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Título: Imagem Espelhada
Resumo: Quando Oliver Queen descobre que Lionel e Clark Luthor planejam matá-lo, ele escapa para um universo paralelo por meio de uma caixa espelhada kriptoniana herdada de seus pais, onde encontra um vigilante combatente do crime que é uma versão de si mesmo, junto com a mulher que ele ama. E enquanto a outra versão de si mesmo lhe mostra o que é ser um super heroi, Chloe pode ter a chance de descobrir se dois Olivers são melhores que um.
Resumo: Quando Oliver Queen descobre que Lionel e Clark Luthor planejam matá-lo, ele escapa para um universo paralelo por meio de uma caixa espelhada kriptoniana herdada de seus pais, onde encontra um vigilante combatente do crime que é uma versão de si mesmo, junto com a mulher que ele ama. E enquanto a outra versão de si mesmo lhe mostra o que é ser um super heroi, Chloe pode ter a chance de descobrir se dois Olivers são melhores que um.
Autora: fickery
Classificação: NC-17
Personagens/Pares: Oliver/Chloe, Oliver/Chloe/AU Oliver (Universo Luthor/Kent); menções de Lois/Clark, AU Oliver/AU Lois, Tess Luthor, Tess Mercer, Lois, Liga da Justiça
Categoria: AU (Universo Alternativo), drama, angst, romance, smut
Avisos: Spoilers até Collateral, mas eu tomei a liberdade de mudar o resto da história e a cronologia. Também: não estou brincando sobre os pares. Tentei escrever com a maior sensibilidade possível, e de jeito nenhum Chloe e Oliver não se amam ou não vão ficar juntos, mas se a ideia de sexo a três te incomoda, por favor não leia.
Anterior: Um
Aos poucos ele foi tomando conhecimento dos arredores, parado num beco incrivelmente similar ao que estava antes. Uma rajada de vento ao redor, fazendo voar papeis caídos no chão e poeira, como se um significante volume de ar tivesse sido deslocado. O que ele supunha que era exatamente o que tinha acontecido.
Olhando pra cima, ele viu o globo do Planeta onde esperava que ele estivesse. Depois de se certificar que ninguém tinha testemunhado, ele se virou e começou a ir na direção norte para seu próprio prédio.
Parecia o mesmo do lado de fora: sem sinalização, nada que indicasse o proprietário ou o propósito. Ele ficou um pouco surpreso ao encontrar a porta destrancada, e entrou em um pequeno e genérico lobby, novamente sem sinais ou qualquer identificação que indicasse o dono ou o propósito do prédio. O único ponto de interesse era o elevador. Quando ele apertou o botão, as portas imediatamente se abriram e ele entrou.
As portas se fecharam, mas o carro não se moveu. Um pequeno painel na parede em frente brilhou, mas não havia botões para apertar e nem câmeras óbvias. Escâner de impressões digitais? Ele pressionou o polegar direito gentilmente contra o painel. Uma voz feminina sintética disse. "Verificação de identidade, por favor."
Merda. Ele imaginou que seu outro eu tinha acesso a esse lugar, e que seu próprio DNA era próximo o bastante para enganar os escâners biométricos. Se não fosse, saberia em alguns segundos. "Oliver Queen." Uma pausa, e então algum tipo de laser sem calor ou luzes o escanearam dos pés a cabeça. Sua respiração e batimentos cardíacos aceleraram, um pouco de adrenalina acelerando seu sistema enquanto ele esperava alguns segundos que pareciam uma eternidade por uma resposta, inconscientemente se preparando para o brilho de luzes ou alarmes.
"Análise biométrica e vocal confirmadas", disse a voz computadorizada, e o carro do elevador começou a subir. Ele expirou aliviado.
Quando as portas se abriram, ele saiu cuidadosamente e olhou ao redor antes de ir para as portas duplas com vitrais. Aquilo, pelo menos, parecia familiar. Quando ele entrou viu um espaço iluminado apenas pelas luzes dos monitores - e alguém os operando - era tudo que podia ver enquanto decidia se ficava ou ia embora, percebendo logo que era muito tarde pra fugir.
A mulher alta e elegante de costas pra ele disse sem se virar. "Oliver." Ela devia estar monitorando o elevador. "Achei que você estivesse na China."
China? Ele pensou rápido. "Tive problemas com o visto." Ele pensou que era vago o suficiente pra funcionar. Se ela aceitasse isso e oferecesse mais informações, ele podia ir seguindo as dicas.
Ela se virou. "Tess?" MERDA. Tess. O que ela estava fazendo aqui? ERA uma armadilha?
Ela franziu a testa. "O quê?"
Talvez não sua Tess, então. Se controla. "Hum... tem uma mancha de alguma coisa no seu nariz."
Ela franziu ainda mais a testa e coçou o nariz com as costas da mão. "Saiu?"
"Saiu", ele confirmou, colocando as mãos nos bolsos e entrando mais na sala numa tentativa de parecer casual, parecia que ele pertencia a esse lugar. Ele olhou ao redor, tentando não parecer maravilhado com o lugar que funcionava como... alguma coisa. Ou alguém.
"Então, quando você diz 'problemas com o visto', você quer dizer isso mesmo ou..." - ela esfregou o polegar e o indicador juntos num símbolo universal de dinheiro - "...'problemas'?" Ela se virou para o monitor.
"Desde que minhas garantias de que eu estava disposto a pagar todas as taxas razoáveis encontraram um silêncio sepulcral, venho tendo realmente problemas com o visto", ele tentou.
"Wow. Sua equipe normalmente é melhor que isso. Imagino que algum empregado vai ter que pagar por isso", ela falou, digitando em seu teclado. Ele estava impressionado com a habilidade dela de fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
"Bem, eu preciso descobrir onde aconteceu o erro exatamente antes de começar a cortar cabeças", ele disse, satisfeito consigo mesmo por soar natural e conseguir manter a mentira.
Ela deu uma olhada pra ele por sobre o ombro. "Oliver, você não pode deixar seus funcionários ficarem numa boa depois dessa. O quanto abortar essa viagem te custou, tanto em dólares quanto em clientes? Você sabe como os negócios sofreram quando você estava distraído depois que a Chloe desapareceu, e então depois com toda a comoção por causa do Arqueiro Verde. Seus funcionários estão procurando por liderança. Eles precisam que você seja o chefe."
Ele não tinha certeza de como reagir a isso, tanto porque não estava acostumado a ouvir sermões, e também porque não fazia ideia do que ela estava falando. Ela obviamente leu seu silêncio como discordância, erguendo uma mão. "Sim, eu sei. Você dirige a QI do seu jeito, e eu dirijo a Luthorcorp do meu", ela disse numa voz que implicava que não era a primeira vez que tinham essa discussão. "Só estou dizendo que você poderia começar a puxar um pouco as rédeas."
Ele estava tendo dificuldade em enxergar a Tess Luthor que conhecia como esta profissional confiante. E ela dirigia a Luthorcorp?
Ela se virou para outro monitor e pressionou algumas teclas, examinado a tela. "Por falar nisso, Chloe sabe que você está de volta?"
Quem diabos era Chloe? Sua assistente? "Não, eu vim checar aqui primeiro."
"Bem, não tem nada importante acontecendo aqui", ela disse, continuando a digitar enquanto olhava para o monitor. "Ela provavelmente não vai estar em casa quando você chegar, afinal. Ela disse que ia passar o dia num spa. Na verdade, ela tentou convencer Lois a ir junto."
Lois. Lois estava aqui. Por alguma razão essa possibilidade não tinha lhe ocorrido E Chloe devia ser sua... namorada? Mulher? Colega de quarto?
Ela ergueu uma sobrancelha pra ele. "Eu nem tive tempo de checar a mesa de Lois pra ver se ela foi junto. E ela já deveria saber que eu posso rastreá-la daqui em qualquer lugar da cidade se eu quiser. E por falar em problemas com funcionários - se ela não fosse noiva do Clark e parte do nosso pequeno clube, eu provavelmente já a teria demitido uma dúzia de vezes."
Ele tentou processar esse monte de informações sem deixar transparecer a confusão em que estava. Lois e Clark estavam noivos aqui? Isso... parecia explicar muita coisa, pensando bem. E aparentemente Lois era amiga de sua... seja lá o que Chloe fosse dele. Tess - ou melhor a Luthorcorp - era dona do Planeta? E quem mais era membro de 'seu pequeno clube', e o que exatamente eles faziam?
Ele suprimiu o impulso de balançar a cabeça para tentar clarear os pensamentos, já que não conseguiria fazer isso sem que ela percebesse.
"Você está indo pra casa agora?"
"Sim", ele respondeu devagar. "Acho que consigo fazer uma surpresa para Chloe quando ela voltar do spa."
"Eu vou mandar um email pra ela, mas você pode dizer que Victor derrubou aquele firewall dos norte-coreanos. Ele trabalhou a noite inteira. Ele estava bem incomodado por ter demorado quase vinte e quatro horas pra conseguir." Ela sorriu pra ele.
Ele sorriu de volta, reflexivamente. "Eu digo a ela."
"Ótimo." Ela se voltou para o monitor, então olhou pra ele curiosa. "Você está bem? Você parece meio... estranho."
"Só cansado", ele tentou. "Não sou mais tão jovem quanto antes."
Ela zombou. "Nenhum de nós é."
Aquilo parecia o fim de uma conversa pelo menos pra ela, então ele aproveitou a deixa e saiu. Seu apartamento - deduzindo que era no mesmo lugar que o seu - era perto, então ele resolveu ir caminhando. Ele estava confiante em sua habilidade de enganar a segurança biométrica, e se a misteriosa Chloe estivesse saindo do spa agora, isso lhe daria pouco tempo pra dar uma olhada ao redor e tentar descobrir alguma coisa sobre ela e outras pessoas na vida de seu eu alternativo.
Ele conseguiu entrar na cobertura sem dificuldade, o sistema de segurança era similar ao do prédio que ele tinha deixado. A decoração era parecida com a de seu próprio apartamento, meio que um minimalista chique, o que o fez pensar que ou Chloe era só sua colega ou não viviam junto há muito tempo, porque não tinha muitos toques femininos, pelo menos na sala.
Ele viu duas fotos numa prateleira, no entanto, e as pegou uma a uma para olhar mais de perto: um homem que era obviamente o outro Oliver, e uma pequena e muito bonita loira. As fotos eram informais e tiradas tão de perto que ele não conseguia saber onde tinham sido tiradas.
Nas duas fotos o casal, casualmente vestidos, tinham os braços envoltos um no outro. Na primeira, eles estavam de lado para a câmera e ela estava rindo pra ele enquanto ele sorria de volta pra ela. Na segunda, eles estavam olhando para a lente e ele a abraçava bem forte. Os dois pareciam delirantemente felizes. Ele sentiu uma pontada de inveja de seu eu alternativo. Namorada então, pelo menos. Não só uma colega de quarto.
Andando pelo apartamento, ele encontrou uma academia - um pouco maior que a sua - o casal dividia o quarto, onde ele percebeu que a dama tinha um excelente, e sem mencionar sexy, gosto tanto em lingeries quanto em sapatos, e pareciam dividir um escritório, onde ele olhou algumas coisas por um tempo sem realmente encontrar nada muito útil. Os dois computadores eram protegidos por senha, e se havia algum arquivo estavam trancados no gabinete que ele tinha encontrado.
O comentário de Tess sobre ele estar estranho continuava alerta em sua mente, e alguma coisa o fez voltar para a sala e re-examinar as fotos que tinha encontrado. Ele estreitou os olhos, olhando pra elas por um bom momento, então xingou.
Olhos castanhos. O outro Oliver tinha olhos castanhos. Droga.
Isso era o tipo de informação que seria importante um pouco antes. Tinha tido muita sorte que Tess não tivesse percebido.
Ele precisava encontrar um oculista, alguém que pudesse entregar lentes de contato pra ele hoje. Por sorte havia uma linha fixa ali. Ele pegou o telefone. O serviço de ajuda foi capaz de encontrar uma loja perto que vendia lentes de contato coloridas.
Pouco mais de noventa minutos depois, ele [estava com uma nova cor dos olhos graças a um par de lentes. Ficou aliviado ao perceber que seus olhos se ajustaram a elas dentro de minutos.
Como ele pagaria não tinha lhe ocorrido - tinha medo que seu dinehiro parecesse diferente ou que seus cartões de crédito não funcionassem aqui - então ele fingiu ter esquecido a carteira e pediu que o cara lhe mandasse uma fatura. O oculista, um gentil senhor, não se opôs assim que confirmou sua identidade. Ele obviamente reconheceu o nome Oliver Queen, já que pareceu saber que ele com certeza pagaria, mas felizmente, não parecia familiar o suficiente com sua aparência física para perceber que seus olhos estavam de repente com a cor errada.
Quando voltou para o apartamento e estava checando seu reflexo no espelho do banheiro, ele se lembrou que a cor do seu olhos não era a única coisa em sua aparência que era diferente. Ele voltou e olhou para a foto novamente, finalmente levando-a para o banheiro com ele.
O cabelo estava diferente: um pouco mais claro, um pouco mais espetado. Ele não podia fazer nada sobre a cor do cabelo, mas deu uma arrumada e passou um pouco de gel, tentando aproximar sua aparência do estilo usado na foto.
Ele checou de todos os ângulos e decidiu que era o melhor que podia fazer. Se Chloe falasse alguma coisa sobre o cabelo mais escuro ele culparia o uso exagerado de produto para cabelo.
Ele tinha acabado de devolver a foto à prateleira quando viu o elevador descer. Ela deve ter chegado. Ele congelou momentaneamente, então respirou fundo e se afastou um pouco, voltando para o corredor.
A mulher da foto entrou na cobertura carregando nada além de sua bolsa e uma pequena sacola que parecia ser de produtos do spa. Ela era uma boa propaganda dos benefícios de um spa, a pele rosada e brilhando, sua aparência relaxada e contente.
Ele queria apenas continuar olhando pra ela, sem ser visto, mas era meio assustador ficar vagando ao redor do que deveria ser seu próprio apartamento. "Chloe." Ele tentou manter o tom de pergunta fora de sua voz enquanto entrava na sala.
Ela se virou, assustada. "Ei! O que você está fazendo de volta tão cedo?" Ela jogou a bolsa e a sacola na cadeira mais próxima e foi até ele.
Ele fingiu um tom triste. "Problemas com o visto."
Ela parou. "NÃO. Você está querendo dizer que teve os 'problemas-normais-com-visto', ou um problema do tipo 'tudo-pode-ser-resolvido-com-uma-pequena-quantia'?" Ela disse.
Ele sorriu involuntariamente. "O último, eu acho, porque eu fiz um movimento de pegar a carteira e isso não pareceu funcionar."
"Bem, acho que seus clientes não vão poder reclamar."
Ele deu de ombros. "Acho que vou descobrir nos próximos dias."
"Sinto muito", ela disse. "Bem, sinto muito por sua viagem de negócios ter sido arruinada. Não sinto muito por você ter voltado mais cedo, obviamente. E olha", ela apontou pra si mesma. "Aqui estou eu, sã e salva, exatamente onde você me deixou."
Ele não tinha certeza do que fazer. "Você está."
Ela deu risada e deslizou os braços ao redor de sua cintura, sorrindo pra ele com a confiança de uma mulher que ama e sabe que é amada, e se estendeu para beijá-lo.
Oh Deus, beijar. Por que isso não tinha lhe ocorrido antes? E se ela percebesse? Ele realmente não tinha escolha além de tentar passar por essa. Ele hesitou, apenas por um microssegundo, quando os braços dela passaram ao redor dele; então ele se forçou a relaxar e passou os braços ao redor dela, inclinando a cabeça para o lado e beijando-a carinhosamente mas sem aprofundar muito.
Beijá-la era... bom. Muito bom. Ela era bonita e cheirava bem, e seus lábios eram quentes e suaves. Ela era doce e carinhosa, e do tamanho perfeito para abraçar e se aconchegar.
Ela se afastou um pouco, ainda sorrindo, olhando nos olhos dele. Os dela eram um verde claro, com pestanas excepcionalmente longas. "Você parece cansado", ela disse, examinando-o criticamente. "Cansado do voo?"
"Sim, um pouco", ele concordou.
"Quer um pouco de café? Eu ia fazer uma caneca pra mim."
"Claro", ele disse. Café podia ser exatamente o que ele estava precisando agora para ajudá-lo a se concentrar. Manter essa identidade secreta por mais um dia ou dois dias enquanto tentava avaliar as pessoas e intenções de todos os homólogos de seu mundo prometia ser exaustivo. Ele não sabia quem era realmente da resistência. "Tenho que me adaptar ao horário de Metrópolis."
Enquanto ela atravessava a cozinha e começava a mexer no que parecia uma muito cara máquina de café, ele falou casualmente. "Tess disse a mesma coisa, sobre minha aparência cansada. Vocês vão acabar me dando um complexo."
"Você passou na Watchtower?" ela disse, olhando curiosa pra ele enquanto pegava duas canecas no armário.
Watchtower. Interessante. Era o nome do prédio ou do 'clube'?
"Só queria checar antes de vir pra casa. Ela disse que não tinha nada de importante acontecendo, mas pediu pra te dizer que Victor derrubou o firewall dos norte-coreanos." Deus, espero ter lembrado direito da mensagem.
"Ha. Eu sei. Ele já tinha me mandado um email", ela disse, divertida. "Ele está meio convencido. Que mais ela disse?"
"Ela me disse que você tinha tirado o dia e ido para um spa. E que você tentou convencer Lois a ir junto."
Ela ergueu as sobrancelhas. "Meu Deus, como ela fala." Ela colocou uma caneca fumegante na frente dele. Por sorte parecia café puro do jeito que ele gostava. "Sim, eu fui para o spa. Sozinha. E eu não tentei convencer Lois a faltar no trabalho. Eu disse que ela podia perguntar a editora se ela se importava que ela tirasse algumas horas se Lois prometesse compensá-las depois."
Ele ergueu as mãos em rendição e ela sorriu relutantemente. "Nós não tivemos muito tempo de primas desde que eu voltei, e eu sei que ela está morrendo de vontade de conversar comigo sobre os planos para o casamento."
Ele teve que lutar para não reagir. Tempo de primas. Ela e Lois eram primas? Desde quando Lois tinha uma prima?
"E claro, a razão pra eu não ter passado muito tempo com ela é que alguém desenvolveu uma repentina alergia a mim usando roupas, ou saindo do apartamento", ela disse maliciosamente enquanto se sentava para tomar o café.
Ele lhe deu um sorriso torto. "Repentina?"
Ela pareceu se divertir também. "Pois é."
Consciente da precariedade de sua posição atual, ele se encontrou relaxando perto dela. Ela era muito fácil de estar perto - diferente da Tess de seu mundo, que, apesar do fato de ela e Oliver serem aparentemente aliados e até amigos, ainda havia um certo muro entre eles.
O sol da tarde entrava pelas janelas, o calor e a energia que a presença de Chloe trazia ao que antes parecia um estéril apartamento de solteiro, o cheiro e o gosto familiar do café, a combinação de tudo o acalmando um pouco.
Sim, eu teria sido um péssimo espião.
"Sabe, se você quiser marcar alguma coisa com Lois, não deixe de fazer isso por minha causa", ele disse, pensando que assim teria uma chance de observá-las juntas, ou fazer com que Chloe saísse do apartamento para que ele tivesse mais tempo para investigar; possivelmente os dois.
"Oh, nós vamos almoçar amanhã, e eu tenho certeza que vamos planejar mais alguma coisa."
Ela continuou conversando sobre as despedidas de solteiro e ele praticamente só ouviu, dando respostas que desejava serem suficientes para que ele parecesse interessado ou envolvido. Ele percebeu que ela e Oliver conviviam bastante com Lois e Clark, e parecia que ultimamente vinham incluindo Tess também. Vários outros nomes foram mencionados, aparentemente também partes do círculo social deles, ou talvez do 'clube', e se estivesse entendendo tudo direito, os dois grupos se misturavam. Além do já mencionado anteriormente Victor, um Bart, Courtney, Carter, Jim, e Arthur também surgiram.
Ela parou de falar abruptamente. "Você está distraído, dá pra ver. Você está com fome? O que você quer fazer para o jantar?"
Ele balançou a cabeça. "Tanto faz. Podemos fazer alguma coisa fácil, ou pedir alguma coisa?"
"Vamos pedir então", ela disse, se levantando. "O que você quer? Comida chinesa, talvez?" Ela disse num tom brincalhão, segurando o celular.
Ele deu risada. Ela era realmente fofa. "Honestamente, tudo bem com a comida chinesa. A comida chinesa americana mal lembra a real comida chinesa, então não é como se eu fosse comer a mesma coisa."
Ela estava alternando entre digitar e correr a tela do telefone, presumivelmente procurando por números de restaurantes. "De onde você quer? Aquela que pedimos na semana passada?"
"Pode ser a que você quiser."
Depois do café, ele precisou usar o banheiro. Antecipando a próxima pergunta que ela faria, ele tentou se livrar: "Pode pedir o de sempre. Você sabe o que eu gosto." Ele se levantou e foi na direção do quarto.
"Moo shu?" ela perguntou, telefone no ouvido. Ele assentiu e saiu.
Ele não teve pressa no banheiro, respirando fundo algumas vezes para se acalmar e olhando no espelho para garantir que as lentes ainda estavam no lugar. Parecia que estava indo bem até agora, mas havia tantas falhas potenciais. Por exemplo, quando a comida chegasse, Oliver usaria os palitinhos ou um garfo?
Ele decidiu usar os palitos. Se Chloe expressasse surpresa, ele podia dizer que tinha aprendido a usar na viagem e queria praticar. Sim, essa seria uma boa desculpa.
Ele se preparou e abriu a porta.
Chloe estava parada na porta entre o quarto e o corredor. "Já pedi a comida, e vai demorar pelo menos uns trinta minutos", ela disse sugestivamente. "Com o que vamos nos ocupar enquanto esperamos?"
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3/9
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Anterior: Um
Aos poucos ele foi tomando conhecimento dos arredores, parado num beco incrivelmente similar ao que estava antes. Uma rajada de vento ao redor, fazendo voar papeis caídos no chão e poeira, como se um significante volume de ar tivesse sido deslocado. O que ele supunha que era exatamente o que tinha acontecido.
Olhando pra cima, ele viu o globo do Planeta onde esperava que ele estivesse. Depois de se certificar que ninguém tinha testemunhado, ele se virou e começou a ir na direção norte para seu próprio prédio.
Parecia o mesmo do lado de fora: sem sinalização, nada que indicasse o proprietário ou o propósito. Ele ficou um pouco surpreso ao encontrar a porta destrancada, e entrou em um pequeno e genérico lobby, novamente sem sinais ou qualquer identificação que indicasse o dono ou o propósito do prédio. O único ponto de interesse era o elevador. Quando ele apertou o botão, as portas imediatamente se abriram e ele entrou.
As portas se fecharam, mas o carro não se moveu. Um pequeno painel na parede em frente brilhou, mas não havia botões para apertar e nem câmeras óbvias. Escâner de impressões digitais? Ele pressionou o polegar direito gentilmente contra o painel. Uma voz feminina sintética disse. "Verificação de identidade, por favor."
Merda. Ele imaginou que seu outro eu tinha acesso a esse lugar, e que seu próprio DNA era próximo o bastante para enganar os escâners biométricos. Se não fosse, saberia em alguns segundos. "Oliver Queen." Uma pausa, e então algum tipo de laser sem calor ou luzes o escanearam dos pés a cabeça. Sua respiração e batimentos cardíacos aceleraram, um pouco de adrenalina acelerando seu sistema enquanto ele esperava alguns segundos que pareciam uma eternidade por uma resposta, inconscientemente se preparando para o brilho de luzes ou alarmes.
"Análise biométrica e vocal confirmadas", disse a voz computadorizada, e o carro do elevador começou a subir. Ele expirou aliviado.
Quando as portas se abriram, ele saiu cuidadosamente e olhou ao redor antes de ir para as portas duplas com vitrais. Aquilo, pelo menos, parecia familiar. Quando ele entrou viu um espaço iluminado apenas pelas luzes dos monitores - e alguém os operando - era tudo que podia ver enquanto decidia se ficava ou ia embora, percebendo logo que era muito tarde pra fugir.
A mulher alta e elegante de costas pra ele disse sem se virar. "Oliver." Ela devia estar monitorando o elevador. "Achei que você estivesse na China."
China? Ele pensou rápido. "Tive problemas com o visto." Ele pensou que era vago o suficiente pra funcionar. Se ela aceitasse isso e oferecesse mais informações, ele podia ir seguindo as dicas.
Ela se virou. "Tess?" MERDA. Tess. O que ela estava fazendo aqui? ERA uma armadilha?
Ela franziu a testa. "O quê?"
Talvez não sua Tess, então. Se controla. "Hum... tem uma mancha de alguma coisa no seu nariz."
Ela franziu ainda mais a testa e coçou o nariz com as costas da mão. "Saiu?"
"Saiu", ele confirmou, colocando as mãos nos bolsos e entrando mais na sala numa tentativa de parecer casual, parecia que ele pertencia a esse lugar. Ele olhou ao redor, tentando não parecer maravilhado com o lugar que funcionava como... alguma coisa. Ou alguém.
"Então, quando você diz 'problemas com o visto', você quer dizer isso mesmo ou..." - ela esfregou o polegar e o indicador juntos num símbolo universal de dinheiro - "...'problemas'?" Ela se virou para o monitor.
"Desde que minhas garantias de que eu estava disposto a pagar todas as taxas razoáveis encontraram um silêncio sepulcral, venho tendo realmente problemas com o visto", ele tentou.
"Wow. Sua equipe normalmente é melhor que isso. Imagino que algum empregado vai ter que pagar por isso", ela falou, digitando em seu teclado. Ele estava impressionado com a habilidade dela de fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
"Bem, eu preciso descobrir onde aconteceu o erro exatamente antes de começar a cortar cabeças", ele disse, satisfeito consigo mesmo por soar natural e conseguir manter a mentira.
Ela deu uma olhada pra ele por sobre o ombro. "Oliver, você não pode deixar seus funcionários ficarem numa boa depois dessa. O quanto abortar essa viagem te custou, tanto em dólares quanto em clientes? Você sabe como os negócios sofreram quando você estava distraído depois que a Chloe desapareceu, e então depois com toda a comoção por causa do Arqueiro Verde. Seus funcionários estão procurando por liderança. Eles precisam que você seja o chefe."
Ele não tinha certeza de como reagir a isso, tanto porque não estava acostumado a ouvir sermões, e também porque não fazia ideia do que ela estava falando. Ela obviamente leu seu silêncio como discordância, erguendo uma mão. "Sim, eu sei. Você dirige a QI do seu jeito, e eu dirijo a Luthorcorp do meu", ela disse numa voz que implicava que não era a primeira vez que tinham essa discussão. "Só estou dizendo que você poderia começar a puxar um pouco as rédeas."
Ele estava tendo dificuldade em enxergar a Tess Luthor que conhecia como esta profissional confiante. E ela dirigia a Luthorcorp?
Ela se virou para outro monitor e pressionou algumas teclas, examinado a tela. "Por falar nisso, Chloe sabe que você está de volta?"
Quem diabos era Chloe? Sua assistente? "Não, eu vim checar aqui primeiro."
"Bem, não tem nada importante acontecendo aqui", ela disse, continuando a digitar enquanto olhava para o monitor. "Ela provavelmente não vai estar em casa quando você chegar, afinal. Ela disse que ia passar o dia num spa. Na verdade, ela tentou convencer Lois a ir junto."
Lois. Lois estava aqui. Por alguma razão essa possibilidade não tinha lhe ocorrido E Chloe devia ser sua... namorada? Mulher? Colega de quarto?
Ela ergueu uma sobrancelha pra ele. "Eu nem tive tempo de checar a mesa de Lois pra ver se ela foi junto. E ela já deveria saber que eu posso rastreá-la daqui em qualquer lugar da cidade se eu quiser. E por falar em problemas com funcionários - se ela não fosse noiva do Clark e parte do nosso pequeno clube, eu provavelmente já a teria demitido uma dúzia de vezes."
Ele tentou processar esse monte de informações sem deixar transparecer a confusão em que estava. Lois e Clark estavam noivos aqui? Isso... parecia explicar muita coisa, pensando bem. E aparentemente Lois era amiga de sua... seja lá o que Chloe fosse dele. Tess - ou melhor a Luthorcorp - era dona do Planeta? E quem mais era membro de 'seu pequeno clube', e o que exatamente eles faziam?
Ele suprimiu o impulso de balançar a cabeça para tentar clarear os pensamentos, já que não conseguiria fazer isso sem que ela percebesse.
"Você está indo pra casa agora?"
"Sim", ele respondeu devagar. "Acho que consigo fazer uma surpresa para Chloe quando ela voltar do spa."
"Eu vou mandar um email pra ela, mas você pode dizer que Victor derrubou aquele firewall dos norte-coreanos. Ele trabalhou a noite inteira. Ele estava bem incomodado por ter demorado quase vinte e quatro horas pra conseguir." Ela sorriu pra ele.
Ele sorriu de volta, reflexivamente. "Eu digo a ela."
"Ótimo." Ela se voltou para o monitor, então olhou pra ele curiosa. "Você está bem? Você parece meio... estranho."
"Só cansado", ele tentou. "Não sou mais tão jovem quanto antes."
Ela zombou. "Nenhum de nós é."
Aquilo parecia o fim de uma conversa pelo menos pra ela, então ele aproveitou a deixa e saiu. Seu apartamento - deduzindo que era no mesmo lugar que o seu - era perto, então ele resolveu ir caminhando. Ele estava confiante em sua habilidade de enganar a segurança biométrica, e se a misteriosa Chloe estivesse saindo do spa agora, isso lhe daria pouco tempo pra dar uma olhada ao redor e tentar descobrir alguma coisa sobre ela e outras pessoas na vida de seu eu alternativo.
Ele conseguiu entrar na cobertura sem dificuldade, o sistema de segurança era similar ao do prédio que ele tinha deixado. A decoração era parecida com a de seu próprio apartamento, meio que um minimalista chique, o que o fez pensar que ou Chloe era só sua colega ou não viviam junto há muito tempo, porque não tinha muitos toques femininos, pelo menos na sala.
Ele viu duas fotos numa prateleira, no entanto, e as pegou uma a uma para olhar mais de perto: um homem que era obviamente o outro Oliver, e uma pequena e muito bonita loira. As fotos eram informais e tiradas tão de perto que ele não conseguia saber onde tinham sido tiradas.
Nas duas fotos o casal, casualmente vestidos, tinham os braços envoltos um no outro. Na primeira, eles estavam de lado para a câmera e ela estava rindo pra ele enquanto ele sorria de volta pra ela. Na segunda, eles estavam olhando para a lente e ele a abraçava bem forte. Os dois pareciam delirantemente felizes. Ele sentiu uma pontada de inveja de seu eu alternativo. Namorada então, pelo menos. Não só uma colega de quarto.
Andando pelo apartamento, ele encontrou uma academia - um pouco maior que a sua - o casal dividia o quarto, onde ele percebeu que a dama tinha um excelente, e sem mencionar sexy, gosto tanto em lingeries quanto em sapatos, e pareciam dividir um escritório, onde ele olhou algumas coisas por um tempo sem realmente encontrar nada muito útil. Os dois computadores eram protegidos por senha, e se havia algum arquivo estavam trancados no gabinete que ele tinha encontrado.
O comentário de Tess sobre ele estar estranho continuava alerta em sua mente, e alguma coisa o fez voltar para a sala e re-examinar as fotos que tinha encontrado. Ele estreitou os olhos, olhando pra elas por um bom momento, então xingou.
Olhos castanhos. O outro Oliver tinha olhos castanhos. Droga.
Isso era o tipo de informação que seria importante um pouco antes. Tinha tido muita sorte que Tess não tivesse percebido.
Ele precisava encontrar um oculista, alguém que pudesse entregar lentes de contato pra ele hoje. Por sorte havia uma linha fixa ali. Ele pegou o telefone. O serviço de ajuda foi capaz de encontrar uma loja perto que vendia lentes de contato coloridas.
Pouco mais de noventa minutos depois, ele [estava com uma nova cor dos olhos graças a um par de lentes. Ficou aliviado ao perceber que seus olhos se ajustaram a elas dentro de minutos.
Como ele pagaria não tinha lhe ocorrido - tinha medo que seu dinehiro parecesse diferente ou que seus cartões de crédito não funcionassem aqui - então ele fingiu ter esquecido a carteira e pediu que o cara lhe mandasse uma fatura. O oculista, um gentil senhor, não se opôs assim que confirmou sua identidade. Ele obviamente reconheceu o nome Oliver Queen, já que pareceu saber que ele com certeza pagaria, mas felizmente, não parecia familiar o suficiente com sua aparência física para perceber que seus olhos estavam de repente com a cor errada.
Quando voltou para o apartamento e estava checando seu reflexo no espelho do banheiro, ele se lembrou que a cor do seu olhos não era a única coisa em sua aparência que era diferente. Ele voltou e olhou para a foto novamente, finalmente levando-a para o banheiro com ele.
O cabelo estava diferente: um pouco mais claro, um pouco mais espetado. Ele não podia fazer nada sobre a cor do cabelo, mas deu uma arrumada e passou um pouco de gel, tentando aproximar sua aparência do estilo usado na foto.
Ele checou de todos os ângulos e decidiu que era o melhor que podia fazer. Se Chloe falasse alguma coisa sobre o cabelo mais escuro ele culparia o uso exagerado de produto para cabelo.
Ele tinha acabado de devolver a foto à prateleira quando viu o elevador descer. Ela deve ter chegado. Ele congelou momentaneamente, então respirou fundo e se afastou um pouco, voltando para o corredor.
A mulher da foto entrou na cobertura carregando nada além de sua bolsa e uma pequena sacola que parecia ser de produtos do spa. Ela era uma boa propaganda dos benefícios de um spa, a pele rosada e brilhando, sua aparência relaxada e contente.
Ele queria apenas continuar olhando pra ela, sem ser visto, mas era meio assustador ficar vagando ao redor do que deveria ser seu próprio apartamento. "Chloe." Ele tentou manter o tom de pergunta fora de sua voz enquanto entrava na sala.
Ela se virou, assustada. "Ei! O que você está fazendo de volta tão cedo?" Ela jogou a bolsa e a sacola na cadeira mais próxima e foi até ele.
Ele fingiu um tom triste. "Problemas com o visto."
Ela parou. "NÃO. Você está querendo dizer que teve os 'problemas-normais-com-visto', ou um problema do tipo 'tudo-pode-ser-resolvido-com-uma-pequena-quantia'?" Ela disse.
Ele sorriu involuntariamente. "O último, eu acho, porque eu fiz um movimento de pegar a carteira e isso não pareceu funcionar."
"Bem, acho que seus clientes não vão poder reclamar."
Ele deu de ombros. "Acho que vou descobrir nos próximos dias."
"Sinto muito", ela disse. "Bem, sinto muito por sua viagem de negócios ter sido arruinada. Não sinto muito por você ter voltado mais cedo, obviamente. E olha", ela apontou pra si mesma. "Aqui estou eu, sã e salva, exatamente onde você me deixou."
Ele não tinha certeza do que fazer. "Você está."
Ela deu risada e deslizou os braços ao redor de sua cintura, sorrindo pra ele com a confiança de uma mulher que ama e sabe que é amada, e se estendeu para beijá-lo.
Oh Deus, beijar. Por que isso não tinha lhe ocorrido antes? E se ela percebesse? Ele realmente não tinha escolha além de tentar passar por essa. Ele hesitou, apenas por um microssegundo, quando os braços dela passaram ao redor dele; então ele se forçou a relaxar e passou os braços ao redor dela, inclinando a cabeça para o lado e beijando-a carinhosamente mas sem aprofundar muito.
Beijá-la era... bom. Muito bom. Ela era bonita e cheirava bem, e seus lábios eram quentes e suaves. Ela era doce e carinhosa, e do tamanho perfeito para abraçar e se aconchegar.
Ela se afastou um pouco, ainda sorrindo, olhando nos olhos dele. Os dela eram um verde claro, com pestanas excepcionalmente longas. "Você parece cansado", ela disse, examinando-o criticamente. "Cansado do voo?"
"Sim, um pouco", ele concordou.
"Quer um pouco de café? Eu ia fazer uma caneca pra mim."
"Claro", ele disse. Café podia ser exatamente o que ele estava precisando agora para ajudá-lo a se concentrar. Manter essa identidade secreta por mais um dia ou dois dias enquanto tentava avaliar as pessoas e intenções de todos os homólogos de seu mundo prometia ser exaustivo. Ele não sabia quem era realmente da resistência. "Tenho que me adaptar ao horário de Metrópolis."
Enquanto ela atravessava a cozinha e começava a mexer no que parecia uma muito cara máquina de café, ele falou casualmente. "Tess disse a mesma coisa, sobre minha aparência cansada. Vocês vão acabar me dando um complexo."
"Você passou na Watchtower?" ela disse, olhando curiosa pra ele enquanto pegava duas canecas no armário.
Watchtower. Interessante. Era o nome do prédio ou do 'clube'?
"Só queria checar antes de vir pra casa. Ela disse que não tinha nada de importante acontecendo, mas pediu pra te dizer que Victor derrubou o firewall dos norte-coreanos." Deus, espero ter lembrado direito da mensagem.
"Ha. Eu sei. Ele já tinha me mandado um email", ela disse, divertida. "Ele está meio convencido. Que mais ela disse?"
"Ela me disse que você tinha tirado o dia e ido para um spa. E que você tentou convencer Lois a ir junto."
Ela ergueu as sobrancelhas. "Meu Deus, como ela fala." Ela colocou uma caneca fumegante na frente dele. Por sorte parecia café puro do jeito que ele gostava. "Sim, eu fui para o spa. Sozinha. E eu não tentei convencer Lois a faltar no trabalho. Eu disse que ela podia perguntar a editora se ela se importava que ela tirasse algumas horas se Lois prometesse compensá-las depois."
Ele ergueu as mãos em rendição e ela sorriu relutantemente. "Nós não tivemos muito tempo de primas desde que eu voltei, e eu sei que ela está morrendo de vontade de conversar comigo sobre os planos para o casamento."
Ele teve que lutar para não reagir. Tempo de primas. Ela e Lois eram primas? Desde quando Lois tinha uma prima?
"E claro, a razão pra eu não ter passado muito tempo com ela é que alguém desenvolveu uma repentina alergia a mim usando roupas, ou saindo do apartamento", ela disse maliciosamente enquanto se sentava para tomar o café.
Ele lhe deu um sorriso torto. "Repentina?"
Ela pareceu se divertir também. "Pois é."
Consciente da precariedade de sua posição atual, ele se encontrou relaxando perto dela. Ela era muito fácil de estar perto - diferente da Tess de seu mundo, que, apesar do fato de ela e Oliver serem aparentemente aliados e até amigos, ainda havia um certo muro entre eles.
O sol da tarde entrava pelas janelas, o calor e a energia que a presença de Chloe trazia ao que antes parecia um estéril apartamento de solteiro, o cheiro e o gosto familiar do café, a combinação de tudo o acalmando um pouco.
Sim, eu teria sido um péssimo espião.
"Sabe, se você quiser marcar alguma coisa com Lois, não deixe de fazer isso por minha causa", ele disse, pensando que assim teria uma chance de observá-las juntas, ou fazer com que Chloe saísse do apartamento para que ele tivesse mais tempo para investigar; possivelmente os dois.
"Oh, nós vamos almoçar amanhã, e eu tenho certeza que vamos planejar mais alguma coisa."
Ela continuou conversando sobre as despedidas de solteiro e ele praticamente só ouviu, dando respostas que desejava serem suficientes para que ele parecesse interessado ou envolvido. Ele percebeu que ela e Oliver conviviam bastante com Lois e Clark, e parecia que ultimamente vinham incluindo Tess também. Vários outros nomes foram mencionados, aparentemente também partes do círculo social deles, ou talvez do 'clube', e se estivesse entendendo tudo direito, os dois grupos se misturavam. Além do já mencionado anteriormente Victor, um Bart, Courtney, Carter, Jim, e Arthur também surgiram.
Ela parou de falar abruptamente. "Você está distraído, dá pra ver. Você está com fome? O que você quer fazer para o jantar?"
Ele balançou a cabeça. "Tanto faz. Podemos fazer alguma coisa fácil, ou pedir alguma coisa?"
"Vamos pedir então", ela disse, se levantando. "O que você quer? Comida chinesa, talvez?" Ela disse num tom brincalhão, segurando o celular.
Ele deu risada. Ela era realmente fofa. "Honestamente, tudo bem com a comida chinesa. A comida chinesa americana mal lembra a real comida chinesa, então não é como se eu fosse comer a mesma coisa."
Ela estava alternando entre digitar e correr a tela do telefone, presumivelmente procurando por números de restaurantes. "De onde você quer? Aquela que pedimos na semana passada?"
"Pode ser a que você quiser."
Depois do café, ele precisou usar o banheiro. Antecipando a próxima pergunta que ela faria, ele tentou se livrar: "Pode pedir o de sempre. Você sabe o que eu gosto." Ele se levantou e foi na direção do quarto.
"Moo shu?" ela perguntou, telefone no ouvido. Ele assentiu e saiu.
Ele não teve pressa no banheiro, respirando fundo algumas vezes para se acalmar e olhando no espelho para garantir que as lentes ainda estavam no lugar. Parecia que estava indo bem até agora, mas havia tantas falhas potenciais. Por exemplo, quando a comida chegasse, Oliver usaria os palitinhos ou um garfo?
Ele decidiu usar os palitos. Se Chloe expressasse surpresa, ele podia dizer que tinha aprendido a usar na viagem e queria praticar. Sim, essa seria uma boa desculpa.
Ele se preparou e abriu a porta.
Chloe estava parada na porta entre o quarto e o corredor. "Já pedi a comida, e vai demorar pelo menos uns trinta minutos", ela disse sugestivamente. "Com o que vamos nos ocupar enquanto esperamos?"
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3/9
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Adorando a fic...esse comecinho ta muito bom. Ansiosa pela reaçao do Ollie qdo descobrir seu outro eu...rs.
ResponderExcluirReh
Muito feliz que a fickery tenha resolvido usar o universo de Luthor, um dos melhores episódios, senão o melhor, não-chlollie, dessa última temporada de Smallville...
ResponderExcluirAgora, Jesus... parar bem nesse momento... maldade :D
Louca pra saber como o outro Oliver, quer dizer, o nosso Oliver, vai aparecer... ou vai ligar, sei lá, como a Chloe vai descobrir que esse Ollie não é o seu...
Essa fic já é uma das minhas favoritas EVER!!!!
Eeeeeeeeeeeeeepa!!!
ResponderExcluirquando o Oliver 'alternativo' conhecer a Chloe intimamente, não vai mais querer voltar pra Lois, já tô vendo...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tô adorando o texto!
Meninas, não sei bem como funciona pra gente indicar uma fic pra ser traduzida, nem sei se tem um lugar específico aqui no blog pra pedir... Então tomei a liberdade de usar esse espaço aqui; se for inadequado podem falar. Mas é que eu li uma história da Fickery, a 'Taking a Meeting', e pensei que muita gente gostaria de lê-la aqui no blog. Fica a sugestão...
Ciça, sugestão anotada... Aguarde... :D
ResponderExcluirHum, boa ideia essa de ter um lugar para pedir fics, acho que vou fazer um post pra isso e deixar o link na barra lateral pra facilitar... em breve...
Obrigada pela sugestão Ciça e por estar sempre passando por aqui e comentando as histórias... :DDD
Ah, que bom que estão gostando... quando eu li essa história de dois Olivers e *sexo a três* kkk, OMG, eu tinha que traduzir...
ResponderExcluirAté agora a fickery postou apenas esses dois capítulos, então estamos juntos na ansiedade...
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
ResponderExcluirValeu, Sofia! e olha, eu adoro passar aqui; comentar é só uma maneira de agradecer o trabalho e a dedicação de vcs...
MINHA MÃE DO CÉU!!!!
ResponderExcluirMaldade parar a história bem nessa parte... quero, não, PRECISO ler mais!!!! :)
Edicleia
muiiiiiito bom hehehehe
ResponderExcluirSuper concordo Sofia
Luthor e Kent pra mim foram os melhores episódios não chlollies...
to super ansiosa!!
Dois Ollies adorei a ideia. Um pra mim e outro pra Chloe!!
ResponderExcluirVilm@
Tô adorando!!!!!!!!!!
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