Título: O Avatar
Resumo: Não importam os obstáculos, Oliver vai ter a vida que ele quer -- onde quer que seja.Autora: Catheryne (tennysonslady)
Classificação: PG-13
Spoiler: Collateral
Um :: Dois
Chloe olhou ao redor do restaurante, ansiosa para encontrar o moreno familiar. Ao vê-la, Clark levantou a mão e acenou pra ela. Chloe acenou com a cabeça e tirou o casaco, e o passou à recepcionista. Ela foi até a mesa que Clark havia reservado pra eles. Chloe olhou para seu amigo com um pouco de suspeita quando ele se levantou e a abraçou.
Clark a soltou, então olhou pra ela com as sobrancelhas erguidas. "Esse não é o cumprimento da Chloe Sullivan que eu conheço."
Chloe apertou os lábios. Dois anos ele esteve ausente de sua vida com Oliver. Ela duvidava que Clark tivesse o direito de questionar sua reação -- ou sua não-reação -- a ele. "A Chloe que você conhece era sua melhor amiga", ela pontuou. "E melhores amigos não desaparecem..." sua voz falhou enquanto ela se recompunha, então ela continuou, "dois anos."
"Então acho que estou em falta com você."
Chloe ergueu as sobrancelhas. Como Clark Kent rapidamente esquecia das coisas. "Clark, você ficou longe por dois anos", ela ficou nervosa. "Eu não. Eu estava aqui com Ollie e Connor."
Clark se sentou novamente. Chloe olhou pra ele antes de se sentar também.
"Você parece confusa", Clark falou baixinho. Ele empurrou um copo com água na direção de Chloe. "Você está?"
Chloe piscou, e pensou nos momentos anteriores quando entrou no restaurante e estava tudo branco. Ela se virou para a direita. Seu olhar rondando o lugar, e ela percebeu alguns detalhes na cena. A garçonete quase deixou cair a bandeja quando uma mulher num vestido branco se levantou abruptamente. O homem na mesa em frente segurava uma caixinha que ela tinha certeza conter um anel de noivado.
"Me diz como você chegou aqui, Chloe. Você pegou um táxi?" Clark pressionou.
Mas não havia nada em sua memória sobre como ela saiu da cama que dividia com Oliver para a entrada do restaurante, quando ela disse o nome de Clark e a recepcionista confirmou que a reserva estava na lista.
"Você confia em mim?" ele perguntou.
E sua mente girou. Porque ela tinha feito essa mesma pergunta. A mão dele aberta sobre a mesa, e lhe oferecendo sua palma.
Ela fechou a mão na toalha da mesa.
"Você não é real", ele disse.
Ela respirou fundo.
"Você pode admitir em voz alta ou não, mas você sabe que não é real", ele disse a ela. "Isso não é real. Nada nesse mundo é."
"Não seja absurdo", ela conseguiu dizer, forçando uma risada quando mal conseguia respirar.
"Chloe", ele disse firmemente. "Você me pediu pra confiar em você uma vez. Eu posso não merecer, mas eu preciso que você confie em mim. Você é um avatar."
E apesar da impossibilidade de se virar nos braços de Oliver e se encontrar vestida para o jantar, pronta para encontrar um amigo que estava desaparecido há anos, os sentidos de Chloe se exasperaram com o que ele disse. Ela estava casada, teve um filho, sentiu a dor e sangrou aqui. E as palavras de Clark eram simplesmente--
"Não seja ridículo, Clark", ela disse, sua voz ficando irritada agora.
Quando ela não pegou sua mão, Clark a fechou. Ele manteve o olhar nela, sério, firme. "Victor criou um cenário ligado aos que você criou para Oliver", ele disse a ela.
Os cenários -- dois anos. Eles tinham que terminar quando--
E ela se lembrou da chuva, da chuva torrencial que causaria uma enchente que levaria tudo embora. Chloe estava parada diante dele, molhada até os ossos, uma ficção de um programa ligado ao sistema que tinha desenvolvido pra ele. Se tudo mais falhasse, haveria uma parte dela naquele software para dar conforto ao amor de sua vida. Mas a chuva não era só vagamente familiar. Houve uma dor aguda, e Chloe caiu no chão molhado enquanto Flagg e Pistoleiro se inclinavam sobre ela. E então havia um lugar frio.
E de repente ela estava tremendo, seus braços apertados. Ela olhou pra cima e viu Oliver indo na direção dela.
Por um momento ela imaginou o que tinha acontecido com o cenário que tinha feito e refeito -- perfeito a ponto de doer. Era sua pior hora e ela precisava se despedir dele. Chloe levantou a mão para tocar o rosto dele, e na fria escuridão enquanto a chuva caía ela podia sentir cada lágrima que descia pelo rosto dele.
Seus olhos piscaram enquanto se ajustavam a luz fraca da igreja. As velas tremeluziam num canto, quentes e estáveis, mantendo vivas as orações e indulgências. Uma mulher, uma estranha, ergueu um pouco a criança enquanto a pequena levava sua pequena vela amarela até a chama. Chloe observou fascinada quando a garota arfou quando conseguiu acender o fogo.
"Não há ninguém mais a quem eu confiaria minha vida. Só você", ela o ouviu dizer. "Ninguém que eu queira ser além dessa versão de mim que você criou."
Ela piscou enquanto as pequenas chamas cresciam. "Ollie."
A luz brilhante das velas os rodearam. A igreja brilhou em volta deles e de repente estava cheia de pequenas velas queimando seus pecados, exterminando suas vidas anteriores.
"Começa hoje", ele disse a ela.
Ela fechou os olhos quando ele se inclinou para beijá-la. Ela levou os braços até seu pescoço. E então tudo sumiu.
Chloe se levantou. Quando ela abriu os olhos a visão de Clark foi chocante pra ela. Ela mal se lembrava do casamento, quando começou a se afastar. "Você está mentindo", ela conseguiu dizer, embora só tivesse essas lembranças agora.
"Isso não é real", Clark insistiu, sua voz firme. E então ele segurou o braço dela. "Essa vida--"
"Não!"
"Eu estou aqui pra te levar de volta, Chloe."
Chloe estreitou os olhos. Seu coração disparado contra o peito. Ela se virou e foi para a porta.
"Você sabe que eu estou certo."
Chloe caminhou direto para a entrada. Victor era bom, mas ela era melhor. Abruptamente ela se virou e atravessou o restaurante. Se Clark estava certo, e Victor havia meramente conectado uma entrada para Clark, então ela estava no controle. Essa era sua criação. O programa de Victor era só um parasita sugando os recursos dela.
Chloe foi para o banheiro e abriu a porta.
Clark estava parado na frente dela com os braços cruzados sobre o peito. "Você precisa acreditar em mim!"
Droga. Clark Kent estava ficando bom nisso também.
Ainda assim, não tão bom quanto ela. E se eles tinham razão -- ela ignorou a dor em seu coração -- então ela estava vivendo ali há anos.
Chloe apertou os lábios. "Vai embora daqui, Clark!" E então respirando fundo ela passou por ele. Sua pele ficou gelada quando ele explodiu em bilhões de uns e zeros.
Connor.
Lágrimas encheram seus olhos.
Clark era um código binário e isso não era real.
Connor, ela pensou novamente.
Ela parou. Assim como esperado, ela estava numa passagem estreita. Bem no final havia aquela luz amarela que ela conhecia. Era a luz noturna do quarto de seu bebê. Ela podia ver os animais dançando na parede. Eles eram pequenos. Também Oliver estava ali andando de um lado para o outro com Connor gritando em seus braços.
"Oliver está preso aqui com você agora. Ele pode ir embora quando quiser, mas ele não vai", disse Clark. "Você achou que o estaria libertando quando lhe deu aquele drive, mas tudo o que você fez foi lhe dar uma saída do mundo real."
A passagem estreita era firme sob seus sapatos. Tudo o que ela tinha que fazer era atravessar. Victor estava ficando cada vez melhor. E ela odiava seu talento, irritada que ele pudesse criar esse link até ela. Ela podia atravessar isso agora.
"Eu conheço você, Chloe. Eu conheço esse olhar no seu rosto. Você acredita em mim."
Chloe sentiu o toque da mão dele em seu ombro. Ele não entendia, ela percebeu. Ele não participava de sua vida. Victor não tinha construído esse avatar bem o suficiente para entrar na realidade que ela havia criado. Ela se parabenizou pela segurança que impedia qualquer presença menos a de Oliver.
"Muitas coisas não fazem sentido, não é? E agora estão começando a fazer."
Sem se virar e olhar pra ele, Chloe se afastou, cruzou a passagem escura que levava ao quarto do bebê. E então ela estava em sua camisola. Ela encontrou Oliver na cadeira de balanço com Connor adormecido em seu peito. Chloe se ajoelhou diante deles e tocou seus rostos adormecidos. Com a sensação dos dedos dela, Oliver acordou.
Chloe se levantou e pegou Connor nos braços. Seu rosto foi direto para a curva em seu pescoço. Chloe roçou o nariz no cabelo de seu filho.
"Volte a dormir", ela sussurrou para Oliver.
Oliver atravessou o quarto e foi até a prateleira ao lado. Chloe cantarolou uma música de ninar para a criança já adormecida. Ela olhou para Oliver e o encontrou chacoalhando a mamadeira e a colocando no aquecedor. Uma rotina silenciosa. Ela ia sentir falta disso.
Ela apertou os braços ao redor do bebê. E então bem nesse momento ela sentiu os joelhos fraquejarem. Chloe foi até a cadeira de balançou que Oliver havia desocupado. Se sentou e se sentiu rodeada pelo calor que ele havia deixado. Ela respirou fundo, sentiu o cheiro do talco do bebê e aquele cheiro incrível, mandado dos céus que Connor tinha.
Oliver foi até eles e colocou a mão nas costas de Connor.
Ela clareou a garganta. Chloe lambeu os lábios. "Você se preocupa em perdê-lo?" ela sussurrou. Quando Oliver inclinou a cabeça para o lado, ela continuou. "Eu não consigo imaginar como seria viver sem ele. Você consegue?"
Uma pausa. Chloe correu os olhos sobre seu rosto. Ele estava ali. E ele sabia. Ela imaginou o que estava se passando dentro do marido dela -- não, ela se corrigiu -- na cabeça de Oliver.
"É um inferno", ele disse simplesmente. "É por isso que eu nunca vou ir embora."
Chloe assentiu. Oliver estendeu os braços para o bebê, e ela estava relutante em soltá-lo. Então Oliver pegou Connor e o colocou de volta no berço. Chloe se virou para o móbile sobre o berço e observou os pequenos macaquinhos e ursinhos começarem a girar.
Chloe o deixou levá-la até o quarto deles. Quando Oliver subiu na cama, Chloe foi até o banheiro e olhou seu reflexo no espelho. Ela procurou seu rosto, procurando algum sinal de números ou códigos. Mas era só ela. Suas mãos tremeram quando ela abriu a torneira. Chloe olhou para a água correndo e caindo na pia. Ela colocou a mão embaixo.
Parecia real.
Quase tão real como a emoção avassaladora que a varreu quando segurou seu bebê.
Oliver chamou seu nome do quarto.
"Me dê alguns minutos!" ela respondeu.
E então ela olhou para a outra mão e viu a lâmina que ela estava segurando agora. Chloe observou enquanto lentamente a lâmina atravessou a pia e descansou em seu pulso. Ela fez uma careta com a dor quando a lâmina cortou sua pele. A água corrente ficou rosa contra a porcelana da pia.
A dor parecia real.
Tão real quanto a plenitude que a fazia gritar quando Oliver se encaixava dentro dela, a preenchia à noite em sua cama. Tão real quando o calor dentro dela quando ele sussurrava que a amava.
E então de repente o palavrão a trouxe de volta ao presente. A lâmina foi arrancada abruptamente, jogada com força na pia. E os palavrões aumentaram. Ela piscou quando Oliver agarrou o braço dela e enrolou uma toalha em seu pulso.
"O que você está fazendo?" ele arfou.
Chloe piscou. Ela se perguntou porque até isso parecia lento. Seus servidores não operavam com baterias, mas parecia que o mundo inteiro havia diminuído.
"Eu não estava tentando me machucar", ela sussurrou. Ela desenrolou a toalha do pulso e mostrou pra ele. A toalha estava ensopada com sangue, mas o corte em seu pulso estava curando rápido. "Eu não posso me machucar", ela disse a ele suavemente.
O olhar no rosto dele -- exatamente quando ele percebeu--
"Eu recebi a visita de Clark", ela confessou.
"Você se curou rápido", ele falou rapidamente. "Pode ser parte dos seus poderes que estão voltando." Sua explicação, sua insistência na mentira. A fazia amá-lo. Muito mais. E então ele passou o braço ao redor de seus ombros, e a ajudou a ir pra cama. "Você está exausta. Por que você não se deita e dorme? Connor vai acordar de novo em algumas horas querendo você."
Chloe não queria dormir. Dormir significava ficar vulnerável. Dormir significava que Victor poderia criar outros buracos. Mas Oliver era tão real. E seu cérebro estava tão cansado de lutar e arrumar. Ela fechou os olhos.
Oliver respirou fundo. E levou as mãos às têmporas.
Quando Oliver tirou o instrumento dos olhos, ele estava de volta ao escritório de casa. Não foi nenhuma surpresa encontrar Clark Kent parado diante dele junto com Victor e Dinah, um de cada lado dele.
Foi Dinah quem falou. "Bem vindo a terra dos vivos, Arqueiro."
Calmamente, Oliver abriu a gaveta e guardou o dispositivo. Ele fechou a porta com o cofre. Lentamente ele se levantou da cadeira. Seus músculos doíam pela inatividade. Seu estômago roncou de fome. Ele saiu de trás da mesa. Caminhou até sua equipe.
Seu punho foi até o rosto de Clark.
Doeu como o inferno e nem incomodou Clark. O homem nem piscou. Oliver sibilou com a dor mas olhou feio para Clark. "Você não tinha o direito! Era a única coisa que eu tinha!"
Antes que ele pudesse se machucar novamente, Victor levantou uma mão pra ele e Dinah ficou na frente de Clark. Oliver se livrou de Victor.
"Você não tinha o direito de mexer no programa dela", Oliver disse a Victor.
Victor balançou a cabeça. "Nós não mexemos em nada. Apenas nos conectamos aos cenários."
Oliver piscou. As reações pareciam muito responsivas e não reescritas.
"Chloe não era só parte de um cenário pré-programado, Oliver. Ela era um avatar."
Oliver estreitou os olhos. Ele se voltou para Dinah. Um avatar significava que algo tinha que existir para estar conectado. Seu coração acelerou. E então ele entendeu -- desde o casamento, ela não tinha dito mais nenhuma palavra sobre o programa. Para todos os efeitos, até hoje, havia todas as indicações de que ela estava vivendo sua vida.
Dinah explicou. "É por isso que precisamos acordar você. Eu a encontrei, Oliver. Ela está presa num laboratório vigiado pelo Esquadrão Suicida. Precisamos salvá-la. Precisamos acordá-la."
Oliver sentiu o ar ficar preso na garganta. Seu corpo inteiro estava paralisado. Ele se inclinou para a frente e agarrou o braço de Victor. Ele se dobrou com a intensa dor em seu estômago.
Connor.
[CONTINUA]
_____________________________________________________________________________
Resumo: Não importam os obstáculos, Oliver vai ter a vida que ele quer -- onde quer que seja.Autora: Catheryne (tennysonslady)
Classificação: PG-13
Spoiler: Collateral
Um :: Dois
Chloe olhou ao redor do restaurante, ansiosa para encontrar o moreno familiar. Ao vê-la, Clark levantou a mão e acenou pra ela. Chloe acenou com a cabeça e tirou o casaco, e o passou à recepcionista. Ela foi até a mesa que Clark havia reservado pra eles. Chloe olhou para seu amigo com um pouco de suspeita quando ele se levantou e a abraçou.
Clark a soltou, então olhou pra ela com as sobrancelhas erguidas. "Esse não é o cumprimento da Chloe Sullivan que eu conheço."
Chloe apertou os lábios. Dois anos ele esteve ausente de sua vida com Oliver. Ela duvidava que Clark tivesse o direito de questionar sua reação -- ou sua não-reação -- a ele. "A Chloe que você conhece era sua melhor amiga", ela pontuou. "E melhores amigos não desaparecem..." sua voz falhou enquanto ela se recompunha, então ela continuou, "dois anos."
"Então acho que estou em falta com você."
Chloe ergueu as sobrancelhas. Como Clark Kent rapidamente esquecia das coisas. "Clark, você ficou longe por dois anos", ela ficou nervosa. "Eu não. Eu estava aqui com Ollie e Connor."
Clark se sentou novamente. Chloe olhou pra ele antes de se sentar também.
"Você parece confusa", Clark falou baixinho. Ele empurrou um copo com água na direção de Chloe. "Você está?"
Chloe piscou, e pensou nos momentos anteriores quando entrou no restaurante e estava tudo branco. Ela se virou para a direita. Seu olhar rondando o lugar, e ela percebeu alguns detalhes na cena. A garçonete quase deixou cair a bandeja quando uma mulher num vestido branco se levantou abruptamente. O homem na mesa em frente segurava uma caixinha que ela tinha certeza conter um anel de noivado.
"Me diz como você chegou aqui, Chloe. Você pegou um táxi?" Clark pressionou.
Mas não havia nada em sua memória sobre como ela saiu da cama que dividia com Oliver para a entrada do restaurante, quando ela disse o nome de Clark e a recepcionista confirmou que a reserva estava na lista.
"Você confia em mim?" ele perguntou.
E sua mente girou. Porque ela tinha feito essa mesma pergunta. A mão dele aberta sobre a mesa, e lhe oferecendo sua palma.
Ela fechou a mão na toalha da mesa.
"Você não é real", ele disse.
Ela respirou fundo.
"Você pode admitir em voz alta ou não, mas você sabe que não é real", ele disse a ela. "Isso não é real. Nada nesse mundo é."
"Não seja absurdo", ela conseguiu dizer, forçando uma risada quando mal conseguia respirar.
"Chloe", ele disse firmemente. "Você me pediu pra confiar em você uma vez. Eu posso não merecer, mas eu preciso que você confie em mim. Você é um avatar."
E apesar da impossibilidade de se virar nos braços de Oliver e se encontrar vestida para o jantar, pronta para encontrar um amigo que estava desaparecido há anos, os sentidos de Chloe se exasperaram com o que ele disse. Ela estava casada, teve um filho, sentiu a dor e sangrou aqui. E as palavras de Clark eram simplesmente--
"Não seja ridículo, Clark", ela disse, sua voz ficando irritada agora.
Quando ela não pegou sua mão, Clark a fechou. Ele manteve o olhar nela, sério, firme. "Victor criou um cenário ligado aos que você criou para Oliver", ele disse a ela.
Os cenários -- dois anos. Eles tinham que terminar quando--
E ela se lembrou da chuva, da chuva torrencial que causaria uma enchente que levaria tudo embora. Chloe estava parada diante dele, molhada até os ossos, uma ficção de um programa ligado ao sistema que tinha desenvolvido pra ele. Se tudo mais falhasse, haveria uma parte dela naquele software para dar conforto ao amor de sua vida. Mas a chuva não era só vagamente familiar. Houve uma dor aguda, e Chloe caiu no chão molhado enquanto Flagg e Pistoleiro se inclinavam sobre ela. E então havia um lugar frio.
E de repente ela estava tremendo, seus braços apertados. Ela olhou pra cima e viu Oliver indo na direção dela.
Por um momento ela imaginou o que tinha acontecido com o cenário que tinha feito e refeito -- perfeito a ponto de doer. Era sua pior hora e ela precisava se despedir dele. Chloe levantou a mão para tocar o rosto dele, e na fria escuridão enquanto a chuva caía ela podia sentir cada lágrima que descia pelo rosto dele.
Seus olhos piscaram enquanto se ajustavam a luz fraca da igreja. As velas tremeluziam num canto, quentes e estáveis, mantendo vivas as orações e indulgências. Uma mulher, uma estranha, ergueu um pouco a criança enquanto a pequena levava sua pequena vela amarela até a chama. Chloe observou fascinada quando a garota arfou quando conseguiu acender o fogo.
"Não há ninguém mais a quem eu confiaria minha vida. Só você", ela o ouviu dizer. "Ninguém que eu queira ser além dessa versão de mim que você criou."
Ela piscou enquanto as pequenas chamas cresciam. "Ollie."
A luz brilhante das velas os rodearam. A igreja brilhou em volta deles e de repente estava cheia de pequenas velas queimando seus pecados, exterminando suas vidas anteriores.
"Começa hoje", ele disse a ela.
Ela fechou os olhos quando ele se inclinou para beijá-la. Ela levou os braços até seu pescoço. E então tudo sumiu.
Chloe se levantou. Quando ela abriu os olhos a visão de Clark foi chocante pra ela. Ela mal se lembrava do casamento, quando começou a se afastar. "Você está mentindo", ela conseguiu dizer, embora só tivesse essas lembranças agora.
"Isso não é real", Clark insistiu, sua voz firme. E então ele segurou o braço dela. "Essa vida--"
"Não!"
"Eu estou aqui pra te levar de volta, Chloe."
Chloe estreitou os olhos. Seu coração disparado contra o peito. Ela se virou e foi para a porta.
"Você sabe que eu estou certo."
Chloe caminhou direto para a entrada. Victor era bom, mas ela era melhor. Abruptamente ela se virou e atravessou o restaurante. Se Clark estava certo, e Victor havia meramente conectado uma entrada para Clark, então ela estava no controle. Essa era sua criação. O programa de Victor era só um parasita sugando os recursos dela.
Chloe foi para o banheiro e abriu a porta.
Clark estava parado na frente dela com os braços cruzados sobre o peito. "Você precisa acreditar em mim!"
Droga. Clark Kent estava ficando bom nisso também.
Ainda assim, não tão bom quanto ela. E se eles tinham razão -- ela ignorou a dor em seu coração -- então ela estava vivendo ali há anos.
Chloe apertou os lábios. "Vai embora daqui, Clark!" E então respirando fundo ela passou por ele. Sua pele ficou gelada quando ele explodiu em bilhões de uns e zeros.
Connor.
Lágrimas encheram seus olhos.
Clark era um código binário e isso não era real.
Connor, ela pensou novamente.
Ela parou. Assim como esperado, ela estava numa passagem estreita. Bem no final havia aquela luz amarela que ela conhecia. Era a luz noturna do quarto de seu bebê. Ela podia ver os animais dançando na parede. Eles eram pequenos. Também Oliver estava ali andando de um lado para o outro com Connor gritando em seus braços.
"Oliver está preso aqui com você agora. Ele pode ir embora quando quiser, mas ele não vai", disse Clark. "Você achou que o estaria libertando quando lhe deu aquele drive, mas tudo o que você fez foi lhe dar uma saída do mundo real."
A passagem estreita era firme sob seus sapatos. Tudo o que ela tinha que fazer era atravessar. Victor estava ficando cada vez melhor. E ela odiava seu talento, irritada que ele pudesse criar esse link até ela. Ela podia atravessar isso agora.
"Eu conheço você, Chloe. Eu conheço esse olhar no seu rosto. Você acredita em mim."
Chloe sentiu o toque da mão dele em seu ombro. Ele não entendia, ela percebeu. Ele não participava de sua vida. Victor não tinha construído esse avatar bem o suficiente para entrar na realidade que ela havia criado. Ela se parabenizou pela segurança que impedia qualquer presença menos a de Oliver.
"Muitas coisas não fazem sentido, não é? E agora estão começando a fazer."
Sem se virar e olhar pra ele, Chloe se afastou, cruzou a passagem escura que levava ao quarto do bebê. E então ela estava em sua camisola. Ela encontrou Oliver na cadeira de balanço com Connor adormecido em seu peito. Chloe se ajoelhou diante deles e tocou seus rostos adormecidos. Com a sensação dos dedos dela, Oliver acordou.
Chloe se levantou e pegou Connor nos braços. Seu rosto foi direto para a curva em seu pescoço. Chloe roçou o nariz no cabelo de seu filho.
"Volte a dormir", ela sussurrou para Oliver.
Oliver atravessou o quarto e foi até a prateleira ao lado. Chloe cantarolou uma música de ninar para a criança já adormecida. Ela olhou para Oliver e o encontrou chacoalhando a mamadeira e a colocando no aquecedor. Uma rotina silenciosa. Ela ia sentir falta disso.
Ela apertou os braços ao redor do bebê. E então bem nesse momento ela sentiu os joelhos fraquejarem. Chloe foi até a cadeira de balançou que Oliver havia desocupado. Se sentou e se sentiu rodeada pelo calor que ele havia deixado. Ela respirou fundo, sentiu o cheiro do talco do bebê e aquele cheiro incrível, mandado dos céus que Connor tinha.
Oliver foi até eles e colocou a mão nas costas de Connor.
Ela clareou a garganta. Chloe lambeu os lábios. "Você se preocupa em perdê-lo?" ela sussurrou. Quando Oliver inclinou a cabeça para o lado, ela continuou. "Eu não consigo imaginar como seria viver sem ele. Você consegue?"
Uma pausa. Chloe correu os olhos sobre seu rosto. Ele estava ali. E ele sabia. Ela imaginou o que estava se passando dentro do marido dela -- não, ela se corrigiu -- na cabeça de Oliver.
"É um inferno", ele disse simplesmente. "É por isso que eu nunca vou ir embora."
Chloe assentiu. Oliver estendeu os braços para o bebê, e ela estava relutante em soltá-lo. Então Oliver pegou Connor e o colocou de volta no berço. Chloe se virou para o móbile sobre o berço e observou os pequenos macaquinhos e ursinhos começarem a girar.
Chloe o deixou levá-la até o quarto deles. Quando Oliver subiu na cama, Chloe foi até o banheiro e olhou seu reflexo no espelho. Ela procurou seu rosto, procurando algum sinal de números ou códigos. Mas era só ela. Suas mãos tremeram quando ela abriu a torneira. Chloe olhou para a água correndo e caindo na pia. Ela colocou a mão embaixo.
Parecia real.
Quase tão real como a emoção avassaladora que a varreu quando segurou seu bebê.
Oliver chamou seu nome do quarto.
"Me dê alguns minutos!" ela respondeu.
E então ela olhou para a outra mão e viu a lâmina que ela estava segurando agora. Chloe observou enquanto lentamente a lâmina atravessou a pia e descansou em seu pulso. Ela fez uma careta com a dor quando a lâmina cortou sua pele. A água corrente ficou rosa contra a porcelana da pia.
A dor parecia real.
Tão real quanto a plenitude que a fazia gritar quando Oliver se encaixava dentro dela, a preenchia à noite em sua cama. Tão real quando o calor dentro dela quando ele sussurrava que a amava.
E então de repente o palavrão a trouxe de volta ao presente. A lâmina foi arrancada abruptamente, jogada com força na pia. E os palavrões aumentaram. Ela piscou quando Oliver agarrou o braço dela e enrolou uma toalha em seu pulso.
"O que você está fazendo?" ele arfou.
Chloe piscou. Ela se perguntou porque até isso parecia lento. Seus servidores não operavam com baterias, mas parecia que o mundo inteiro havia diminuído.
"Eu não estava tentando me machucar", ela sussurrou. Ela desenrolou a toalha do pulso e mostrou pra ele. A toalha estava ensopada com sangue, mas o corte em seu pulso estava curando rápido. "Eu não posso me machucar", ela disse a ele suavemente.
O olhar no rosto dele -- exatamente quando ele percebeu--
"Eu recebi a visita de Clark", ela confessou.
"Você se curou rápido", ele falou rapidamente. "Pode ser parte dos seus poderes que estão voltando." Sua explicação, sua insistência na mentira. A fazia amá-lo. Muito mais. E então ele passou o braço ao redor de seus ombros, e a ajudou a ir pra cama. "Você está exausta. Por que você não se deita e dorme? Connor vai acordar de novo em algumas horas querendo você."
Chloe não queria dormir. Dormir significava ficar vulnerável. Dormir significava que Victor poderia criar outros buracos. Mas Oliver era tão real. E seu cérebro estava tão cansado de lutar e arrumar. Ela fechou os olhos.
Oliver respirou fundo. E levou as mãos às têmporas.
Quando Oliver tirou o instrumento dos olhos, ele estava de volta ao escritório de casa. Não foi nenhuma surpresa encontrar Clark Kent parado diante dele junto com Victor e Dinah, um de cada lado dele.
Foi Dinah quem falou. "Bem vindo a terra dos vivos, Arqueiro."
Calmamente, Oliver abriu a gaveta e guardou o dispositivo. Ele fechou a porta com o cofre. Lentamente ele se levantou da cadeira. Seus músculos doíam pela inatividade. Seu estômago roncou de fome. Ele saiu de trás da mesa. Caminhou até sua equipe.
Seu punho foi até o rosto de Clark.
Doeu como o inferno e nem incomodou Clark. O homem nem piscou. Oliver sibilou com a dor mas olhou feio para Clark. "Você não tinha o direito! Era a única coisa que eu tinha!"
Antes que ele pudesse se machucar novamente, Victor levantou uma mão pra ele e Dinah ficou na frente de Clark. Oliver se livrou de Victor.
"Você não tinha o direito de mexer no programa dela", Oliver disse a Victor.
Victor balançou a cabeça. "Nós não mexemos em nada. Apenas nos conectamos aos cenários."
Oliver piscou. As reações pareciam muito responsivas e não reescritas.
"Chloe não era só parte de um cenário pré-programado, Oliver. Ela era um avatar."
Oliver estreitou os olhos. Ele se voltou para Dinah. Um avatar significava que algo tinha que existir para estar conectado. Seu coração acelerou. E então ele entendeu -- desde o casamento, ela não tinha dito mais nenhuma palavra sobre o programa. Para todos os efeitos, até hoje, havia todas as indicações de que ela estava vivendo sua vida.
Dinah explicou. "É por isso que precisamos acordar você. Eu a encontrei, Oliver. Ela está presa num laboratório vigiado pelo Esquadrão Suicida. Precisamos salvá-la. Precisamos acordá-la."
Oliver sentiu o ar ficar preso na garganta. Seu corpo inteiro estava paralisado. Ele se inclinou para a frente e agarrou o braço de Victor. Ele se dobrou com a intensa dor em seu estômago.
Connor.
[CONTINUA]
_____________________________________________________________________________
=( coitada =( coitado
ResponderExcluirTer que deixar o Connor????Tadicos!!
Ai meu Deus!!!
ResponderExcluirQue triste!!!
Que lindo ao mesmo tempo... amando essa história...
Exatamente Livia linda essa historia e ao mesmo tempo tão triste, essa autora sempre me faz chorar...
ResponderExcluirVilm@