Mirror Image (5/9)

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Título: Imagem Espelhada
Resumo: Quando Oliver Queen descobre que Lionel e Clark Luthor planejam matá-lo, ele escapa para um universo paralelo por meio de uma caixa espelhada kriptoniana herdada de seus pais, onde encontra um vigilante combatente do crime que é uma versão de si mesmo, junto com a mulher que ele ama. E enquanto a outra versão de si mesmo lhe mostra o que é ser um super heroi, Chloe pode ter a chance de descobrir se dois Olivers são melhores que um.

Autora: fickery

Classificação: NC-17

Personagens/Pares: Oliver/Chloe, Oliver/Chloe/AU Oliver (Universo Luthor/Kent); menções de Lois/Clark, AU Oliver/AU Lois, Tess Luthor, Tess Mercer, Lois, Liga da Justiça

Categoria: AU (Universo Alternativo), drama, angst, romance, smut

Avisos: Spoilers até Collateral, mas eu tomei a liberdade de mudar o resto da história e a cronologia. Também: não estou brincando sobre os pares. Tentei escrever com a maior sensibilidade possível, e de jeito nenhum Chloe e Oliver não se amam ou não vão ficar juntos, mas se a ideia de sexo a três te incomoda, por favor não leia.

Anteriores: Um -Dois - Três - Quatro



O time estava reunido, todo mundo em suas roupas civis, quando os três chegaram à Watchtower. "Qual é o assunto, pessoal? Qual é o grande mistério?" AC perguntou.

"Trouxemos alguém pra vocês conhecerem", Chloe disse. "Clark é o único que o encontrou antes. Bem, e Tess, mas ela não sabia." Surpresa, Tess olhou de seu monitor. "Senhoras e senhores, conheçam Oliver Queen. O outro Oliver Queen, do mundo alternativo para onde Clark foi e de onde Clark Luthor veio usando a caixa espelhada."

Oliver entrou pelas portas duplas, um pouco embaraçado em fazer uma grande entrada.

Quase todos visivelmente reagiram. "Puta merda", Bart disse, boquiaberto.

Oliver foi até Clark apertar sua mão, tentando ignorar a reação que tinha causado, tentando não reagir ao fato de que Lois estava ao seu lado, olhando pra ele maravilhada como todo mundo. "Clark. Bom vê-lo novamente, sob... bem, circunstâncias um pouco melhores."

"Você também." Clark apertou sua mão educadamente antes de dar um olhar questionador a Chloe e Ollie.

Oliver olhou para Tess. "Desculpe por antes. Eu não sabia se podia confiar em você."

"Você tem olhos azuis", ela disse. "Como diabos eu deixei isso passar?"

"Bem, você disse que eu estava estranho", ele a relembrou.

Ela balançou a cabeça. "Eu só... isso nem me ocorreu, depois que você passou pelos escâners. Eu nem sabia que você podia fazer isso, embora faça sentido. Eu não tenho nenhuma desculpa pra não ter percebido a cor. Que bela Watchtower."

"Ninguém culpa você, Tess", Chloe disse. "Ele passou pelos escâners, ele parece e soa igual a Oliie, você provavelmente prestou mais atenção aos monitores... por que acharia que tinha algo errado?"

"Obrigada", ela murmurou, claramente não convencida.

"Só pra vocês saberem, e pra evitar confusão, estamos chamando ele de Oliver e chamando nosso Oliver de Ollie", Chloe disse a todos. "Nós realmente queríamos que ele viesse e conhecesse todo mundo porque ele tem uma grande tarefa a cumprir, e ele precisa de toda ajuda que pudermos dar a ele. Oliver, você quer explicar?"

Oliver explicou porque ele estava ali e o que estava planejando fazer quando voltasse. Clark e Tess pareciam enojados com as atividades dos Luthors. "Então qualquer dica que vocês possam me dar sobre como encontrar e recrutar seus correspondentes seria ótimo, e qualquer conselho que possam me dar sobre como lidar com nossa família também seria de grande ajuda", ele finalizou.

A discussão que se seguiu era alta e animada. Chloe encontrou os olhos de Tess. "Parece que teremos que ficar aqui por um tempo. Talvez devêssemos..."

"Tem uma grande quantidade de café e frutas e pasteis chegando a qualquer minuto", Tess disse, obviamente ainda chocada por seu lapso. Chloe sorriu pra ela, e ela sorriu de volta relutante. "Você sabe como Bart reclama durante as reuniões da equipe quando não tem comida." Chloe deu risada.

Como sempre, todo mundo finalmente se dividiu em pequenos grupos de discussão. Ollie não se incomodou em tentar reuní-los, porque Oliver não conseguiria ouvir tantas vozes de uma vez. Ele simplesmente garantiu que o outro homem andasse pelos grupos e tivesse a chance de se entrosar, conhecer e interagir com cada um individualmente e ouvi-los falar.

"Eles são sempre assim?" Oliver sussurrou a Ollie em um momento.

"Você quer dizer barulhentos, cheios de opinião, desorganizados e mais difíceis de juntar do que uma sala cheia de gatos? Sim, com certeza. Pensando duas vezes sobre liderar uma equipe como esta?"

Oliver zombou. "Eu não faço nada além de pensar duas vezes desde que cheguei aqui. E pensar uma terceira vez, uma quarta e uma quinta."

"Coletivamente e algumas vezes individualmente, eles podem ser uma chatice. Mas são boas pessoas, e estão aqui pelas razões certas. Eu literalmente confio minha vida a eles, e mais importante que isso, a de Chloe, e eu tenho todos eles como amigos. Você vai querer pessoas assim para te darem cobertura."

"Eu entendo", ele disse, olhando ao redor para os pequenos grupos conversando animadamente e discutindo uns com os outros.

Ele podia ver que Carter e J'onn por serem membros mais velhos contribuíam com o grupo com experiência e sabedoria. Clark, AC e Victor eram mais ou menos contemporâneos de Oliver, somavam mas questionavam a liderança quando necessário. Bart e Dinah eram mais como soldados, o que não significava que não tinham opiniões e que não as expressassem em voz alta como todo mundo. Courtney também estava nesse grupo, ainda tentando entender suas habilidades e seu lugar na equipe. Emil e Tess estavam do outro lado, falando baixinho um com o outro, prontos para oferecer suporte e informação quando necessário. E Lois estava ativamente envolvida na discussão, mas seu papel parecia ser mais o de uma líder de torcida, falando a verdade sem pensar e sendo uma ligação com o mundo real quando o resto da equipe tinha algum problema com seus atos heroicos.

Aqui estava novamente: aquela vibração, aquela sensação de propósito e otimismo. Essas pessoas tratavam tudo isso como se fossem seus empregos, mesmo que não tivessem sido contratadas pra fazer isso. Oh claro, Ollie os pagava, mas era apenas por logística e conveniência, não para comprar sua lealdade. Eles não eram mercenários; o dinheiro era apenas um bônus por suas habilidades e recursos tornado suas a responsabilidade de salvar o mundo dele mesmo.

Oliver imaginou se ele seria realmente capaz de encontrar seus correspondentes em seu mundo, e convencê-los a se juntarem a ele. Deus, espero que sim. Saber que teria um time para apoiá-lo faria toda diferença.

Ele sentiu uma mão em seu braço e se virou para encontrar Lois parada ao seu lado. "Acho que você sabe quem eu sou", ela disse, sorrindo. "Eu não tenho nenhum superpoder, por falar nisso, a não ser que você considere ser bisbilhoteira ou persuasiva um superpoder. Eu sou mais um membro honorário da Liga, por causa de Clark e Chloe. Eu ouvi que minha versão alternativa foi um pouco abominável com você, e mesmo sabendo que foi ela e não eu, eu só queria dizer que sinto muito."

Ele não pôde deixar de ficar encantado. Ele vinha observando-a desde que chegou, observando-a interagir com os outros. Ela era mais falante que sua Lois e parecia ter uma energia mais nervosa, mas ela menos fechada, e mais amigável. Ele gostou dela imediatamente.

"Ela não foi abominável. Ela só terminou comigo, pela mesma razão que você terminou com Ollie: não éramos certos um para o outro, e ela foi esperta o suficiente pra ver isso antes de mim."

O rosto dela relaxou e ela suspirou aliviada. "Oh. Bem, isso é bom." Ela passou um braço ao redor do dele. "Então, como eu sou lá? Continuo uma repórter de sucesso?"

*_*_*_*

O resto do dia se passou conforme Ollie prometera: arco-e-flecha, artes marciais, algumas horas de escalada e uma introdução a acrobacias e habilidades com cabos. Quando a noite chegou Oliver estava ainda mais dolorido que no dia anterior, mas de um jeito bom; ele sentia que estava melhorando. Estava fazendo uso liberal do ibuprofeno, no entanto. E banhos quentes e duchas.

"Amanhã vamos fazer corrida, ioga e artes marciais, então você pode descansar à tarde, porque depois que escurecer vamos sair e fazer algumas patrulhas e um pouco de parkour e treinamento com cabos, e vamos aumentar um pouco o nível de dificuldade do arco-e-flecha", Ollie o informou.

Ele sorriu cansado. Instrutores do exército não deviam em nada a Ollie. "Mal posso esperar", ele disse animado, e se arrastou até a cama.

*_*_*_*

Na manhã seguinte Chloe estava andando de um lado para o outro como uma abelha trabalhando. Uma longa lista de coisas pra fazer, dois grandes copos de café, e estava no que Ollie chamava de modo impulsivo, ou, como ele costumava dizer, no modo Papa-léguas. Algumas vezes ele até fazia pequenos 'meep-meep' pra ela. Graças a seu olhar vigilante e reflexos rápidos ele normalmente conseguia evitar colisões. Oliver não estava tão acostumado ou com tanta sorte, e ela trombou com ele a caminho da cozinha.

"Whoa!" Ele segurou os braços dela. "Onde é o incêndio, Watchtower?"

Ele estava sorrindo pra ela com o mesmo olhar 'deus-você-é-adorável' que Ollie lhe dava algumas vezes. "Oh, desculpe", ela disse. "Eu provavelmente destruí algum grupo muscular, não é?"

"O que poderia ser um problema, se você pesasse mais do que, digamos, um grande filhote", ele disse, dando risada. "Eu só quero ter certeza que você está bem."

"Eu estou bem", ela resfolegou, envergonhada e preocupada ao descobrir que estava tendo as mesmas reações físicas que teria ao estar tão perto de Ollie, tendo-o a segurando e sorrindo deste jeito. Acorda, garota. "Desculpe. Ollie sabe que tem que sair do caminho quando eu estou assim. Que bom que você não foi a primeira baixa."

"Sem problema", ele disse, soltando-a. Ele parecia relutante em soltá-la, e então ela se perguntou se estava imaginando coisas. "Eu vou tentar ficar fora do caminho de agora em diante."

Depois do café, os rapazes voltaram ao treinamento enquanto ela tentava se concentrar em sua lista de coisas pra fazer. Algumas vezes ela foi sorrateiramente assistir ao treino por alguns minutos, então silenciosamente saía novamente.

Ela teve muito tempo pra si mesma naquele dia, o dia todo, e muito tempo pra pensar. Enquanto checava os ítens um a um, no fundo de sua mente ela estava refletindo sobre tudo. Ponderando.

*_*_*_*

Ollie a acordou tarde naquela noite quando deslizou ao lado dela, fresco do banho. "Ei", ela disse sonolenta.

Ele se aconchegou nela, inclinando-se para beijá-la. "Ei."

"Como foi lá fora?"

"Bem, o arco-e-flecha é promissor. Ele está melhor como eu imaginei. Ele está aprendendo parkour rápido; os cabos ainda são um pouco difíceis, embora a experiência com escalada ajude. Fora isso, ele está onde eu imaginava que ele estaria a essa altura conforme o histórico dele, e ele aprende rápido. Ele ainda tem muito com o que se machucar, mas você sabe, esse é o processo. É como se aprende." Ele bocejou, e deixou os olhos se fecharem.

Alguns minutos depois, ele abriu os olhos e a viu deitada de lado, olhando pra ele, sua cabeça sobre a mão. "Pensando no quê?"

Ela ficou em silêncio por um longo momento, mordendo o lábio, e finalmente disse hesitante. "Eu quero te perguntar uma coisa. Mas não quero que você fique chateado."

Bem, isso não soa nada bem. "Fala."

"Você sabe que eu te amo, certo? Mais do que tudo."

Sim, isso realmente não soa nada bem. "Eu sei. Eu também te amo."

"E eu nunca me senti atraída fisicamente por nenhum outro homem, nunca, do jeito que me sinto por você, minha vida inteira."

"Ok", ele disse lentamente.

Ela respirou fundo. "Eu estava assistindo você e Oliver lutando boxe, e treinando nos últimos dois dias, e pra ser honesta é meio... excitante. E é de certo modo uma sorte, você não acha? Ele estar aqui por um tempo limitado. E podemos nunca mais vê-lo depois disso."

Ele ficou imóvel por um momento. Espera, o quê? O que ela estava... oh, DIABOS, não. Ele se virou de frente pra ela. "Isso está indo onde eu acho que está indo?" Ela não respondeu imediatamente, então ele esclareceu, incrédulo. "Você quer transar com ele?" Sua voz um oitavo mais alta.

"NÃO", ela protestou. "Quer dizer - não só com ele." Ela olhou pra baixo, e depois pra ele. "Eu... eu não consigo parar de pensar como seria estar com vocês dois. Ao mesmo tempo. Porque literalmente a única coisa que eu consigo pensar que pode ser melhor que VOCÊ é... dois de você." Ele ainda estava olhando pra ela, mudo. Ela engoliu em seco e continuou. "Eu nunca faço muitos... pedidos sexuais estranhos a você. Eu não preciso", ela se apressou em acrescentar. "Porque eu estou feliz com você, e estou mais do que satisfeita com nossa vida sexual. Mas... eu admito que estou curiosa sobre isso, e - se você não está bem com isso, eu entendo completamente, mas você costumava ser bem... aventuroso e aberto em suas... experiências, pelo que eu sei, eu acho que, você sabe, pode ser meio que a única chance na vida; por que não ao menos te perguntar?"

Ela finalmente olhou pra baixo e apertou os lábios, esperando pela reação dele. Os dois estavam sentados agora, virados na direção um do outro. Ela estava nervosa, e aparentemente girando os lençois nas mãos. Ele observou, hipnotizado por um minuto e então colocou a mão sobre a dela, gentilmente a aquietando.

"Então... só pra que eu te entenda corretamente... você está dizendo que a única razão pra você ter pensado nisso é porque ele é parecido comigo?"

"E ele soa igual a você, e se move do mesmo jeito, e tem os mesmos trejeitos que você", ela disse. "Eu jamais, em um milhão de anos, perguntaria se você se importaria que Vic ou AC viesse pra nossa cama. Não é como se eu quisesse fazer isso com algum outro cara; é só que eu tenho esta... única oportunidade de estar com dois Olivers, especificamente." Ela deu de ombros. "Você me perguntou se nossas posições fossem o contrário. Bem, e se fossem? E se houvesse duas de mim ao invés de dois de você? Você vai me dizer que a ideia não passaria pela sua cabeça? Que você não imaginaria, talvez fantasiasse um pouco, sobre ter nós duas ao mesmo tempo?"

Um sorriso relutante surgiu no canto de sua boca. "Tenho certeza que duas de você me matariam", ele disse. "Eu mal posso aguentar uma de você. Obviamente."

"Ei." Chloe tocou sua mandíbula, virando seu rosto de volta pra ela. "Isso não é sobre você não me satisfazer. Nosso sexo é maravilhoso. Você sabe que explode minha mente e causa um curto-circuito em cada célula nervosa do meu corpo regularmente. Isso é sobre... um desvio bizarro da realidade oferecendo a chance de viver uma fantasia impossível, só desta vez."

Ele ficou quieto por um longo momento. "Acho que eu consigo entender. Então - o que ele pensa disso? Ele está a fim?"

"Eu não sei", ela disse, surpresa. "Eu jamais falaria com ele sobre isso a não ser que você diga que está tudo bem pra você."

Ele correu a mão pelo cabelo. "Bem, não quero estragar a festa aqui, mas além do óbvio - que ele está sem namorada há um tempo e que você é linda - o que te faz pensar que ele concordaria em fazer isso?"

Ela pensou sobre a inconfundível ereção que ela sentiu quando estava sentada no colo dele o beijando, sobre a iniciativa dele naquele beijo, e o olhar que ele tinha lhe dado na cozinha esta manhã, mas não mencionou nenhum deles. "Eu não sei. Não até perguntar a ele."

Ele suspirou. "Chloe, isso é uma grande coisa pra despejar na minha cabeça a essa hora da noite. Eu posso dormir e te dou uma resposta amanhã?"

"Claro", ela disse, sentindo-se culpada sobre o fato de que custaria o sono dele. Ele estava trabalhando duro essa semana treinando Oliver e ainda tentando cuidar da Liga e dos negócios da QI e precisava de muito descanso. "E se a resposta for não, está tudo bem."

Ele assentiu e se deitou, abrindo o braço pra ela. Ela deslizou no espaço que ele lhe providenciou e deitou o rosto em seu peito enquanto ele a puxava contra ele. Ela ouvia sua respiração, podia sentir a tensão em seus músculos, e sabia que ele ainda não tinha dormido quando ela finalmente adormeceu.

*_*_*_*

Ele observou Oliver atentamente enquanto treinavam de manhã. Estava satisfeito em ver que embora ele precisasse de correção e ajustes na ioga, estava bem melhor em seu posicionamento. Ollie tinha aumentado sua corrida de aquecimento, o que não pareceu perturbar Oliver. Em poucos dias ele poderia aumentar ainda mais. E o boxe e as artes marciais também estavam melhorando; seus reflexos estavam melhores, ele estava antecipando mais os movimentos de Ollie e os contra atacando, estava mais rápido.

Observando-o, Ollie não podia negar o quanto eram parecidos em suas reações e trejeitos. Ele reconhecia o risinho, o sorriso rápido, o dar de ombros, a inclinação de cabeça auto-depreciativa, o erguer de sobrancelhas. Sua voz soava a mesma; ele tinha o mesmo senso de humor sarcástico. O cara era muito parecido com ele; não era de se estranhar que Chloe sentisse uma atração por ele também.

Não era como se ela quisesse traí-lo, quisesse estar com um cara diferente. Ela queria mais dele. Isso era meio lisonjeiro, não era? Como se ela tivesse a oportunidade de ter mais Oliver Queen e ela queria aproveitar.

E embora ele e Chloe ainda estivessem em contato com o escritório e a Liga, os três estavam passando muito tempo juntos nestes últimos cinco dias. Eles já tinham estabelecido uma peculiar intimidade, criando uma pequena bolha onde trabalhavam juntos, desligando o mundo exterior.

Chloe também não estava errada sobre suas experiências sexuais anteriores. E sexo a três não era nada muito fora de seu território. A diferença era, ele nunca esteve apaixonado por nenhuma daquelas mulheres.

Havia uma grande diferença.

Honestamente, ele sabia que sua relutância vinha junto com uma coisa: ele não queria os lábios de outro homem, ou mãos, ou outro equipamento em nenhum lugar perto de sua mulher, não importa o quanto se parecesse com ele. Simples assim, e isso era primitivo.

Mas ele estaria disposto a deixar isso de lado por alguns dias, por Chloe?

*_*_*_*

Ele a encontrou no escritório cuidando das finanças da Liga enquanto Oliver estava na cozinha fazendo café, uma tarefa que ele tinha assumido depois daquela primeira manhã.

Ele fechou a porta e rolou a cadeira até ela, pegando sua mão enquanto se sentava. "Eu pensei bastante, e estou disposto a fazer isso por você. Se ele estiver disposto. E eu tenho algumas condições que não são negociáveis."

Ela olhou dentro dos olhos dele. "Você tem certeza?" ela perguntou baixinho.

"Tenho."

*_*_*_*

Os homens normalmente faziam uma pausa de uma hora mais ou menos depois do café, para fazer a digestão antes de voltar aos treinos. Ollie foi para o escritório e Chloe, que havia estado muito nervosa durante o café que mal conseguia comer, pegou a mão de Oliver. "Eu preciso falar com você por um minuto." Ela o conduziu pelo corredor até um dos quartos de hóspedes vazios e fechou a porta.

Se atrapalhando um pouco com as palavras, ela explicou sua proposta. Depois de fazer a pergunta, a expressão dele ficou vazia igual a de Ollie na noite anterior. "Você está brincando", ele disse, procurando em seu rosto algum sinal de que ela ia explodir numa risada e admitir que Ollie a tinha feito fazer isso.

Ela balançou a cabeça. "Não estou."

"Chloe, isso é... uma loucura. O que - o que Ollie pensa disso?"

"Ele está disposto a fazer, por mim, se estiver tudo bem pra você", ela disse. "Mas você é um convidado em nossa casa, e Ollie está tentando treinar você pra algo muito importante, e eu não ia querer comprometer isso ou fazer com que você se sinta obrigado ou pressionado a dizer sim, ou te deixar desconfortável. A decisão é totalmente sua."

"Bem, quer dizer, claro que eu gosto de você, e você é bonita, e sensual, sem falar que você beija muito bem, mas..." Ele balançou a cabeça. "Não é que eu não acredite em você, mas eu preciso que Ollie olhe dentro dos meus olhos e me diga que não tem nenhum problema com isso, de homem pra homem, antes de..."

"Tudo bem. Eu entendo completamente."

*_*_*_*

Desta vez foi Oliver quem fechou a porta do escritório e se sentou numa cadeira adjacente, onde ele olhou para Ollie com uma expressão de certo pânico no rosto. Ollie se recostou na cadeira. "E então?"

"Eu... eu nunca... ela já te pediu alguma coisa assim antes?"

"Nunca", Ollie respondeu sem rodeios.

"E você está... você está bem com isso?"

Ollie inclinou a cabeça para o lado. "Com alguns pré combinados, eu posso estar, sim."

Oliver olhou pra ele incrédulo por um momento, então, suspirando, ele se inclinou pra frente e colocou a cabeça nas mãos. Ollie ficou surpreso novamente pela similaridade de seus gestos.

Erguendo a cabeça, Oliver disse. "Olha. Isso pode não ser da minha conta, mas a este ponto eu meio que sinto como se precisasse perguntar. Você, e Chloe, até mesmo Tess, no primeiro dia que a encontrei, todos fizeram referência ao desaparecimento de Chloe, a ela ter sumido por um longo tempo, e que ela acabou de voltar. Pra onde diabos ela foi, e por quê? Vocês terminaram por um tempo ou alguma coisa assim? E por quanto tempo ela ficou fora?"

Ollie ficou um pouco surpreso com a pergunta. "Ah, sim. Acho que não te contamos sobre isso."

Ele lhe deu uma versão resumida da invasão kandoriana, seu sequestro pelo Esquadrão Suicida, e a troca de Chloe. Mesmo a versão mais curta demorou um tempo. Enquanto ele falava, Oliver ouvia, olhos arregalados. Ocasionalmente ele parecia ter que se lembrar de fechar a boca. Talvez tivesse lhe ocorrendo que, por pior que Clark Luthor fosse, pelo menos ele teve a sorte de não ter que lidar com Zod e os kandorianos.

"Então", ele disse, tentando recapitular. "Ela colocou o capacete, sabendo que podia ficar louca, e ficou inconsciente; quando acordou, ela apagou a identidade dela completamente, se ofereceu pra trocar de lugar aos seus torturadores, fingiu a própria morte e escapou, e voltou para chantagear o Esquadrão Suicida?"

"E então resgatou toda a Liga dos agentes secretos do governo", Ollie acrescentou. Oliver ainda estava olhando pra ele, boquiaberto.

"Puta merda." Ele mordeu o lábio. "Eu não... sei como te perguntar isso sem soar como um idiota."

Oliver deu uma curta risada. "Pode perguntar."

"Como - você lida com o fato da mulher que você amava trocar a vida dela pela sua? Como você se recuperou disso?"

"Sim. Eu lutei com isso o tempo todo em que ela esteve longe. Pra ser honesto, eu não tenho certeza se algum dia isso vai deixar meu cérebro", Ollie confessou. Ele hesitou. "Essa nem foi a primeira vez que ela me salvou."

Ele contou sobre Roulette, sobre o plano elaborado de Chloe para trazê-lo de volta ao time, de volta a si mesmo. "Eu estava correndo riscos estúpidos, vivendo por meio de uma garrafa de uísque, jogando e transando com qualquer uma..." Ele olhou para Oliver. "Sim, desculpe. Minha vida é tão bagunçada quanto a de qualquer pessoa em seu universo. Habilidades e experiência eu tenho, e estou feliz em ensiná-las a você, só não olhe pra mim como um modelo de comportamento."

Oliver balançou um pouco a cabeça. "Desculpe, eu sei que estou aqui olhando, mas... ela fez tudo isso? Só pra colocar sua cabeça no lugar?"

"Ela fez. E nem estávamos juntos ainda", Oliver disse. "Embora tenha sido um pouco depois disso que eu tenha começado... não, não foi bem assim. Foi depois disso que eu tomei conhecimento que tinha sentimentos por ela." Olhos castanhos encontraram os azuis. "Ela é uma mulher maravilhosa. Talvez agora você entenda porque estou disposto a fazer quase tudo pra fazê-la feliz."

Oliver assentiu. "Estou começando a achar que se vou fazer isso, vou precisar da minha própria versão de Chloe Sullivan."

Eles saíram do escritório. Chloe estava sentada na mesa, trabalhando em seu laptop. "Parece que você vai ter sua pequena aventura, meu amor", Ollie se inclinou e murmurou em seu ouvido. "É melhor garantir bastante vinho no jantar."

Ela ficou vermelha, estranhamente auto-consciente em discutir isso na frente dos dois. Acho melhor eu superar a vergonha logo, ela pensou.

Ollie gesticulou para Oliver. "Vamos. Temos que aumentar algumas horas do seu treino hoje, já que você não vai trabalhar esta noite."


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6/9

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