29.3.11

The Avatar (4/4)

Título: O Avatar
Resumo: Não importam os obstáculos, Oliver vai ter a vida que ele quer -- onde quer que seja.
Autora: Catheryne (tennysonslady)
Classificação: PG-13
Spoiler: Collateral
Um :: Dois :: Três


Em treinamentos, especialmente no arco-e-flecha, uma regra era preeminente. Essa regra estava acima de todas as outras. Mantenha seus olhos no prêmio. Nunca dê as costas. Foi essa regra que Oliver ensinou a Mia diversas vezes antes dela começar a se virar por conta própria. Essa era uma regra que Oliver fazia questão de deixar claro para cada membro de sua equipe sempre que completavam missões juntos.

Isso estava na cabeça de Oliver há tanto tempo que Oliver quase se xingou quando cometeu o erro que ele vivia alertando os outros.

Deveria ter sido simples. Mas ele estava irregular, sem analisar suas reações no momento. Tudo o que sabia era que a equipe estava posicionada em seus devidos lugares. Ele esperou pela voz de Dinah. Por alguma razão -- talvez porque foi ela quem encontrou o local -- eles tinham decidido que seguiriam as ordens de Dinah. Foi só quando a van militar preta entrou pelos portões, e Oliver viu uma pequena abertura que foi tudo pro inferno.

"Agora, Canário", ele falou, a respiração acelerada.

"Não", Dinah respondeu. "Temos que esperar."

Seu coração batia rápido. Esperar. Entre as batidas, ele pensou, antes de disparar a flecha. Ele tinha ensinado isso a Chloe. Ele a ensinou combate corporal para que ela pudesse se defender. Ensinou a ela tudo o que sabia para nunca perdê-la.

Ela estava lá dentro, plugada e ligada a máquinas desde que ele foi idiota o suficiente para deixá-la ir embora.

Seu coração batia tão rápido que o fluxo de sangue era ensurdecedor, encobrindo a voz de Dinah.

Ele podia dizer que não tinha ouvido as instruções de Canário. Ou se ele sobrevivesse poderia dizer que não importava. Tudo o que Oliver sabia é que seu coração batia tão alto que era fácil esperar pelo silêncio entre as batidas. Sua primeira flecha cruzou a distância. Quando Canário xingou em seu ouvido ao seu desrespeito ao tempo, Oliver desligou o comunicador e disparou pelos portões antes deles se fecharem.

Seus olhos estavam no prêmio. O prêmio estava depois das portas, dentro da sala gelada que Canário havia descrito. Oliver colocou a mão entre as portas para impedir que se fechassem.

E então ele sentiu largos braços o empurrarem contra a parede. Ele olhou para seu agressor e viu Flagg olhando pra ele incrédulo.

"Que diabos você está fazendo?"

Oliver foi pego de surpresa pela pergunta. Ele achou que seria óbvio para o comandante dada a situação. Então ele questionou. "O que aconteceu, Flagg? Ela deu mesmo as costas pra você e sua verdadeira natureza apareceu?"

As explosões mudas chacoalharam os arredores. Flagg sibilou quando fagulhas voaram da fechadura, quebrando o equipamento de segurança pra sempre. "Diga ao seu time pra parar", o comandante disse a Oliver.

"Por quê?"

"Porque vocês estão destruindo os sistemas que mantém Sullivan viva!"

Oliver estreitou os olhos para Flagg. Preso entre confiar ou não no homem, Oliver acenou com a mão. A névoa dentro da sala lentamente se dissipou. Ele virou a cabeça. O aperto que ele tinha no braço de Flagg se soltou quando viu o vidro clareando por alguma razão e revelando a figura imóvel dentro dele.

Flagg o empurrou para o lado e correu até o contêiner, pressionando um código da máquina.

A visão fez Oliver ficar parado na porta, Flagg explicou. "Durante os momentos finais do VRA fomos pegos numa luta. Um estilhaço se alojou na coluna dela", ele explicou. Antes que Oliver pudesse protestar, Flagg continuou. "Ela tinha visto aquela luta. Ela estava preparada para as consequências."

Se ela estava, então foi por isso que ela preparou aquela despedida, como uma covarde, por meio da realidade virtual. Oliver descansou a mão no vidro gelado. Era um adeus que ela achou que continuaria, um que ela não achou que teria forças para dar.

"Não conseguimos acordá-la, mas vimos que a atividade cerebral estava intacta. E sabemos sobre os cenários que ela construiu pra você, então a conectamos neles, esperando manter o cérebro dela ativo para extrair os segredos da mente dela."

Como a senha para os mísseis. E Deus sabe o que mais Chloe mantinha naquela mente.

"Nos últimos meses conseguimos extrair os estilhaços de maneira segura, mas ela ficou presa lá. Como se não quisesse acordar." Ele parou. "Ou talvez ela não tivesse ideia de que não está no mundo real. Isso deve ser o mais provável porque sempre que alcançamos o avatar, ela se esconde ainda mais no programa onde não podemos encontrá-la."

Durante sua narrativa o resto de sua equipe e os companheiros de Flagg entraram na sala.

"Bem, ela precisa perceber isso o mais rápido possível. Os níveis de oxigênio estão caindo e não podemos recuperar a pressão com a eletricidade arruinada pela flecha do Queen aqui", relatou Pistoleiro, jogando a flecha no chão.

Em um computador, Victor leu os códigos na tela. "Ela ainda está lá. A realidade Virtual não foi interrompida." Ele olhou para a barra de força no computador. "Pelo menos pelas próximas horas. Eu vou criar um avatar e vou acordá-la."

"Não", Oliver olhou para a equipe, e então disse. "Deixa eu entrar na realidade virtual primeiro."

Dinah colocou a mão em seu braço. "Você precisa ser forte. Ela sabe agora, e ela ainda está lá. Ela obviamente está disposta a lutar por isso. Você nunca lutou com alguém tão inteligente -- ou emocionalmente ligada a você como Chloe é."

"Ela não vai lutar comigo."

Dinah balançou a cabeça. "Tem um mundo inteiro de estratégias que podem ser usadas. Mantenha isso em mente, Arqueiro."

~o~o~

Quando Oliver abriu os olhos, ele tomou ciência dos arredores. Ele estava no banco de trás da limusine. O assento de couro ao lado dele estava vazio. Sua cabeça doía. A escuridão dentro do veículo era perfeita com o fim da tarde e o sol se pondo lá fora. Ele piscou com a visão das ondas quebrando. Chloe estava parada do lado de fora do veículo olhando para o farol abandonado.

Ele saiu do carro e caminhou na direção dela. Apesar de seu silêncio ela se virou e olhou pra ele quando ele se moveu. Seus lábios curvados. Ela estendeu a mão e ele pegou. Oliver parou bem atrás dela e se pressionou nas costas dela, passando seus braços em sua cintura e descansando o queixo em sua cabeça.

"Estamos nos arredores de Star City", ela disse.
"Estou vendo."

O farol velho e deteriorado era um dos lugares onde seu pai havia lhe levado. Quando ele era um garotinho, seu pai o contou orgulhoso como seu bisavô caminhava até ali, passava pelas pedras e subia as escadas infinitas para acender o farol. Sua noiva fora enviada da Inglaterra até a Califórnia e ele a esperou naquele farol, décadas depois do navio afundar no Atlântico, e esperou.

"Eu achei que você ia ficar mais feliz aqui, na sua cidade natal", ela disse. "E eu estou disposta a trazer nossas vidas de Metrópolis pra cá se você achar que vai ser mais feliz aqui."

Seu coração doeu. Ele a virou em seus braços até ficarem de frente. Oliver abaixou a cabeça e a beijou. "Eu serei feliz em qualquer lugar que você estiver."

No fundo de sua mente ele se lembrava das palavras de Dinah, mas seus sentidos eram altos, vinham em ondas, o cheiro do ar fresco, e a sensação do beijo dela. Os lábios de Chloe foram até a pulsação em seu pescoço. "Vamos para o farol", ela sussurrou contra sua pele.

Era um farol antigo, sem nenhuma manutenção.

"Pode ser perigoso. Os degraus podem cair." A madeira, se Oliver se lembrava bem, não era do melhor tipo e os anos de exposição ao tempo devem ter deteriorado.

Ela segurou seu rosto. "Talvez os degraus tenham sido cimentados nesses últimos anos", ela sugeriu.

Oliver não tinha dúvida que quando chegassem à escada tudo estaria firme e seguro. Porque este era o mundo dela.

Este era um mundo virtual onde ela estava presa, por dois anos, e ele era a única alma que ela viu. E ele não tinha percebido.

"Vem comigo", ela convidou novamente. Com um pequeno sorriso que aumentou a culpa em seu coração, ela pediu. "Eu não quero ficar sozinha."

A equipe esperava, bem ali, do lado de fora de suas cabeças. Mas ela estava linda, dourada e brilhando sob o sol. Oliver deu um sorriso, então assentiu. Quando ela riu com sua resposta, seu coração doeu. Ele segurou sua mão firmemente quando começaram a correr. Quando chegaram na praia rochosa, Chloe pediu pra parar e tirou os sapatos que eram inconvenientes na areia.

"Pés descalços?" ele gritou através das ondas quebrando.

"É melhor do que tropeçar e se machucar quando estivermos lá!" ela gritou pra ele.

De mãos dadas, eles correram pela praia. Oliver era especialmente cuidadoso enquanto cruzavam as rochas. E então, quando chegaram ao farol, ele olhou para a alta e branca construção que brilhava em vermelho e amarelo. Ele deu uma olhada para dentro, para o interior completamente diferente de sua lembrança, sabia que Chloe tinha visto fotografias do farol mas construiu o interior de sua imaginação.

E ela deve ter percebido que ele notou a diferença. Quando ele olhou de volta pra ela, pela primeira vez, Oliver percebeu incerteza em seu olhar.

Ele a amava ainda mais por esses momentos de insegurança. Porque embaixo de tudo ele sabia que era a única pessoa no mundo com quem ela era tão aberta e vulnerável.

"Parece que eu nunca fui embora", ele mentiu.

E ela ficou animada e puxou sua mão enquanto subiam correndo os degraus molhados e cimentados das escadas. A explosão de entusiasmo suficiente para justificar sua óbvia mentira.

"Cuidado!" ele falou. "Estamos muito alto e o vento pode te atingir."

Ela franziu a testa e balançou a cabeça com um sorriso. "Eu não vou cair. Você está cuidando de mim, Heroi."

"Pode ter certeza", ele murmurou.

A água e o vento estavam calmos através das janelas abertas. Ela deu risada quando o viu, e estendeu a mão para tirar o cabelo molhado da testa dele. Quando alcançaram o topo, Oliver colocou as mãos na cintura dela. Seu cabelo balançando com o vendo.

"Eu amo esse lugar", ela disse enquanto olhava para o mar. "Eu quero viver aqui."

Ele deu risada. "Por mais que eu esteja acostumado com coberturas, viver neste farol vai requerer várias mudanças no design." Ela fechou os olhos enquanto sentia o ar frio em seu rosto. E ele tinha certeza que podia refazer o interior do inferno se fosse onde ela quisesse viver.

Ela virou a cabeça. E o sorriso tinha sumido. "Não, Ollie", ela sussurrou. "Aqui. Eu quero viver aqui."

Seu sorriso sumiu. "Precisamos ir pra casa."

"Por quê?" ela o desafiou. "Connor está aqui, Oliver. E somos tão felizes."

Não havia como rebater a declaração. O ano em que estiveram casados, tiveram Connor, nos meses em que ele acreditou que era só um link para um programa vazio -- foi o ano mais feliz de sua vida."

"Você sabe porquê", foi sua única resposta.

"Eu não me importo", ela sussurrou de volta. "Eu vivi no mundo virtual anos antes disso, Ollie. Mas meu mundo nunca chegou perto de ser tão perfeito como esse."

Ela estava tremendo agora, e Oliver esfregou as mãos em seus braços. Ele respirou fundo quando ela o abraçou com força.

"Eu não quero ir", ela sussurrou de novo. "Se você me ama, você vai ficar."

Em seu curto tempo juntos, ela nunca havia sido egoísta. Mesmo quando fugiu, ela fez isso por ele e seus amigos. E algumas vezes ele desejava que ela fosse egoísta pelo menos uma vez, assim ele saberia o que ela realmente queria.

Ele sabia agora.

Oliver desceu seus lábios sobre o dela. Uma palavra presa em sua garganta. Ela descansou as palmas em seu peito. Ele a sentiu tremer quando o vento fez a pele molhada se arrepiar. Os dedos dela se atrapalharam com os botões da camisa dele. Oliver levantou a cabeça, lambeu os lábios, a saboreou. Ele tirou a blusa dela e deixou seus seios nus pra ele, soprando um ar frio que endureceu os mamilos. Ela sibilou, fechando os olhos e jogando a cabeça pra trás, quando ele lambeu os bicos rijos. Quando ele mordeu gentilmente, quase em reverência, Chloe arfou e enterrou os dedos no cabelo dele.

"Ollie", ela arfou.

Ele se ajoelhou diante dela, sobre as roupas que tinham jogado no chão. Ela olhou pra ele. Quando ele descansou as mãos em seu quadril, ela colocou as mãos sobre as dele. Ele a puxou e ela se abaixou sobre ele. Ela agarrou seus ombros. Oliver a segurou com mais força enquanto lentamente a preenchia.

"Eu quero ficar com você", ele disse, numa promessa sussurrada, fervorosa.

Seus membros estavam enrolados enquanto estavam nus, eles adormeceram. Ele acordou para encontrar sua pele aquecida pelo sol da tarde se pondo através da janela. Ela olhou de volta pra ele de onde descansava o queixo em seu peito. Havia aquele silêncio que permitia ouvir o quebrar das ondas e o vento e o mar. Ele olhou ao redor e perceberam que não estavam no farol de seu bisavô.

"Estamos em casa", ela disse.

Oliver lentamente olhou ao redor e reconheceu a lareira, o teto alto, os móveis ao redor. Eles os rodeavam no quarto principal da Mansão Queen.

"Star City. A casa dos meus pais", ele disse.

Ela se sentou, seu peito nu, brilhando com a luz dourada do sol da tarde. E ele adorava que ela pudesse se sentir tão a vontade perto dele. Ela mordeu o lábio inferior, então lhe deu um pequeno sorriso. Ela correu os dedos, de seu pescoço, pelo peito e seu umbigo. Oliver segurou sua mão, então a trouxe até seus lábios.

"Chloe", ele disse novamente. "Precisamos conversar. Eu quero que você me escute."

Ela devia saber porque a próxima coisa que ele sabia era que houve um choro agudo e uma batida na porta. Ela se levantou e vestiu o robe. Quando ela abriu a porta, Oliver viu uma mulher estranha segurando seu filho.

"Sra. Queen", disse a mulher.

"Me dê ele."

Ela caminhou de volta até ele, Connor se contorcendo fazendo seu robe abrir um pouco. Ela olhou pra ele do meio do quarto. Ela beijou o pescoço de Connor, então Chloe perguntou. "Você realmente quer nos deixar pra trás, Oliver?"

E então ele piscou. E de repente houve uma diferente nuance na suave luz do sol. Ele olhou pra cima, reconhecendo os vitrais das janelas, percebendo que agora estavam na igreja onde seus pais o tinham levado para a primeira comunhão. A oração pesada e solene ecoando nas paredes. Enquanto ele se ajustava ao novo cenário, ele olhou para a mulher ao seu lado.

Ela era adorável, na blusa de renda branca com pérolas que ele tinha visto uma vez na caixa de joias de sua mãe.

"Me ajuda", ela sussurrou.

Ele pegou Connor e o levantou até a pia onde o padre poderia jogar água benta sobre a cabeça dele. Depois Chloe secou a cabeça com uma toalha. Ela pegou Connor de Oliver e colocou o capuz em sua cabeça. Talvez ele pudesse ficar. Talvez essa fosse a melhor solução. Certamente seria a menos dolorosa, e ele teria tudo que sempre quis.

Ela acenou na direção dos bancos. Oliver olhou na direção do público. Seu coração parou. Sua mãe e seu pai estavam de pé na frente, e ele viu o olhar de puro orgulho no rosto de seu pai. Sua mandíbula travou. Ele balançou a cabeça para Chloe, então caminhou até o corredor.

Ele a ouviu correndo atrás dele, mas não parou até ver o lado de fora da igreja. Em sua frustração, lágrimas arderam em seus olhos. Ela agarrou seu braço. Ele olhou para seus olhos suplicantes.

"Você foi longe demais, Chloe."

E ela assentiu. "Eu só -- não queria que você fosse embora."

As coisas que fazemos quando lutamos pelo amor. Ele sabia, porque estava preso entre o céu e o inferno, e ele estaria, ele sabia, até o dia em que soubesse que ela iria com ele.

No fim, ela lhe deu o dia para se despedir. Jantar de domingo com seus pais respondia a todas as perguntas que ele tinha desde criança. Quando eles morreram ele queria mais uma dia, e ele o viveu com a calma forjada em suas veias durante anos lutando e amando uma mulher que podia ir embora a qualquer momento.

Sua mãe se ofereceu para pegar Connor, e seu pai -- como em cada noite em que era vivo -- foi com sua mulher. Chloe passou os braços ao redor de Oliver. Seu braço descansando sobre seus ombros enquanto subiam a escada.

Isso era real. Essa era sua realidade agora.

Ela levou a mão até a maçaneta da porta do quarto deles. Sua mão a atravessou. Ela ergueu a mão e Oliver viu como as cores estavam sumindo, como aqueles uns e zeros piscavam e desapareciam. Ela olhou pra ele em pânico.

Oliver fechou os olhos, ouvindo, em seu estado conseguia facilmente ouvir a comoção do lado de fora, no mundo.

Parando. Seu coração estava parando. Níveis de oxigênio. Ela estava começando a desistir.

Ele olhou para onde sua mãe, seu pai, seu filho tinham ido. E então ele estendeu a mão pra ela.

"Pega minha mão, Chloe", ele disse firmemente, não era hora para gentileza. Agora ela precisava que ele fosse o heroi, como ela tinha sido muitas vezes antes.

"Eu não quero", ela sussurrou. "O último ano, Ollie..."

"Se você acordar pra mim, teremos cinquenta -- oitenta." Quando ele a viu olhar na outra direção, Oliver agarrou seu braço. "Não. Eu não vou pedir pra você esquecer. Mas você sabe tão bem quanto eu que precisamos sair daqui, Chloe. Eu não vou perder você. Não de novo."

Seus olhos brilharam com as lágrimas. Oliver se recusou a desistir. E ela estava se punindo. Ela era mestre nisso. Ele ouviu o choro de seu filho, seu engraçado, seu virtual, seu verdadeiramente amado bebê.

"Pega minha mão", ele implorou. "Você precisa pegar minha mão."

Ela fechou os olhos com força, e segurou a mão dele. Ele quase arfou aliviado. Chloe enterrou o rosto no peito dele. Oliver deu uma última olhada na outra direção, viu seu pai parado atrás de sua mãe enquanto ela segurava Connor. Era tudo ilusão. O chão entre eles começou a se abrir até surgir uma cratera. Oliver olhou para o buraco negro entre eles.

Ele respirou fundo.

"Agora, Chloe."

E logo eles estavam caindo.

Oliver abriu os olhos. Ele se levantou rapidamente e tropeçou na direção da cama. A Liga, o Esquadrão, rodeavam Chloe. Ele abriu caminho até ela e as máquinas diminuíram.

"Ela está estável", Victor disse aliviado.

A terra tremeu sob seus pés. Ninguém mais pareceu sentir. Havia tremores no fim. Um fim. Ele olhou para o computador principal e viu Tess parada diante de um programa que se desintegrava na tela.

"Se foi", Tess leu na tela.

Oliver voltou, sentou-se na beira da cama onde ela estava deitada. Ao redor dele, um por um, os ocupantes da sala saíram. Ela estava estável, e a única coisa que faltava acontecer ninguém queria assistir. E então Oliver se sentou sozinho e esperou, observou e ficou ao lado dela enquanto seus olhos se abriam.

Pela primeira vez em dois anos, ela abriu os olhos. Seu olhar foi para o rosto dele. E ele forçou um sorriso.

"Eu sinto muito", ela disse, sua voz áspera por causa da garganta seca. "Tudo se foi, não é?"

E ele a abraçou, imaginando o farol decadente, a casa que iria cair, o filho e os pais que desapareceram.

"Você construiu tudo aquilo, sozinha, sem ajuda", ele a lembrou  "E nós tivemos tudo em um ano." Ele beijou sua têmpora, molhada com as lágrimas que ela derramava. O corpo dela estava mole, quase como se não tivesse ossos, pelo longo tempo de inatividade. "Você me deu uma família e um lar", ele disse a ela. "Imagine quão mais rápido poderemos ter tudo isso quando estou construindo nossa vida com você. Case comigo."

Ela olhou pra ele, piscou, juntou tudo o que sabia, as tristes mentiras misturadas às verdades.

E a realidade virtual, ele reconheceu, foi tão real pra ela quanto pra ele.

Então ele a ajudou. "De novo."

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3 comentários:

  1. Que triiiiiiiiiiiiiste!!
    Mesmo com eles terminando juntos!
    Estou um tantinho frustrada!!!


    Adorei Adri!!Obrigada e parabéns pela escolha e tradução!!!

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  2. Tb achei, acho que devia ter uma continuação...
    Vilm@

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  3. Foi a coisa mais triste e linda que eu já li deles, fala sério!!!! Realmente tinha que ter uma continuação ou ao menos um epílogo, mostrando pelo menos eles tendo um Connor real...

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