Título: Good Fences
Resumo: Pós-Conspiracy. As coisas vão de mal a pior quando Chloe e Oliver não conseguem fazer as pazes.
Autora: happycabbage75Resumo: Pós-Conspiracy. As coisas vão de mal a pior quando Chloe e Oliver não conseguem fazer as pazes.
Classificação: PG-13
Nota da Autora: Sempre me pareceu muito fácil, ir da raiva de Oliver quando Chloe pegou seu dinheiro sem pedir, para o fim de semana feliz na pousada. Então esta história é uma pequena ponte entre os dois episódios.
Um :: Dois :: Três :: Quatro
A mudança em Oliver enquanto o elevador subia era sutil. Oliver era sempre tão... Oliver. Ele era confiante e se gabava, sempre destemido, e charmoso com um brilho nos olhos. Mesmo quando estava vestido como Arqueiro Verde, ainda era muito Oliver com o distorcedor, ainda mais no limite, um aviso do perigo que havia atrás do humor que ele usava como armadura.
Agora ela estava vendo ele mudar novamente. A confiança ainda estava lá, mas era um Oliver mais sério que emergia do elevador. Não havia perigo, mas o lado brincalhão tinha ido embora e ela imaginou que essa era sua cara de negócios.
Quando o elevador abriu havia um corredor cheio de pessoas esperando por ele. Cada cabeça se virou, cada rosto preocupado e ansioso olhando para Oliver procurando por respostas embora ele tivesse acabado de chegar. Alguns lançavam olhares especulativos na direção dela, e em seguida se voltavam para Oliver.
"Ok, pessoal", Oliver disse em voz alta, embora já tivesse a atenção de todos. "Eu preciso de Joseph, Davis, Joan e Mark no meu escritório. Wes", ele apontou para um homem de meia idade à sua esquerda. "Eu preciso que você entre em contato com nossos especialistas em segurança. Meg, trabalhe com Wes. Seu pessoal provavelmente será o mais vulnerável. Não importa quanto vai custar. Eu quero todo mundo protegido ao nível máximo, vinte e quatro horas por dia até isso ser resolvido. Isso inclui cada familiar. Eu não quero o filho de ninguém sendo pego por essas pessoas."
Oliver parou e olhou ao redor da pequena multidão. "O resto, eu quero vocês de volta às suas mesas, trabalhando normalmente. Eu preciso que os projetos de Debra sejam cobertos até a termos de volta. Mike, você coordena isso." Sua expressão ficou preocupada. "Eu quero a mídia completamente fora. Se Debra for ferida porque alguém não conseguiu ficar de boca fechada, essa pessoa vai ter que lidar comigo. Está entendido?"
Houve uma série de acenos de todo mundo, bem como um coro de 'sim, senhor' de alguns deles.
"Ótimo." Oliver então foi para seu escritório como se não tivesse quase morrido na noite anterior. Honestamente, Chloe não sabia como ele ainda estava conseguindo se manter em pé. Ela também imaginava quantas vezes essas pessoas o tinham visto neste estado. Essa não devia ser a primeira vez que Oliver era forçado a trabalhar machucado. Ele era apenas humano e seu trabalho noturno não era exatamente fácil.
As pessoas que Oliver tinha designado o estavam seguindo até seu escritório quando Chloe percebeu que estava sendo deixada pra trás e correu atrás deles. Quando chegou lá, ela viu que Oliver já estava atrás de sua mesa. Ele se sentou pesadamente e logo perdeu a cor que havia ganho durante o discurso. Ela viu os músculos de sua mandíbula travarem, e mentalmente se condenou por não ter encontrado algum analgésico antes de embarcarem nessa pequena aventura. Ela não sabia quanto tempo ia durar o que tinham lhe dado no hospital.
"Temos um vídeo do sequestro?" Oliver perguntou.
"Sim, senhor", um dos homens disse, um jovem executivo vestindo um terno caro. Não tão caro quanto o de Oliver, mas definitivamente não era de uma loja de departamentos. "Tudo o que temos foi mandado por email para o senhor."
"Chloe?"
Ela se surpreendeu, e então ficou vermelha quando cada pessoa se virou para olhar pra ela. Ela realmente precisava sair mais vezes. Estava perdendo o jeito com as pessoas. Ultimamente, contato humano era um pouco desconcertante.
Oliver acenou para ela se aproximar, e então novamente pra ela dar a volta em sua mesa quando ela parou muito longe. "Dê uma olhada no que eles mandaram. Veja se você consegue encontrar alguma coisa que possa nos ajudar."
Ela assentiu e pegou o computador, hackeando rapidamente a conta de Oliver e abrindo os arquivos. Ela colocou a Watchtower pra trabalhar, correndo o software de reconhecimento facial, então ligou o rastreador do veículo usado para sequestrar a mulher usando câmeras de tráfego, gravações de segurança etc.
"Sr. Queen?"
Chloe viu um dos executivos olhando pra ela. Era um homem mais velho, careca, mais seguro de si que o outro homem mais jovem, ou pelo menos ele acreditava em sua importância.
"Sim?"
"Eu posso perguntar quem é esta pessoa?" Ele definitivamente usou um tom de insulto.
"Eu tenho uma equipe especializada em sequestros corporativos. Esta pessoa é uma especialista em informação que trabalhou com eles antes. Ela vai trabalhar com eles, passando tudo o que for importante para ajudar. Ela é altamente qualificada e foi muito recomendada. Está tudo bem pra você, Mark?" O tom de Oliver era leve, mas firme, e o outro homem rapidamente entendeu que seu chefe não estava com paciência para ser questionado.
"Claro", ele disse rapidamente.
"Ótimo." Oliver correu os olhos pelo pequeno grupo. "Agora quem quer me dizer porque os protocolos de segurança não foram seguidos?"
O grupo de pessoas se entreolhou, e Chloe teve a sensação de estar olhando para um bando de crianças que tinham sido mandadas para a sala do diretor. Mais alguns olhares se passaram entre eles e algumas gargantas sendo clareadas.
"Eu estou esperando", Oliver falou. "Porque eu me lembro distintamente do nosso acordo que até que a situação fosse resolvida, ninguém, e eu estou dizendo ninguém, deveria ficar sozinho. Por que Debra não foi esperada no aeroporto? A segurança deveria estar esperando por ela no portão. Ela havia sido ameaçada antes."
Isso chamou a atenção de Chloe. Oliver tinha dado a ela um resumo do que estava acontecendo, mas ela imaginou há quanto tempo Oliver estava lidando com isso sem dizer nada a ela.
"A culpa foi minha, Sr. Queen."
Oliver olhou para o executivo. "O que aconteceu?"
O homem, cabelos pretos, na casa dos trinta, clareou a garganta nervosamente. "Nossa reunião demorou, e o voo de Debra foi alterado. Eu deveria ter notificado a segurança, e... e acabamos nos atrapalhando."
Oliver correu a mão pelo rosto cansadamente. "Ok. Isso não está ajudando." Ele se recostou na cadeira e balançou a cabeça. "Joan?"
"Sim, senhor?" Joan era uma loira na casa dos cinquenta, que parecia não ouvir desaforo de ninguém. Na verdade era um pouco estranho que alguém como ela o chamasse de senhor, mas Chloe podia dizer que ela parecia respeitá-lo.
"Você pode me dizer se a viagem de Debra foi bem sucedida?"
"Sim, senhor. Os documentos de aquisição foram assinados e registrados. As preliminares são boas e acredito que podemos viabilizá-los dentro de doze meses. Minha equipe estará pronta pra entrar e iniciar uma avaliação na próxima semana. Esperamos ter recomendações pra você na semana seguinte."
Oliver assentiu e então olhou pra ela, assustando-a novamente. "Alguma coisa?" ele perguntou, e Chloe percebeu que apesar da conversa Oliver não perdeu a concentração no assunto mais importante que era sua funcionária desaparecida.
"Mais alguns minutos." Ela tinha a rota da van, mas não tinha descoberto o destino ainda.
"Tudo bem." Oliver se levantou da cadeira, escondendo a dor que estava sentindo abaixando a cabeça e endireitando o terno e a gravata. "As mesmas regras se aplicam a vocês. A mídia fica de fora e ninguém fala com a polícia, pelo menos até minha equipe", ele acenou com a cabeça na direção de Chloe. "Terminar seu trabalho. Concentrem-se nos negócios como sempre. Eu cuido disso. Estamos entendidos?"
Mais uma vez, ele encontrou um coro de 'sim, senhor'. Oliver tinha tanta autoridade, que Chloe estava tentada a responder também.
Por um momento, Chloe simplesmente olhou para Oliver, e era quase como se o estivesse vendo pela primeira vez. Estava acostumada com Oliver, playboy bilionário. Conhecia Oliver, cheio de culpas, problemas, suicida alcóolatra. Conhecia o Arqueiro Verde e o Oliver confidente com que lidava diariamente. Muito raramente, ela encontrava com Ollie, um garoto órfão que amava brincar e queria fazer do planeta um lugar mais seguro para as crianças crescerem.
Olhando pra ele agora, no entanto, parado atrás de sua mesa e falando com seus funcionários, Chloe percebeu que nunca tinha realmente visto essa parte da vida dele. Ele dizia que ela conhecia tudo sobre ele, mas esse homem, o diretor executivo Oliver Queen, ela realmente nunca tinha encontrado. Nunca tinha apreciado sua dedicação e o conhecimento do mundo dos negócios necessários para manter um império tão bem construído, e o quanto isso era natural nele.
Oliver tinha nascido em meio à riqueza e poder, mas isso... Ninguém tinha ensinado a ele. Seu pai estava morto há muito tempo quando Oliver ficou a frente da Queen Industries. No tempo em que deveria estar aprendendo isso, estava preso numa ilha deserta apenas tentando sobreviver. E ainda assim aqui estava ele, completamente em casa, completamente no comando de tudo.
"Ok, pessoal, vocês podem ir", ele disse mais gentilmente. "Se tudo ocorrer como planejado teremos Debra de volta antes do final do expediente."
Chloe olhou para a hora em seu computador. Era quase hora da saída. Já passava do meio-dia quando encontrou Oliver e então passaram algumas horas no hospital. Mal tinham ficado na cobertura antes dele ser forçado a voltar ao trabalho. Agora que estava pensando nisso, a cabeça de Chloe estava girando em como as coisas tinham virado uma bagunça essa tarde.
"Tudo vai ficar bem", ele os assegurou novamente. "Apenas sigam os protocolos de segurança até que esteja tudo resolvido."
Sua equipe, parecendo propriamente repreendida, rapidamente saiu da sala. Antes que a porta se fechasse, Oliver se sentou novamente e pegou o telefone. Chloe simplesmente esperou, observando-o e observando o monitor enquanto a Watchtower fazia seu trabalho.
Depois do que pareceu alguns longos momentos, alguém finalmente atendeu a ligação e Oliver disse. "O Sr. Moretti, por favor. Diga que é Oliver Queen."
"Você enlouqueceu?" Chloe sibilou.
Oliver apenas sorriu. "É parte do meu charme."
"E qual é a outra parte?" Ela ergueu uma sobrancelha.
"Genialidade? Coragem? Superioridade?"
Chloe bufou, deixando-o saber o que ela achava de seu charme. Ela estava mais interessada, no entanto, em saber o que Oliver ia fazer. Havia definitivamente um brilho em seus olhos.
Oliver se endireitou levemente e Chloe imaginou que alguém tivesse voltado para a linha. Ela também viu Oliver se encolher com o movimento, e fechar os olhos brevemente.
"Boa tarde, Sr. Moretti. Aqui é Oliver Queen." Ele esperou por uma resposta, e Chloe viu sua mandíbula travar de raiva, embora seu tom estivesse perfeitamente calmo quando respondeu. "Estou me sentindo bem. Obrigado por perguntar." Houve uma pausa e então ele disse. "Na verdade eu estou ligando por outra razão. Eu acredito que você tem algo que me pertence." Mais uma vez, ele ouviu por alguns segundos, então disse. "Deveríamos nos encontrar. Pessoalmente. Temos algumas coisinhas pra discutir." Ele assentiu embora seu oponente não pudesse vê-lo. "Sim, está ótimo. Minha assistente vai organizar tudo."
Depois de desligar e passar alguns momentos conversando com sua assistente, Oliver desligou o telefone, e prontamente desfaleceu contra a cadeira. Ele parecia cansado, muito cansado, e parte de Chloe queria ir até ele e acalmá-lo de alguma forma, assegurá-lo que tudo ficaria bem. Outra parte dela, a parte que era feita de ferro, a mantinha firmemente onde estava. Eles eram amigos, colegas. Parceiros de trabalho não se acalmavam, sequer se tocavam. Muito menos dormiam juntos. O trabalho de Chloe era encontrar a mulher sequestrada. Não era cuidar do bem-estar de Oliver, não mais do que ela faria pelos outros membros da Liga. Ela certamente não abraçaria Victor, ou Bart quando pareciam esgotados pelo trabalho.
"Então, o que foi isso?" Chloe questionou.
"Eu tenho um jantar com Anthony Moretti."
"E?" O horário normal do jantar para os desavergonhadamente ricos era dentro de poucas horas.
"E é melhor termos Debra de volta antes disso ou esse plano não vai funcionar."
"Que plano?"
Oliver olhou diretamente pra ela. "Você encontrou alguma coisa ou não? Estamos meio sem tempo aqui."
"Oliver, você não pode..."
"Você encontrou alguma coisa?" ele disse, seu tom absurdamente sério.
"Talvez", ela disse. "Provavelmente." Oliver fez sinal pra ela continuar. "Eu rastreei a van que usaram para pegá-la. Entrou em um prédio não muito longe do aeroporto. Há alguns veículos estacionados lá agora registrados no nome de um dos negócios a que Moretti está ligado, mas a van se foi."
"Moretti é o dono do prédio?"
Ela deu de ombros. "Me dê algum tempo e eu vou descobrir."
"Não precisa. Apenas mande o endereço para o meu telefone." Oliver se levantou, apoiando as mãos na mesa. "Vamos."
"Vamos pra onde?"
Oliver deu a volta na mesa, pegando o celular onde havia deixado na noite anterior. Ele a levou até um banheiro executivo, completo com chuveiro, vestiário e closet. Chloe tinha quase certeza que era do tamanho de seu apartamento no Talon. Oliver não parou, no entanto. Ele caminhou até o final, abriu um painel escondido e digitou alguns números num teclado.
Um painel bem maior deslizou pela parede, revelando um pequeno espaço que não lembrava em nada o escritório de onde tinham vindo. De um lado havia o que parecia ser um armário igual ao que Oliver tinha na Watchtower para guardar seu equipamento reserva. Do outro havia o que parecia ser um pequeno elevador.
"Foi Lex quem instalou. Acho que assim ele podia entrar e sair sem ser visto."
"Ou para o caso de haver algum ataque", Chloe sugeriu. "Paranóia é o nome do meio dos Luthors."
Oliver assentiu à declaração dela. "Talvez." Ele sorriu. "Claro, eu tive que fazer algumas modificações."
Chloe revirou os olhos. "Bilionários e seus brinquedos." Ela se virou para Oliver e viu que enquanto estava distraída olhando a mini sala secreta, Oliver tinha começado a tirar a roupa. "O que você está fazendo?"
"Aqui." Oliver passou o telefone pra ela. Ele gemeu enquanto tirava a camisa e a jogava de lado, então foi para o cinto. Chloe imediatamente colocou as mãos sobre as dele, as costas de seus dedos pressionadas contra a barriga dele por dentro da cintura da calça.
"Chloe, se você quer o que está dentro da minha calça-"
"Corta essa, Romeu", ela ordenou categoricamente. "Se você acha que eu vou deixar você sair e se matar-"
Oliver estreitou os olhos e virou as mãos, segurando as dela e as afastando. "Me deixar?" Por um momento ela viu um olhar perigoso no rosto dele, e se fosse uma mulher mais fraca, teria desistido. Era um lembrete, no entanto, que ela não estava lidando com um garoto. Esse era um homem, e não qualquer um. Ele não era Jimmy que ainda era um garoto quando morreu, um garoto que estava começando a crescer, mas ainda um garoto. Não era Clark com todas as suas inseguranças e preocupações. Oliver era um homem que tinha confiança em seu lugar no mundo.
"Chloe", ele franziu a testa. "Eu posso fazer esse trabalho sozinho. Eu já fazia isso muito tempo antes de você sonhar em ser a Watchtower. Eu já saía toda noite, sozinho. Eu não tenho que ter um anjo da guarda sussurrando no meu ouvido a cada passo. O que você acha que eu fiz a semana passada?"
Chloe arregalou os olhos. Ela não tinha considerado o fato de que enquanto ela e Oliver estavam afastados, ele ainda saía e patrulhava. Ele só não tinha falado com ela pelo comunicador. Ele estava fazendo o que fazia anos antes de conhecê-la. Estava fazendo isso sozinho, e por alguma razão isso doeu muito.
Ele deve ter visto algo no rosto dela porque seu tom se suavizou. "Eu gosto de ter meu anjo da guarda, de verdade. Mas parte da razão pra nos darmos tão bem é porque somos muito parecidos. Você gosta de estar no controle do que está acontecendo. Bem, adivinha. Eu também. Eu não gosto de ser acuado e não gosto que me digam o que fazer. Me chame de garoto mimado, mas as coisas são assim."
"Então, o que isso significa?"
"Significa que não é a primeira vez que eu trabalho ferido. Minha funcionária está em perigo por causa das escolhas que eu fiz e eu vou trazê-la de volta, quer você esteja preparada pra me ajudar ou não."
"Você tem razão", ela disse, apertando os lábios. Oliver ergueu uma sobrancelha. "Você é um garoto mimado."
Houve uma pausa e então de repente, Oliver começou a rir. A gargalhada foi seguida por ele resfolegando alto e se dobrando.
Chloe imediatamente passou um braço ao redor dele, um choque elétrico causado pela proximidade da pele dos dois a atravessou. "Oliver", ela sussurrou. "Isso é loucura."
Ele balançou a cabeça. "Talvez. Mas é necessário."
Finalmente, Chloe tomou uma decisão. Ela sabia quanta liberdade Oliver dava a ela, e sabia que ele fazia de propósito. Ele nunca fazia questão de decidir tudo, embora fosse o líder que permitia que ela entrasse em seu mundo. Ele reconhecia que a Watchtower era domínio dela e a deixava corrê-la como quisesse, embora fosse ele quem investisse milhões. Ele nunca dava uma de mandão. Mesmo agora, com o acordo que tinham, quando muitos outros homens teriam anunciado ao mundo que ela era dele, ou feito alguma coisa para marcar seu território. Oliver não tinha feito isso. Ele a deixava seguir o próprio ritmo. Ele respeitava o jeito como ela queria que fossem as coisas entre eles. Embora alegasse que estava no controle, na verdade, ele tinha deixado que ela decidisse. Ele pressionava algumas vezes, mas logo que ela ficava desconfortável, ele recuava.
A única exceção foi o último acontecimento quando ele descobriu sobre o dinheiro que estava faltando. Então ele forçou. Então ele brigou. Com o pensamento dela traindo sua confiança e a liberdade que ele lhe dava. Ainda assim, ele aceitou sua explicação. Ela o tinha magoado muito, e ele a tinha perdoado. Era por isso que ela estava aqui com ele agora. Ela era a única pessoa em quem ele confiava tanta proximidade em um assunto não relacionado à Liga. Ele estava confiando a ela um assunto pessoal.
Ele a respeitava tanto. Ela podia fazer o mesmo.
Chloe assentiu, tomando uma decisão. "O que você quer que eu faça?"
"Eu preciso proteger meu peito. Eu consigo fazer sozinho, mas é mais fácil com ajuda."
Chloe assentiu, e esperou enquanto Oliver pegava alguma coisa de dentro do armário. Não era uma faixa comum, mas algo parecido, se Chloe tivesse que adivinhar apostaria que Oliver tinha feito ele mesmo. Aparentemente, ele trabalhava ferido o suficiente pra ter um suporte daqueles.
Oliver vestiu a regata preta sobre o curativo em seu peito, então deixou Chloe ajudá-lo a colocar a faixa ao redor de seu peito e até de seus ombros, dando-lhe mais suporte. O resultado parecia algo entre uma roupa elástica e apertada e um fino colete à prova de balas.
Depois disso, ela o ajudou a vestir a calça de couro, seguido pelo colete. Foi mais embaraçoso do que ajudá-lo a se vestir no apartamento. O uniforme de Oliver era muito colado, e embora tenha explorado o corpo dele em outras ocasiões, isso era diferente. Sua mente não estava cheia de luxúria. Ela estava consciente de cada movimento que fazia, cada toque, cada roçar da pele dele na dela, o peso dele quando ele colocou uma mão em seu ombro para se equilibrar.
Depois ela estava se movendo ao redor dele, ajudando-o com o equipamento, e a tensão entre os dois parecia aumentar cada vez mais. De todas as vezes em que esteve nos braços de Oliver, em seus braços, em sua cama, fisicamente o mais perto quanto era possível a um homem e uma mulher, isso era de algum modo mais íntimo. Deslizando as mãos ao redor da cintura dele, garantindo que estava tudo no lugar, armas que Oliver precisaria para continuar vivo, armas que ele mesmo tinha criado e que nunca deixava ninguém se aproximar, que dirá tocar. Ela deslizou as luvas nas mãos dele, segurando-as cuidadosamente, as mãos dele nas dela, suas respirações se misturando enquanto ela estava tão perto.
Finalmente, Chloe deu um passo pra trás e pegou os óculos escuros e passou pra ele. Ao invés de pegá-lo, no entanto, Oliver de repente passou um braço ao redor da cintura dela e a puxou pra ele. Ele a beijou com força, com quase desespero, e Chloe de repente sentiu medo, tanto da intimidade quanto ao perceber que Oliver estava dizendo adeus, caso acontecesse alguma coisa.
"Ollie", ela resfolegou quando ele se afastou, descansando a testa na dela, os braços ainda ao seu redor.
"Vá para a Watchtower." Sua voz estava rouca. "Talvez eu precise de olhos no céu."
"Certo. Mas se você ficar em perigo eu vou chamar o Clark." Ela tinha que verbalmente colocar alguma distância entre eles, porque por mais que quisesse, não podia ter outro tipo de distância neste momento. Estava muito preocupada com ele. Era difícil ser confiante quando o estava mandando para ser ferido novamente. "Não ache que eu não vou chamá-lo."
"Essa festa é minha", ele respondeu. "Eu não vou receber sermão do Clark."
Chloe reuniu toda sua coragem, disfarçando o medo em seu rosto. Ela deu um passo pra trás e mais uma vez passou os óculos pra ele e o telefone. "Tome cuidado", ela ordenou. Se ele ficasse em perigo, ela ia chamar o Clark, quer Oliver gostasse ou não e os dois sabiam disso.
"Não fique tão preocupada." Ele colocou os óculos, o capuz e sorriu. Se ela não soubesse que ele estava prestes a desmaiar, nunca teria adivinhado. "Eu tenho que voltar inteiro." Oliver ligou o modulador de voz e foi para o elevador. "Tenho um encontro quente esta noite."
"Você tem?" Chloe não resistiu. Ela queria sorrir. Havia uma razão para Oliver nunca ter problema com as mulheres. Ele era insuportavelmente charmoso.
O sorriso de Oliver aumentou. "Meu médico disse que eu estou machucado. Tenho certeza que preciso que alguém beije. Pra sarar."
O modulador fez sua voz ficar mais baixa, e era o que bastava para mandar uma onda de prazer pela pele dela. "E você acha que esse alguém sou eu?"
Chloe não conseguia ver os olhos dele atrás dos óculos, mas de repente, podia sentir toda a atenção dele focada nela com precisão a laser. Não entendia como um homem conseguia parecer perfeitamente normal num segundo e irradiar sexo no seguinte. "Te vejo esta noite, Sullivan", ele disse e Chloe não tinha certeza se era um aviso ou uma promessa.
Então ele sumiu. A porta do pequeno elevador se fechou e Chloe estava de repente sozinha. Ela soltou o ar que não tinha percebido que estava segurando.
Herois. Eram todos malucos.
__________
Capítulo 6/8
__________________________________________________________
Um :: Dois :: Três :: Quatro
A mudança em Oliver enquanto o elevador subia era sutil. Oliver era sempre tão... Oliver. Ele era confiante e se gabava, sempre destemido, e charmoso com um brilho nos olhos. Mesmo quando estava vestido como Arqueiro Verde, ainda era muito Oliver com o distorcedor, ainda mais no limite, um aviso do perigo que havia atrás do humor que ele usava como armadura.
Agora ela estava vendo ele mudar novamente. A confiança ainda estava lá, mas era um Oliver mais sério que emergia do elevador. Não havia perigo, mas o lado brincalhão tinha ido embora e ela imaginou que essa era sua cara de negócios.
Quando o elevador abriu havia um corredor cheio de pessoas esperando por ele. Cada cabeça se virou, cada rosto preocupado e ansioso olhando para Oliver procurando por respostas embora ele tivesse acabado de chegar. Alguns lançavam olhares especulativos na direção dela, e em seguida se voltavam para Oliver.
"Ok, pessoal", Oliver disse em voz alta, embora já tivesse a atenção de todos. "Eu preciso de Joseph, Davis, Joan e Mark no meu escritório. Wes", ele apontou para um homem de meia idade à sua esquerda. "Eu preciso que você entre em contato com nossos especialistas em segurança. Meg, trabalhe com Wes. Seu pessoal provavelmente será o mais vulnerável. Não importa quanto vai custar. Eu quero todo mundo protegido ao nível máximo, vinte e quatro horas por dia até isso ser resolvido. Isso inclui cada familiar. Eu não quero o filho de ninguém sendo pego por essas pessoas."
Oliver parou e olhou ao redor da pequena multidão. "O resto, eu quero vocês de volta às suas mesas, trabalhando normalmente. Eu preciso que os projetos de Debra sejam cobertos até a termos de volta. Mike, você coordena isso." Sua expressão ficou preocupada. "Eu quero a mídia completamente fora. Se Debra for ferida porque alguém não conseguiu ficar de boca fechada, essa pessoa vai ter que lidar comigo. Está entendido?"
Houve uma série de acenos de todo mundo, bem como um coro de 'sim, senhor' de alguns deles.
"Ótimo." Oliver então foi para seu escritório como se não tivesse quase morrido na noite anterior. Honestamente, Chloe não sabia como ele ainda estava conseguindo se manter em pé. Ela também imaginava quantas vezes essas pessoas o tinham visto neste estado. Essa não devia ser a primeira vez que Oliver era forçado a trabalhar machucado. Ele era apenas humano e seu trabalho noturno não era exatamente fácil.
As pessoas que Oliver tinha designado o estavam seguindo até seu escritório quando Chloe percebeu que estava sendo deixada pra trás e correu atrás deles. Quando chegou lá, ela viu que Oliver já estava atrás de sua mesa. Ele se sentou pesadamente e logo perdeu a cor que havia ganho durante o discurso. Ela viu os músculos de sua mandíbula travarem, e mentalmente se condenou por não ter encontrado algum analgésico antes de embarcarem nessa pequena aventura. Ela não sabia quanto tempo ia durar o que tinham lhe dado no hospital.
"Temos um vídeo do sequestro?" Oliver perguntou.
"Sim, senhor", um dos homens disse, um jovem executivo vestindo um terno caro. Não tão caro quanto o de Oliver, mas definitivamente não era de uma loja de departamentos. "Tudo o que temos foi mandado por email para o senhor."
"Chloe?"
Ela se surpreendeu, e então ficou vermelha quando cada pessoa se virou para olhar pra ela. Ela realmente precisava sair mais vezes. Estava perdendo o jeito com as pessoas. Ultimamente, contato humano era um pouco desconcertante.
Oliver acenou para ela se aproximar, e então novamente pra ela dar a volta em sua mesa quando ela parou muito longe. "Dê uma olhada no que eles mandaram. Veja se você consegue encontrar alguma coisa que possa nos ajudar."
Ela assentiu e pegou o computador, hackeando rapidamente a conta de Oliver e abrindo os arquivos. Ela colocou a Watchtower pra trabalhar, correndo o software de reconhecimento facial, então ligou o rastreador do veículo usado para sequestrar a mulher usando câmeras de tráfego, gravações de segurança etc.
"Sr. Queen?"
Chloe viu um dos executivos olhando pra ela. Era um homem mais velho, careca, mais seguro de si que o outro homem mais jovem, ou pelo menos ele acreditava em sua importância.
"Sim?"
"Eu posso perguntar quem é esta pessoa?" Ele definitivamente usou um tom de insulto.
"Eu tenho uma equipe especializada em sequestros corporativos. Esta pessoa é uma especialista em informação que trabalhou com eles antes. Ela vai trabalhar com eles, passando tudo o que for importante para ajudar. Ela é altamente qualificada e foi muito recomendada. Está tudo bem pra você, Mark?" O tom de Oliver era leve, mas firme, e o outro homem rapidamente entendeu que seu chefe não estava com paciência para ser questionado.
"Claro", ele disse rapidamente.
"Ótimo." Oliver correu os olhos pelo pequeno grupo. "Agora quem quer me dizer porque os protocolos de segurança não foram seguidos?"
O grupo de pessoas se entreolhou, e Chloe teve a sensação de estar olhando para um bando de crianças que tinham sido mandadas para a sala do diretor. Mais alguns olhares se passaram entre eles e algumas gargantas sendo clareadas.
"Eu estou esperando", Oliver falou. "Porque eu me lembro distintamente do nosso acordo que até que a situação fosse resolvida, ninguém, e eu estou dizendo ninguém, deveria ficar sozinho. Por que Debra não foi esperada no aeroporto? A segurança deveria estar esperando por ela no portão. Ela havia sido ameaçada antes."
Isso chamou a atenção de Chloe. Oliver tinha dado a ela um resumo do que estava acontecendo, mas ela imaginou há quanto tempo Oliver estava lidando com isso sem dizer nada a ela.
"A culpa foi minha, Sr. Queen."
Oliver olhou para o executivo. "O que aconteceu?"
O homem, cabelos pretos, na casa dos trinta, clareou a garganta nervosamente. "Nossa reunião demorou, e o voo de Debra foi alterado. Eu deveria ter notificado a segurança, e... e acabamos nos atrapalhando."
Oliver correu a mão pelo rosto cansadamente. "Ok. Isso não está ajudando." Ele se recostou na cadeira e balançou a cabeça. "Joan?"
"Sim, senhor?" Joan era uma loira na casa dos cinquenta, que parecia não ouvir desaforo de ninguém. Na verdade era um pouco estranho que alguém como ela o chamasse de senhor, mas Chloe podia dizer que ela parecia respeitá-lo.
"Você pode me dizer se a viagem de Debra foi bem sucedida?"
"Sim, senhor. Os documentos de aquisição foram assinados e registrados. As preliminares são boas e acredito que podemos viabilizá-los dentro de doze meses. Minha equipe estará pronta pra entrar e iniciar uma avaliação na próxima semana. Esperamos ter recomendações pra você na semana seguinte."
Oliver assentiu e então olhou pra ela, assustando-a novamente. "Alguma coisa?" ele perguntou, e Chloe percebeu que apesar da conversa Oliver não perdeu a concentração no assunto mais importante que era sua funcionária desaparecida.
"Mais alguns minutos." Ela tinha a rota da van, mas não tinha descoberto o destino ainda.
"Tudo bem." Oliver se levantou da cadeira, escondendo a dor que estava sentindo abaixando a cabeça e endireitando o terno e a gravata. "As mesmas regras se aplicam a vocês. A mídia fica de fora e ninguém fala com a polícia, pelo menos até minha equipe", ele acenou com a cabeça na direção de Chloe. "Terminar seu trabalho. Concentrem-se nos negócios como sempre. Eu cuido disso. Estamos entendidos?"
Mais uma vez, ele encontrou um coro de 'sim, senhor'. Oliver tinha tanta autoridade, que Chloe estava tentada a responder também.
Por um momento, Chloe simplesmente olhou para Oliver, e era quase como se o estivesse vendo pela primeira vez. Estava acostumada com Oliver, playboy bilionário. Conhecia Oliver, cheio de culpas, problemas, suicida alcóolatra. Conhecia o Arqueiro Verde e o Oliver confidente com que lidava diariamente. Muito raramente, ela encontrava com Ollie, um garoto órfão que amava brincar e queria fazer do planeta um lugar mais seguro para as crianças crescerem.
Olhando pra ele agora, no entanto, parado atrás de sua mesa e falando com seus funcionários, Chloe percebeu que nunca tinha realmente visto essa parte da vida dele. Ele dizia que ela conhecia tudo sobre ele, mas esse homem, o diretor executivo Oliver Queen, ela realmente nunca tinha encontrado. Nunca tinha apreciado sua dedicação e o conhecimento do mundo dos negócios necessários para manter um império tão bem construído, e o quanto isso era natural nele.
Oliver tinha nascido em meio à riqueza e poder, mas isso... Ninguém tinha ensinado a ele. Seu pai estava morto há muito tempo quando Oliver ficou a frente da Queen Industries. No tempo em que deveria estar aprendendo isso, estava preso numa ilha deserta apenas tentando sobreviver. E ainda assim aqui estava ele, completamente em casa, completamente no comando de tudo.
"Ok, pessoal, vocês podem ir", ele disse mais gentilmente. "Se tudo ocorrer como planejado teremos Debra de volta antes do final do expediente."
Chloe olhou para a hora em seu computador. Era quase hora da saída. Já passava do meio-dia quando encontrou Oliver e então passaram algumas horas no hospital. Mal tinham ficado na cobertura antes dele ser forçado a voltar ao trabalho. Agora que estava pensando nisso, a cabeça de Chloe estava girando em como as coisas tinham virado uma bagunça essa tarde.
"Tudo vai ficar bem", ele os assegurou novamente. "Apenas sigam os protocolos de segurança até que esteja tudo resolvido."
Sua equipe, parecendo propriamente repreendida, rapidamente saiu da sala. Antes que a porta se fechasse, Oliver se sentou novamente e pegou o telefone. Chloe simplesmente esperou, observando-o e observando o monitor enquanto a Watchtower fazia seu trabalho.
Depois do que pareceu alguns longos momentos, alguém finalmente atendeu a ligação e Oliver disse. "O Sr. Moretti, por favor. Diga que é Oliver Queen."
"Você enlouqueceu?" Chloe sibilou.
Oliver apenas sorriu. "É parte do meu charme."
"E qual é a outra parte?" Ela ergueu uma sobrancelha.
"Genialidade? Coragem? Superioridade?"
Chloe bufou, deixando-o saber o que ela achava de seu charme. Ela estava mais interessada, no entanto, em saber o que Oliver ia fazer. Havia definitivamente um brilho em seus olhos.
Oliver se endireitou levemente e Chloe imaginou que alguém tivesse voltado para a linha. Ela também viu Oliver se encolher com o movimento, e fechar os olhos brevemente.
"Boa tarde, Sr. Moretti. Aqui é Oliver Queen." Ele esperou por uma resposta, e Chloe viu sua mandíbula travar de raiva, embora seu tom estivesse perfeitamente calmo quando respondeu. "Estou me sentindo bem. Obrigado por perguntar." Houve uma pausa e então ele disse. "Na verdade eu estou ligando por outra razão. Eu acredito que você tem algo que me pertence." Mais uma vez, ele ouviu por alguns segundos, então disse. "Deveríamos nos encontrar. Pessoalmente. Temos algumas coisinhas pra discutir." Ele assentiu embora seu oponente não pudesse vê-lo. "Sim, está ótimo. Minha assistente vai organizar tudo."
Depois de desligar e passar alguns momentos conversando com sua assistente, Oliver desligou o telefone, e prontamente desfaleceu contra a cadeira. Ele parecia cansado, muito cansado, e parte de Chloe queria ir até ele e acalmá-lo de alguma forma, assegurá-lo que tudo ficaria bem. Outra parte dela, a parte que era feita de ferro, a mantinha firmemente onde estava. Eles eram amigos, colegas. Parceiros de trabalho não se acalmavam, sequer se tocavam. Muito menos dormiam juntos. O trabalho de Chloe era encontrar a mulher sequestrada. Não era cuidar do bem-estar de Oliver, não mais do que ela faria pelos outros membros da Liga. Ela certamente não abraçaria Victor, ou Bart quando pareciam esgotados pelo trabalho.
"Então, o que foi isso?" Chloe questionou.
"Eu tenho um jantar com Anthony Moretti."
"E?" O horário normal do jantar para os desavergonhadamente ricos era dentro de poucas horas.
"E é melhor termos Debra de volta antes disso ou esse plano não vai funcionar."
"Que plano?"
Oliver olhou diretamente pra ela. "Você encontrou alguma coisa ou não? Estamos meio sem tempo aqui."
"Oliver, você não pode..."
"Você encontrou alguma coisa?" ele disse, seu tom absurdamente sério.
"Talvez", ela disse. "Provavelmente." Oliver fez sinal pra ela continuar. "Eu rastreei a van que usaram para pegá-la. Entrou em um prédio não muito longe do aeroporto. Há alguns veículos estacionados lá agora registrados no nome de um dos negócios a que Moretti está ligado, mas a van se foi."
"Moretti é o dono do prédio?"
Ela deu de ombros. "Me dê algum tempo e eu vou descobrir."
"Não precisa. Apenas mande o endereço para o meu telefone." Oliver se levantou, apoiando as mãos na mesa. "Vamos."
"Vamos pra onde?"
Oliver deu a volta na mesa, pegando o celular onde havia deixado na noite anterior. Ele a levou até um banheiro executivo, completo com chuveiro, vestiário e closet. Chloe tinha quase certeza que era do tamanho de seu apartamento no Talon. Oliver não parou, no entanto. Ele caminhou até o final, abriu um painel escondido e digitou alguns números num teclado.
Um painel bem maior deslizou pela parede, revelando um pequeno espaço que não lembrava em nada o escritório de onde tinham vindo. De um lado havia o que parecia ser um armário igual ao que Oliver tinha na Watchtower para guardar seu equipamento reserva. Do outro havia o que parecia ser um pequeno elevador.
"Foi Lex quem instalou. Acho que assim ele podia entrar e sair sem ser visto."
"Ou para o caso de haver algum ataque", Chloe sugeriu. "Paranóia é o nome do meio dos Luthors."
Oliver assentiu à declaração dela. "Talvez." Ele sorriu. "Claro, eu tive que fazer algumas modificações."
Chloe revirou os olhos. "Bilionários e seus brinquedos." Ela se virou para Oliver e viu que enquanto estava distraída olhando a mini sala secreta, Oliver tinha começado a tirar a roupa. "O que você está fazendo?"
"Aqui." Oliver passou o telefone pra ela. Ele gemeu enquanto tirava a camisa e a jogava de lado, então foi para o cinto. Chloe imediatamente colocou as mãos sobre as dele, as costas de seus dedos pressionadas contra a barriga dele por dentro da cintura da calça.
"Chloe, se você quer o que está dentro da minha calça-"
"Corta essa, Romeu", ela ordenou categoricamente. "Se você acha que eu vou deixar você sair e se matar-"
Oliver estreitou os olhos e virou as mãos, segurando as dela e as afastando. "Me deixar?" Por um momento ela viu um olhar perigoso no rosto dele, e se fosse uma mulher mais fraca, teria desistido. Era um lembrete, no entanto, que ela não estava lidando com um garoto. Esse era um homem, e não qualquer um. Ele não era Jimmy que ainda era um garoto quando morreu, um garoto que estava começando a crescer, mas ainda um garoto. Não era Clark com todas as suas inseguranças e preocupações. Oliver era um homem que tinha confiança em seu lugar no mundo.
"Chloe", ele franziu a testa. "Eu posso fazer esse trabalho sozinho. Eu já fazia isso muito tempo antes de você sonhar em ser a Watchtower. Eu já saía toda noite, sozinho. Eu não tenho que ter um anjo da guarda sussurrando no meu ouvido a cada passo. O que você acha que eu fiz a semana passada?"
Chloe arregalou os olhos. Ela não tinha considerado o fato de que enquanto ela e Oliver estavam afastados, ele ainda saía e patrulhava. Ele só não tinha falado com ela pelo comunicador. Ele estava fazendo o que fazia anos antes de conhecê-la. Estava fazendo isso sozinho, e por alguma razão isso doeu muito.
Ele deve ter visto algo no rosto dela porque seu tom se suavizou. "Eu gosto de ter meu anjo da guarda, de verdade. Mas parte da razão pra nos darmos tão bem é porque somos muito parecidos. Você gosta de estar no controle do que está acontecendo. Bem, adivinha. Eu também. Eu não gosto de ser acuado e não gosto que me digam o que fazer. Me chame de garoto mimado, mas as coisas são assim."
"Então, o que isso significa?"
"Significa que não é a primeira vez que eu trabalho ferido. Minha funcionária está em perigo por causa das escolhas que eu fiz e eu vou trazê-la de volta, quer você esteja preparada pra me ajudar ou não."
"Você tem razão", ela disse, apertando os lábios. Oliver ergueu uma sobrancelha. "Você é um garoto mimado."
Houve uma pausa e então de repente, Oliver começou a rir. A gargalhada foi seguida por ele resfolegando alto e se dobrando.
Chloe imediatamente passou um braço ao redor dele, um choque elétrico causado pela proximidade da pele dos dois a atravessou. "Oliver", ela sussurrou. "Isso é loucura."
Ele balançou a cabeça. "Talvez. Mas é necessário."
Finalmente, Chloe tomou uma decisão. Ela sabia quanta liberdade Oliver dava a ela, e sabia que ele fazia de propósito. Ele nunca fazia questão de decidir tudo, embora fosse o líder que permitia que ela entrasse em seu mundo. Ele reconhecia que a Watchtower era domínio dela e a deixava corrê-la como quisesse, embora fosse ele quem investisse milhões. Ele nunca dava uma de mandão. Mesmo agora, com o acordo que tinham, quando muitos outros homens teriam anunciado ao mundo que ela era dele, ou feito alguma coisa para marcar seu território. Oliver não tinha feito isso. Ele a deixava seguir o próprio ritmo. Ele respeitava o jeito como ela queria que fossem as coisas entre eles. Embora alegasse que estava no controle, na verdade, ele tinha deixado que ela decidisse. Ele pressionava algumas vezes, mas logo que ela ficava desconfortável, ele recuava.
A única exceção foi o último acontecimento quando ele descobriu sobre o dinheiro que estava faltando. Então ele forçou. Então ele brigou. Com o pensamento dela traindo sua confiança e a liberdade que ele lhe dava. Ainda assim, ele aceitou sua explicação. Ela o tinha magoado muito, e ele a tinha perdoado. Era por isso que ela estava aqui com ele agora. Ela era a única pessoa em quem ele confiava tanta proximidade em um assunto não relacionado à Liga. Ele estava confiando a ela um assunto pessoal.
Ele a respeitava tanto. Ela podia fazer o mesmo.
Chloe assentiu, tomando uma decisão. "O que você quer que eu faça?"
"Eu preciso proteger meu peito. Eu consigo fazer sozinho, mas é mais fácil com ajuda."
Chloe assentiu, e esperou enquanto Oliver pegava alguma coisa de dentro do armário. Não era uma faixa comum, mas algo parecido, se Chloe tivesse que adivinhar apostaria que Oliver tinha feito ele mesmo. Aparentemente, ele trabalhava ferido o suficiente pra ter um suporte daqueles.
Oliver vestiu a regata preta sobre o curativo em seu peito, então deixou Chloe ajudá-lo a colocar a faixa ao redor de seu peito e até de seus ombros, dando-lhe mais suporte. O resultado parecia algo entre uma roupa elástica e apertada e um fino colete à prova de balas.
Depois disso, ela o ajudou a vestir a calça de couro, seguido pelo colete. Foi mais embaraçoso do que ajudá-lo a se vestir no apartamento. O uniforme de Oliver era muito colado, e embora tenha explorado o corpo dele em outras ocasiões, isso era diferente. Sua mente não estava cheia de luxúria. Ela estava consciente de cada movimento que fazia, cada toque, cada roçar da pele dele na dela, o peso dele quando ele colocou uma mão em seu ombro para se equilibrar.
Depois ela estava se movendo ao redor dele, ajudando-o com o equipamento, e a tensão entre os dois parecia aumentar cada vez mais. De todas as vezes em que esteve nos braços de Oliver, em seus braços, em sua cama, fisicamente o mais perto quanto era possível a um homem e uma mulher, isso era de algum modo mais íntimo. Deslizando as mãos ao redor da cintura dele, garantindo que estava tudo no lugar, armas que Oliver precisaria para continuar vivo, armas que ele mesmo tinha criado e que nunca deixava ninguém se aproximar, que dirá tocar. Ela deslizou as luvas nas mãos dele, segurando-as cuidadosamente, as mãos dele nas dela, suas respirações se misturando enquanto ela estava tão perto.
Finalmente, Chloe deu um passo pra trás e pegou os óculos escuros e passou pra ele. Ao invés de pegá-lo, no entanto, Oliver de repente passou um braço ao redor da cintura dela e a puxou pra ele. Ele a beijou com força, com quase desespero, e Chloe de repente sentiu medo, tanto da intimidade quanto ao perceber que Oliver estava dizendo adeus, caso acontecesse alguma coisa.
"Ollie", ela resfolegou quando ele se afastou, descansando a testa na dela, os braços ainda ao seu redor.
"Vá para a Watchtower." Sua voz estava rouca. "Talvez eu precise de olhos no céu."
"Certo. Mas se você ficar em perigo eu vou chamar o Clark." Ela tinha que verbalmente colocar alguma distância entre eles, porque por mais que quisesse, não podia ter outro tipo de distância neste momento. Estava muito preocupada com ele. Era difícil ser confiante quando o estava mandando para ser ferido novamente. "Não ache que eu não vou chamá-lo."
"Essa festa é minha", ele respondeu. "Eu não vou receber sermão do Clark."
Chloe reuniu toda sua coragem, disfarçando o medo em seu rosto. Ela deu um passo pra trás e mais uma vez passou os óculos pra ele e o telefone. "Tome cuidado", ela ordenou. Se ele ficasse em perigo, ela ia chamar o Clark, quer Oliver gostasse ou não e os dois sabiam disso.
"Não fique tão preocupada." Ele colocou os óculos, o capuz e sorriu. Se ela não soubesse que ele estava prestes a desmaiar, nunca teria adivinhado. "Eu tenho que voltar inteiro." Oliver ligou o modulador de voz e foi para o elevador. "Tenho um encontro quente esta noite."
"Você tem?" Chloe não resistiu. Ela queria sorrir. Havia uma razão para Oliver nunca ter problema com as mulheres. Ele era insuportavelmente charmoso.
O sorriso de Oliver aumentou. "Meu médico disse que eu estou machucado. Tenho certeza que preciso que alguém beije. Pra sarar."
O modulador fez sua voz ficar mais baixa, e era o que bastava para mandar uma onda de prazer pela pele dela. "E você acha que esse alguém sou eu?"
Chloe não conseguia ver os olhos dele atrás dos óculos, mas de repente, podia sentir toda a atenção dele focada nela com precisão a laser. Não entendia como um homem conseguia parecer perfeitamente normal num segundo e irradiar sexo no seguinte. "Te vejo esta noite, Sullivan", ele disse e Chloe não tinha certeza se era um aviso ou uma promessa.
Então ele sumiu. A porta do pequeno elevador se fechou e Chloe estava de repente sozinha. Ela soltou o ar que não tinha percebido que estava segurando.
Herois. Eram todos malucos.
__________
Capítulo 6/8
__________________________________________________________
Essa versão 'Oliver controlador executivo' me deixou sem fala aqui... UY!
ResponderExcluirE que bom, eles estão começando a fazer as pazes... Só quero saber como vai acontecer esse encontro dele com o tal Moretti...
Ansiando pelo próximo capítulo!
O sorriso de Oliver aumentou. "Meu médico disse que eu estou machucado. Tenho certeza que preciso que alguém beije. Pra sarar."
ResponderExcluir\O EUUUUUUUUUUUUUUUUU!! CHAMA EUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!
*respira, respira.
Tem um quotes do Oliver que dissolvem totalmente meus neurônios, tive que reler o capítulo. ^^
Vilm@
Que bom que vocês estão gostando, porque eu a cada capítulo amo ainda mais essa fic... estou traduzindo o capítulo seis e acabei de ler uma frase que me fez derreter de tão fofa... amanhã já está aqui no blog pra vocês lerem...
ResponderExcluirEstou amando como essa história vai mostrando como a Chloe vai percebendo o homem que ele é...
Dri
ResponderExcluirfiquei curiosa sobre a frase por acaso é essa :"He can convince sheep to buy wool." ?
Eu achei essa linda ^^
Vilm@
Não, é um pensamento da Chloe vendo ele tentar vestir uma camiseta: "He looked so frustrated. It was cute, and so… Ollie."
ResponderExcluirFiquei imaginando a cena, e ele não seria mesmo uma fofura tentando vestir a camiseta sem conseguir? :)
Imaginado a cena, é seria sim. *suspira
ResponderExcluirFic devia vir com vetê rs
Vilm@
awwwwwwwwww
ResponderExcluirAdri, PRECISO ler essa cena com URGÊNCIA... não, não existiria nada mais fofo do que aquele deus grego num momento tão vulnerável, frustrado por não conseguir vestir a camseta sozinho... aiiiiiiiiii!!!!!!
AMANDO ESSA HISTÓRIA!!!!!!!
Patrícia
Oliver estreitou os olhos e virou as mãos, segurando as dela e as afastando. "Me deixar?" Por um momento ela viu um olhar perigoso no rosto dele, e se fosse uma mulher mais fraca, teria desistido. Era um lembrete, no entanto, que ela não estava lidando com um garoto. Esse era um homem, e não qualquer um. Ele não era Jimmy que ainda era um garoto quando morreu, um garoto que estava começando a crescer, mas ainda um garoto. Não era Clark com todas as suas inseguranças e preocupações. Oliver era um homem que tinha confiança em seu lugar no mundo.
ResponderExcluirAi Jesus, simplesmente, ele bravo assim... *suspira*