Resumo: Sequência de A Fine Line. Chloe e Oliver tentam seguir em frente.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
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Eles chegaram a Toscana tarde da noite seguinte. Os dois tinham dormido no jatinho. Fazia anos desde que ele tinha estado na vila, e estava aliviado que tudo parecesse estar funcionando direito: água e eletricidade e os telefones. Não seria nada divertido se não tivessem eletricidade ou água.
"Então aqui estamos", ele disse a ela com um suave sorriso enquanto entrava na sala, tirando os sapatos. "Eu sei que não parece muito agora, mas a vista é melhor de manhã, com o sol."
Chloe olhou ao redor por um momento, não conseguia ver o lado de fora já que estava escuro, mas o caminho do aeroporto tinha demorado quase duas horas, então sabia que estavam no meio do nada. E era exatamente onde ela queria estar. Ela se virou pra ele e sorriu. "Parece ótimo, aconchegante."
"Ótimo", ele disse com um sorriso suave, colocando as malas no chão. "Fique a vontade, Chloe."
"Obrigada", ela assentiu, tirando os sapatos também e caminhando devagar ao redor, olhando a casa. "Quando foi a última vez que você esteve aqui?"
Ele pensou por um momento. "Três, quatro anos atrás, eu acho." Ele sorriu, tirando a jaqueta. "Faz um tempo."
"Você costumava vir sempre aqui?" Ela perguntou enquanto olhava pelas janelas, embora não conseguisse ver muito, conseguia ver o contorno da piscina.
"Acho que uma vez por ano." Ele parou. "Pertencia aos meus pais." Ele olhou ao redor, respirando fundo. "Vínhamos muito aqui quando eu era criança."
Chloe o observou silenciosamente por um segundo e assentiu um pouco, indo até onde ele estava. "Parece um bom lugar pra passar o tempo quando se é criança."
Oliver encontrou seus olhos, um suave sorriso nos olhos. "Era", ele disse baixinho.
"Talvez você possa me contar um pouco sobre como era." Ela sugeriu, observando-o.
"Claro. O que você quer saber?" Ele colocou o cabelo dela atrás da orelha.
Chloe o observou atentamente, inclinando-se um pouco ao toque, ela tinha meio que o beijado na noite anterior, depois do jantar que tiveram e da inesperada 'visita' de Lionel e embora ainda não estivesse pronta, ele entendia, mesmo quando ela mesma não sabia direito o que sentia ou o que estava pensando, ele sabia. "Qualquer coisa que você queira falar, eu quero ouvir mais sobre sua família."
Ele ficou em silêncio por um momento, mantendo o olhar. "Bem, meu pai viajava bastante", ele disse baixinho. "A negócios para a Queen Industries. Algumas vezes minha mãe ia com ele, mas não sempre." Ele pegou a mão dela. "Na verdade foi ele quem me deu meu primeiro arco. Ele tinha ficado fora por um mês. Eu só tinha falado com ele pelo telefone algumas vezes. Eu estava meio que bravo com ele por não voltar logo pra casa", ele admitiu.
"Tenho certeza que o arco te fez esquecer tudo, certo?" Ela perguntou baixinho, um pequeno sorriso no rosto enquanto entrelaçava os dedos nos dele.
Um sorriso tocou seus lábios. "Basicamente. Isso provavelmente não será nenhuma surpresa pra você, mas meu heroi de infância era Robin Hood."
"Não. Não é uma surpresa", ela sorriu, inclinando-se de lado contra a parede e observando-o. "O meu fica entre a Sininho e April O'Neil."
Oliver sorriu. "Sininho é uma surpresa."
"Por quê?" Ela inclinou um pouco a cabeça para o lado, erguendo as sobrancelhas.
"Eu não sei. Você nunca me pareceu o tipo de mulher que acredita em fadas", ele brincou.
"Eu gosto da atitude dela", ela explicou, sorrindo um pouco. "Quando eu era pequena, eu me recusava a vestir qualquer fantasia que não fosse a minha da Sininho, meu pai tinha que sempre trocá-la porque eu continuava crescendo."
Ele suavizou o olhar enquanto seu sorriso abria mais. "A pequena Chloe Sullivan andando por aí numa fantasia da Sininho." Ele inclinou a cabeça para o lado, observando-a. "É. Na verdade eu consigo ver." Ele a imaginou correndo atrás de uma jovem Lois Lane, vestida numa roupa de babados, cabelo loiro voando atrás dela, um sorriso brilhante no rosto.
"Bom, eu tenho certeza que não era tão diferente do pequeno Oliver Queen, correndo por ai com sua fantasia de arqueiro, com seu arco", ela brincou, um pequeno sorriso no rosto. "Eu provavelmente ia achar que você era o Peter Pan."
Ele deu risada. "Provavelmente", ele concordou. "Embora eu não me lembre do Peter Pan carregando um arco e flecha."
"Não, ele carregava uma espada", ela disse, olhando pra baixo e sorrindo um pouco. "Mas isso não interessa quando você tem três anos."
"Aposto que você era a Sininho mais linda que existia", ele disse, correndo o polegar no rosto dela.
Ela ergueu um pouco as sobrancelhas e olhou pra ele, sorrindo um pouco mais. "Eu não preciso me esforçar muito pra te imaginar na sua fantasia."
Oliver sorriu. "Porque você já me viu na que eu uso agora."
"Exatamente", ela apertou a mão dele.
"O garoto que nunca cresceu", ele brincou.
"Robin Hood não é Peter Pan, tenho idade suficiente pra saber a diferença", ela disse baixinho, sorrindo e apertando a mão dele.
Oliver a observou atentamente. "Qual é a diferença?" ele perguntou.
"Peter Pan tem seu próprio time de ajudantes, mas ele está na Terra do Nunca porque tem medo de crescer e quer que os outros fiquem lá com ele, é meio egoísta", ela deu um pequeno sorriso, mantendo o olhar. "Robin Hood desiste de tudo que tem em nome da justiça e do que ele acredita."
"Não tudo", ele disse a ela, balançando a cabeça.
"Não", ela concordou. "Mas isso é o que o faz humano."
Oliver se inclinou e deu um beijo em sua testa. "Robin Hood tem seu próprio bando e Lady Marian para mantê-lo humano." Sua voz era suave.
Ela se inclinou mais perto dele e assentiu um pouco, apertando a mão dele e fechando os olhos.
Ele deslizou os braços ao redor dela, fechando seus olhos também. Não importa o que acontecesse, iria protegê-la.
"Você está cansado?" Ela perguntou baixinho, passando os braços ao redor dele também.
"Podia descansar. E você?" ele perguntou suavemente.
"Também", ela concordou, apesar de ter dormido no avião, tinha sido uma longa noite e uma longa viagem. "Acho que explorar o lugar vai ter que esperar até amanhã."
"Você vai conseguir ver melhor o lugar afinal", ele assegurou.
"Eu sei", ela deu de ombros e sorriu. "A ideia de poder sair parece ótima."
"É bonito aqui nesta época do ano", ele disse, descansando a cabeça em cima da dela.
"Tenho certeza que é, essa viagem foi uma ótima ideia." Ela fechou os olhos e suspirou, abraçando-o um pouco mais forte.
"Também acho." Oliver apenas desejava que ficar longe do resto do mundo a ajudasse a melhorar.
Chloe se afastou e olhou pra ele depois de um segundo. "Acho melhor levarmos nossas coisas para o quarto." Ela não tinha dúvida que tinha mais de um na casa, mas a não ser que ele fosse contra, ela não queria dormir sozinha. Dormia muito melhor com ele.
"Parece ótimo." Ele sorriu. "Temos quatro quartos. Você pode escolher o que gosta mais. Tanto faz pra mim."
Ela relaxou um pouco com o que ele disse. "Qual é o mais confortável?" Ela perguntou, erguendo um pouco a sobrancelha.
"O que tem vista para a montanha", ele disse. "Subindo as escadas, terceira porta à direita."
"Vamos pra esse então", ela disse, sorrindo e relutantemente se afastando, mas estendendo a mão pra pegar a dele. "Me mostra?"
Ele pegou as bolsas, colocando-as no ombro e segurou a mão dela. "Claro, Sidekick." Ele a conduziu pelas escadas.
"Eu podia carregar alguma coisa, sabia?" Ela pontuou, provavelmente pela vigésima vez desde que deixaram Metrópolis.
"E acabar com meu orgulho masculino? Acho que não." Ele sorriu.
"Acho que você já fez o suficiente trazendo tudo do carro." Ela ergueu uma sobrancelha enquanto subiam as escadas. Embora nenhum deles tivesse trazido muita coisa, a bolsa dela ainda estava bem pesada.
"Sim, todos os quatro metros de distância", ele brincou.
"Havia degraus", ela pontuou. "Não tanto quanto estas escadas, mas ainda assim..."
Oliver sorriu. "Sim, bem, eu sou um cara forte. Aguento os degraus."
"Claramente", ela lhe deu um olhar. "Considerando todos aqueles prédios que você sobe e pula de um para o outro", ela parou um pouco quando chegaram no alto das escadas e começou a ir na frente dele, olhando ao redor para todos os quartos, era bem maior do que parecia do lado de fora, mas cada canto parecia confortável e aconchegante, era definitivamente um lugar bonito e familiar.
"Ah, isso? Só um dia comum de trabalho", ele brincou, acendendo as luzes do quarto. Ele colocou a bagagem no chão perto do armário e tirou o plástico que cobria os móveis. Dobrando-os e os colocando em uma cadeira no canto, Oliver foi abrir uma das janelas para entrar ar puro.
"Oh, eu sei." Ela sorriu um pouco e então respirou fundo, indo até a janela e olhando pra fora. "O ar é diferente aqui."
"Mais fresco", ele disse com um aceno de cabeça.
"Sim", ela concordou, olhando pra ele pelo canto dos olhos. "Provavelmente porque é mais alto."
Oliver assentiu novamente. "Mais perto do sol." Ele sorriu.
Ela suspirou e olhou pra ele por um momento e então pra fora de novo. "Acho que sim..."
Ele a observou por um momento e então se moveu ficando atrás dela. Ele descansou as mãos em seus ombros, tirando seu cabelo do caminho enquanto pressionava os polegares gentilmente contra os músculos tensos ali. "Você está muito tensa", ele murmurou, beijando sua nuca. "Senta", ele disse, acenando com a cabeça na direção da cadeira.
Chloe ficou tensa quando ele se posicionou atrás dela mas fechou os olhos e expirou lentamente, era o Oliver. Ela assentiu um pouco e caminhou até a cadeira, sentando-se.
Ele prendeu a respiração e foi pra trás dela mais uma vez, começando a massagear sua nuca e ombros. "Se eu fizer alguma coisa que machuca, me avisa", ele sussurrou, sabendo que era necessário muita confiança para permiti-lo chegar tão perto depois de tudo que ela tinha passado.
"Ok", ela sussurrou, fechando os olhos e se permitindo relaxar, mas seu estômago estava revirando e ela se mexeu desconfortavelmente. Não era o fato dele estar lhe tocando, mas sim o fato de não conseguir vê-lo.
Oliver parou enquanto ela se mexia. "Na verdade eu fiz algumas aulas de massoterapia", ele disse. "Bem, não aulas oficiais. Mas namorei uma massagista quando eu tinha 21." Sua voz era suave.
Ela estava tentando se convencer de que era Oliver e que sabia que ele jamais a machucaria, mas não estava funcionando. Ela o ouvia falando mas não conseguia entender, então ela se levantou rapidamente e passou os braços ao redor do corpo, balançando a cabeça. "Acho que não é uma boa ideia."
"Ok", ele disse sem hesitar, assentindo um pouco. "Tudo bem." Ele a observou atentamente, seu estômago apertando.
Chloe assentiu, respirando fundo e piscando um pouco algumas vezes enquanto sua visão ficava embaçada com as lágrimas. "Eu vou... me trocar." Ela disse baixinho enquanto ia até a bolsa.
"Ei." Sua voz era suave.
Ela parou e apertou os lábios, olhando pra ele.
"Está tudo bem, Chloe, de verdade", ele sussurrou.
Assentindo levemente, ela respirou fundo. Sabia que ele estava tentando, mas ela não se sentia bem. "Eu preciso de um banho", ela disse a ele e então pegou a bolsa e entrou no banheiro, trancando a porta.
Oliver a observou e engoliu em seco, seu coração despencando. Suspirando suavemente, ele se sentou na beira da cama, correndo as mãos cansadamente pelo rosto. Ele achou que levá-la até ali faria uma verdadeira diferença, mas agora estava começando a ter dúvidas.
Ele afastou o pensamento. Não estavam ali nem há uma hora. Ela tinha passado por meses infernais. Se espaço era o que ela precisava, ele não ia forçar nada.
Chloe não teve pressa no banho. Ela tinha tentado seu melhor para se controlar e não surtar e magoá-lo, mas não tinha conseguido, ainda não conseguia relaxar e deixá-lo ajudá-la e odiava isso. Porque Oliver jamais a magoaria e porque toda vez que ela surtava, Lex vencia. Se ele estivesse por perto, teria ficado satisfeito observando-a desse jeito.
Ela correu as mãos pelo rosto e se olhou no espelho por um momento. Não podia mais deixá-lo controlá-la.
Lentamente, ela abriu a porta e olhou para o quarto, desejando que não tivesse ferido os sentimentos dele ou que ele achasse que ela não o queria por perto.
Oliver tinha acabado de voltar para o quarto, carregando dois copos de chá gelado. "Vamos ter que ir até a cidade amanhã comprar comida", ele disse com um sorriso, sentando-se na beira da cama e colocando o copo sobre o criado-mudo, estendendo o outro pra ela.
Chloe pegou o copo e assentiu um pouco, observando-o atentamente. "Obrigada."
"De nada. Eu coloquei açúcar extra. Achei que pela quantidade de açúcar que você coloca no café, ia querer o mesmo no chá." Ele sorriu.
"Sim", ela sorriu e tomou um gole, erguendo as sobrancelhas. "Está realmente bom."
O sorriso dele brilhou mais. "Ótimo."
"É chá do quê?" Ela perguntou, sentando-se na beira da cama.
"Limão", ele disse, espreguiçando-se e bocejando. "Eu vou tomar um banho também." Ele se inclinou pra frente e beijou o rosto dela, desejando que o gesto mostrasse que ele não estava chateado.
Ajudou e ela relaxou um pouco, olhando pra ele quando ele se afastou. "Ok."
Oliver sorriu pra ela. "Volto logo." Ele pegou a bolsa e foi para o banheiro, fechando a porta atrás dele.
Ela respirou fundo e então expirou lentamente, tomando o chá e olhando para o copo. Não entendia porque Oliver era tão incrivelmente compreensivo e tão maravilhoso com ela, mas ela estava feliz em ter esse tipo de apoio.
Ele voltou alguns minutos depois, vestindo uma camiseta verde e uma calça de moletom. "Bem melhor," ele sorriu e se sentou ao lado dela também.
Chloe não tinha se movido, mas olhou pra ele e sorriu de volta. "Foi um longo voo."
"Sim, foi. E embora tenhamos dormido a maior parte da viagem, por alguma razão dormir num avião não tem a mesma qualidade." Ele pegou o copo de chá e tomou um longo gole antes de colocá-lo na mesinha novamente.
Ela tinha quase terminado seu chá, então tomou um gole e terminou. "Sim, foi um sono agitado. Que horas são afinal?"
Ele pegou o celular, vendo o horário mundial. "Um pouco depois da meia-noite."
"Acho que é bom descansarmos então."
Ele assentiu concordando, levantando-se e puxando os cobertores.
Ela também se levantou, ajudando-o em silêncio.
Oliver olhou de lado pra ela. "Damas primeiro", disse suavemente.
Chloe subiu na cama e olhou pra ele, suspirando profundamente enquanto relaxava contra o travesseiro. "Que bom."
Ele sorriu e entrou embaixo dos cobertores ao lado dela, apagando a luz no caminho. "Sim", ele concordou, deitando-se de lado e de frente pra ela.
Ela se virou de frente pra ele e estendeu a mão, pegando a dele. "Desculpe ter te assustado de novo", ela sabia que ele não estava bravo, mas tinha que dizer, era simplesmente fácil fazer isso quando as luzes estavam apagadas.
"Está tudo bem, Chloe", ele disse suavemente, entrelaçando os dedos nos dela e apertando gentilmente.
"Mal posso esperar pra estar tudo terminado", ela murmurou, abraçando o braço dele com a sua mão livre.
Ele olhou pra ela na escuridão do quarto. "Vai demorar um pouco", ele disse, dando um beijo nas costas da mão dela. "Você passou por muita coisa."
"Eu sei", ela disse baixinho, enrolando-se um pouco mais. "Mas eu sinto como se cada vez que eu surto fosse como se ele vencesse."
Oliver ficou em silêncio por um momento, correndo o polegar levemente sobre a mão dela. "Ele não venceu nada", ele sussurrou. "Você ainda está aqui, Chloe. E vamos superar isso."
"Promete?" Ela perguntou baixinho, abrindo os olhos, embora mal pudesse vê-lo na escuridão.
"Eu prometo", ele disse, olhando de volta pra ela.
"Ok", ela disse baixinho, inclinando-se um pouco mais perto dele e fechando os olhos.
"Você vai ficar bem", ele disse, olhando de volta pra ela.
Ela suspirou e soltou a mão dele, passando um braço ao redor dele. Esperava que ele estivesse certo.
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Adoro a comparação Robin Hood (Ollie) x Peter Pan (Clark)...
ResponderExcluirAh Chloe, o que fazer com você?
ResponderExcluirSem palavras...lindo esse capitulo, concordo com a Sofia Ollie(homem)XClark(criança mimada).
ResponderExcluirVerdade Sofia, Clark tem um quê de Peter rs
ResponderExcluirDá pena ver a Chloe assustada desse jeito...