Good Fences 4/8

Título: Good Fences
Resumo: Pós-Conspiracy. As coisas vão de mal a pior quando Chloe e Oliver não conseguem fazer as pazes.

Autora: happycabbage75
Classificação: PG-13

Nota da Autora: Sempre me pareceu muito fácil, ir da raiva de Oliver quando Chloe pegou seu dinheiro sem pedir, para o fim de semana feliz na pousada. Então esta história é uma pequena ponte entre os dois episódios.

Um :: Dois :: Três

Em outra pessoa, Chloe teria esperado todo tipo de reação histérica a um aparente sequestro, mas não de Oliver. Ele simplesmente ficou bem parado, o cérebro visivelmente trabalhando.

"Quando?" ele questionou.

A voz masculina veio pelos auto-falantes enquanto respondia. "Há uma hora atrás. Ela estava vindo do Japão e a pegaram no aeroporto."

"A polícia foi avisada?"

"Não, senhor. Só sabemos que isso aconteceu porque o motorista viu."

"Já temos notícias deles?"

"Não, senhor."

"Me mantenham informado. Estou a caminho."

"Sim, senhor."

Chloe ouviu o som sendo desconectado, seguido por uma coisa que nunca tinha visto antes. Oliver falou alguns palavrões que Chloe raramente o ouvia dizer e só um quinto deles estava em inglês.

"Impressionante", Chloe disse secamente. "Bom saber que aquela educação cara não foi desperdiçada. Isso foi sueco?"

"Não seja ridícula." Oliver estava respirando fundo, e correu uma mão pelo rosto como se estivesse se ordenando a se concentrar apesar da exaustão. "Isso foi finlandês. Embora possa ter tido algum norueguês no meio."

"Você quer me contar o que está acontecendo agora?" ela perguntou.

Ao invés de responder, Oliver tirou os cobertores e jogou as pernas para fora da cama. Ele gemeu imediatamente e começou a se dobrar em agonia.

"Você enlouqueceu?" Chloe exclamou. "O que você acha que está fazendo?" Ela desceu da cama e correu para ficar na frente dele. Ela colocou as mãos nos ombros dele e o segurou.

"Eu tenho que ir para o escritório, Chloe. Eu não tenho escolha."

"É claro que você tem escolha", ela respondeu. "Você pode chamar seus super amigos não feridos e seu Big Brother pessoal e encontraremos quem eles levaram."

Oliver olhou irritado pra ela. "Eles já estão ocupados salvado o mundo. Isso não é problema deles, Watchtower, ou seu pra ser sincero. Eu sou o chefe dela. Eu tenho que resolver isso."

"Oliver, essa é a coisa mais idiota que você já disse", ela declarou. "E isso diz alguma coisa."

"Deus, obrigado." Ele franziu a testa. "Não muda o fato de ser verdade."

Oliver literalmente a afastou, relembrando Chloe que mesmo ferido, ele era muito mais forte que ela. Se Oliver quisesse passar por ela, ele passaria. Ele se levantou devagar, dor tomando conta de seu rosto. Por um momento, parecia que ele ia ou desmaiar ou vomitar novamente. Ela não sabia exatamente o que seria.

"Oliver-"

"Você quer me ajudar?" ele disse entredentes. "Encontra uma camisa pra mim."

"Não. Ollie, escuta", ela pediu. "Você está ferido."

Oliver se endireitou. Ele fechou os olhos, e ela não sabia ao certo o que ele estava fazendo, mas ele respirou fundo bem devagar. Ele permaneceu desse jeito, perfeitamente imóvel, por quase um minuto, e alguma coisa no jeito que ele estava parado fez Chloe permanecer em silêncio. Ela tinha a sensação de que era alguma técnica de meditação e por mais que quisesse dar um tapa nele e dizer pra ele parar, ela não interrompeu.

Finalmente, Oliver abriu os olhos novamente e caminhou até seu closet. Ela podia ver que ele estava sentindo dor, mas estava mentalmente deixando-a de lado, ignorando com toda sua força. Ele desapareceu dentro do enorme closet e voltou com um terno, sem dúvida recém chegado da lavanderia.

Chloe ergueu uma sobrancelha. "Um terno? Sério?"

Oliver nem ao menos sorriu. "Isso é guerra, de negócios. Eu tenho que ir e deixar minha equipe saber que estou no comando da situação. Não inspira confiança se o chefe parece a beira da morte."

"Por favor, deixa eu chamar o Clark."

Oliver cerrou os punhos claramente frustrado. "Olha, só... me ajuda a me vestir." Ele suavizou seu tom de voz. "Por favor. Minha equipe precisa de mim e eu... eu não tenho certeza se consigo fazer isso."

Ela podia ver que o estava matando admitir isso. Chloe suspirou e se aproximou, tirando o terno do cabide. "Só pra constar, eu ainda acho que você é um idiota."

"Devidamente anotado."

"Pelo menos senta na cama", ela o apressou, e como prova do estado patético de Oliver, ele imediatamente obedeceu.

A caminho da cama, Oliver desamarrou o cordão da calça do hospital e a deixou cair. Chloe simplesmente balançou a cabeça. Mesmo que ela vivesse mil anos, nunca teria a mesma confiança sobre o corpo como Oliver tinha. Claro, ele a tinha visto nua, mas ainda assim... O cara simplesmente não tinha vergonha nenhuma. Não que ele tivesse algo do que se envergonhar. Obviamente.

Chloe balançou a cabeça para fazer seu cérebro voltar para o assunto mais importante. Ela rapidamente foi até Oliver, pegando uma boxer e uma regata da cômoda no caminho, e o ajudou a se vestir. Ela manteve o toque profissional e impessoal. Se ela ficou vermelha, ele não disse nada, embora ela tivesse quase certeza de tê-lo visto sorrindo pelo canto dos olhos.

Finalmente, quando só faltava a gravata, uma bela azul e amarela de seda, Oliver se sentou na beira da cama e abaixou um pouco a cabeça para que ela pudesse passá-la por seu pescoço. Ele então se endireitou pra ela dar o nó e como se já tivessem feito isso centenas de vezes, ela ficou entre as pernas dele e ele colocou as mãos em seus quadris. Ele não fez nada inapropriado, simplesmente as descansou ali enquanto ela trabalhava. Porém, Chloe não pode deixar de sentir um pequeno arrepio de prazer.

"Eu senti sua falta", ele falou lentamente, fazendo Chloe se atrapalhar com a gravata e ter que recomeçar.

"Eu não sei porque. Estamos tão ocupados, mal nos vemos afinal", ela respondeu, tentando se manter calma. Chloe engoliu o que realmente queria dizer que era 'eu também'. Ao invés disso, ela manteve a expressão cuidadosamente neutra, senão até um pouco distante. Eles eram amigos, nada mais, e o olhar no rosto de Oliver significava que ela teria que lutar o suficiente pelos dois para manter isso estritamente dentro das barreiras do acordo que fizeram.

"Mesmo assim senti sua falta."

Chloe fechou os olhos, incapaz de correr o risco de olhar para o lindo rosto de Oliver, ou ver a dor que ela havia causado mantendo um segredo por tanto tempo. Ela tinha causado isso, e apesar de seu comportamento frio, Oliver obviamente queria consertar tudo.

"Por favor, não faz isso de novo", ele quase sussurrou.

Chloe desistiu da gravata. Ela abaixou as mãos e deu um passo pra trás, propositadamente saindo de seu abraço. "Não vou." Ela tentou sorrir, mas não sabia se tinha conseguido. "Eu prometo te avisar antes da próxima vez que eu precisar desviar alguns milhões de dólares."

"Emprestar." Ele deu uma pequena risada. "Emprestar alguns milhões de dólares."

Isso era uma concessão e Chloe aceitou. "Certo."

Oliver pegou as pontas da gravata e com alguns movimentos tinha feito o nó.

Chloe pigarreou. "Está se exibindo."

Em resposta, Oliver sorriu brilhantemente. "Sempre."

Ele se levantou e deixou Chloe ajudá-lo a vestir o terno. Ele então estendeu a mão pra ela. "Você vem?"

"Tem certeza que quer que eu vá?" ela perguntou, estreitando os olhos. "Eu preferia estar lá fora salvando o mundo, sabe, não interferindo em... seja lá o que for."

"Eu sempre quero você", ele respondeu alegremente. "Eu achei que isso estivesse claro." Quando ela não pegou sua mão, ainda com a mão estendida, ele suspirou. "Certo. Você está certa. Eu posso precisar da sua ajuda. Além do mais", ele sorriu. "Eu sei que você está morrendo pra meter o nariz nisso, então por quanto tempo você vai fingir que não vai antes de aceitar?"

Chloe apertou os lábios desapontada. Ele a conhecia muito bem algumas vezes.

"Vamos", ele a apressou na direção do elevador. "Eu te conto o resto a caminho do escritório."

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Havia um carro esperando por eles na frente do prédio e Chloe imaginou quando Oliver tinha pedido um. Os segredos de uma vida bilionária, ela supôs. O motorista saiu para abrir a porta, mas Oliver acenou dispensando-o. Ele abriu a porta de trás e deixou Chloe entrar antes de segui-la.

Chloe o observou enquanto ele entrava no carro. Ele não fez um som, mas fechou as mãos no peito ferido com firmeza. Ele fez a respiração meditativa novamente, o que fez o motorista olhar pra ele preocupado.

"O senhor está bem, Sr. Queen?"

Houve uma pausa antes de Oliver responder. "Sim, obrigado", escondendo tudo novamente. O motorista pareceu incerto, mas Oliver ignorou e acrescentou. "LuthorCorp, por favor, Abe. Estamos com pressa."

"Sim, senhor." O motorista imediatamente olhou pra frente e entrou no tráfego, embora ainda não parecesse tranquilo com a situação.

Chloe deu um olhar a Oliver, perguntando se podiam conversar na frente do motorista, ao que Oliver simplesmente respondeu. "Ok, temos só alguns minutos. Deixa eu te atualizar."

"Estou ouvindo." Ela pegou o computador, pronta para procurar alguma informação extra pela Watchtower.

"Alguns meses atrás, minha equipe fechou algumas contas que estavam ligadas a algum tipo de programa de reciclagem."

Chloe não pode deixar de sorrir. "Achei que você era a favor do verde, Ollie?"

Oliver pareceu se divertir, mas disse. "Achamos que estavam sendo usadas para lavagem de dinheiro. Lex tinha negócios com o homem que administrava a 'reciclagem' e recebia propinas impressionantes para que o serviço fosse feito."

"Nome?"

"Anthony Moretti."

Chloe balançou a cabeça irritada, já digitando o nome e olhando algumas informações que surgiram. "É próprio do Lex se envolver com a máfia. Então o que aconteceu?"

"Primeiro, recebemos algumas propostas para retomar o negócio e deixar tudo no lugar."

Chloe sabia que pelo jeito como Oliver prezava a reputação de seu pai, a proposta não foi aceita.

"Depois disso eu recebi alguns telefonemas do administrador de Moretti me encorajando a reconsiderar. Nos primeiros eu educadamente disse que não aceitava. No último..." Ele ergueu uma sobrancelha. "Eu cansei de ser educado."

"E então?"

"Então o próprio Sr. Moretti veio me ver. Ele me assegurou que era um legítimo homem de negócios, ao que eu respondi que se ele era legítimo, então eu administrava uma casa de banho turca."

"Belo jeito de acalmar as coisas."

"Sim", ele admitiu. "De qualquer jeito, ele logo desistiu. Então ele vem criando problemas com nossos outros projetos, com as construções, segurando os contratos, prometendo que todos os problemas seriam resolvidos se simplesmente restabelecermos o programa de reciclagem." Oliver sorriu. "Eu prontamente levei todas as evidências para o departamento de justiça. Eles estão preparando tudo pra pegar o Sr. Moretti, mas até lá temos sido legais."

Se Chloe tivesse que adivinhar, o Arqueiro Verde também estava dificultando um pouco as coisas para o Sr. Moretti e seu pessoal. "O que causou o ataque?"

Oliver deu de ombros e imediatamente cerrou os dentes com a dor resultante do movimento. "Última tentativa de me convencer, eu acho", ele resfolegou. "Causar um dano pessoal. Não só ao meu bolso."

"Eles devem saber que não te mataram."

"Isso não vai dar a eles o que eles querem", Oliver disse. "E é por isso que pegaram Debra."

"Quem é ela?"

"Ela é uma das pessoas mais antigas que trabalham comigo. Está na companhia há anos e é uma das mais importantes da minha equipe. Ela também estava a frente da equipe responsável pela auditoria."

Chloe viu que ele estava cerrando os punhos, claramente furioso com as pessoas que tinham pego alguém que trabalhava pra ele e ele não tinha conseguido impedir. "Nós vamos pegá-la de volta", ela o assegurou.

"Eu sei", ele declarou com firmeza, como se estivesse tentando se convencer disso. Oliver sabia tão bem quanto ela como muitas pessoas desapareciam e não eram vistas novamente quando cruzavam o caminho da máfia.

"Eles não vão machucá-la", Chloe observou. "Pelo menos por enquanto. Eles precisam de um refém pra obrigar você fazer o que eles querem. É quando eles conseguirem que ela estará em perigo."

Oliver simplesmente assentiu. "Eles já me mostraram isso. Pegar Debra foi só pra garantir."

"Eles acham que você é apenas um playboy, Oliver, só outro rostinho bonito com muito dinheiro. Estão contando que você vá desistir."

Oliver sorriu. "Um rosto bonito com muito dinheiro. Você diz como se fosse uma coisa ruim."

Chloe ergueu uma sobrancelha. "Eu nem mencionei o ego enorme."

"É necessário pra manter os subalternos no lugar."

"Subalternos?" Ela não pode deixar de rir.

Ele fez um show erguendo o nariz para o ar. "Você sabe. A plebe. As pessoas comuns. Os camponeses."

Chloe suspirou dramaticamente. "Deve ser difícil pra você, ser tão importante com tantos de nós, plebeus comuns ao redor."

O sorriso de Oliver pareceu sumir. Seus olhos escureceram, toda sua atenção de repente focada nela. O interior do carro espaçoso pareceu encolher e a temperatura aumentar. "Você está longe de ser comum, Chloe."

Distância, ela se alertou. Ela tinha que manter distância, ou Oliver ia envolvê-la. "Não." Ela deu risada, mas havia definitivamente um tom de alerta em sua voz. "Eu sou um peão, e tenho orgulho disso."

O calor nos olhos de Oliver desapareceu com a recusa, mas ele aceitou o alerta de que o arranjo que tinham só permitia algumas coisas quando estavam juntos.

A voz do motorista interrompeu os dois. "Já chegamos, Sr. Queen."

"Obrigado, Abe. As regras de sempre se aplicam."

"Sim, senhor." O homem respondeu. "Se eu contar a alguém o que ouvi você vai ter que me matar."

Oliver deu risada e Chloe percebeu que era uma piada antiga entre os dois. "Você pode tirar folga pelo resto do dia, Abe. Já está tarde e nós pegamos um táxi de volta."

"Obrigado", Abe disse, surpreso. "Eu não me importo de esperar." Ele estava olhando para Oliver com preocupação.

"Vá pra casa. Diga oi para sua esposa por mim."

"Eu digo." O homem franziu a testa nada contente. "Se cuide, Sr. Queen." Chloe não era a única que sabia que Oliver exigia muito de si mesmo.

Oliver saiu do carro e teve que usar uma mão para se apoiar momentaneamente enquanto recuperava o fôlego. Chloe se apressou. Ela precisava levá-lo pra dentro do prédio e fazê-lo se sentar antes que ele caísse.

Chloe se recostou no carro. "Obrigada. Eu prometo que vou cuidar dele."

"Mais fácil falar do que fazer", Abe respondeu, mas ele assentiu em aceitação. Ele se virou pra frente novamente e quando Chloe fechou a porta, ele entrou no tráfego e desapareceu.

"Ele era motorista dos meus pais", Oliver disse. "Então fica preocupado."

Chloe pegou o braço dele e começou a conduzi-lo para o prédio. "Ele veio com você de Star City?"

"Eu aluguei um lugar pra ele e a mulher aqui. Eles gostam de mudar um pouco de lugar agora que os filhos estão todos crescidos."

Ele disse como se fosse perfeitamente normal para um homem ter pessoas tão leais que o seguissem de um lugar para o outro e se importavam o suficiente para se preocupar quando ele obviamente estava doente. Chloe tinha certeza que empregados de Lex o empurrariam da escada prontamente.

Assim que se aproximaram das portas, Oliver se endireitou e se afastou dela, visivelmente escondendo a dor.

"Está pronta para encarar os perigos da corporação americana?"

Chloe olhou para o prédio em sua frente e de repente se sentiu nervosa, embora se recusasse a demonstrar. Ela raramente entrava no prédio desde que ela e os Luthors tinham se tornado inimigos mortais, e desde que Oliver tinha tomado conta, quase nunca. Quando falava com Oliver era ou por telefone ou através de rádios. Se ela o via pessoalmente era na Watchtower, ou mais raramente na casa dele.

Lhe ocorreu enquanto olhava para o prédio, que esse era o mundo de Oliver, seu outro mundo, um ao qual ele dedicava a maior parte de seu tempo. Ainda assim, o quanto ela realmente sabia sobre isso?

Chloe deu um sorriso confiante. "Estou pronta quando você estiver."

Um dos guardas dentro do prédio deve ter visto eles se aproximarem porque abriu a porta e deu um passo para o lado para que pudessem entrar. "Boa tarde, Sr. Queen."

Oliver assentiu em resposta, mas estava olhando para Chloe. "Siga meus passos."

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Capítulo 5/8

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