Reaction Time (3/6)

Resumo: Basta dizer que Chloe Sullivan nunca foi seduzida na vida. Então é difícil pra ela saber como reagir, quando isso está de fato, acontecendo.

Autora: apeygirl
Classificação: NC-17
Avisos: erotismo, tristeza, alguma comédia romântica bobinha
Spoilers: Persuasion
Anteriores: Um - Dois

Ela fechou os olhos, imaginando como seria simplesmente deixar acontecer e parar de se preocupar se tudo iria embora. Ele não ia a lugar nenhum. A qualquer segundo os lábios dele encontrariam... seu nariz.

Ela abriu os lábios enquanto ele se afastava, dando risada. "Acho que minha mira está com problemas", ele murmurou. "Deus, você é muito pequena."

Não ter crescido muito sempre foi um problema pra ela e ela se sentiria insultada se os olhos dele não estivessem viajando por seu corpo. "Talvez você é que seja assustadoramente alto." Ela teria que colocar Clark e ele lado a lado qualquer dia, porque Oliver parecia mais alto do que o permitido.

"Talvez se você levantasse o queixo um pouco mais..." Ele correu o dedo pela mandíbula dela e ela começou a fechar os olhos. Desejando que o beijo fosse realmente bom. Pensando bem, ela deveria ter beijado ele antes ao invés de começar tudo isso.

Porque, se ele não beijasse bem, que graça teria? Mas ela estava definitivamente apostando que seria bom. Com o jeito que a respiração dele se misturava a dela e as mãos dele a agarravam, ela...

"Com licença?"

Nesse momento, Pacman tocou uma pequena música dizendo a todos que os fantasmas tinham ganho.

Ela teve que rir. Oliver também. A mulher parada ao lado deles, porém, não parecia estar achando tanta graça.

"O fliperama fecha depois das dez", ela falou. "E vocês deveriam trocar de sapatos antes de cruzar a linha laranja."

Oliver se virou pra ela, o rosto muito sério. "Eu realmente sinto muito. Não sabia sobre a linha amarela."

"Laranja, espertinho", a mulher devolveu, irritada.

Chloe bufou, então escondeu a cabeça no ombro dele.

"Vocês podem trocar os sapatos? Agora? Já vamos fechar." Chloe levantou a cabeça enquanto se virara com um suspiro.

Chloe se encontrou dando risada.

Oliver sorriu e pegou sua mão. "Acho que estamos em apuros", ele disse lentamente, passando com ela pela lendária linha laranja, onde a mulher estava esperando atrás do balcão, uma expressão azeda.

"Sapatos?"

"Sim, senhora", Oliver disse, tirando os dele.

Chloe tirou os dela, rindo. "Acho que não vamos mais jogar boliche aqui." Ela se abaixou para pegá-los, mas Oliver abaixou primeiro, pegando-os e entregando-os junto com os dele.

"Me dê dois segundos."

Ela esperou, sentando-se numa das cadeiras do boliche, enquanto ele se inclinava no balcão como se tivesse todo o tempo do mundo. A mulher pegou os alugados e foi para a prateleira antes de parar, dizendo alguma coisa em resposta ao que quer que seja que Oliver tivesse perguntado. Ele sorriu enquanto falava e Chloe observou a expressão dela mudar e surgir um sorriso antes dela continuar indo até a prateleira. Quando ela voltou com os sapatos, estava dizendo alguma coisa com um sorriso.

Ele ergueu as sobrancelhas duas vezes enquanto se movia em direção a Chloe com os dois pares.

Ela revirou os olhos e pegou os sapatos. "Você ama vencer, não é?"

"O quê?"

"Jogando uma conversa na mulher do aluguel..."

"O nome dela é Carol", ele disse, todo inocente. "E eu estava... demonstrando boa vontade. Não queremos perder nosso boliche."

"Por favor. Você odeia esse lugar."

"Não, eu... ok. Eu odeio. Mas fica a dois quarteirões da Watchtower. Pode ser bom para a Liga ter opções de diversão pura e simples." Ele calçou os sapatos.

"Ou... você só não resistiu ao desejo de jogar o charme Oliver Queen em mais alguém do sexo oposto", ela brincou, dando o laço em seu tênis.

"Charme Oliver Queen?" Ele bateu na mão dela e se ajoelhou. "Permita-me." Ele amarrou os tênis dela. "Eu não tenho três anos, sabe. Eu sei como amarrar o sapato."

"Só estou ajudando uma dama", ele disse. "Além do mais, eu realmente quero saber o que é o charme Oliver Queen."

Ela deu um risinho e se inclinou para a frente. "Cada enfermeira, cada barista, qualquer mulher que encontra com você fica de olho. E isso não acontece com todos os homens."

Ele deu risada e balançou a cabeça. "Bem, se existe um feitiço Oliver Queen - e eu não estou dizendo que existe - não está funcionando muito bem ultimamente."

"Claro que existe. Acabei de vê-lo em ação."

"Bem, não sobre todo mundo." Ele olhou pra cima, os olhos meio que... atenciosos. "Eu não vi você de olho em mim."

Ela engoliu em seco. O rosto dele estava meio que perto e suas palavras -- só um pouco confortável demais. Ela pensou que deveria se afastar, mas não queria fazer nenhum movimento brusco. "Não vi você tentando jogar seu feitiço em mim." Deus, por que ela disse isso? Era praticamente um convite. Se ele podia encantar Carol em trinta segundos, ele a teria deitada antes que ela pudesse piscar e era exatamente esse o problema.

Ela parou de respirar quando sentiu o dedo dele correr uma linha em seu calcanhar. "Você quer que eu tente?"

Ela forçou uma risada, tanto para fazê-lo parar de falar e também para provar que podia fazer isso. "Oliver." Ela chutou o joelho dele suavemente, então se levantou. "Você não precisa usar nenhum esforço especial comigo." Ela começou a ir em direção a porta, o que era uma vitória, já que seus ossos pareciam gelatina.

"Aparentemente, eu tenho", ele murmurou atrás dela.

Ela decidiu fingir que não tinha ouvido e saiu, sentindo o ar frio. Ela respirou fundo, fechando os olhos com força. Podia fazer isso. Já tinha chegado até aqui. Só tinha que aguentar um pouco mais. Precisava de mais tempo. Só havia estado com um homem, por Deus, ela não podia simplesmente...

"Tchau, Carol", ela ouviu e se endireitou, tentando uma expressão neutra e casual.

"Frio, huh?" ela disse quando ele saiu, não tendo nada melhor pra dizer.

Ele parou enquanto fechava a porta. "Onde está seu casaco?"

"Deixei na Watchtower. São só alguns quarteirões."

"Aqui", ele tirou o casaco. "Não estou com frio."

"Oliver, eu estou b..."

"Me agrade." Ele passou o casaco pra ela.

Ela suspirou e vestiu, imaginando que tipo de colônia ele usava enquanto o colocava nos ombros. Mesmo naquelas noites quando ela se encontrava se despedindo dele depois de uma missão ou cuidando de um ferimento, ele tinha um cheiro que continuava no ar e era sentido mesmo com o suor e a sujeira de uma noite nas ruas. Era algo que ela tinha notado e isso sempre acontecia com os caras incrivelmente bonitos. Ela nunca esteve tentada a enterrar o nariz em seu pescoço e cheirar, mas estava com vontade agora.

As mãos dele se demoraram em seus ombros um minuto antes dele arrumar o casaco nas costas dela. "Vamos. Eu te acompanho de volta."

"Como eu disse, são só alguns quarteirões", ela disse, sua voz trêmula com o que ela esperava pudesse ser entendido como frio.

"Então não vai me custar nada. Além do mais, eu quero..." Ele parou de falar. "Ok, olha, você vai ter que me ajudar um pouco aqui, porque eu estou um pouco fora de... certas coisas e acho que não estou realmente indo do jeito... que eu queria", ele finalizou, gemendo. "É. Isso fez sentido. Quer dizer, eu estou fora de jogo há um tempo e talvez eu esteja perdendo o jeito, mas..."

"Oh, não se preocupe com isso." Jesus! Ele ia realmente dizer? Ela não estava pronta. Ela não estava pronta. Ela caminhou um pouco mais rápido. "Quer dizer, você teve um ano difícil."

"Exatamente", ele disse, alcançando-a rapidamente. "Então, você pode não ter percebido isso, enquanto o Arqueiro Verde estava com força total, Oliver Queen esteve fora do mercado. Quer dizer, eu nem sei o que vou fazer em Star City este fim de semana. Acho que a reunião na empresa não vai ser muito boa..."

Ela suspirou aliviada. "Oliver, você vai ficar bem."

"Não. Quer dizer, sim. Eu tenho certeza que vou ficar bem." Ele parou na frente dela. "O que eu estou tentando dizer", ele lhe deu um pequeno sorriso. "De um jeito muito ruim, é que estou meio fora das coisas e..."

"E eu acho que você sabe quando guardar o arco e pegar a pasta de relatórios."

Ele olhou pra ela. "E você sabe?" Ele balançou a cabeça. "Quer dizer, não era isso exatamente, mas..." Ele gemeu e esfregou os olhos por um minuto. "Escuta, não estou falando sobre a reunião. Eu sei o que fazer nos negócios. Isso é sobre você e eu. Está me acompanhando?"

Droga. Era sobre ela. Ela forçou o que desejava que fosse um sorriso incrédulo. "Sobre mim?" Ela deu um passo passando por ele, mas ele a acompanhou.

"Naquela noite, você estava falando sobre se divertir", ele disse rápido antes que ela pudesse abrir a boca. "E eu entendi que você está apenas começando a se divertir, mas planejar saídas em grupo para a Liga ainda é algo que a Watchtower faria. E a Chloe? O que a Chloe Sullivan quer?"

"Uh..."

"Olha, talvez eu tivesse entendido errado", ele continuou segurando o cotovelo dela. "Na verdade, eu tinha quase certeza disso", ele a puxou para o meio-fio, então parou. "Mas, já que você não pareceu repudiar a ideia no fliperama..." Ele de repente a agarrou pelas lapelas de seu casaco e a puxou.

Ela cambaleou pra frente, direto pra ele. Houve um momento de pânico quando os lábios dele encontraram os dela. Isso não era como no fliperama. Lá, ela estava rindo e um pouco tonta e tudo parecia só brincadeira, mas agora ela estava sóbria e ainda mais alerta que ele podia fazer um peixe morder a isca, e a isca era um problema porque ela realmente só tinha estado com apenas um homem e...

Seus pensamentos foram ficando vagos porque isso era um beijo. Ela tinha beijado. Ela tinha beijado quatro homens em sua vida, mas nenhum deles foi um beijo como esse. Dois foram de homens que depois tentaram matá-la. Jimmy nunca tinha aprendido, depois de três anos, a manter a língua no mínimo. E Clark, foi tão rápido que era como se nem tivesse acontecido. Ela achava que todos tinham sido bons, antes de agora.

Claro, agora ela estava sabendo o que era ser realmente beijada por alguém. Os lábios dele encontraram os dela, se posicionando, antes de deslizarem um pouco. Eles eram secos com o mínimo de umidade quando se abriram, mas apenas para se fecharem novamente... colarem nos dela. Ela fechou os olhos enquanto ele mordiscava os dela por um segundo antes das mãos dele irem das lapelas para seu pescoço, um polegar pressionando sua mandíbula. A cabeça dela virou levamente para o lado. Os lábios dele cutucaram os dela mais do que acariciando e ela partiu os dela, sob o comando dele. E então ele realmente a beijou.

A língua dele correu abaixo do lábio superior dela antes de voltar a colar os lábios nos dela, abrindo-os e fechando e abrindo enquanto sua língua saía novamente, um pouco mais fundo dessa vez e ela percebeu que não estava fazendo nada, seus braços ao lado do corpo. Fazia tanto tempo. Ela nem sabia se pressionava o corpo no dele ou se afastava quando ele pareceu tomar a decisão por ela, deslizando as mãos pelo casaco, então apertando, puxando-a pra ele.

E ela foi, completamente. Sua boca se abriu sob a dele e ela levou os braços até o peito dele e depois seus ombros. As mãos dele se fecharam no casaco. Ela não podia sentir, mas podia ouvir o som do tecido enquanto a distância entre eles diminuía. Ela podia senti-lo agora, do peito aos quadris, calor contra o corpo dela enquanto o ar frio passava por eles. Ela deslizou o lábio inferior ao longo do dele antes da língua dele invadi-la novamente. Ela o convidou agora, roçando-a com a dela enquanto se pressionava com mais força contra ele.

O pânico voltou e a claridade também quando o sentiu, duro contra seu zíper. Isso podia levar a outra coisa. Ela nem ia precisar dizer nada. Tudo o que tinha que fazer ela afastá-lo e empurrá-lo para a Watchtower e o que ela faria então? Ela não estava preocupada com a falta de experiência em relação a ele. Era ele e sua conquista. Se ela estava tão afetada assim por causa de um beijo, o que aconteceria com o sexo? Ela tinha a sensação que ele realmente sabia o que estava fazendo, e o aumento de oxitocina faz com que uma mulher se relacione intensamente com seu parceiro, especialmente durante o orgasmo, aumentando a ligação e os sentimentos de confiança e...

Ela fechou a enciclopédia gritando em seu ouvido e imaginou se tinha arquivado muito conhecimento enquanto Brainiac estava compartilhando sua cabeça. Mas a ideia se manteve. Ela ia ficar muito envolvida, ainda mais considerando como tinha lidado com o sexo oposto até agora. Ela se afastou, descansando a cabeça contra seu queixo.

"Isso é... você é muito... bom nisso."

"Pode... ficar melhor. Chloe..."

Ela deu um passo pra trás, não longe o suficiente para ele tirar as mãos dela. "Você deveria..." Ela clareou a garganta. "Você deveria tentar isso nessa garota que você falou." Ela se virou.

Ele agarrou as costas do casaco. "Essa garota..."

Ela saiu de dentro do casaco. "Oh, desculpe. Aqui está." Ela se virou pra ele, o casaco em sua mão, e assentiu enquanto entrava no prédio. "A Watchtower está bem aqui. Que bom. Eu tenho tanta coisa pra fazer. Muita coisa", ela disse, andando de costas enquanto ele a seguia. "Mas olha pra quem eu estou falando", ela ergueu uma mão na direção dele. "Você tem que pegar um voo bem cedo."

Ele parou diante dela, a expressão desanimada. "É. O voo."

Ela se virou e subiu os degraus, procurando a chave no bolso da calça. "Ei, acho ótimo o que você está fazendo, pegando um voo comercial. Muito consciente da sua parte."

"É. Isso... espera." Ela parou, finalmente girando a chave. Ela abriu a porta, então se virou pra ele, com um sorriso. "Eu vi seus movimentos. Acho que ela não tem chance."

Ele apertou os lábios enquanto subia um degrau. "Mas a questão é..."

"Eu não acho que você deveria se preocupar. Você apenas..." Ela deu um tapinha em seu peito, então afastou a mão antes de ceder à tentação de... acariciá-lo. "Vai atrás dela... Campeão."

"Mas..."

Ela entrou. "Boa noite."

Ela se recostou na porta, tentando recuperar o fôlego. Ela descansou a testa contra a porta, tentando ouvi-lo lá fora, toda a respiração pesada e os pequenos grunhidos. Seu corpo praticamente derreteu e ela segurou a maçaneta, imaginando que ele ia soprar e derrubar a casa. Diabos, ele nem precisava. Se ele batesse, o resto que sua decisão ia derreter. Ela segurou a maçaneta com mais força, pronta para girar à minima batida.

"Campeão", ela o ouviu murmurar. "Diabos. Eu vou conquistá-la. Pode escrever..." A voz dele foi desaparecendo enquanto ele se afastava.

Ela se virou, suspirando aliviada e soltando a maçaneta com dificuldade. Por mais que tivesse sido bom ceder agora, ele ia ficar longe por dois dias. Dois dias era tempo suficiente pra ela pensar e se manter na realidade. Seriam dois dias repassando as palavras dele, analisando o que elas significavam. Ela sabia que analisava demais. Pequenos gestos durante anos com Clark Kent a tinham prendido a ele por muito tempo, achando que poderiam significar alguma coisa, e agora sabia, não eram absolutamente nada pra ele. Se Oliver falasse alguma coisa do tipo 'você significa mais do que imagina', a velha Chloe acabaria apaixonada por ele. Não agora. Ela era uma pessoa melhor e mais forte. Tinha provado isso essa noite.

E agora ela ainda tinha dois dias. Mas não pra se incomodar e ficar pensando. Ela os usaria de um jeito melhor... se conseguisse andar.

Ela foi se segurando na parede até o elevador, pensando no pequeno banheiro da Watchtower, antecipando o primeiro banho gelado relacionado a libido da sua vida.

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Capítulo 4/6

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