19.5.11

The First Time Chloe Went Home Sick

TítuloA Primeira Vez Que Chloe Foi Pra Casa Doente
Resumo: Chloe não está se sentindo bem, e Oliver não fica feliz que ela tente lidar com isso sem pedir ajuda.
Autora: fickery
Categoria: Romance, Dor/Conforto
Classificação: PG-13
Spoiler: até Escape

The Firsts Series:
The First (Purely Personal) Phone Call
The First Night At Oliver's
The First Morning At Oliver's
The First (Sort Of) Fight
The First Bubble Bath
The First Weekend Getaway
Truth And Tequila: The First (Post-Oliver) Girl Talk
The First (Real) Pillow Talk
The First Really Personal Phone Call



A dor começou por volta das dez da manhã, mas era só um incômodo, e Chloe estava tão imersa em seu trabalho que conseguiu ignorar o desconforto por um tempo. Eu realmente deveria tomar um ibuprofeno, ela pensou, mas outra hora ou mais se passou antes da dor aumentar o suficiente para fazê-la deixar relutantemente sua mesa para ir até o armário onde guardava os medicamentos.

E... nada de ibuprofeno. Droga. Nada de aspirina também. Ela encontrou dois tabletes de paracetamol e engoliu a seco, com a esperança de que aliviassem a dor mas sabendo que não resolveriam o problema.

Era tudo culpa sua, realmente - ela precisava checar os suprimentos médicos com mais regularidade. Normalmente fazia essa inspeção uma vez por semana, mas do jeito que as coisas andavam ultimamente isso claramente não estava mais funcionando.

Talvez ela tivesse algum na bolsa. Ela checou lá também, esperançosa mas não otimista. Não tinha nada lá. Bem, eu vou ter que aguentar, é isso.

Trinta minutos depois foi forçada a ceder. O paracetamol estava começando a fazer efeito, mas não estava controlando a dor. E essa ia ser uma das piores. Ela achou que as pílulas que havia tomado fariam com que ela conseguisse dirigir até em casa, mas se não fosse embora logo ia acabar no sofá dali mesmo. E então Oliver ou algum dos rapazes a encontraria e fariam um drama.

Ela checou a hora no monitor. Se contasse a Ollie antes de sair ele ainda faria um drama e tentaria fazê-la ir para seu apartamento, ou iria até a Watchtower, ou faria Emil ir vê-la ou qualquer coisa assim; mas se ele tentasse entrar em contato com ela e ela não respondesse ele ficaria preocupado também. Ela escreveu um rápido email e programou para que fosse enviado em uma hora. Na hora que ele recebesse, ela já estaria na metade do caminho e seria tarde pra ele dar uma de mãe dela.

*_*_*_*

Oliver estava numa reunião quando viu o aviso de um novo email em seu telefone.

Ollie: não estou me sentindo muito bem então estou indo pra casa. Nada com o que se preocupar, só queria que você soubesse onde estou. Nada crucial acontecendo no trabalho que não possa esperar até amanhã. Falo com você depois. -C.

Chloe não ficava doente. Bem, ele tinha certeza que isso não era verdade, mas em todo o tempo em que ela estava trabalhando com ele e pra ele, ela nunca, nenhuma vez, foi embora porque estava doente ou saiu mais cedo. Então alguma coisa estava realmente errada.

Infelizmente, ele estava numa reunião com investidores japoneses que ficariam na cidade apenas por dois dias - não havia como acelerar o processo ou sair por uns minutos. Ele rapidamente a mandou um email: O que aconteceu?

Nenhuma resposta dela. Ele sabia logicamente que se ela estivesse dirigindo então não ia ver o email, mas o silêncio no rádio o preocupava muito. Invisíveis embaixo da mesa de conferência, seus dedos estavam tamborilando sobre a coxa e seu pé batendo silenciosamente no chão.

*_*_*_*

Chloe entrou no apartamento aliviada. Ela já tinha se acostumado com o trajeto de Smallville, mas hoje parecia que não terminava nunca. Ela foi imediatamente para o armário do banheiro, apenas para descobrir que estava enganada novamente. Droga. Eu deveria ter parado na farmácia. Ela checou o lugar onde Lois guardava suas coisas e também não encontrou nada.

Ela tinha simplesmente desistido e se jogado no sofá quando seu celular começou a tocar. Três opções de quem seria. Felizmente tinha deixado a bolsa numa cadeira próxima. Pegando o telefone, ela respirou fundo antes de atender, tentando aparentar mais energia em sua voz.

"Oi, Ollie. Eu estou bem."

"Claro, você deve estar, porque você usaria qualquer desculpa para ir pra casa cedo, preguiçosa como você é", ele disse secamente. "O que aconteceu?"

"Não é nada demais. Eu só não me senti bem, e sabia que não ia melhorar ficando sentada o dia inteiro na Watchtower, então eu só decidi vir pra casa mais cedo e dormir um pouco. Eu vou trabalhar amanhã."

"Você poderia ser menos vaga? O que é? Eu preciso mandar Emil?"

"Deus. NÃO, Ollie. Eu estou bem. É cólica menstrual, ok? Eu estou com cólica menstrual", ela disse exasperada. "Ela sai um pouco do controle a cada três ou quatro meses. Eu não preciso ver Emil. Eu só preciso tirar o dia de folga."

Houve um momento de silêncio. "Lois está fora da cidade, não está?"

"Eu não preciso de ninguém tomando conta de mim, Ollie", ela afirmou. "Por mais adorável que pudesse ser Lois aqui pra me encher de chocolate e sofrer junto comigo, eu posso sobreviver sem ela." À menção do chocolate, seu estômago deu nós em protesto. A dor a estava deixando enjoada também.

Ela podia ouvir os dedos dele batendo na mesa. "Você tem tudo que precisa?" ele perguntou.

"Sim", ele mentiu. "Eu só vou me deitar no sofá e dormir um pouco. Eu estou bem, Ollie, mesmo. É muito doce você ficar preocupado, mas amanhã estou de volta ao normal."

"Você me avisa se precisar de alguma coisa, certo?" ele disse, parecendo relutante em deixar o assunto assim.

"Claro", ela disse, seu subterfúgio reflexivo e sem pensar. "Obrigada por ligar, Ollie. Eu falo com você amanhã."

Ollie olhou para o telefone depois que ela encerrou a ligação. Ela falava tanta besteira. Suas cólicas pioravam a cada três ou quatro meses, mas estava trabalhando pra ele há mais tempo que isso e nunca faltou no trabalho - o que estava diferente desta vez?

Ele apertou o interfone. "Louisa, você pode vir aqui por um minuto?"

*_*_*_*

Puxando o edredom sobre si mesma, ela se enrolou como uma pequena bola no sofá, desejando dormir durante a pior parte da dor, mas as cólicas não estavam melhorando. Patético. Eu costuma curar outras pessoas de ferimentos mortais, e agora sou derrubada por um caso de cólica?

Ela adormeceu levemente, acordando algumas vezes só para perceber que nem a dor nem a náusea havia passado, então adormecendo novamente. Uma forte batida na porta a acordou; ela se sentou parcialmente e piscou, sentindo-se um pouco zonza. A batida veio novamente. "Chloe? Eu estou entrando", ela ouviu a voz de Oliver falar enquanto sua chave girava na fechadura e a porta se abria.

Ainda vestido em suas roupas de trabalho, ele estava carregando várias sacolas. Ele fechou a porta e foi até a mesa colocar as compras antes de olhar pra ela de cara feia.

Ela parecia péssima. Estava praticamente numa posição fetal no sofá, com a mão que não estava usando para se apoiar protegendo a barriga, seu rosto pálido e tenso com a dor. "Bom saber que você está bem", ele disse, falando devagar cada palavra do final da frase. "Você realmente parece bem."

Ela esfregou a testa. "Eu não acredito que você dirigiu até aqui", ela murmurou. "Ollie..."

"Chloe", ele disse, com um tom de aviso em sua voz. "...não." Ele voltou para o balcão e começou a mexer dentro das sacolas. "Você tomou alguma coisa pra dor?"

"Eu tomei um tylenol na Wachtower", ela resmungou.

Ele olhou pra ela. "Não seria melhor ibuprofeno?"

"Não tinha nenhum no kit de primeiros socorros", ela admitiu, "e eu não tinha nenhum comigo."

Ele fez um som irritado. "Isso é certamente minha culpa", ele disse. Como único não-meta, não-alien do time, ele tendia a se machucar mais que os outros. Tinha começado a tomar anti-inflamatórios rotineiramente depois de voltar das patrulhas e missões quando descobriu que as coisas eram bem melhores no dia seguinte se tomasse os remédios antes de dormir.

"É minha culpa", ela disse cansada. "É meu trabalho checar e re-estocar a Watchtower."

"Não é mais", ele disse, pegando uma embalagem novinha de ibuprofeno de uma das sacolas. Ele tirou o casaco, jogando-o na cadeira perto da bolsa dela, e afrouxou a gravata antes de abrir o pote. "De agora em diante os suprimentos médicos, pelo menos, são responsabilidade de Emil."

"Ollie", ela começou a protestar, mas ele ergueu uma sobrancelha pra ela enquanto removia a tampa do vidro, e ela podia ver que ele não seria nenhum pouco receptivo a qualquer contra-argumento que ela pudesse fazer. Ela se calou e decidiu que lutaria mais tarde, quando não estivesse em tanta desvantagem.

"Então por que você não tomou um desses quando você chegou em casa?" ele perguntou. Já que ele estava abrindo um pote novo era claro que ele sabia qual seria sua resposta.

"Eu não encontrei nenhum", ela murmurou, esperando que ele não ligasse isso a outro momento.

Não teve tanta sorte. "Uh-huh", ele disse, tirando o algodão da boca do pote e jogando algumas pílulas em sua mão. "Então, isso foi antes ou depois de você me dizer que tinha tudo que precisava?"

Ela não respondeu, mas a resposta estava em seu rosto. Ele conseguiu engolir o que quer que fosse sair de sua boca e foi até o armário, pegando um copo e enchendo-o até a borda. Ele trouxe a água e as pílulas pra ela.

"Eu não acho que posso tomar isso agora", ela disse, se recusando a olhar em seus olhos. "Eu estou com um pouco de náusea."

"Quando foi a última vez que você comeu?"

"No café da manhã."

"Isso quer dizer café e um muffin há pelo menos umas cinco horas atrás, certo?"

"Alguma coisa assim."

Ele se levantou novamente. "Você está certa, você não pode tomar isso de estômago vazio. Eu trouxe comida também. Tem sopa de galinha - eu posso aquecer no micro-ondas. Coma algumas bolachas nesse meio tempo." Ele abriu um pacote de bolacha cream-cracker e passou pra ela. Ela comeu hesitantemente, mas sua náusea rapidamente diminuiu assim que realmente colocou alguma coisa no estômago. Ele voltou, passando a ela uma caneca com sopa. "Você não tem que tomar tudo, mas pelo menos alguns goles pra poder tomar os remédios."

Ela tomou a sopa lentamente enquanto ele assistia. Ele trouxe o remédio e a água e ela rapidamente o tomou enquanto ele levava a caneca para a pia e guardava algumas coisas na geladeira.

Ele se sentou ao lado dela e a puxou contra ele. "Está bem aquecida?" Ela assentiu. Ele acariciou seu ombro. "Por que você não vê se consegue dormir um pouco enquanto espera o remédio fazer efeito?" Ela assentiu novamente e se aconchegou nele. Ela ainda estava sentindo um pouco de dor, mas pelo menos a náusea tinha ido embora, o que já era uma melhora. Alguma coisa no olhar de Ollie lhe dizia que não tinham encerrado a discussão sobre sua... comunicação... essa manhã, mas evidentemente ele decidiu deixar isso pra depois.

*_*_*_*

Quando ela acordou algum tempo depois, a cabeça dele estava descansando no alto da sua, mas ele levantou rapidamente quando a sentiu se mexer, acariciando seu cabelo.

"Por quanto tempo eu dormi?"

"Mais ou menos uma hora. Como você está se sentindo?"

"Melhor", ela percebeu. A dor ainda estava ali, mas tinha diminuído muito e estava tolerável agora. "Eu preciso usar o banheiro."

Ele a soltou e ela se levantou e foi para o banheiro. Depois de lavar as mãos, ela se olhou no espelho. Pelo menos agora tinha um pouco mais de cor no rosto. Ela deu uma arrumada no cabelo e parou em seu quarto pra vestir algo mais confortável antes de voltar para encará-lo, certamente um confronto estava por vir.

Ela estava certa. "Então", ele disse, não sorrindo. "Agora que você está se sentindo melhor, vamos conversar sobre que diabos você estava fazendo essa manhã."

Vamos lá. "E isso quer dizer?" Ela o forçaria se fosse preciso, porque ela não ia confessar um monte de coisas que ou ele não sabia ou não planejava reclamar - isso seria um grande erro.

"Pra começar, que tal o fato de você ter mentido pra mim e me dito que não precisava de nada quando falamos ao telefone."

"Eu não precisava de nada." Ele inclinou a cabeça pra ela incrédulo. "Eu não precisava. Ninguém nunca morreu por causa de cólica menstrual, Ollie. Foi muito fofo da sua parte me trazer coisas e me fazer sentir melhor, mas não é como se minha vida tivesse em perigo ou coisa assim."

Ele queria estrangulá-la. "Que porra de brincadeira é essa? Eu não preciso me preocupar a não ser que você esteja literalmente morrendo? É isso mesmo que você está me dizendo?"

Ele não xingava perto dela, muito menos pra ela, a não ser que estivesse realmente nervoso. "Ollie, você não precisava vir até Smallville", ela disse. "Eu sei que sua agenda estava cheia hoje. Era loucura jogar tudo para o alto e vir pra cá. Eu disse que era apenas cólica."

Ele fechou os olhos momentaneamente, lutando para se controlar, então os reabriu. "Por quê?" ele perguntou, tentando não deixar a raiva transparecer em sua voz. "Por que você achou que é menos importante do que qualquer coisa que eu tenha agendado hoje? Por que você acha que não merece ser minha prioridade?"

Ela balançou a cabeça frustrada, desviando o olhar e respirando fundo algumas vezes. Ele podia ver que ela estava tentando não chorar; se perguntou se ela estava ciente que seus dedos estavam brancos com a força que apertava a calça. "Deixa eu explicar melhor. Como diabos você achou que ia ser meu dia em Metrópolis, sabendo o tempo todo que você estava aqui sozinha, se dobrando de dor?"

Ele se sentou na beira de uma cadeira na direção do sofá, ignorando seu casaco e a bolsa dela, inclinando-se na direção dela. "Ultimamente você começou a me deixar cuidar de você um pouco. E está tudo bem contanto que sejam só mimos, certo? Mas no minuto que você de verdade, realmente precisa de alguma coisa, de repente você é a SuperChloe. Você é tão forte e independente que não precisa da ajuda de ninguém, certo?"

Sua respiração ficou mais rápida, rasa. Ela encontrou seus olhos brevemente, então olhou pra longe, travando a mandíbula, tentando manter a compostura. Por que ele está fazendo isso comigo agora? Por que ele tem que estar tão nervoso?

"Sabe, se você não fosse tão teimosa ou orgulhosa pra pedir ajuda, poderia estar se sentindo melhor há horas. Eu poderia ter mandado entregar o remédio e a comida..."

"Só tem duas farmácias aqui em Smallville, e nenhuma delas faz entrega", ela o interrompeu.

Ele deu um sorriso. "Você ficaria surpresa."

Ela revirou os olhos. "Sabe, nem todos os problemas do mundo podem ou deveriam ser solucionados pelo meu... chefe, o bilionário, jogando seu nome e dinheiro por aí."

"Nem todo problema, não. Mas esse poderia sim. Ou deixa eu te falar outra possibilidade. Clark está fora da cidade com Lois. Mas Bart ficaria feliz em usar cinco minutos do seu dia pra pegar remédios pra você."

"Eu não vou discutir minhas cólicas menstruais com Bart", ela disse, com os dentes cerrados.

"Sim, eu tenho certeza que ele ia exigir seu histórico médico completo e uma receita médica para pegar um analgésico pra você", Oliver disse com a voz enfadonha. "Só pra constar, ao menos lhe ocorreu pedir pra uma das baristas do Talon? Eu aposto que uma delas poderia ter na bolsa, ou não reclamaria de ir pegar na farmácia pra você. Mas não, você é a Chloe à prova de balas, e não precisa de ninguém."

Ela estava a três segundos de explodir em lágrimas, e nunca o perdoaria se ele fizesse isso com ela. Que diabos ele sabia? Como ele podia saber o quanto era difícil pra ela pedir ajuda, ou saber como é não querer se sentir um fardo para seus amigos?

Ele olhou para seu rosto, ela estava com os lábios pressionados e os olhos suspeitosamente brilhantes, e deixou a cadeira para ir se sentar ao lado dela no sofá. Suspirando, ele pegou as mãos dela. "Olha, Chloe. O que eu estou dizendo é, você tem um monte de pessoas na sua vida que se importam com você. Você precisa dar a eles - a nós - a chance de mostrar isso algumas vezes. Pessoas gostam de ser necessárias. Você não sabe disso?"

Sim, pessoas gostam de ser necessárias. Quando é conveniente. Até não ser mais. A simples verdade é que ela não podia esperar que alguém cuidasse dela, não podia se acostumar com outra pessoa cuidando dela. Porque mais cedo ou mais tarde, todo mundo ia embora - de um jeito ou de outro, quer eles quisessem ou não. Seu pai, sua mãe, Jimmy, Davis, Clark, Lois, mesmo Oliver, todos a tinham abandonado em algum momento, e não importava o quanto precisasse deles na época, ainda assim foram embora.

E se precisar, depender ou pedir ajuda realmente os fizesse ir embora mais cedo?

Ele parecia decifrar pelo menos algumas coisas que passavam por seu rosto, e apertou as mãos delas. "Eu sei que algumas pessoas te decepcionaram no passado. Eu sei que eu fui uma dessas pessoas. Mas Chloe..." - ele olhou pra ela seriamente - "...eu juro pra você, eu nunca vou ser aquele cara novamente. Eu nunca vou ser o cara que te abandona novamente, e eu vou ter um grande problema com qualquer pessoa que tentar fazer isso."

Ela virou a cabeça pra olhar pra ele e sorriu languidamente. O sorriso nem chegou a alcançar seus olhos. Ela estava só tentando agradá-lo, de um jeito culpado, ela não conseguia - não podia - acreditar nele.

Ele pensou em todas as vezes que foi o responsável por machucá-la ou desapontá-la. Praticamente a chantageando a não contar para Clark sobre Lex ou acusando-a pela morte de Sebastian Kane, embora soubesse que ela estava sendo controlada por Brainiac na época. Fazendo aquela piada ridícula na festa de aniversário dela quando seu melhor amigo não apareceu e seu casamento estava destruído. Falhando em parar Davis, levando à morte dele e de Jimmy - e então fazendo com que tudo girasse em torno dele ao fugir para sentir pena de si mesmo ao invés de ficar e cuidar dela depois de Clark também tê-la abandonado.

Jesus, eu fui um GRANDE idiota. Como ela conseguiu me perdoar? Por que ela está comigo?

Ele tentou ignorar aquela pequena voz em sua cabeça sussurrando que ela não estava realmente com ele - que essa era a razão pela qual ela se recusava a admitir que isso era um relacionamento, se recusava a reconhecer ou se comprometer. Que talvez ele fosse apenas bom o suficiente para dormir junto e garantir uns momentos quentes, mas não bom o suficiente para namorar sério. Porque quando o assunto era esse, ela não confiava nele: não para minimizar ou ignorar os sentimentos dela, não para questionar seus motivos ou ações, não para confiá-la em manter seus segredos, não para desaparecer quando as coisas ficavam muito difíceis e ele precisasse fugir para se auto-flagelar novamente.

Ele sabia que não podia eliminar toda a culpa ou a maior parte dela; mas saber que ele tinha alguma responsabilidade na construção da pessoa que estava em sua frente agora - com medo de confiar, com medo de amar, de ser amada - era uma das pílulas mais amargas que ele já teve que engolir. Ele estava quase literalmente engasgando.

Ele imaginou se seria possível pegar emprestado aquele anel da Legião e voltar no tempo apenas o suficiente para se dar um chute no saco cada vez que tinha sido um imbecil tão grande com ela. Melhor ainda, que tal se ele voltasse a tempo suficiente para dizer a si mesmo para não ser um imbecil pra começar.

Mas isso era uma fantasia, e agora era a realidade. E agora, ela não acreditava nele, e ele não ia conseguir resolver isso hoje. Ia levar tempo pra fazê-la confiar nele novamente, e ele ia ter que ser paciente, e essa era sua punição por ser uma das pessoas a decepcioná-la.

Ele engoliu em seco. "Posso pegar alguma coisa pra você? Eu comprei comida."

Ela começou a balançar a cabeça, não - ela não estava com fome - mas ela podia ver que ele precisava fazer alguma coisa, ter alguma tarefa pra cumprir. Trabalhar. "Talvez um chá?"

Ele assentiu e se levantou, beijando suas duas mãos antes de soltá-las.

"Está perto do..."

"Eu sei onde está", ele disse.

Ele começou a fazer o chá, respirando fundo enquanto esperava a água ferver. Na verdade ele estava tremendo um pouco e queria algumas poucas coisas na vida como queria dar um soco na parede agora. Só a certeza de que (a) isso a assustaria, e (b) a mão provavelmente ferida lhe tornaria inútil para seu trabalho noturno, o impedindo.

Ele preparou duas xícaras de chá e passou a dela antes de ir usar o banheiro. Ele pegou sua própria xícara no caminho de volta e a colocou na mesinha de centro antes de se sentar ao lado dela no sofá.

Ela colocou a xícara perto da dele. "Ollie, você não precisa ficar", ela disse suavemente. "Estou me sentindo bem melhor agora."

"Isso significa que você quer que eu vá embora?"

"Não. Eu só... eu não queria bagunçar seu dia inteiro."

"Depois da reunião com meu investidor, tudo o que eu tinha depois era apenas rotina e foi tudo reagendado. Minha assistente não está me esperando de volta e mesmo que eu saia agora, o horário de trabalho vai ter acabado quando eu chegar em Metrópolis. Então você está presa comigo por um tempo."

Em algum momento ele tinha tirado a gravata, desabotoado alguns botões da camisa e subido as mangas, tirado os sapatos. Pegando o controle remoto, ele a puxou na direção dele, fazendo com que os dois tivessem as costas no canto do sofá e ela estava entre suas pernas, recostando-se contra ele. "Podemos assistir filmes e não fazer mais nada", ele murmurou próximo de seu ouvido. "Eu nunca consigo fazer isso durante a semana." Ele sorriu pra ela e ela sorriu de volta pra ele. Zapeando os canais, ele finalmente parou em um dos canais que exibia alguma comédia romântica antiga.

Ele a puxou com força contra ele, deslizando as mãos ao redor de sua cintura até estar sobre sua barriga. Ele as descansou ali por um momento, deixando-a se acostumar à sensação e ao peso delas antes de começar a gentilmente massageá-la.

Sua reação imediata foi ficar tensa - O que ele está fazendo? - com medo que ele estivesse tentando iniciar algo sexual. Ela relaxou um pouco quando percebeu que ele só estava tentando deixá-la mais confortável.

Demorou alguns longos minutos para ela se ajustar. Por alguma razão, agora, ter as mãos dele a tocando parecia mais íntimo do que qualquer outra vez que estiveram juntos nus.

Mas suas mãos eram grandes e firmes e quentes, e gradualmente seus músculos começaram a relaxar. Ele deslizou as mãos dentro da cintura da calça dela e ela ficou tensa novamente, prendendo o ar. "Relaxa", ele murmurou. "Finja que minhas mãos são uma bolsa de água quente." Ela deu um pouco de risada.

Suas mãos causavam uma sensação boa em sua pele nua. Agora que sua dor estava sob controle, ela percebeu o quanto ela estava sensível, cada parte sua: seus seios, sua pele, e a área a sul de suas mãos. Improvavelmente, ela estava ficando um pouco excitada - por seu calor, seu cheiro, o conforto de sentir o corpo dele e seus braços ao redor dela. E suas mãos.

Depois de um tempo ela se percebeu sonolenta novamente, e voltou a dormir.

*_*_*_*

Quando ela finalmente acordou um tempo indefinido depois, um filme completamente diferente estava passando na TV e estava escuro lá fora.

Ele a sentiu se mexendo e beijou seu pescoço, então tirou o cabelo de seu rosto e beijou sua têmpora. "Dormiu bem?"

"Que horas são?"

Ele olhou o relógio. "Passou um pouco das sete."

Franzindo a testa, ela virou o pescoço pra olhar pra ele. "Você deve estar faminto. Você não comeu nada o dia inteiro."

Ele deu de ombros. "A comida que eu trouxe está na geladeira. Eu posso esquentar agora se você estiver com fome."

Ele saiu de trás dela e foi para a cozinha. Demorou um pouco para ela segui-lo, ainda zonza de sono.

"Eu achei que você ia querer uma comida confortável. Eu trouxe macarrão com queijo. E ainda tem um pouco da sopa."

"Eu não estou com tanta fome", ela disse, correndo a mão no cabelo. "Vou tomar o resto da sopa."

Quando eles se sentaram pra comer, ele percebeu que ela estava olhando para o seu prato mesmo enquanto estava tomando a sopa que ele havia aquecido pra ela. "Você está com inveja agora, não está?"

Normalmente quando saíam pra comer ou pediam comida, ele sempre pedia alguma coisa tamanho família ou pratos diferentes, assim os dois poderiam experimentar; mas quando pediam suas entradas diferentes era uma piada interna dos dois de que ela sempre acabava querendo alguma coisa que ele tinha pedido ao invés de seu próprio prato.

Ela tentou parecer como se não soubesse do que ele estava falando. Ele sorriu e a serviu com um garfo de sua massa. Por alguma razão sua mente voltou àquela primeira noite em que ele cozinhou pra ela em sua casa.

Ela aceitou mais algumas garfadas dele. Ele não pôde resistir ao impulso de se inclinar e beijá-la, algumas vezes, e ela retribuiu, deslizando os dedos em seu cabelo.

Enquanto terminava de limpar a louça, ele percebeu aquela linha vertical tensa aparecendo entre os olhos dela novamente, e ela estava inconscientemente esfregando a barriga. "Começando a doer de novo?"

"Acho que sim."

"Já faz seis horas desde que você tomou alguma coisa. Já pode tomar outra dose."

Depois de engolir as pílulas, ela olhou pesarosamente para o sofá. "Se tudo o que eu vou fazer é dormir o resto da noite, melhor eu ir pra cama."

Ele assentiu. "Por que você não vai se arrumando? Eu vou desligar tudo aqui e vou te cobrir."

Enquanto desligava a TV e algumas luzes, ele viu a hora - ainda tinha que voltar pra Metrópolis e fazer algumas horas de patrulha.

Na escuridão do quarto dela, ele viu sua silhueta na porta antes de apagar a luz do banheiro. O pijama que ela estava usando desde que havia se trocado a fazia parecer mais suave, menor, mais vulnerável. Agora ela estava usando uma camiseta bem larga - uma dele, que ela tinha trazido de seu apartamento - obviamente escolhendo o conforto ao invés do sex appeal, e ela parecia ainda menor e mais frágil.

Ele a envolveu em seus braços e a beijou suavemente. Ela ergueu o rosto pra ele, mas quando deu uns passos pra trás ele não estava esperando as próximas palavras dela. "Você não... se você..." Ela estava mexendo as mãos nervosamente.

Só levou um momento até ele entender o que ela estava querendo pedir. "Eu posso ficar se você quiser, Chloe", ele disse gentilmente, e prendeu a respiração por alguns segundos até ela assentir.

A patrulha podia esperar até amanhã à noite. Ele acariciou seu rosto. "Ok. Deixa eu trancar a porta da frente e vou me deitar depois que eu me lavar. Ainda tem minha escova de dentes?" Ele não ficava aqui muitas vezes, por causa da distância e para evitar qualquer embaraço com sua ex-namorada no quarto ao lado, mas ele ficava tempo suficiente para ter sua escova na metade dela do armário do banheiro.

"Claro."

Quando ele terminou, tirou a roupa, ficando só em sua boxer e foi para o lado dela na cama. Ela já estava enroscada em seu lado da cama. Deslizando por trás dela, ele a envolveu, beijando seu pescoço e o alto de seu ombro. Ela suspirou, e ele a sentiu relaxar contra ele. Suas pernas nuas se enrolaram nas dela enquanto seus dedos se entrelaçavam, juntando suas mãos.

Ela piscou rapidamente para clarear as lágrimas surgindo em seus olhos. Ele a fazia se sentir tão segura, tão protegida. Seu abraço era quente e sólido; parecia enganosamente permanente. Ela sabia que se acostumar a isso era um luxo que não podia ter. Mas Deus, ela queria tanto.

Eles adormeceram.

Em algum momento da noite ela se virou, ficando de frente pra ele. Ainda três quartos adormecido, ele a segurou em seus braços, acariciando seu rosto com o dele. Sua respiração misturada à dela.

Ela levantou o rosto pra ele, gentilmente beijando sua mandíbula. Ele levou os lábios até os dela e a beijou, suave e languidamente, sua boca mal roçando a dela. Eles ficaram assim por um longo tempo, compartilhando suaves beijos, até que finalmente ela se afastou e enterrou o rosto em seu pescoço.

*_*_*_*

Quando ela acordou, estava começando a surgir luz através de sua janela e ela estava sozinha na cama. Ela olhou para o relógio e viu que estava passando das cinco. Uma de suas canecas térmicas estava no criado-mudo. Ela tocou - estava quente - e o vidro de ibuprofeno estava ao lado.

Ollie entrou no quarto, completamente vestido, com um bloco de anotações e uma caneta que mantinham perto do telefone. "Bom dia." Ele sorriu pra ela. "Eu ia te deixar um recado." Ele colocou o bloco e a caneta no criado-mudo e se sentou ao lado da cama. "Como está se sentindo?"

"MUITO melhor."

"Ótimo." Ele tirou o cabelo de seu rosto. "NÃO vá trabalhar hoje, entendeu? Se você estiver se sentindo realmente bem, você pode se logar de casa mais tarde. BEM mais tarde. Eu nem quero ver você online antes das dez da manhã." Ele se inclinou e beijou sua testa. "Eu tenho que ir. Tenho uma reunião às oito e preciso tomar banho e trocar de roupa no escritório. Falo com você depois, ok?" Ela assentiu.

Ele voltou e se sentou ao lado dela novamente, beijando-a brevemente e roçando seu nariz com o dele. Por sorte ela já estava deitada, porque ele estava lhe presenteando com aquela expressão suave e doce em seus olhos castanhos que sempre faziam seus joelhos fraquejarem.

"Obrigado por me deixar ficar", ele sussurrou.

Ela olhou naqueles olhos por um longo momento, estendendo a mão para acariciar seu rosto, então deslizou a mão em seu cabelo, puxando-o pra baixo para que pudesse beijá-lo apropriadamente.

Depois de alguns minutos ele pegou sua mão na dele e se levantou, balançando um pouco a cabeça. "Eu preciso sair daqui enquanto ainda tenho força." Ele deu um beijo em sua palma. "Tem café ao lado da cama se você quiser. Eu preparei a cafeteira novamente, então é só ligar quando você levantar, e tem rosquinhas no balcão e cream cheese na geladeira." Ele apertou sua mão e a soltou.

Tocada por sua preocupação, ela se encontrou piscando rápido novamente. Ele estava tornando realmente difícil se lembrar porque estava tão determinada a não pedir ou aceitar ajuda dele.

Ele parou na porta. "Eu ligo mais tarde pra ver como você está, ok? Tente voltar a dormir."

Ela assentiu. "Dirija com cuidado." Ele sorriu pra ela, e ela sorriu de volta - o primeiro verdadeiro, não forçado sorriso que ele pensou ter visto no rosto dela desde ontem.

Ele pegou a caneca de viagem que tinha preparado pra si mesmo do balcão da cozinha e foi para a porta, mas estava convicto que seria a imagem daquele sorriso, e não a bebida quente que estava carregando, que o manteria aquecido durante a longa viagem de volta a Metrópolis.

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9 comentários:

  1. muiiiiiiiiiiiiiiiiiiito fofix, gente eu amei, muito. Quem dera um ollie cuidando de mim assim... AAHH, sonho! xD

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  2. Eu caso, caso com um homem que cuidar de mim assim durante uma crise de cólica...que tenho muito. Não precisa nem ser um Ollie.

    Ah, Chloe!!Amiga!!Um homem que cuida assim de você não vai embora tão fácil!!
    O mulher teimosa!!

    Adorei e morri de inveja da Chloe!!!!Meus sonho é ter um homem que faça uma coisa dessas por mim!!

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  3. Não... ai gente, para tudo agora!!!!!! Ele é a pessoa MAIS FOFA DO PLANETA!!!!!!!!!!!

    Amei essa história!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Amei!!!!!!!!!!!!!

    Jéssica

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  4. A única coisa que posso comentar é:

    Que inveja da Chloe!!!!
    Meu sonho é ter um homem que faça uma coisa dessas por mim!![2]

    P.S.: Se alguém encontrar (fora o Oliver - que já sabemos que é perfeito) por favor, repasse a informação, para que eu possa ter um pouco de esperança... ai, ai!

    GIL

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  5. Esse capítulo é muito fofo mesmo... Ollie é perfeito!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  6. Ahhhhhhhhhhh o Ollie derreteu todos os meus neurônios. Criatura mais fofa desse mundo!!
    Com um homem desse e com esse tratamento eu topo ter cólica todo santo dia!!!
    "Relaxa", ele murmurou. "Finja que minhas mãos são uma bolsa de água quente." OO*
    Se bem que acho que com a visão dele abrindo a porta a dor terapia passado. Que remédio que nada, a Chloe melhorou por causa dele. Nunca pensei que fosse sentir tanta inveja de alguém com cólica na minha vida.
    E ele feliz por ela ter deixado ele ficar.
    PQP O CARA É FODA!! Sério se fosse a Chloe depois disso o pediria em casamento ^^
    Amo como ele conhece os avessos dela, o fato dela dizer que não precisa de nada ou ninguém , quando precisa SIM! E ele sabe, ele a entende e ele larga tudo pra ir ao encontro. E a briga dele com ela é por isso quer poder cuidar dela, mas dela por inteiro, ele quer que ela admita que precisa dele tanto como ele precisa dela.Ele dá um tempo pra ela cochilar no braço dele pra depois discutir COISA MAIS FOFA!!

    Vilm@

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  7. AAAAAAAHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!

    Esse homem não existe, ele é perfeito!!!!!!

    Passei a fic inteira lendo e suspirando, lendo e suspirando.

    Tô morta!!!!!!!!!!!

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  8. aaaa gentee too besta com essa história!!!aaaa muito lindaaaaaa!!fiquei super emocionada!amo a Clhoe e mesmo preferindo ela com o Clark o Oliver é muito lindoo e fofo!! aaaaa amei D+++!!!

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