A Fine Line (3/19)

Título: Uma Fina Linha
Resumo: As coisas nem sempre são o que parecem.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: NC-17 muito forte

Avisos: Esta fic tem muitos momentos Chlex, é sobre Chlollie, mas tem momentos Chlex. É obscura, madura, violenta, repleta de situações adultas e pode ser bem difícil... este é seu aviso. A história se passa durante a sexta temporada.

Anteriores: Um - Dois

Chloe olhou pela janela do avião enquanto decolava, ela conseguia ver o prédio do Planeta Diário à distância e tinha um sorriso permanente no rosto. Não conseguia esconder sua animação, desde que Oliver lhe entregou os documentos da missão, vinha estudando cada detalhe. A habilidade de ajudá-los, de ser os olhos e os ouvidos do time enquanto destruíam mais uma das instalações de Lex e ajudar não só a dar mais um passo para derrotar o próprio Lex Luthor, mas também evitar que outros infectados por meteoros como ela fossem feridos era animador.

Era só ela e Oliver no avião. Victor já estava no local da missão há algum tempo, Bart preferiu correr e AC preferiu nadar, o que não era nenhuma surpresa, na verdade. Mas era um voo de dez horas, então eles tinham algum tempo antes de realmente começar o trabalho. Ela não sabia a opinião de Oliver, mas ela não planejava dormir nem um pouco. Não achava que conseguiria. Desde que tinha descoberto que pertencia ao grupo de infectados por kriptonita, a missão era a única coisa na qual conseguia se concentrar e realmente se sentir bem.

Ela sabia quando recebeu seu poder que sua vida ia mudar, pessoas poderiam não ser capazes de dizer, mas ela sabia que era uma pessoa diferente; sendo parte deste grupo, no entanto, era provavelmente a única coisa que permaneceria igual. Ela contaria a todos eles sobre sua habilidade, claro, não importa o que acontecesse, e tinha a sensação que eles a aceitariam tanto quanto Clark, se não mais e isso era reconfortante.

"Todo mundo vai estar lá quando chegarmos?" Ela perguntou a Oliver depois de um longo tempo.

Ele olhou pra ela de seu laptop e sorriu. "Sim, eles vão estar", ele disse a ela. Ele a estudou por um longo momento. "Você está animada." Ele sorriu.

Chloe apertou os lábios por um momento e então sorriu e revirou os olhos. "Bem, é uma coisa importante. Pra mim, pelo menos."

O sorriso dele aumentou um pouco. "É, bem. Eu também estou animado", ele admitiu.

Ela estreitou os olhos pra ele e deu um risinho. "Sim, certo, você faz isso toda semana, se não mais vezes do que isso."

Oliver assentiu levemente. "Sim, mas eu adoro a adrenalina." Ele deu um risinho.

"Não me diga", ela sorriu, recostando-se contra o assento. "Então você espera que eu acredite que você fica animado assim antes de cada missão?"

"Bem, sim. Quer dizer, por que não?" Ele ergueu uma sobrancelha. "Fora o fato de que eu odeio Lex Luthor e nada realmente me deixa mais feliz do que arruinar a vida dele de todos os jeitos possíveis?"

Chloe sorriu e então ergueu as sobrancelhas. "Temos isso em comum, Sr. Queen."

Ele sorriu de volta. "Eu sei." Ele assentiu.

Assentindo, ela olhou para o laptop que estava aberto em sua frente e respirou fundo. "Então, meia hora já foi, faltam nove e meia, alguma sugestão do que poderíamos fazer com todo esse tempo livre?"

Oliver meramente ergueu as sobrancelhas pra ela e deu um risinho.

Chloe ergueu as sobrancelhas lentamente e olhou pra ele por um segundo antes de revirar os olhos. "Por mais que as pessoas acreditem que você é uma lenda, nem você aguentaria tanto tempo", o rosto ficou vermelho instantaneamente, mas ela forçou o sorriso a permanecer no lugar.

Ele deu risada, tanto com as palavras dela quanto pela expressão em seu rosto. "Você ficaria surpresa com o que eu sou capaz de fazer, Sidekick."

"Eu não duvido", ela conseguiu dizer, envergonhada e em seguida erguendo a sobrancelha pra ele. "Você deveria descansar."

Ele sorriu e olhou para o laptop. "Eu não durmo no dia de uma missão." Ele deu de ombros. "Muito adrenalina."

Ela o observou por um momento e assentiu. "Líder destemido, você tem que rever os detalhes e garantir que tudo corra conforme o planejado." Não era uma pergunta.

Oliver olhou pra ela novamente, mantendo o olhar. "Sim, é isso", ele admitiu baixinho. "Por mais que seja animador, também é um pouco assustador. Não porque eu esteja assustado. Mas…"

"…Porque se alguma acontecer com um deles, você vai se sentir responsável." Ela finalizou.

"Eu seria responsável", ele disse suavemente. "Eu os arrastei pra isso."

"Oliver", ela revirou um pouco os olhos. "Eles estariam fazendo isso com ou sem você", ela sabia, porque os conhecia antes de conhecer Oliver. "O que você está fazendo é oferecer a eles uma estrutura melhor e mais segura. Além do mais, o fato de que vocês contam um com os outros não só deixa tudo mais seguro, mas também é menos solitário pra todos vocês."

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios dele. "E agora temos você pra cuidar da gente, o que nos faz também muito sortudos."

Ela sorriu de volta e assentiu. "E talvez isso ajude nosso líder destemido a relaxar um pouco, porque acredite, se eu ver alguma coisa que possa não funcionar direito, eu vou te avisar."

"Eu não estou relaxado?" Ele sorriu.

"Oh, não jogue esse sorriso charmoso pra cima de mim, Oliver Queen", ela avisou. "Você acabou de admitir que está nervoso."

"O que eu confio que você nunca vai contar a ninguém." Ele piscou pra ela.

"Seu segredo está seguro comigo." Ela o assegurou com um sorriso.

"Eu sei que está." Ele encontrou seus olhos e sorriu.

Chloe sorriu um pouco mais pra ele e assentiu suavemente, relaxando contra o assento.

"Me avise se você estiver com fome ou se quiser beber alguma coisa. O jatinho é bem abastecido."

"Bem, estamos em propriedade privada", ela deu um risinho, brincando. "Você podia me deixar tomar uma bebida aqui."

Oliver sorriu de volta. "Certo. O que você gostaria?"

"Eu estava brincando", ela sorriu e balançou a cabeça. "Mas quero uma coca." Não que ela fosse contra quebrar algumas leis, mas não queria beber quando deveria estar concentrada na missão, talvez no voo de volta, pra comemorar.

Ele sorriu e colocou o laptop de lado, se levantando e indo para o fundo do avião. Ele voltou um momento depois com uma lata de coca e um copo com gelo. "Aqui está, Watchtower."

"Obrigada", ela pegou e colocou os dois numa mesinha em sua frente.

Ele a observou por um momento. "Então, só por curiosidade. O que fez você me ligar no outro dia?" ele perguntou enquanto se recostava no assento.

"Bem", ela refletiu sobre a resposta por um momento. "Descobrimos que Lex estava fazendo experimentos em alguns infectados por meteoro lá em Smallville há algum tempo. De novo." Ela deu de ombros, era o máximo que estava disposta a falar naquele momento, então esperava que ele não fizesse mais perguntas. "E então eu vi o artigo e pensei que talvez pudesse fazer alguma coisa pra ajudar."

"E as pessoas em que ele fez experimentos estão bem?" Havia preocupação em sua voz.

Chloe balançou um pouco a cabeça e ergueu as sobrancelhas, aparentemente, ela ia ter que contar a ele um pouco mais. "Não, alguns deles morreram, mas Tobias Rice? O cara que Clark pediu pra você ajudar?"

"Ele é um infectado por meteoro?" Ele franziu um pouco as sobrancelhas.

Ela assentiu, apertando os lábios. "Sim, aparentemente, quando ele perdeu a visão na chuva de meteoros, ele ganhou a habilidade de ver outros infectados por

meteoro, Lex estava usando ele para rastrear os outros."

Ele fez uma careta a isso. "Eu imagino que não tenha terminado bem."

Ele realmente não fazia ideia do quanto estava certo. Embora, ela pudesse supor que era melhor ter o poder que tinha agora do que descobrir de repente que era capaz de queimar ou congelar alguém até a morte. Chloe respirou fundo, permitindo-se se concentrar em dar a Oliver a informação que ele precisaria. Se ele estava lutando contra Lex também, quanto mais soubesse, melhor. "Não, Lex estava fazendo experimentos neles, apagando suas memórias e colocando dispositivos de GPS neles para que pudesse rastreá-los. Como ratos de laboratório."

Oliver olhou pra ela chocado. "Ele é… um filho da puta." Raiva o atravessou, sua mandíbula travando.

Chloe assentiu, observando-o por um momento. "Sim, isso resume bem." Ela disse com um suspiro.

"Talvez estejamos fazendo tudo errado."

Ela parou, erguendo um pouco as sobrancelhas. "Como assim?"

"O que eu quero dizer é que estamos apenas cortando os braços da monstro ao invés de atacar o próprio monstro." Ele balançou a cabeça, levantando-se.

Respirando fundo ela se endireitou e balançou a cabeça. "Você está ajudando as pessoas que ele captura ao redor do mundo e reunindo informações, você sabe como Lex trabalha, Oliver. Quanto mais soubermos, melhor preparados estaremos, melhores serão nossas chances de estarmos preparados pra isso, mas a verdade é que, agora, não temos evidências sólidas de que ele está por trás de tudo isso e atacá-lo só vai fazer com que ele contra-ataque, e nós dois vimos o que aconteceu da última vez que ele fez isso", ela ergueu a sobrancelha, olhando pra ele preocupada. Eles chegaram muito perto de perder Bart.

"Nós dois sabemos que Lex é quem está por trás de tudo. Ele não está operando de acordo com a lei, Chloe, e nenhum de nós está. Mas eventualmente teremos que fazer uma escolha. Eu não sei, acho que já tivemos. Estamos só hesitando." Ele ficou em silêncio por um momento, então olhou pra ela. "Eu não acho que vai demorar antes que essa hesitação tenha que acabar."

"Claro que vamos, mas-" ela parou, franzindo um pouco a testa quando viu algo nos olhos dele. "Espera, o que exatamente você quer dizer com isso?"

Oliver encontrou seus olhos por um momento e permaneceu em silêncio.

Ela arregalou os olhos e balançou a cabeça. "Oliver…"

"Eu sei. Eu sei, Chloe." Ele expirou lentamente e correu a mão pelo rosto, desviando o olhar.

Enquanto ele se virava, ela se endireitou e se inclinou mais na direção dele. "Existem outras maneiras de resolver isso."

"Como?" ele perguntou baixinho, balançando a cabeça.

Chloe engoliu em seco e desviou o olhar, balançando a cabeça também. "Eu não sei, mas vamos descobrir, todos nós juntos", ela prendeu a respiração. "Podemos nos livrar dele sem você se tornando isso."

Ele se encolheu um pouco. "Eu não sou como o Clark, Chloe." Sua voz era baixa, séria. "Eu não vejo tudo em preto e branco como ele faz. Eu sei o tipo de mal que está lá fora. Lex é um Hitler moderno, mirando em pessoas só porque elas são diferentes. Porque ele tem medo." Ele balançou a cabeça. "Você não pode me dizer que não vê isso."

Ela parou por um momento e balançou a cabeça. "Eu sei, Oliver. Eu sei exatamente do que Lex Luthor é capaz", ela prendeu a respiração e manteve o olhar. "Mas você não tem que fazer isso, tem que haver outro jeito de efetivamente pará-lo", mesmo enquanto falava, ela sabia o quanto queria acreditar em suas próprias palavras, sabia bem lá no fundo que eram verdadeiras, e isso a assustava.

Oliver sentiu o peito apertar com as palavras, porque o olhar no rosto dela lhe mostrava que ela também não acreditava no que estava dizendo. "Você está certa", ele falou baixinho, indo se sentar ao lado dela. "Vamos encontrar outro jeito."

Assentindo, ela apertou os lábios e o observou por um segundo. "Vamos… pensar sobre isso."

Ele encontrou seus olhos novamente e assentiu também. "Pensar antes de agir, huh?"

"Sim", ela tentou sorrir e respirou fundo. "É o melhor jeito de fazer as coisas quando se trata de Lex."

Oliver a estudou por um momento, então estendeu a mão e colocou seu cabelo atrás da orelha sem nem pensar.

Prendendo um pouco a respiração, ela olhou pra ele, só então percebendo o quanto ele estava sentado perto e o quanto ele estava invadindo seu espaço pessoal.

"Desculpe", ele murmurou, esboçando um pequeno sorriso e afastando a mão.

Ela ergueu as sobrancelhas e piscou, balançando a cabeça. "Pelo quê?"

"Eu não queria te deixar desconfortável", ele disse honestamente.

"Você não deixou", ela disse sinceramente.

"Não?" Oliver sorriu pra ela.

"Não", ela sorriu suavemente.

Ele olhou pra ela por um longo momento. "Você tem belos olhos", ele falou baixinho.

Piscando, ela ergueu um pouco as sobrancelhas e sorriu tímida. "Obrigada."

"De nada." Ele sorriu de volta. "Você quer outra coca?"

"Não, obrigada", ela se mexeu um pouco no assento e se recostou.

"Ok." Ele a observou por um momento, então se levantou mais uma vez, voltando ao seu assento e pegado o laptop. "Então, me conte sobre Chloe Sullivan."

Inclinando a cabeça para o lado, ela olhou pra ele, ignorando o leve desapontamento que sentiu quando ele se afastou. Isso não era nem um pouco apropriado uma vez que ele tinha acabado de terminar com sua prima, não importa o quanto ele fosse lindo e cheirasse bem. Piscando, ela balançou a cabeça, percebendo que ele tinha falado com ela e que estava esperando uma resposta. "O que você quer saber?"

Ele deu de ombros e lhe ofereceu um sorriso. "Qualquer coisa que você queria me contar."

"Acho que você sabe o básico, repórter do Planeta Diário, ajudante de super herois", ela sorriu.

"Sim, mas eu quero saber mais que o básico." Ele sorriu de volta pra ela. "Nós realmente não nos conhecemos tão bem. Eu gostaria de mudar isso."

Ela parou por um momento e sorriu, assentindo. "Sim, eu também gostaria", ela já vinha pensando nisso e eles tinham tempo. "Acho que você provavelmente sabe o que Lois te contou e eu posso garantir, a maior parte das histórias foram extremamente exageradas."

Oliver não pôde deixar de dar risada a isso. "Sim, eu acredito em você. Ela realmente trabalha para o Inquisitor", ele brincou.

"Nem me lembre disso", ela suspirou. "É a única coisa que me envergonha em ser parente dela", ela brincou de volta, independente do chefe de sua prima, ela sabia que ela estava tentando uma nova carreira.

Ele sorriu. "Bem, só pra constar, toda história que eu ouvi envolvendo você foi boa. Ela te adora, mas tenho certeza que você já sabia disso." Seu olhar era sério. Se tinha uma coisa que ele invejava, era família.

Chloe olhou pra ele por um momento e assentiu. "Sim, ela é como uma irmã pra mim, nós meio que crescemos juntas e até onde eu sei, ela é a mulher mais espetacular do planeta."

"Eu diria que isso corre na genética da família", ele disse a ela com um pequeno sorriso.

Ela sorriu e balançou um pouco a cabeça. "Eu não vou discordar."

"Ótimo." Ele sorriu pra ela. "Então você e Lois são como irmãs, você se formou na Smallville High… como foi?" Ele ergueu uma sobrancelha, sabendo que Smallville tinha um jeito de ser muito bizarra.

Chloe deu risada e ergueu as sobrancelhas. "Bem, a segunda chuva de meteoros começou durante a cerimônia de formatura, o que considerando o resto de nossa experiência naquela escola, era incrivelmente normal."

"Deve ter sido uma experiência e tanto." Ele franziu a testa.

"Bem, meio que combinou com todas as coisas estranhas que aconteceram durante a época da escola, como quando eu fui possuída pelo espírito de uma louca que queria muito ser a rainha do baile", ela ergueu uma sobrancelha, gostava de contar as histórias e ver a reação das pessoas, era divertido, mesmo quando tinham a mente aberta como Oliver.

Ele piscou algumas vezes, então colocou o laptop de lado, inclinando-se pra frente para olhar pra ela. "Possuída pelo espírito de uma louca que queria ser a rainha do baile?" ele repetiu.

"Sim", ela assentiu. "Lois e a Sra. Kent também. A garota tinha sofrido um acidente de carro e estava em coma, mas ela tinha uma prioridade, aparentemente, e era usar a tiara no palco, durante a formatura e então incendiar a escola."

"Você incendiou a escola?" Ele arregalou os olhos e antes que pudesse evitar, uma risada lhe escapou.

"Quase", ela balançou a cabeça. "Clark chegou a tempo como sempre", ela sorriu com um dar de ombros. "Mas só depois que eu fiz um show e comecei a chorar no palco porque 'Chloe Sullivan não merecia isso, Dawn sim' ", ela revirou os olhos. "Ainda bem que as pessoas em Smallville estão acostumadas com coisas assim."

Ele riu de novo, um pouco mais dessa vez.

Ela sorriu e deu de ombros, revirando os olhos. "Claro que isso provavelmente não teria acontecido se Clark não tivesse decidido me candidatar a rainha do baile pra começo de conversa só porque eu escrevi um artigo dizendo o quanto era ridícula toda essa história de rainha e rei do baile."

"Oh, essa história só melhora." Ele sorriu brilhantemente. "Então o que aconteceu depois?"

"Todo mundo ficou até o fim, o baile foi salvo, as pessoas dançaram, ninguém se feriu, o que é sempre um bônus", ela sorriu pra ele. "E a tiara foi cerimoniosamente queimada no dia seguinte como deveria."

Oliver balançou a cabeça divertindo-se. "Me diz que existem fotos para preservar a ocasião."

"Fotos que ninguém nunca vai ver de novo…" ela ergueu as sobrancelhas e sorriu.

"Nunca diga nunca." Ele sorriu. "Alguns de nós possui excelentes recursos."

"Ok", ela ergueu as sobrancelhas. "Agora me conte uma história embaraçosa sua do período de escola, é justo."

"Eu acho que a sua não conta como embaraçosa já que você estava possuída." Ele deu um risinho.

"Claro que conta, eu fui possuída num palco, na frente da escola inteira", ela pontuou. "Vamos, conta."

Oliver sorriu. "Você sabia que além de frequentar a escola com Lex Luthor, eu frequentei a escola com Bruce Wayne?"

Chloe ergueu as sobrancelhas e inclinou a cabeça para o lado, balançando um pouco. "Não."

"Bem, eu frequentei. E deixa eu te falar, o cara era um imã pra problemas. Mais do que eu." Ele deu um risinho. "Difícil acreditar, certo?"

"Quase impossível", ela sorriu, "e intrigante também, vocês dois são amigos?"

Ele sorriu de volta. "Sim. Não tão próximos como antes, mas ainda conversamos às vezes."

"E em que tipo de aventuras vocês se meteram na escola?" Ela perguntou curiosa.

"As do tipo ilegais", ele admitiu com um risinho.

"Oh", ela se endireitou um pouco na direção dele, sorrindo. "Intrigante, agora conta."

Oliver deu risada, e se inclinou pra frente de novo, descansando as mãos nos joelhos. "Certo. Bem, uma vez nós saímos depois do toque de recolher, que era às dez, e éramos do último ano." Ele sorriu. "Podemos ou não ter roubado cada placa de sinalização do campus e as recolocado em lugares diversos da cidade. E pode ser ou não que estivéssemos bêbados na ocasião."

Ela deu risada e balançou a cabeça. "Eu não acredito que vocês tinham toque de recolher no último ano, eu provavelmente teria me rebelado, vocês não foram pegos?"

Ele fez um som de 'pfft'. "Claro que não. Foi nessa época que comecei minha carreira oficial como um criminoso." Ele sorriu.

"E o que mais além disso?" Ela perguntou curiosa.

Oliver parou. "Mais bebidas. Drogas." Ele olhou pra ela. "O normal."

"Mulheres", ela disse, balançando a cabeça. "Eu não consigo imaginar quantos corações você partiu quando era adolescente", ela sorriu.

"Menos do que você pensa", ele disse com um sorriso.

"Que você saiba", ela ergueu as sobrancelhas, observando-o.

"Não, de verdade. Eram só garotos na escola." Ele deu um risinho.

"Eu sei disso", ela revirou os olhos, sorrindo. "Mas vocês socializavam, certo?"

"Ocasionalmente." Ele deu risada. "Claro que tudo isso acabou depois da formatura."

"E o que aconteceu então?" Ela ergueu as sobrancelhas, sinceramente curiosa. Ela podia ter tido uma vida estranha comparada à maioria das pessoas, mas poucas cresciam como Oliver e ela realmente queria saber mais.

"Bem, eu decidi que a formatura exigia uma comemoração, claro. Então eu saí no iate da família com um dos amigos dos meus pais, o que tomava conta do barco. O nome dele era Hacket." Sua voz ficou um pouco mais baixa. "Aconteceu que ele estava muito feliz em ter o herdeiro Queen no meio do oceano com ninguém mais num raio de muitos quilômetros."

"Oh", Chloe assentiu, arregalando um pouco os olhos. "Eu não sabia que tinha acontecido logo depois da escola." Ela sabia que ele tinha sido declarado morto há alguns anos atrás e sobre ele sendo encontrado um tempo depois.

Ele a observou, viu o sorriso dela desaparecer. "Ei, acabou sendo uma boa coisa", ele disse com um pequeno sorriso.

"Como ficar preso numa ilha por tanto tempo pode ser uma coisa?" Ela perguntou.

"Me forçou a parar com a bebida. As drogas. Me fez perceber que só porque eu tinha dinheiro, não me fazia melhor ou me dava mais segurança que os outros." Ele parou por um momento. "Me ensinou a ter auto-confiança. Era só eu e a ilha por dois longos anos."

"Você estava completamente sozinho?" Ela franziu a testa, inclinando-se um pouco pra frente enquanto o observava.

"Nem uma bola chamada Wilson por companhia." Sua voz era leve. "Até os últimos dias pelo menos."

Ela sorriu e depois franziu a testa. "O que aconteceu?"

Ele prendeu a respiração. "Então… um navio chegou. Eu não sabia porque eu estava morrendo envenenado na época. Havia uma planta naquela ilha que – em contato com a pele humana a pessoa morria em poucas horas. O que eu aprendi da pior maneira. Eu acordei e havia sanguessugas em cima de mim. E uma ruiva me observando."

Chloe franziu mais a testa, endireitando-se. "Quem era ela?"

"O nome dela é Tess Mercer", ele disse. "Ela era bióloga marinha. Ela e uma amiga estavam num barco, estudando algum tipo de coisa aquática quando o navio foi sequestrado. Por traficantes de drogas."

"Oh, eu me lembro disso", ela olhou pra ele. "Uma delas voltou com você, certo?"

"Uma delas", ele murmurou, assentindo levemente. "Tess."

"Então, ela te ajudou?" Chloe perguntou, tentando ler sua expressão. "Com o veneno?"

"Salvou minha vida", ele respondeu. "Eles sabiam quem eu era. Iam me levar como refém e pedir um resgate. Mas eu tinha aprendido um ou dois truques naquela época." Ele parou. "Escapei com ajuda dela e meu primeiro arco e flecha caseiro."

"E é por isso que você usa arco e flecha ao invés de armas comuns? Você já usava na ilha?"

"Bem, mais ou menos." Ele lhe deu um sorriso. "Eu era um pouco fascinado pelo Robin Hood quando era criança. Meu pai me comprou meu primeiro arco bem antes…" Ele parou e deu de ombros. "Eu até fiz algumas aulas quando era menor. Meu professor disse que eu tinha um dom natural. Era uma daquelas coisas que você deixa de lado depois que alguma coisa acontece", ele admitiu. "Mas não tinha comida a disposição na ilha. Eu tinha que encontrar sozinho. E isso requeria caçada."

Chloe sorriu um pouco enquanto o observava, era difícil não fazer isso enquanto o ouvia. "Então você voltou a praticar arco e flecha por necessidade e agora é o que você faz de melhor."

"Basicamente isso", ele disse com um curto aceno de cabeça.

"E o que aconteceu com Tess? Vocês ainda têm contato?" Ela perguntou curiosa.

"Não." Ele olhou para as próprias mãos, uma expressão culpada no rosto. "Ficamos juntos por um tempo. Quase um ano", ele admitiu. "Eu não estava realmente pronto para o tipo de compromisso que ela queria. Ou.. qualquer tipo de compromisso na verdade."

"Oh", Chloe arregalou um pouco os olhos e então assentiu. "Bem, vocês provavelmente passaram por muita coisa juntos."

Ele olhou pra ela. "Eu parti o coração dela", ele falou baixinho.

Ela parou por um momento e apertou os lábios, observando-o. "Eu sinto muito."

Oliver ergueu as sobrancelhas incerto. "Eu te digo que parti o coração de alguém e você diz que sente muito?" Ele inclinou a cabeça para o lado.

"Bem, eu sinto muito que não tenha dado certo", ela explicou. "Posso dizer que você se sente mal por isso."

"Você é um mistério", ele disse com um pequeno sorriso.

A isso, ela parou e balançou um pouco a cabeça, franzindo a testa confusa. "Eu sou?"

Ele assentiu. "Sim, você é. Você é uma massa de contradições."

"Como assim?" Ela não sabia se isso era exatamente uma coisa boa.

"É um elogio, não se preocupe", ele assegurou com um pequeno sorriso. "Por exemplo, você é uma repórter. Muito boa, de fato. E você tem a história de uma vida nas mãos." Ele estendeu a mão, palma pra cima. "Mas você não a utiliza. Você sabe quantos repórteres eu conheço que pulariam em cima da chance de publicar histórias sobre as coisas que você sabe? Todos menos você." Ele balançou a cabeça. "Você é uma em um bilhão."

Chloe parou por um momento e balançou a cabeça, sorrindo timidamente. "Você tem uma identidade secreta, você não mistura as coisas do Arqueiro Verde com as de diretor administrativo, mistura?" Ela perguntou, sorrindo. "O mesmo acontece comigo, quando se trata de um de vocês e Clark, vocês estão completamente fora dos limites do meu trabalho diurno, eu tentei misturar as coisas antes e quase custou minha amizade com Clark em mais de uma ocasião, eu aprendi do jeito mais difícil a manter as coisas separadas."

"Mesmo assim. Ser um diretor administrativo não é a mesma coisa de ser um jornalista. Quer dizer, a base da sua profissão é revelar a verdade. O fato de você não fazer isso, te faz muito especial, Chloe." Ele parou e olhou pra ela atentamente. "E ter uma vida dupla não é nada fácil também."

"Jornalismo sempre foi minha paixão e expôr a verdade sempre foi minha missão", ela admitiu com um sorriso enquanto se recostava. "Mas desde que eu descobri sobre Clark, eu percebi que alguns segredos são guardados por uma razão e eu sei o quanto vocês têm que abrir mão pra fazer o que estão fazendo e eu quero ajudar de algum jeito e se isso significa dar a alguns colegas falsas pistas pra proteger um de vocês, então que seja."

Um sorriso surgiu nos lábios dele. "Como eu disse. Você é muito especial."

Ela sorriu e deu de ombros. "Acho que eu devo tomar isso como um elogio e calar a boca?"

"Você não tem que calar a boca." Ele sorriu. "Mas seria legal se você aceitasse o elogio. Normalmente eu não tenho trabalho pra elogiar alguém. Isso meio que está murchando meu ego."

"Eu sou especialista em fazer isso", ela admitiu baixinho, sorrindo e olhando pra baixo.

"E por quê?" ele perguntou também baixinho.

"Mecanismo de defesa? Não tenho certeza." Ela olhou pra ele. "Não é nada demais."

Oliver a estudou por um momento. "Você foi ferida." Sua voz era suave.

"Todos nós somos", ela pontuou, erguendo uma sobrancelha e apertando os lábios.

Ele assentiu um pouco. "Acho que sim", ele murmurou.

Chloe olhou pra ele por um longo momento e então respirou fundo, sorrindo e dando de ombros antes de voltar a olhar pela janela.

Oliver a observou enquanto ela olhava pela janela, seu peito apertando um pouco. Por alguma razão ele tinha a sensação de que desvendar os mistérios de Chloe Sullivan ia demorar um longo tempo. Um sorriso surgiu em seus lábios. Ainda bem que ele gostava de um desafio.

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4/19

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