All I Want For Christmas Is You

Especial: ChlollieChristmas
Título: Você É Tudo Que Eu Quero De Natal

Resumo: Oliver prefere passar o feriado sozinho, mas a mãe natureza e Chloe têm uma ideia diferente.
Autora: ihearttvsnark
Classificação: R




Oliver Queen não celebrava o Natal desde que tinha oito anos.

Quando ele era mais jovem, era mais fácil ignorar o feriado. Os funcionários sabiam bem que não deviam pressioná-lo ou tentar fazer com que ele saísse de seu quarto quando queria ficar sozinho. Quando adolescente, viajava para lugares exóticos com seus amigos para o que considerava uma longa semana de devassidão. Assim que se tornou adulto, Oliver não teve mais que inventar desculpas ou encontrar distrações. Simplesmente ia para sua cobertura em Star City com algumas garrafas de uísque e seus demônios pessoais para fazê-lo companhia.

Claro, isso mudou quando a Liga da Justiça entrou em sua vida. Ou mais especificamente, quando Chloe e Lois deixaram bem claro que a liga que eles tinham era uma família e que tomariam parte da tradição do feriado quer eles quisessem ou não porque era o que famílias faziam.

Todo ano, Oliver preparava tudo para fazer seus amigos felizes. Já que era a base de suas operações, ele deixava a equipe transformar seu apartamento de Metrópolis em uma terra encantada para a celebração com todas as decorações e guarnições que o dinheiro podia comprar. Desde o Dia de Ação de Graças em diante, havia sempre um filme de Natal na TV ou canções natalinas tocando.

Ele comprava presentes caros para todo mundo e todo ano eles ignoravam suas exigências de que não tinham que lhe dar nada em retornou. Não que ele não apreciasse a generosidade - o tocava mais do que ele conseguia expressar - era só que era muito difícil pra ele se lembrar de como as coisas eram boas antes de seus pais morrerem e como ele jamais sentiria aquilo novamente. A última coisa que ele queria era arruinar o feriado pra todo mundo.

E era por isso que na noite de Natal ele sempre pegava seu jatinho e escapava para seu santuário em Star City. Lá não havia decorações, nem música, nem cumprimentos ou presentes. Era só Oliver e as garrafas de uísque pelos próximos dias.

Ou seria se a nevasca do século não tivesse decidido atingir o Kansas.

Oliver estava parado nas portas da varanda, perto da grande árvore que a equipe tinha escolhido, cara feia para a neve que não parava de cair. Tinha começado tarde da noite anterior quando ele estava terminando sua patrulha e continuou durante o dia. Já havia uma grande quantidade de neve acumulada no chão.

"Eu sinto muito, Sr. Queen, mas todos os vôos para fora do Kansas foram proibidos pelo menos pelas próximas doze horas."

Fazendo uma cara ainda mais feia, Oliver segurou o celular com mais força enquanto ouvia seu piloto. "Olha, Kevin, eu te pago muito dinheiro pra me levar pra onde eu preciso. E eu preciso ir para Star City. Dê um jeito", ele ordenou.

"Sr. Queen, não há nada que eu possa fazer", Kevin insistiu, sua voz preocupada. "Os aeroportos estão fechados e o avião está coberto de neve, e vamos precisar limpar antes e se as decolagens forem liberadas..."

"Eu só estou ouvindo desculpas", Oliver disparou. Ele se inclinou pra frente, pressionando a testa contra o vidro gelado das portas. "Use o meu nome, deixe bem claro que eu estou disposto a pagar o que for preciso, mas eu quero sair de Metrópolis dentro de uma hora. Se você não consegue fazer isso acontecer, eu vou encontrar outra pessoa que... hey!" Ele gritou surpreso quando o telefone foi arrancado da sua mão.

Ele se virou e viu Chloe parada ali, num casaco azul escuro, um cachecol branco ao redor do pescoço. Ela simplesmente ergueu uma sobrancelha pra ele e levou o telefone ao ouvido.

"Ei, Kevin, é a Chloe", ela o cumprimentou alegremente. "Não se preocupe com nada, apenas aproveite o feriado com sua família. Feliz Natal", ela acrescentou. Ela terminou a ligação, devolveu o telefone a Oliver e foi até a mesa dele.

Ele olhou pra ela incrédulo enquanto a observava tirar o casaco e o cachecol. "Por que você fez isso?"

Com um suspiro, ela apontou para a janela. "Você está vendo a nevasca lá fora, Oliver? Não tem nada que o Kevin possa fazer por mais que você o pressione." Chloe se sentou na cadeira da mesa dele e tirou as botas pretas que estava calçando antes de se juntar a ele perto da janela novamente.

"Mesmo que você consiga subornar todas as pessoas certas, não é seguro decolar neste tipo de clima e apesar das suas ameaças, eu sei que você jamais ia querer que Kevin corresse algum risco de vida só porque você quer voltar para Star City."

Ele abriu a boca para protestar e imediatamente fechou quando ela estreitou os olhos. Frustrado, ele se virou para a janela e olhou feio para a neve. Oliver sabia que Chloe estava certa. Por mais desesperado que estivesse pra chegar em casa, ele não tinha o direito de exigir que Kevin deixasse sua família na noite de Natal por uma coisa inútil.

"Acho que eu deveria dobrar o bônus de Natal dele por isso", Oliver disse. Ele se virou para Chloe e lhe deu um fraco sorriso. "Obrigado."

Sorrindo, ela deu um tapinha no peito dele. "Que tipo de sidekick eu seria se não te dissesse quando você está sendo um imbecil?"

Apesar de seu humor, Oliver deu risada. "Entendo." Ele atravessou a sala até o bar e se serviu de um copo de uísque para acalmar seu temperamento. Era exatamente por isso que ele precisava estar o mais longe possível das pessoas no feriado. Não queria arrastar as pessoas que importavam junto com ele.

Ele se virou para oferecer uma bebida a Chloe e viu que ela já estava novamente sentada em sua mesa, abrindo o laptop. Não era incomum Chloe estar lá, ela passava muitas noites em seu apartamento bancando a Watchtower para o time. Mas com a cacharrel verde floresta e a saia preta que ela vestia parecia muito arrumada para uma noite de trabalho. Ele abriu a boca para perguntar o que mais ela tinha planejado e se lembrou da razão pela qual ele estava tão mal-humorado.

Era noite de Natal.

A equipe estava tirando a noite de folga e desfrutando da comida caseira, cortesia de Martha Kent. Oliver tinha educadamente recusado o convite de se juntar a eles e a senadora tinha insistido em lhe mandar um pouco de comida pra ele levar para Star City, sutilmente querendo dizer que seria bom pra ele ter alguma coisa além de álcool em seu estômago.

"Chloe, o que você está fazendo aqui?" ele perguntou.

Ela olhou do computador pra ele, um pequeno risinho no rosto. "Trabalhando", disse apenas, antes de voltar a atenção para a tela.

Ele bufou a isso. "A pergunta foi idiota..."

"Se você diz", Chloe respondeu rindo.

"Certo, deixa eu refazer", Oliver disse. "Por que você está trabalhando na noite de Natal? Achei que todo mundo fosse tirar a noite de folga e se deliciar com a comida da Sra. Kent."

"Eles vão", Chloe disse. Os dedos voando pelo teclado.

Levemente irritado que ela não estivesse lhe dando total atenção ou respostas diretas, Oliver atravessou a sala até ficar atrás da cadeira onde ela estava. A tela do computador repleta de imagens de satélite do que pareciam armazéns. Ele olhou para a informação no canto da tela para ver qual era a localização deles.

"Washington?" ele perguntou, tentando se lembrar se tinham recebido alguma informação sobre problemas na capital. Tinha quase certeza que não tinha visto nada e como líder da Liga da Justiça, tudo supostamente deveria passar por ele. "Se importa em me dizer por que tem uma missão acontecendo e eu não estou sabendo?" ele exigiu.

O tom na voz dele a fez girar rapidamente, estreitando os olhos verdes quando encontrou os dele. "Oliver, eu sei que você está chateado que sua noite não corra como você queria, mas eu preferia que você não descontasse em mim. Alguma vez eu escondi alguma coisa de você?" ela perguntou.

Mais uma vez sentindo o quanto estava sendo idiota, Oliver balançou a cabeça. Chloe jamais o deixaria no escuro sobre nada. Ele confiava nela mais do que em qualquer outra pessoa e ela nunca tinha lhe decepcionado. Ele sabia que ela jamais o decepcionaria. "Não, você nunca fez isso", ele disse baixinho.

Chloe assentiu, satisfeita com a resposta. "Essa não é uma investigação da Liga da Justiça; na verdade é uma coisa na qual Courtney vem trabalhando. Eu ofereci suporte técnico a ela", ela explicou.

Isso na verdade fazia sentido para Oliver. Chloe vinha cuidando do membro mais jovem da Sociedade da Justiça desde que os dois grupos trabalharam juntos e elas ficaram próximas desde então.

"O Grande Pássaro estava muito ocupado pra ajudá-la?" Oliver perguntou.

Chloe revirou os olhos. Oliver nunca perdia uma oportunidade de ofender Carter e vice-versa. "Essa é uma missão da Courtney e eu não acho que suporte técnico seja uma especialidade do Carter", ela acrescentou.

"Ele provavelmente nem sabe como ligar um computador. Aquele velho", Oliver resmungou.

Ela balançou a cabeça e voltou a atenção para o computador. Apertando mais algumas teclas, ela desligou o sistema de segurança do lugar e deu acesso livre a Courtney. "Isso provavelmente não vai demorar muito. Por que você não liga para o Clark?" ela sugeriu. "Ele pode correr com você até Star City e quando ele voltar, eu terei terminado e ele pode me levar para a fazenda. Eu prefiro não dirigir na nevasca e correr o risco de ficar presa em algum lugar."

"Eles devem ter fechado a maioria das estradas", Oliver comentou. Seu olhar voltando para a janela onde podia ver a neve caindo com força e rapidez. "Eu não vou pedir para o Clark deixar a família dele por minha causa." Ele já tinha chateado Chloe. Não havia razão em arruinar a noite de todo mundo.

"Você pode chamar o Bart."

"E pedir pra ele se afastar da comida? Acho que sabemos qual seria a resposta", Oliver disse. "Além do mais, eu não vou deixar você aqui sozinha."

Surpresa, ela se mexeu na cadeira e olhou pra ele. "Eu fico aqui sozinha o tempo todo. De repente você está com medo que eu vá te roubar?" ela brincou.

Oliver revirou os olhos. "Muito engraçado", ele disse. "Normalmente você está aqui sozinha porque o resto de nós está lá fora numa missão e você está ocupada nos mantendo vivos. Mas eu não vou deixar você aqui sozinha na noite de Natal."

Os olhos dela se suavizaram. "Ollie, eu agradeço, mas eu sei o quanto você odeia o Natal. Você não tem que ficar aqui comigo", ela disse.

Franzindo a testa, ele refletiu sobre as palavras. "Eu não odeio", ele disse. "É isso que todo mundo pensa?" ele perguntou.

"Claro que não", Chloe respondeu. Ela se levantou, colocando as mãos nos braços dele. "Ollie, todo mundo entende porque os feriados são tão difíceis pra você. Desculpe não ter me expressado direito", ela acrescentou.

"Não se desculpe", Oliver disse. Ele estendeu a mão e colocou o cabelo dela atrás da orelha. "Eu sei que não é fácil me aguentar nessa época do ano. Ou em qualquer outra época, na verdade", ele brincou.

Chloe deu risada. "Você é terrível, Sr. Queen."

Ele beliscou a orelha dela de brincadeira. "Não se esqueça disso", ele brincou. "Por que você não volta a ajudar Courtney e podemos tomar um chocolate quente?"

Ela sorriu. "Parece ótimo", concordou. Chloe o observou ir para a cozinha antes de se voltar para o computador. Então ela pegou o laptop e foi para o sofá.

Oliver voltou alguns minutos depois com duas canecas de chocolate quente. Ele parou na porta e observou Chloe. Olhos grudados na tela, ela ia de um satélite a outro para garantir que estava tudo livre. Ele podia ouvi-la conversando com Courtney, alternando entre simples conversa sobre o feriado e direcionando-a para evitar os guardas da área.

Ela era realmente maravilhosa. Sabia o quando ela amava o Natal e ela esperava que todo mundo fosse para a fazenda. Mas jamais daria as costas para um amigo e ele sabia que ajudar Courtney significava tanto pra ela quanto celebrar o feriado. Ele a observou por alguns minutos antes de finalmente se juntar a ela no sofá.

Chloe sorriu agradecida quando ele lhe passou a caneca. "Tudo limpo, Courtney. Bom trabalho", ela disse orgulhosa. Ela deu risada com a resposta de Courtney. "Tenha um Feliz Natal e por favor diga o mesmo ao Carter. Oh, e Ollie também o cumprimenta", ela acrescentou com um risinho.

Oliver revirou os olhos, mas um sorriso puxou sua boca enquanto ele tomava um gole do chocolate quente. Chloe tirou o comunicador e o colocou na mesa com o laptop. Ela voltou para o sofá e tomou um longo gole de sua bebida.

"Mmm... está delicioso, Ollie."

"Que bom que você gostou, Sidekick", Oliver respondeu. "Seria melhor ainda com marshmallows, mas Bart comeu tudo."

Ela sorriu. "Tudo bem."

Oliver não pôde deixar de retribuir o sorriso enquanto pensava no quanto era bom vê-la feliz e relaxada. Egoísta, queria que ela ficasse, mas sabia que tomar conta dele não era como ela queria passar o feriado.

"Bom, é melhor você chamar o Clark se não quiser perder mais a celebração", ele disse.

Chloe balançou a cabeça. "Provavelmente eles estão no meio do jantar e eu não quero interromper. Vou esperar um pouco." Ela olhou de lado pra ele. "A não ser que você queira que eu vá embora", ela disse.

"Não", Oliver disse rapidamente. Rápido demais. Ele correu a mão pela nuca e imaginou pra onde tinha ido sua sutileza. "Eu não quero que você perca a diversão, mas não me importo se você ficar um pouco mais. Se você quiser", ele acrescentou, de repente se sentindo um idiota.

Chloe sorriu. "Eu não me importo em ficar."

"Bom", Oliver respondeu. "Na verdade, eu tenho um pouco de comida que a Sra. Kent mandou para a viagem se você estiver com fome. Você está com fome?" Realmente muito sutil, colega, ele se xingou.

"Eu não me importo de comer e tomar chocolate quente", Chloe disse.

"Ótimo, eu volto logo." Oliver praticamente pulou do sofá e correu até a cozinha. Ele pegou os potes e serviu a comida em dois pratos. Ele os colocou no microondas e se recostou contra o balcão enquanto esperava, tamborilando a fórmica com os dedos.

Se controla, Queen, ele mentalmente se repreendeu. Estava agindo como um adolescente tentando impressionar uma garota no primeiro encontro e estava agindo como um idiota. Chloe provavelmente ia pensar que ele tinha enlouquecido.

Talvez ele tivesse se achasse que havia uma chance de acontecer alguma coisa entre os dois. Chloe não pensava nele desse jeito. Ele era seu chefe e seu amigo e só mais um dos rapazes, como ela carinhosamente se referia a todos os membros da liga. Ela daria risada na sua cara se ele insinuasse que pudesse haver algo romântico entre eles.

O microondas soou e Oliver pegou os pratos. Equilibrando-os num braço, ele pegou guardanapos e talheres com a outra mão e foi até a sala. Era só o feriado mexendo com a sua cabeça, Oliver decidiu. Claro, ele poderia considerar levar o relacionamento deles a outro nível. Mas sabia que não daria certo e estava tudo bem. Ele teria Chloe a seu lado do jeito que pudesse e se considerava o homem mais sortudo do mundo por isso.

Ele entrou na sala e franziu a testa quando não a viu sentada no sofá. Uma onda de pânico o atravessou achando que ela tinha mudado de ideia e ligado para Clark afinal. Mas ele sabia que Chloe não iria simplesmente embora sem se despedir. Ele ia chamá-la quando a viu sentada no chão entre as portas da varanda e a árvore de Natal.

"Chloe?"

Ela olhou pra ele, as bochechas ficando um pouco vermelhas. "Desculpe, eu sei que é estranho, mas eu sempre gosto de sentar no chão perto da árvore de Natal. Me lembra de quando eu era criança e costumava abrir um presente antes de ir dormir." Ela ficou ainda mais vermelha.

"Não é estranho", Oliver garantiu. "Estranho seria se você ainda deixasse biscoitos e leite para o Papai Noel. A não ser é claro que você ainda faça isso. Então não é nem um pouco estranho", ele brincou.

Chloe deu risada. "Eu não deixo", ela disse. "Mas talvez algum dia eu te conte sobre a vez em que conheci o Papai Noel."

Ele começou a dar risada, mas o brilho no olho dela lhe dizia que era sério. Oliver balançou a cabeça. Com tudo que tinha visto em sua vida, não ficaria surpreso que o Papai Noel fosse real. Ele passou um prato a Chloe e se sentou no chão ao lado dela.

"Ollie, não precisamos comer no chão", ela protestou.

"Eu não me importo", Oliver respondeu honestamente. "Mas eu quero ouvir a história do Papai Noel desde o começo."

Ela sorriu. "Bem, se você insiste."

***

Uma hora depois, eles ainda estava sentados no chão olhando para a árvore e tomando o segundo copo de chocolate quente. Oliver tinha levado os pratos de volta para a cozinha e pego um cobertor em seu quarto para passar sobre os ombros dela quando percebeu que o suave vento que entrava pelas fendas das portas a fez tremer. Chloe contou a ele a história sobre o Papai Noel e algumas outras sobre sua infância com seus pais e Lois e Lucy.

Eles ficaram num silêncio confortável e Oliver a observou pelo canto do olho enquanto ela tomava o chocolate quente e brincava com vários ornamentos em forma de instrumentos musicais. Ele percebeu que estava se divertindo e aproveitando o feriado pela primeira vez desde que seus pais morreram e tudo por causa de Chloe. Vê-la sorrir e lhe contar histórias o deixou ainda mais feliz do que se sentia há muito tempo. Mas então, ele sempre ficava mais feliz quando Chloe estava por perto.

Ela significava muito pra ele.

Engolindo em seco ao perceber isso, Oliver colocou a caneca vazia de lado. Por mais que quisesse mantê-la ali pra sempre, sabia que ela tinha outro lugar pra ir e não era justo com ela ou Lois ou o resto da equipe que ela ficasse.

"Você deveria ligar para o Clark", ele disse, se forçando a manter o tom de voz leve. "Estou surpreso que Lois ainda não tenho mandando uma equipe de busca."

"Eles têm uma casa cheia de pessoas para entreter", Chloe disse. Ela estendeu a mão até o enfeite em forma de soldadinho e apertou o botão para que tocasse a música Little Drummer Boy. "Eu duvido que eles tenham percebido que eu não estou lá."

Oliver franziu a testa. Ela parecia estar evitando seu olhar e isso não era típico de Chloe. Também não era típico ela dizer coisas ridículas como sua prima não perceber que ela não estava por perto. Oliver tinha a sensação de estava deixando alguma coisa passar.

"Você quer que eu ligue para o Clark?" ele perguntou.

Chloe balançou a cabeça, seus olhos ainda focados no enfeite. "Eu ligo pra ele daqui a pouco", ela disse.

Mais confuso do que nunca, Oliver imaginou se alguma coisa tinha acontecido para fazer Chloe não querer ir para a fazenda. Ela parecia animada sobre o feriado na noite anterior. Ele a tinha ouvido conversar com Bart e Victor pelo comunicador quando voltou da patrulha. Ela tinha falado sobre fazer biscoitos com Lois e a Sra. Kent durante a tarde, o que significava que ela passaria o dia em Smallville.

Ele pensou sobre a missão em que ela ajudou Courtney. Teria sido simples e fácil acessar o satélite da fazenda. Não havia razão lógica para ela precisar vir até Metrópolis no meio de uma nevasca a não ser que...

"Chloe, o que você está fazendo aqui?" ele perguntou.

"Trabalhando, lembra?" Ela lhe deu um sorriso brincalhão e voltou a atenção para a árvore, mas não antes dele percebe o tom de culpa em seus olhos verdes.

Aproximando-se dela, ele segurou seu queixo para ela olhar pra ele. "O que você está realmente fazendo aqui, Chloe?" ele perguntou baixinho.

Ela engoliu em seco, mordendo o canto do lábio enquanto ele não lhe dava outra opção a não ser olhar pra ele. "Eu sabia que você não ia conseguir voltar para Star City e eu não queria que você ficasse sozinho", ela admitiu. "Eu pedi para o Clark me trazer aqui."

Ele de repente sentiu como se o coração fosse explodir dentro do peito enquanto olhava pra ela. Ela tinha desistido do feriado para estar com ele. Ele podia ver a incerteza nos olhos dela e sabia que ela estava preocupada que ele tivesse ficado bravo.

"Chloe", ele parou, sua confiança natural falhando mais uma vez. Oliver não tinha certeza se havia palavras que pudessem descrever o que ele estava sentindo naquele momento.

"Desculpe", Chloe disse. "Não pelo que eu fiz, mas por não ter sido honesta. Eu achei que se dissesse porque eu realmente estava aqui você ia pedir pra eu ir embora."

"Eu jamais pediria pra você ir embora", Oliver disse. Seu polegar correndo levemente sobre o queixo dela. "Obrigado", ele disse baixinho.

Ela sorriu. "Você não tem que me agradecer", ela insistiu. "Ollie, eu não estaria aqui se não quisesse", ela disse, seus olhos nunca deixando os dele.

Ele assentiu, relutantemente tirando a mão de seu rosto. Chloe franziu um pouco a testa com a perda do contato e rapidamente desviou o olhar para a árvore. O coração de Oliver começou a bater rápido enquanto imaginava se era possível que ela quisesse a mesma coisa que ele.

Oliver tinha sempre arriscado suas chances e sempre se deu bem. Mas tinha que ser cuidadoso com Chloe e seus sentimentos por ela porque ele não conseguiria sobreviver sem ela. Talvez ele viesse entendendo tudo errado e tenha deixado de ver o que estava na sua frente.

"Eu tenho uma coisa pra você." Ele se levantou antes que ela pudesse responder e rapidamente subiu as escadas correndo até o quarto dele. Ele abriu a primeira gaveta de sua cômoda e pegou uma caixa embrulhada num papel verde. Respirando fundo, Oliver assentiu ao seu reflexo no espelho e voltou para Chloe.

Ela estava olhando pra ele confusa enquanto ele se sentava de volta no chão. Oliver entregou a caixa pra ela.

"O que é isso?" ela perguntou.

Ele deu um risinho. "Se chama presente, Chloe. Quem ganha normalmente tem que abrir pra ver o que tem dentro", ele brincou.

Ela revirou os olhos. "Você já me deu um presente de Natal", ela o relembrou. Oliver tinha deixado todos os presentes da equipe na fazenda quando passou por lá pra ver a Sra. Kent.

"Por favor, só abra", ele disse.

Chloe olhou novamente confusa e começou a abrir o presente. Quando viu a caixa aveludada, olhou pra ele de novo. Ele simplesmente olhou de volta e gesticulou pra ela continuar. Lentamente ela levantou a tampa, arfando quando viu o coração de esmeralda atravessado por uma flecha de prata.

"Oliver." Ela arregalou os olhos quando encontrou os dele.

"Você gosta?" ele perguntou.

"É lindo", Chloe respondeu, sua voz tão suave quanto a dele.

"Igual você", Oliver respondeu. Ele pegou a caixa das mãos dela e cuidadosamente retirou o colar. Ficando de joelhos, ele foi atrás de Chloe. Ela tirou o cobertor dos ombros e levantou o cabelo.

Oliver gentilmente deslizou o colar, fechando-o. Ele descansou as mãos nos ombros dela e pressionou os lábios em sua nuca, deixando-os se demorarem ali quando ela tremeu levemente. Devagar, ele a virou de frente pra ele e admirou o jeito que o colar contrastava com sua pele pálida antes de encontrar os olhos dela novamente.

Chloe o observou, olhos verdes arregalados de emoção. Ela se aproximou, ficando de joelhos também, lentamente levando a mão até o rosto dele. "Ollie", ela sussurrou.

Ele deslizou uma mão por seu cabelo suave, gentilmente a puxando pra frente enquanto descia a boca sobre a dela. Ele tinha a intenção de um beijo suave, lento, mas assim que sentiu os lábios dela, Oliver se perdeu, beijando-a com toda paixão que tinha, até que os dois fossem forçados a se afastar para respirar.

Ele descansou a testa contra a dela, a mão ainda em seu cabelo. "Chloe, eu..." Oliver parou, incerto de como dizer a ela que vinha sonhando com esse momento há tanto tempo, mas nunca esperando que de fato acontecesse. Nunca imaginou que Chloe o visse desse jeito, como se ela sentisse o mesmo por ele.

"Chloe, eu te amo", ele disse. "Eu te amo mais do que achei que fosse possível amar alguém." Mesmo enquanto dizia as palavras, elas ainda não pareciam suficientes. Ele olhou dentro de seus olhos, tentando mostrar a ela o que havia em seu coração.

Ela sorriu, de um jeito que só Chloe podia. Ela segurou seu rosto nas mãos, gentilmente acariciando-o. "Eu também te amo, Ollie. Mais do que as palavras podem dizer", ela sussurrou.

O rosto dele se abriu num sorriso e ele a beijou novamente, até os dois estarem arfando. Olhos ainda nos dele, ela começou a desabotoar a camisa dele. Depois de abrir o último botão, ela a tirou e Oliver a soltou só o tempo suficiente para terminar de tirá-la.

Ele a beijou, suavemente dessa vez, saboreando-a. A boca dele depositou beijos no rosto dela, nariz, mandíbula e voltou para os lábios. Ela suspirou e chupou levemente seu lábio inferior, fazendo-o gemer. Ele encontrou a blusa dela e parou o beijo para passá-la por sobre sua cabeça.

Oliver bebeu a visão da pele suave, sua boca se enchendo de água enquanto olhava para a renda preta cobrindo os seios. "Você é tão linda, Chloe", ele disse antes de dar um beijo sobre seu coração e depois sua boca. "Deixe eu te levar para o meu quarto", ele sussurrou contra seus lábios.

Chloe balançou a cabeça, afastando-se levemente para olhar pra ele. "Aqui, Ollie", ela disse. Ela deslizou as mãos no cabelo dele e o beijou faminta. "Eu quero você bem aqui."

Assentindo, ele a beijou novamente, deitando-a no chão. Devagar, ele tirou o resto das roupas dela até sobrar somente o colar. Ele explorou cada pedaço de se corpo com as mãos e boca, venerando o corpo dela com tudo que tinha.

Ela fez o mesmo por ele, arrancando as roupas dele e deixando seus dedos ligeiros traçarem os contornos de seu corpo. A língua dela mapeou os músculos de seu peito e barriga, enquanto corria as mãos pelos seus braços e costas.

Oliver se posicionou sobre ela, apoiando o peso nos joelhos. Seus dedos acariciaram o rosto dela e ela sorriu pra ele. Ele se inclinou, roçando o nariz contra o dela e capturando sua boca com a dele. Passando as mãos ao redor dos braços dele, Chloe se pressionou mais perto até estar colada ao peito dele.

Ele a penetrou lentamente, se afundando em seu calor molhado e dando ao corpo dela tempo para se ajustar. Ela respirou fundo e ele deslizou uma mão entre eles, seu polegar roçando círculos suaves sobre seu clitóris. Ela apertou o braço dele para avisar que estava pronta e Oliver começou a se mover, seus olhos nunca deixando os dela enquanto emoções há muito tempo escondidas finalmente emergiam.

Quando terminou, ele a abraçou com força contra o peito, dando beijos suaves em seu cabelo enquanto seus corpos se acalmavam embaixo do brilho da árvore de Natal. "Você está com frio?" ele perguntou, puxando o cobertor ao redor deles.

"Não", Chloe disse. Ela se mexeu levemente em seus braços para que pudesse olhar pra ele. Ela tirou o cabelo da testa dele e sorriu. "Você demorou", ela brincou.

Oliver deu risada e beliscou a bunda dela, fazendo-a pular. "Você podia ter dito alguma coisa antes, Sidekick."

Chloe balançou a cabeça. "E arriscar seu frágil ego? Eu jamais faria isso", ela disse.

"Muito engraçado", Oliver respondeu. Ele beijou a ponta do nariz dela. "Obrigado por me dar o melhor presente de Natal do mundo", ele disse.

"Então você gostou da gravata?" Chloe perguntou. "Eu não tinha certeza se deveria escolher aquela listrada ou uma lisa, mas estou feliz que você tenha gostado", ela disse.

Ele revirou os olhos e fez cócegas nela, fazendo-a se contorcer contra ele. "Engraçadinha, não é disso que eu estou falando." Oliver segurou o queixo dela e a fez olhar pra ele. "Eu não estaria aqui sem você, Chloe, e eu não estou falando só desta noite", ele disse. "Obrigado por me amar."

Chloe pressionou os lábios contra os dele. "Obrigada por me amar", ela respondeu.

"Sempre que quiser", Oliver brincou. Ele a abraçou ainda mais perto dele. "Agora, temos que dormir no chão para manter essa sua tradição de Natal ou podemos subir?" ele perguntou.

"Podemos subir", Chloe disse, dando risada. "Acho melhor descansarmos já que vamos ter que aparecer na fazenda amanhã pra compensar a falta de hoje. Ou pelo menos eu tenho que ir, deduzindo que a nevasca vai deixar."

Oliver olhou para a varanda e viu a neve caindo, com a mesma força que antes. "Bem, pelo menos temos uma desculpa real para chegar atrasados além de querer ficar na cama." Ele chupou o pescoço dela levemente.

Chloe inclinou a cabeça para o lado para lhe dar melhor acesso. "Ollie, você não tem que vir comigo se não quiser", ela disse.

"Desculpe, Sidekick, mas você não vai se livrar de mim assim tão fácil", Oliver respondeu. Num rápido movimento, ele se levantou e a pegou no colo, em seguida carregando-a na direção das escadas.

Ela passou os braços ao redor do pescoço dele. "Obrigada", ela disse.

"Feliz Natal, Chloe", Oliver respondeu.

Ela sorriu. "Feliz Natal, Ollie."

Pela primeira vez desde que tinha oito anos, Oliver Queen sabia que este seria.


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