At the End of the Day (3/3)

Título: No Fim Do Dia
Resumo: Finalmente acaba sendo demais pra ela e ela não aguenta. Por sorte, Oliver está lá para pegar os pedaços.

Autora: calie15
Classificação: NC-17
Spoilers: Persuasion
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Anteriores: Um - Dois

"Chloe?"

Oliver abriu os olhos surpreso, nem mesmo realmente registrando o nome sendo chamado ou a voz, ao invés ele procurou por uma arma que não estava ali, fazendo-o lembrar rapidamente que ele não estava em sua cama, mas na de Chloe. Clark. Xingando, rapidamente ele se afastou do corpo de Chloe e pulou da cama, procurando suas roupas no quarto mal iluminado.

"Chloe, você está aqui?"

"Porra", Oliver sussurrou. Não só ele não queria que Clark acordasse Chloe, por sorte, ela ainda estava dormindo, mas ele não estava usando nenhuma roupa e se Clark fosse curioso o suficiente ele ia entrar e ter o choque de sua vida.

Ele saiu da cama, tropeçando no tapete e xingando novamente.

"Chloe?"

"Cala a boca", Oliver disse entredentes e começou a pegar suas roupas. Só a calça não servia; ele tinha que pelo menos aparecer vestido para que Clark não desconfiasse. Embora ele e Chloe tivessem chegado a um acordo sobre o relacionamento, ele ainda tinha certeza que ela não ficaria feliz com Clark sabendo. Então ele pegou o essencial. Calça, pulando a boxer, camisa, deixando a regata de lado, e então sapatos, sem meias.

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Quando ele estava indo procurar por ela, Oliver abriu as portas da torre. "Onde Chloe está?"

"Dormindo", Oliver disse simplesmente, e lutou ao desejo de puxar sua camisa. Sua roupa normalmente bem arrumada estava levemente amassada e ele nem queria saber como estava seu cabelo. Claro que Clark não tinha uma assinatura da GQ, então por sorte não notaria.

"Eu disse pra ela que ia vir de manhã", Clark disse, mas saiu mais como uma pergunta do que uma declaração. "Tem alguma coisa errada?"

Ele começou a dizer não, realmente começou. Porque deixar as coisas pra lá, as coisas que ninguém queria conversar sobre, era normal pra eles. Conversar sobre o fim do mundo, vilões perigosos, isso era fácil, mas falar sobre sentimentos reais, sentimentos feridos, isso não acontecia sempre. Então ele quase disse não, e se fosse por ele, teria dito, mas desta vez, ele não disse. "Sim, pode-se dizer que sim."

"É sobre Tess? Chloe te contou?" Clark começou e deu um passo a frente. "Eu sinto muito por aquilo, eu estou feliz que Chloe tenha aparecido."

"Tess?" Oliver perguntou, genuinamente confuso e balançou a cabeça. "Você está falando sério? Isso é sobre sua melhor amiga."

"Chloe?"

A total falta de compreensão no rosto de Clark quase surpreendeu Oliver, quase. "Sim, Chloe." Ele nem queria pensar no fato de que Clark achava que ele estivesse chateado por causa do que tinha acontecido com Tess.

Por um momento, Clark parou antes de responder, tentando relembrar os últimos eventos e lembrar se alguma coisa tinha acontecido com Chloe além dos efeitos da kriptonita. "Ela estava bem. Depois que o efeito da kriptonita passou, nós ficamos todos bem."

"Clark, ela não está bem. Você sempre acha que ela está bem, que esse tipo de coisa simplesmente some, bem, não é assim." Ele suspirou e coçou a barba em seu rosto. "Incomoda ela, e você nem vê."

"Chloe sabe que ela pode me procurar. Eu perguntei. Ela disse que estava bem."

"Bem, ela não está!" Por um breve momento ele parou, se xingando por sua explosão e possivelmente por ter acordado Chloe. Dando mais alguns passos ele encurtou a distância entre eles. "Você não acha que ela tentou me dizer que estava bem? Bom, eu não ouvi. Algumas vezes você tem que tentar um pouco mais. Não só ela se sente culpada por Lois e assustada por quase ter perdido a vida brigando com Tess, mas ainda está tentando arrumar a Watchtower por causa de seu pedido egoísta." Por um breve momento ele se arrependeu de suas últimas palavras, mas alguém tinha que dizer, e se Chloe não diria, então teria que ser ele.

Clark estreitou os olhos em resposta às palavras de Oliver. "O que isso significa?"

"Você está falando sério, certo?" Oliver deu risada e se afastou de Clark, dando alguns passos pra longe e então se virando de volta pra ele. Estendendo a mão para o outro homem ele riu novamente. "Você está realmente falando sério, não está?" Oliver balançou a cabeça incrédulo. "Você quer que Chloe esteja mais ao seu lado. Você quer que uma mulher que passou a maior parte da vida cuidando de você, que esteja mais ao seu lado. Você quer que uma mulher que passou por coisas que o ser humano nem pensa, que perdeu pessoas pra te proteger, que teve que esconder coisas da sua própria família, que passe mais tempo cuidando de você? Você está falando sério, Clark? Você foi exposto a tanta kriptonita assim? Porque aqui na Terra, chamamos isso de egoísmo."

"Você acha que eu queria isso? Quantas vezes eu tentei fazer Chloe sair dessa? Quantas vezes eu tentei evitar que ela se envolvesse? Você a envolveu nisso também", Clark devolveu e jogou a mão ao redor. "Você permitiu que ela fizesse isso. É você e seu dinheiro que fazem com que ela fique presa nessa torre o dia inteiro, nunca vendo a luz do dia."

Oliver desejou que pudesse ignorar Clark, realmente queria, negar tudo que ele havia dito, mas tinha alguma verdade nisso. Oliver tinha colocado Chloe a bordo, colocando-a em mais perigo, fazendo-a se envolver. E cada peça de equipamento em sua torre era paga pelo dinheiro de Queen. "Você provavelmente está certo, talvez nós dois tenhamos culpa. Mas eu estou permitindo que ela faça o que quer. E quanto ao fato dela não sair daqui, eu não faço de conta que não vejo. Acredite, Clark, eu estou aqui mais tempo do que você, e estou fazendo o melhor para consertar. Quem você acha que a forçou a ir pra cama ontem à noite? Eu liguei para Victor e pedi pra ele vir aqui hoje e marquei com um técnico pra arrumar essa bagunça. Se eu não tivesse feito isso ela teria passado a noite acordada."

"Como eu vou saber disso se ela não me falar?!" Clark exclamou. "Eu não sei mais o que ela faz. Ela esconde coisas de mim. Eu nem sei mais o que ela anda pensando."

"Converse com ela mais do que cinco minutos para obter informações! E não diga a uma garota que sacrificou a vida por você que ela precisa fazer mais!" Eles ficaram se olhando e por um momento Oliver achou que Clark fosse realmente acertá-lo, então a luta pareceu deixá-lo e ele estava passando por ele.

"Diga a Chloe que eu passei por aqui." Clark disse calmamente e foi para a porta.

Quando as portas se fecharam, Oliver gemeu e passou a mão pelo rosto. Ainda não sabia se tinha melhorado ou piorado as coisas, mas alguma coisa tinha que ser dita. Clark era cego, e Chloe deixaria pra lá. O último lugar onde Oliver queria estar era no meio dos dois, mas eles precisavam resolver esse problema.

Com um suspiro ele voltou para o quarto de Chloe, desabotoando a camisa no caminho, temendo que ela tivesse acordado. Só quando seus olhos se ajustaram à escuridão foi que ele viu os olhos dela abertos. Ela ainda estava deitada de lado embaixo do cobertor, ombros nus expostos, mas agora seus olhos verdes estavam olhando pra ele. "Vamos, desembucha. Eu sei que você vai falar."

"Eu sei que você acha que está fazendo a coisa certa por mim, mas você não pode tomar todas as minhas decisões. Eu era adulta da última vez que chequei." Ela disse suavemente. Por um momento quando acordou com a gritaria na torre, tinha se movido para se vestir, para sair e resolver a situação. Foi a total falta de compreensão da parte de Clark que a fez parar. Ela não ia aguentar lidar com isso diretamente.

"Você é uma adulta que toma algumas decisões erradas", Oliver respondeu e tirou os sapatos.

"Você também", Chloe respondeu um pouco mais seca. Ele era a última pessoa que deveria estar falando sobre decisões erradas.

Ele parou de tirar a calça e caminhou na direção dela, parando ao seu lado da cama, e se abaixando para olhar dentro de seus olhos. "E o que você fez quando não gostou das decisões ruins que eu estava tomando?" Ele ergueu uma sobrancelha e esperou por sua resposta. "Tomou o problema nas suas mãos e fez o que achava melhor, não foi?"

"Você não teria me ouvido", Chloe argumentou, mas sua voz não tinha a mesma convicção que ela desejava. Ele não teria, disso ela tinha certeza, mas isso não fazia de suas decisões necessariamente certas.

"E nem você", Oliver contrapôs. Quando ela não respondeu, ele tomou isso como um sinal que ela pelo menos parcialmente concordava e se levantou. Enquanto ele dava a volta na cama ele tirou a calça. Assim que estava deitado atrás dela sob os cobertores, braço ao redor de sua cintura, ele deu um beijo em seu ombro. "Eu sinto muito."

Chloe respirou tremulamente, relaxando com sua admissão. "Não, está tudo bem." Ela estava cansada, muito cansada naquele momento até para conseguir se irritar com ele. Os últimos dois dias tinham sido difíceis. Com Clark, Lois, Tess e a repentina e inesperada mudança em seu relacionamento com Oliver, ela estava exausta. Pela primeira vez ela só queria ficar cama e dormir por uma semana. "Que horas Victor vai chegar?"

"Ele deve chegar daqui a umas três horas." Ele a ouviu suspirar. "Por que? Algum problema?"

"Eu só estou cansada", ela admitiu pelo que parecia ser a primeira vez. Ela nunca admitia estar cansada, mas por alguma razão ele fez com que fosse muito fácil pra ela admitir sua fraqueza. Em algum momento das últimas doze horas ela tinha começado a acreditar que ele poderia cuidar das coisas que ela não conseguia.

"Você não tem que se levantar", ele murmurou em seu pescoço, já fechando os olhos e relaxando contra a suavidade e o calor de seu corpo.

"Sim, eu tenho. Embora Victor seja mais do que capaz, eu preciso garantir que as coisas fiquem do jeito que estavam antes."

"Então dorme agora", ele deu um beijo atrás de sua orelha. "Ajude Victor e então me deixe te tirar daqui."

"Oliver..." ela começou, mas ele deu um firme apertão em seu quadril.

"Ficar presa aqui não vai te fazer bem nenhum. E por mais que eu odeie admitir, Clark tinha razão sobre uma coisa. Ele disse que eu tornei possível que você se escondesse aqui, se desligasse do mundo."

"Você não-."

"Eu fiz. Eu te dei tudo que você queria para a torre, permiti que você ficasse aqui, nunca tendo que sair a não ser que fosse absolutamente necessário. Isso tem que parar." Ele esperou por alguns momentos, esperando pela reação dela, mas ela permaneceu em silêncio. "Então depois que Victor for embora, banho, vestir alguma coisa decente, e pelo menos você vai ter que me deixar te levar pra jantar."

Ela se virou em seus braços para olhar para seu rosto, erguendo uma sobrancelha em satisfação. "Como um encontro?"

"Bem", ele deslizou a mão pela barriga dela. "Esse era o plano."

"E as outras pessoas? E se as pessoas perceberem?" Era certo perguntar. Eles não saiam em público juntos a não ser que fosse absolutamente necessário. E se saíssem uma ou duas vezes pra comer podiam se passar por amigos se mantivessem as mãos afastadas. Mas se se tornasse um hábito... e alguém fosse um pouco mais carinhoso em público, então as pessoas saberiam. Pessoas como Clark, Lois, e até mesmo Tess.

"Isso é você quem decide." Ele deslizou uma mão embaixo de seus seios nus. Seus seios não estavam cobertos, dando a ele uma visão completa deles agora que ela estava deitada de costas. Foi difícil, mas ele lutou contra o repentino desejo que disparou em sua virilha. Seduzi-la não seria problema, exceto pelo fato de que ela realmente precisava dormir. Ele teria a noite inteira para fazer o que queria.

"Você quer?"

"Bem, eu certamente não quero ficar preso aqui com você o tempo todo. O que você quer?" Ela pareceu pensar um pouco, os olhos fixos nos dele, quase procurando por alguma coisa.

"Meu rosto..." Chloe estendeu a mão e tocou seu rosto machucado.

"Está tudo bem." Ele afastou a mão dela e segurou seu rosto. "Se te incomoda não temos que sair, mas acho que você ficaria bem."

Ela ficou surpresa com a ansiedade em sair com ele em público. Estava quase com medo. Por um longo tempo ela evitou sair, fazendo nada para se divertir. Agora ele queria sair com ela, fazer coisas que casais normais faziam. Isso a assustava e a animava ao mesmo tempo. "Ok."

A apreensão dela era óbvia. Abaixando a cabeça ele deu um beijo em seus lábios. Era pra ter sido breve, mas como sempre nunca era assim. Foi ela quem aprofundou o beijo, deslizando a língua pelos lábios dele. Por um momento ele se esqueceu, deixando-a puxá-lo. As mãos dela estavam por todo seu corpo, deslizando pelo seu peito e costas, seu corpo arqueando contra ele, pressionando os seios nus contra seu peito. Só quando estava pensando em colocar sua perna entre as dela e parti-las foi que ele se lembrou de sua decisão anterior. "Ok." Ele sussurrou contra seus lábios e segurou seu quadril para afastá-la. "Você vai dormir um pouco." Ele percebeu o desapontamento e não pôde deixar de ficar um pouco satisfeito consigo mesmo. "E então eu vou te levar pra sair esta noite e quando voltarmos, teremos a noite inteira."

Ela não pôde deixar de dar um risinho com a promessa. "Promete?"

"Acredite." Oliver se deitou de costas. Enquanto ela se virava de lado e apoiava a cabeça em seu peito ele sentiu um renovado senso de necessidade atravessá-lo ao sentir o corpo nu contra o seu. "Você não vai dormir nem um pouco."

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