The First (Purely Personal) Phone Call

Nota da Autora: Esta é uma série de oneshots inter-relacionadas. Inspirada por uma reclamação da babydee de que em Smallville não vimos as primeiras vezes de algumas coisas no relacionamento deles depois de Warrior, o primeiro telefonema, a primeira noite na casa do Oliver, a primeira vez acordando juntos etc.
Título: O Primeiro Telefonema (Puramente Pessoal)

Resumo: Oliver liga para Chloe - só pra bater papo.

Autora: fickery

Classificação: PG-13

Categoria: Fluffy

Spoiler: Warrior

Chloe estava no meio de uma tarde tranquila em casa quando seu telefone começou a tocar. Frustrada, ela olhou para o telefone no balcão da cozinha e então para seu pé, atualmente com uma esponja roxa separando os dedos e uma fina camada de esmalte nas unhas. Suspirando, ela se levantou e foi pegar o telefone e viu que era Oliver quem estava ligando. Ela voltou para o sofá e se jogou, colocando os pés na mesinha, antes de apertar o botão para responder. "Oi."

"Ei", Oliver respondeu. Ela ignorou a rápida aceleração de seu pulso, sabendo que ele deveria ter ligado para falar de alguma coisa relacionada ao trabalho. "Você pode falar?"

"Sim", ela disse, suprimindo um tom de desapontamento ao ver que estava certa. "Lois está cobrindo um evento para a reeleição do prefeito com Clark. Eu acho que ela não volta tão cedo. O que você precisa?" Ela se inclinou para pegar o laptop.

Houve uma pausa. "Eu não preciso de nada. Eu só... liguei pra conversar."

Surpresa, ela franziu a sobrancelha. "Conversar?"

Sua voz divertida e levemente preocupada, ele disse, "Essa não é uma ligação de negócios, Chloe, é uma ligação pessoal. Você já ouvir falar disso, certo?"

"Não de você", ela devolveu. Houve outra longa pausa, durante a qual ela cobriu a boca com a mão, envergonhada. Isso não tinha soado -- muito bem.

Tinham se passado algumas noites desde que ele fez seu movimento na Watchtower. Desde então ele tinha entrado em contato regularmente, mas sempre com assuntos relacionados a Liga ou a Queen Industries para começar a conversa, embora inevitavelmente terminasse com alguns flertes.

"Wow", ele disse, finalmente. "Então o que você está me dizendo é, toda essa história de amigos com benefícios? Eu sou uma droga na parte da amizade."

"Eu não disse isso", ela respondeu rapidamente. "É só que - você sabe, normalmente quando você liga é pra falar de negócios."

"Aham." Ela podia vê-lo assentindo. "Já te ocorreu que eu tenho ligado - e mandado mensagem e email e passado por aí - excessivas vezes ultimamente para falar de negócios? Embora quase sempre eu estivesse, oh, eu não sei, inventando desculpas pra falar com você?"

Um canto de sua boca levantou. Ela se ocupou em examinar as unhas do pé direito para ver se tinha alguma borrada. "Ei, eu estou na sua folha de pagamento, certo? Se o chefe precisa de informação, eu consigo."

"Então, você nunca pensou consigo mesma? Oliver está ligando várias vezes por motivos idiotas e nada urgentes, o que será que ele tem?"

Um sorriso involuntário apareceu em seu rosto. Na verdade, ela tinha pensado exatamente isso em várias ocasiões. "Viu, agora eu sinto como se meu amigo estivesse ligando pra bater papo sobre meu chefe. O que me coloca numa situação muito difícil, porque eles são a mesma pessoa e tudo mais."

"Estou vendo o desconforto da situação", ele disse. Ela podia ouvir o sorriso em sua voz. "Mas você percebeu."

"Pode... ter me ocorrido uma ou duas vezes que seus pedidos eram... talvez não muito importantes, sim", ela reconheceu.

"E ainda assim você não falou nada? Isso é tão estranhamente diplomático da sua parte."

Sem ser vista por ele, ela deu de ombros. "Bem, não é como seu eu fosse reclamar da companhia. Eu gosto de ter um tempo sozinha tanto quanto os outros, mas algumas missões e ocasionais visitas de outros membros da equipe, sendo a Watchtower sozinha a maior parte do tempo, pode ser bom."

Preocupação em sua voz, ele disse rapidamente. "Chloe, se você precisar trabalhar de casa de vez em quando, ou ter um escritório na QI, podemos providenciar isso."

"Eu não estou reclamando, Ollie. Só estou dizendo que você não me incomoda quando liga ou passa por aqui."

"Ok", ele disse, não soando inteiramente convencido. "Então? Como você está ocupando seu tempo essa noite?"

"Você sabe, o de sempre. Lavando roupa, organizando alfabeticamente minha estante, atualizando meu perfil no Namoro.com."

Nada além do silêncio do outro lado da linha. Oops. Talvez tenha sido engraçado só na sua cabeça. "Eu estou brincando. Eu não tenho um perfil no Namoro.com."

"Fico feliz em saber", ele disse, sua voz um pouco áspera. "Você já teve?"

"Bem, não exatamente por vontade própria. Lois uma vez, ah, me deu de presente uma conta de três meses. E criou meu perfil, completo e com algumas fotos minhas que eu nunca tinha visto antes. Tudo sem eu saber."

Ele segurou uma risada. "Eu teria pago QUALQUER coisa para ver sua cara quando você descobriu."

"É, bem. Ela orgulhosamente me mostrou um dia ou dois depois de ter criado o perfil. A essa altura eu tinha recebido tipo umas quarenta e oito piscadas e umas vinte mensagens privadas. Tudo porque meu perfil dizia que eu era uma abre aspas, bela inteligente procurando um gostosão para me dar diversão, fecha aspas, você pode imaginar o tipo de mensagem que eu recebi. Eu disse pra ela apagar e eu devolveria o dinheiro, porque não havia a menor chance de eu sair com aqueles caras."

Ele agora estava rindo abertamente. "Ela realmente tinha uma boa intenção, sabia?"

"Eu sei", ela suspirou. "E foi só por isso que eu não fiquei brava com ela. Só o jeito que ela fez que não deu certo."

"Então o que você está realmente fazendo?"

"Oh, é uma noite verdadeiramente cheia de ação na casa das Sullivan-Lane. Eu estou meio assistindo TV, meio navegando na internet e pintando as unhas do pé."

"O que você está meio assistindo?"

"Um documentário sobre as pirâmides. É bem legal."

Ela o ouviu se mexendo. "Canal?"

"Canal História. Setenta e oito."

Houve uma pausa. "Pronto." Houve um outro barulho, como se ele tivesse mudando um móvel de lugar. Ela de repente teve uma imagem mental dele, usando jeans velho e apertado, todos os músculos de seu corpo espalhados no sofá, meio como ele estava na Watchtower outra noite. Ela estava imaginando ele sem camisa, porque, por que não? Isso é ridículo. Ele não ia ficar andando sem camisa. Ela o imaginou usando uma camiseta preta. Como a que ele estava usando naquela outra noite. A que ela ajudou a tirar. E aqui estamos nós de novo, de volta a Ollie sem camisa.

"Chloe?" Ela percebeu que ele estava falando enquanto ela estava viajando em pensamentos sobre seu peito nu.

"O quê? Desculpa, eu perdi a última parte."

"Eu estou te chateando?" ele perguntou, divertindo-se.

"Não, eu só... quase derrubei o vidro de esmalte e não queria que derramasse", ela mentiu. "O que você estava dizendo?"

"Eu estava dizendo que eu gosto de documentários porque eles são educativos e relaxantes."

"Eu também", ela disse, excitada. "Lois odeia, então eu só consigo assistir quando ela não está aqui. Mas eles são ótimos depois de um dia estressante, ou antes de ir pra cama. Isso ou os comerciais sobre cuidados com a pele."

"Como é?" ele disse, dando risada.

"Comerciais de produtos pra pele. São o melhor remédio pra dormir. Os anúncios sempre têm aquele tom suave, e sempre têm cachoeiras e lindos lagos e jardins enquanto estão falando sobre os emolientes e ervas calmantes e aquela música de fundo. Você deveria assistir algum dia. Você vai estar completamente relaxado no final."

"Comerciais sobre cuidados com a pele", ele falou seriamente. "Vou fazer um lembrete." Ela deu risada.

Sua voz baixou em tom e volume, tornando-se mais íntimo. "Então, você pintou as unhas que cor? Não, espera. Esquece. Eu quero ser surpreendido quando eu ver." Era fevereiro e só tinha um jeito dele ver a cor do esmalte. Ela podia sentir as bochechas queimando. "Quando vai ser então?"

Então vamos realmente fazer isso. De repente ela estava sentindo borboletas no estômago. "É você quem tem dois empregos, e certamente viaja mais do que eu. Minha agenda é bem mais flexível que a sua. Quando é bom pra você?"

"Amanhã", ele disse. "Que tal você passar na minha casa amanhã? Podemos pedir alguma coisa pra jantar. Ou eu posso cozinhar pra você."

"Você sabe cozinhar?" ela perguntou, interessada. "Eu não sabia disso."

"Bem, eu não sou um expert. Mas posso grelhar alguma coisa, e posso fazer um molho pra macarrão. E sou bom com crepes, e algumas outras coisas. Você acha que vai estar com vontade de quê?"

Ela sorriu com o sentido duplo da pergunta. "Tudo parece ótimo pra mim. Por que você não me surpreende?" Sem que ela percebesse, sua voz tinha baixado também.

"Você devia tomar cuidado em assinar um cheque em branco pra mim desse jeito", ele brincou.

"Ainda estamos falando sobre comida?" Inconscientemente, ela lentamente passou a mão pela garganta e nuca.

"Não tenho certeza."

Ele continuaram conversando. Ela se levantou em algum momento e apagou as luzes da sala - parecia mais fácil para se concentrar na voz dele. Então ela se encolheu no canto do sofá. Ele estava brincando, fazendo-a dar risada. Flertando.

Algum tempo depois ela olhou para a TV e percebeu que o noticiário tinha mudado para uma retrospectiva da Segunda Guerra Mundial. Ela tirou o telefone do ouvido e viu no visor que estavam conversando há uma hora e meia.

"Wow, estamos conversando há muito tempo. Eu deveria ir."

"Desculpe, estou atrapalhando seu encontro com a roupa suja?" Houve uma pausa enquanto ele presumivelmente estava checando o tempo. "Huh. Estamos mesmo conversando há muito tempo." Ele pareceu surpreso. "Bem, acho que vou liberar você. Te vejo amanhã às sete?"

"Com certeza", ela disse. "Quer que eu leve alguma coisa?"

"Só você. E suas unhas recém pintadas." Ela deu risada.

"Ok. Boa noite, Ollie."

"Boa noite, Chloe."

Ainda sorrindo, ela balançou a cabeça e foi para o banheiro. Quando voltou, seu telefone estava piscando. Ollie tinha lhe mandando um email. Um convite formal, para ser exata, feito com o logo da companhia.

De: Oliver Queen

Para: Chloe Sullivan

Assunto: jantar

Local: Torre do relógio

Horário: 19:00

Atividade: seduzir você

Ela explodiu numa risada. Se não tivesse encriptado todas as comunicações entre os dois para que ficassem invisíveis ao demais funcionários, e se ela não soubesse que ele sabia disso, ela teria que matá-lo.

Ela apertou 'aceito', sabendo que ele provavelmente estava sorrindo enquanto via o email agora.

Ela massageou as bochechas, percebendo com descrédito que seus músculos faciais estavam doendo de tanto rir. Quando foi a última vez que ISSO aconteceu? Ela lembrou de suas palavras da outra noite: "Às vezes, você tem que conseguir sua diversão onde pode. E às vezes, está bem na sua frente. Você só tem que querer ver."

Ela ainda estava sendo cautelosa com toda essa história de amigos-com-benefícios, bem consciente das armadilhas e possíveis complicações, profundamente em dúvida se era ou não uma boa ideia a longo prazo. Mas Ollie estava certo sobre uma coisa: ela precisava de mais diversão na vida. Ela não tinha nenhum dúvida de que ele poderia dar isso a ela. E por agora, isso era suficiente.

---

Sequência: The First Night At Oliver's

___________________________________________________________________