto tão poderoso quando o do laboratório. As paredes não eram tão sólidas, mas lentamente as cores ficaram mais firmes e ele atravessou o corredor e o ambiente se aprofundou em sua mente.

Ele acelerou o passo. A corrupção e eventual desfragmentação tinham rearrumado o layout de seu lar. Oliver correu pela casa. Os cenários deveriam ter ficado em segurança, porque o upload de seu progresso no último ano foi feito direto no servidor. Não deveria ter sido afetado pela queda de energia.

Mas a casa estava vazia num momento que não deveria estar. Ele chamou seu nome, sua voz ficando mais alta, mais forte.

Ainda assim parecia que tudo tinha se perdido. Completamente.

"Chloe!"

"Aqui", foi o grito em resposta.

Oliver olhou na direção onde deveria estar a porta da cozinha. Ao invés disso ele encontrou uma escada que levava aos quartos. Ele subiu dois degraus de cada vez. Quando chegou no alto, ele viu o retrato de Chloe e seu precioso tesouro. Ele fechou os olhos silenciosamente agradecendo. O ano não tinha sido perdido. Ele acelerou os passos até passar pelo quarto principal. Parou bem na frente da porta. A cabeça de Oliver doía. Ele abriu a porta e suspirou aliviado.

Chloe estava inclinada sobre o berço. Ela se virou e lhe deu um sorriso de desculpas. "Desculpa eu não ter descido", ela disse. "Connor fez uma bagunça."

Oliver expirou lentamente. Entrou no quarto e foi até o berço. Ele parou ao lado dela, passando um braço em volta de sua cintura. E então ele o viu, seu garotinho, os pés chutando enquanto sua mãe tentava segurar seus calcanhares e limpá-lo.

"Houve um terremoto essa manhã. A energia ficou indo e voltando e eu acho que a estrada foi danificada. Onde você estava?"

"Trabalhando", ele respondeu facilmente. "Você e Connor ficaram bem?"

Ela assentiu. "Você precisou de mim?" Chloe perguntou suavemente. Ela deixou o lenço umedecido usado de lado e então pegou outro.

"Está tudo bem", ele respondeu. Seus ombros relaxando com a visão.

"Bem, eu preciso de você. A babá não vem hoje. Você pode ficar por aqui e me ajudar com o bebê?"

Oliver pegou uma fralda e se virou para Chloe, passando-a pra ela. Ele sorriu. "Sempre."

Ela ergueu as sobrancelhas. "Tem certeza? Você não vai desaparecer de novo, como sempre?"

"Eu vou ficar. E não vou patrulhar enquanto você não estiver dormindo. Prometo."

Ela sorriu. "Que bom."



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4 comentários:

  1. Gente que história linda, triste, intrigante, perfeita e amo o modo como essa autora escreve.

    QUERO MAIS!!!!
    Vilm@

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  2. OH MY GOD

    curiosíssima!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    promete ser mais uma história linda!!!!!!!!!!!

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  3. Essa autora é fantástica!!!!!!!!!!

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  4. Que ideia brilhante!!!!

    Não tenho mais o que falar sobre essa autora... sou fã número um de tudo que ela escreve, quanto mais melhor...

    Adri, obrigada por mais essa tradução... Contando os minutos para ler o capítulo 2...

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