Better Late Than... (9/15)

Título: Antes Tarde Do Que...
Resumo: Sequência de A Fine Line. Chloe e Oliver tentam seguir em frente.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Anteriores: Um - Dois - Três - Quatro - Cinco - Seis - Sete - Oito




O artigo de Lois foi publicado algumas semanas depois e desde então Chloe vinha se esforçando para se esconder. Havia repórteres do lado de fora da Torre do Relógio dia e noite e seu telefone tocava tanto que ela finalmente o desconectou e pegou um novo número. O fato de seu número estar na lista de contatos de todos do Planeta não ajudava, mesmo não tendo aparecido lá há semanas, não importava. Todo mundo sabia o porquê agora e queria fazer perguntas e serem eles a escrever a história seguinte.

Mas Chloe não estava preocupada com a imprensa. Havia algo maior acontecendo e ela não tinha como confirmar ou negar.

Sua menstruação estava atrasada duas semanas e ela não tinha percebido até o dia anterior e se trancou no quarto desde então. Não havia tido nada que se pudesse classificar como enjoo matinal mas se encaixava em alguns dos outros sintomas. Sentia-se cansada o tempo todo e vinha comendo mais que o normal.

Sabia que Oliver estava preocupado e não ficaria surpresa se ele estivesse parado na porta de seu quarto desde o dia anterior. Mas ela não queria contar pra ninguém, especialmente pra ele. O problema era que ela não tinha como sair pra comprar um teste de gravidez, sem que metade dos repórteres de Metrópolis a seguisse, ela só tinha uma opção: Lois.

E então ela tinha mandado uma mensagem a sua prima mais cedo e pedido que ela pegasse alguns e viesse vê-la depois do trabalho. Agora só tinha que esperar e fazer o possível para evitar Oliver.

Tinha que deixá-lo de fora.

Literalmente.

Ele se sentou no corredor, a cabeça apoiada contra a parede, o olhar vazio para a parede oposta. Tinha desistido de bater porque ela tinha simplesmente ficado em silêncio. Parte dele desejava que ela só estivesse dormindo, mas a outra parte sabia bem. Alguma coisa a tinha chateado ao ponto de ela não querer ver ninguém, e isso incluía ele também.

Ela não tinha conseguido dormir o dia inteiro. Chloe tinha se dividido entre andar de um lado para o outro, sentar na cama e tentar pensar que diabos ia fazer se estivesse grávida. Agora que o artigo tinha saído, todo mundo saberia quem era o pai e de que tipo de relacionamento a criança era fruto.

"Chloe." Sua voz era baixa, mas alta o suficiente pra que ela pudesse ouvi-lo.

Chloe paralisou e olhou para a porta, fungando baixinho e passando os braços ao redor do corpo, mas sem dizer nada.

Ele fechou os olhos por um momento e permaneceu sentado onde estava. "Eu não sei o que está passando pela sua cabeça agora", ele disse tão baixinho quanto antes. "Mas seja lá o que for, você não tem que lidar sozinha. Eu estou aqui, Chloe. E não vou a lugar nenhum."

Ela enxugou o rosto e respirou fundo, então foi em direção a porta. Queria conversar com ele, mas tinha medo do que ele fosse dizer ou pensar. Embora conhecesse Oliver e ele não tenha sido nada menos do que maravilhoso pra ela, isso era muito maior do que ela e ele.

Ele escutou os passos se aproximando, mas não se levantou, incerto se ela ia abrir a porta ou apenas se aproximar. "Eu estava pensando... talvez pudéssemos fazer uma viagem em breve. Só sair do Kansas por um tempo. Ir para um lugar tranquilo, longe da cidade e tudo."

Apertando os lábios, ela caminhou até a porta mas não abriu. Ela se sentou no chão e apoiou as costas nela, puxando os joelhos até o peito. Ficar um tempo longe seria bom. Especialmente ir para um lugar sem pessoas.

"Talvez Havaí. Algum lugar quente. Com uma praia." Um sorriso puxou seus lábios. "Irônico, huh? Eu querendo ir para uma praia?"

Suspirando suavemente, Chloe sorriu a isso. Considerando que ele ficou preso numa ilha por um longo tempo, era um pouco irônico. E ela sabia que ele ia fazer isso pra tentar alcançá-la e ela queria estender a mão por baixo da porta e tocar a dele, mas sabia que era estupidez. Ela deveria abrir a porta e deixá-lo entrar. N Não tinha que contar a ele, podia apenas aproveitar sua companhia até que Lois chegasse.

E então ela se levantou e abriu a porta cuidadosamente, seus olhos vermelhos e inchados do tanto que chorou nas últimas vinte e quatro horas.

Oliver olhou pra cima quando a porta abriu. Ele se levantou devagar e lhe deu um pequeno sorriso. "Eu te ganhei com o Havaí?"

Chloe tentou um sorriso mas não disse nada, apenas olhou pra ele. Ela imaginou como ele iria reagir, o que ele diria.

Ele estendeu a mão pra ela sem falar nada.

Ela olhou para a mão dele por um segundo e a pegou, apertando gentilmente.

Ele apertou a dela de volta. "Quer vir se sentar no sofá?"

Depois de refletir por um segundo, ela assentiu e se aproximou dele.

Oliver deu um pequeno sorriso e a conduziu pelo corredor até a sala da Torre do Relógio, sentando-se no sofá e observando enquanto ela fazia o mesmo.

Ela se sentou ao lado dele, sua mão ainda na dele e olhou para o relógio. Lois não demoraria muito, pelo menos era o que Chloe esperava. "Eles ainda estão lá embaixo?" Ela perguntou tão baixinho que mal ouviu a si mesma.

Ele suspirou suavemente. "Os abutres? Sim. Ainda estão lá embaixo."

"Eu deveria ficar ofendida com isso..." ela falou baixinho, virando-se para olhar pra ele.

"Sim, mas você não está." Ele lhe deu um sorriso.

Suspirando suavemente, ela deitou a cabeça no ombro dele e deu de ombros levemente. Não tinha certeza se estava alguma outra coisa além de feliz que ele não estivesse fazendo perguntas.

Ele descansou a cabeça contra a dela. "Você sabe que isso não inclui você ou Lois." Sua voz era gentil.

Chloe assentiu, cobrindo a mão dele com a sua e apertando gentilmente. Alguns meses atrás, ela jamais teria imaginado que Oliver pudesse ser tão gentil e cuidadoso. Era uma bela surpresa.

Oliver ficou sentado em silêncio com ela por alguns momentos e quanto ouviu a multidão ficar mais alta, ergueu uma sobrancelha. "Acho que isso significa que Lois chegou."

Ela se sentou, prendendo a respiração. Desejava que sim. Ela tinha que saber.

"...conseguir uma ordem judicial!" Lois gritou pra eles enquanto abria o portão. "Ei. Cheguei. Desculpe pela demora." Ela olhou para Chloe, seus olhos cheios de preocupação. "O tráfego do centro é uma droga e a multidão lá embaixo, bem. Ollie, você deveria realmente fazer alguma coisa em relação a isso."

Chloe se levantou rapidamente e assentiu, olhando para sua prima. "Você conseguiu?"

"Quatro diferentes. Por segurança." Ela ergueu a sacola.

"Obrigada", Chloe disse, pegando a sacola e desaparecendo pelo corredor.

Oliver piscou algumas vezes e olhou para Lois. "Você pode me dizer o que está acontecendo?" ele perguntou incerto.

Lois olhou preocupada na direção de onde sua prima tinha ido e então suspirou, olhando para Oliver. "Ela me pediu pra trazer testes de gravidez."

Ele arregalou um pouco os olhos e sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. "Oh."

E era por isso que Lois tinha decidido contar a Oliver primeiro. Porque se Chloe estivesse, era melhor ele ter uma reação melhor que aquela. "Sim, acho que temos que esperar de três a cinco minutos."

Ele prendeu a respiração e expirou lentamente, já se recompondo e voltando a ter uma expressão calma. "Acho que sim."

Lois o observou por um segundo e assentiu. "Bem melhor", ela disse sobre a expressão no rosto dele e então começou a andar de um lado para o outro.

Ele a observou por alguns segundos e então ergueu uma sobrancelha. "Hora de você se acalmar."

"Eu não vou conseguir enganá-la mesmo", Lois disse com um dar de ombros, cruzando os braços sobre o peito.

Ele não respondeu, simplesmente olhou para o chão, as mãos descansando nos joelhos.

Lois conseguiu ficar na sala por quase dois minutos inteiros antes de anunciar. "Eu vou atrás dela."

"Lois. Apenas... dê um pouco de tempo a ela." Sua voz era baixa.

Ela franziu a testa e olhou para Oliver. "Ela pode estar precisando de ajuda com alguma coisa."

Oliver olhou pra ela ceticamente. "Não acho que ela precisa de ajuda pra fazer xixi num palito."

"É melhor ela já ter feito essa parte, não aguento mais esperar."

"Sim, bem. Imagine como ela se sente."

Lois olhou feio pra ele e então suspirou. Maldição esse homem e sua lógica.

Ele não reagiu ao olhar feio, apenas deu de ombros.

Depois do que pareceram horas, Lois ouviu a porta do quarto de hóspedes abrir e olhou pra cima vendo sua prima vindo pelo corredor, seu coração batendo forte, mas não queria perguntar nada e era um enorme esforço ficar com a boca fechada.

Oliver se levantou, olhando para Chloe com incerteza em seus olhos.

Chloe respirou fundo e então olhou de um para o outro, parando quando chegou ao final do corredor, ela podia dizer pela expressão no rosto de Oliver que Lois tinha contado a ele. Ela parou por um longo momento e em seguida balançou a cabeça, sorrindo levemente. "Eu não estou."

Ele relaxou e lhe deu um pequeno sorriso, observando Lois envolver Chloe num abraço quase instantaneamente.

"Ótimo. Graças a Deus." Lois a abraçou com força.

Oliver esboçou um sorriso, então passou pelas duas primas e foi para o corredor em silêncio.

Depois de um momento, Chloe abriu os olhos e quando não viu Oliver ali, olhou ao redor, franzindo um pouco a testa.

Lois se afastou para olhar pra ela. "Pelo menos com isso você não tem que se preocupar."

"É..." Chloe disse distraidamente, olhando novamente para sua prima. "Eu quero que o médico de Oliver confirme mas todos os quatro testes deram negativo."

"Claro, com certeza." Lois franziu um pouco a testa. "Você está bem?"

"Sim", ela respirou fundo e sorriu um pouco. "Eu estou bem." Desta vez, ela estava sendo sincera. Estava incrivelmente aliviada.

"Ótimo." Ela sorriu de volta. "Deveríamos comemorar."

"Você pode me comprar álcool", Chloe disse com a sobrancelha erguida.

Lois se animou. "Isso definitivamente eu posso fazer."

Ela sorriu para sua prima e olhou ao redor por um segundo. "Pra onde Oliver foi?"

"Eu não sei." Ela deu de ombros.

"Eu vou procurá-lo", Chloe disse e então a soltou, virando e indo para o corredor, com a testa franzida.

Lois também franziu a testa, observando-a sair.

Chloe bateu na porta aberta do quarto de Oliver e inclinou a cabeça um pouco para o lado. "Oliver?"

"Entra." Ele olhou na direção da porta de onde ele estava, sentado na cama.

Ela entrou, olhando pra ele por um segundo. "Você está bem?"

"Sim, eu estou bem", ele assegurou. "E você?"

"Também..." ela disse baixinho, olhando pra baixo e se aproximando. "Desculpe o susto e ter te trancado pra fora..."

"Tudo bem, Chloe", ele disse. "Você não tem que se desculpar por nada."

"Eu sei que você estava preocupado. Eu só, eu estava... apavorada." Ela disse, tentando ler a expressão dele.

Oliver se levantou e foi pra perto dela. "Eu sei", ele disse com um leve aceno de cabeça.

"Lois disse que deveríamos comemorar", ela falou baixinho. "E prometeu me comprar álcool."

Um sorriso puxou seus lábios. "Eu vou dar a ela meu cartão de crédito. Você merece uma boa bebida."

Chloe deu um risinho e balançou a cabeça. "Não se preocupe, eu dei o dinheiro pra ela."

Uma risada escapou dele. "Como você quiser."

Ela assentiu um pouco. "Você vai se juntar a nós, certo?"

"Sim, se você quiser." Ele assentiu.

"Claro que eu quero", ela falou baixinho, então parou, olhando pra baixo. "A não ser que você ache que seja estranho..."

Ele franziu as sobrancelhas. "Por que seria estranho?"

"Por causa de você e Lois", ela disse, erguendo um pouco a sobrancelha e mantendo os olhos no rosto dele.

"Oh." Ele parou um momento e balançou a cabeça. "Acho que não. Quer dizer, ela sabe a razão e... muito tempo se passou." Sua voz era gentil. "A não ser que deixe você desconfortável. Se vocês duas precisam de uma noite de garotas, eu posso sair e patrulhar ou qualquer outra coisa."

"Não", ela balançou a cabeça, os olhos um pouco arregalados e deu um passo mais perto. "Você deveria estar aqui."

O flash de medo em seus olhos o pegou de surpresa  "Ok", ele disse com um aceno de cabeça, levando uma mão até o rosto dela sem nem pensar.

Ela piscou e se inclinou ao toque, suspirando suavemente. Tinha que encontrar um jeito de se acalmar e parar de assustá-lo.

Ele se aproximou e deu um beijo em sua testa ternamente, fechando os olhos por um momento. "Chloe, tem uma coisa que eu gostaria de conversar com você."

"Ok?" ela respondeu, olhando pra ele quando ele se afastou.

Oliver olhou pra ela atentamente. "Eu venho pensando. Tem um programa de violência doméstica a alguns quarteirões daqui. Eles têm pessoas com quem você poderia conversar."

Chloe parou por um segundo e balançou a cabeça. "Não, eu estou bem."

Ele prendeu a respiração e expirou lentamente. "Só... pensa nisso? Você não tem que decidir agora."

Ela olhou pra ele e assentiu, mas já sabia que não mudaria de ideia. Não ia falar sobre isso com ninguém, ia lidar e seguir em frente.

Ele a observou por um momento, então assentiu levemente. "Tudo bem."

"Lo está esperando", ela disse, forçando um sorriso e foi muito natural, fácil, mais fácil do que deveria ser.

E nem um pouco sincero. Ele sabia muita coisa sobre fingimento porque fazia isso há anos. Por razões muito diferentes, mas ele sabia. Ele manteve o olhar, a tristeza o invadindo. Sem falar nada ele beijou sua testa novamente, e pegou a mão dela. "Vamos então."

Chloe suspirou suavemente e relaxou um pouco, segurando a mão dele e caminhando pelo corredor até a sala. Só em segurar a mão dele ela se sentia instantaneamente melhor, não sabia o que havia de especial no pequeno gesto, mas a ajudava a sentir apoio e segurança.

Ele precisava encontrar um jeito de atingi-la. Um jeito de ajudá-la. Não a tinha salvo a tempo. E embora Lex tivesse ido embora, ele ainda estava conseguindo destruí-la. E Oliver precisava encontrar um jeito de se livrar do fantasma antes que fosse muito tarde.

_______

10/15

______________________________________________________________