Identity Crises (10/14)

Título: Crise de Identidade
Resumo: Chloe não conseguia imaginar como sua vida tinha tomado esse rumo, mas ela estava tendo um caso com o Arqueiro Verde. Talvez tudo que ela estivesse precisando em sua vida fosse um pouco de emoção. Agora, se pelo menos aquele idiota do Oliver Queen a deixasse em paz...

Autora: the_bluesuede

Classificação: R

Nota: indicada ao prêmio 'Multi-Chapter' do Chlollie Awards 2010.

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Chloe suspirou. Três dias e nenhuma notícia de Oliver. Realmente esperava que ele já tivesse entrado em contato a essa altura. Ela guardou o telefone na bolsa pela milionésima vez.

"Ainda nenhuma notícia do riquinho?" Lois perguntou, sobrancelhas erguidas.

Chloe balançou a cabeça. "E não chame ele de riquinho." Elas estavam almoçando juntas, Chloe tendo inspirado Lois a de fato deixar o Planeta Diário para o almoço.

"Clark sabe que tem que me ligar se surgir alguma história", ela tinha dito depois de pedir um sanduíche. Atualmente, ela estava mais interessada no bilionário desaparecido. "É estranho", ela disse. "Todos os sinais apontam que ele esteja a fim de você. Eu acho que ele já deveria ter ligado a essa altura."

"Obrigada, Lois. Isso ajuda muito", Chloe respondeu azeda.

"Desculpe."

"Bom, de qualquer jeito, eu vou voltar ao trabalho amanhã."

"O Feriado Nacional da Chloe está oficialmente terminado, então?" Lois perguntou.

Ela assentiu. "Sim. Estou me sentindo infinitamente melhor do que há alguns dias", Chloe disse. "Eu não sei. Eu pensei bem. Tenho trabalhado muito. Estava começando a ficar muito cansada. Esses dias foram ótimos. Me sinto pronta pra voltar agora."

Lois sorriu. "Bom. É o que eu gosto de ouvir. Não gosto de ver você como há dois dias atrás, prima", ela relembrou, gesticulando entre as duas.

"Anotado. Não vai acontecer de novo", Chloe disse, sorrindo de volta.

"E quem sabe?" Lois acrescentou. "Talvez ele esteja esperando pra te visitar no trabalho."

Chloe não estava muito esperançosa por alguma razão. Talvez ela só estivesse convencida que de algum jeito ele saberia que ela tinha dormido com o Arqueiro Verde, e agora não queria nada com ela. Paranoia, ela sabia, mas não podia deixar de pensar isso.

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Oliver estava fora de si. Ela estava evitando ele? Ele finalmente tinha decidido ligar pra ela, e não só ela não tinha atendido, como não tinha ligado de volta.

Mais frustrante do que tudo era o fato de o único número que ele tinha dela era o do trabalho. Fazia três dias desde que a tinha visto. Tinha demorado exatamente doze horas pra ele decidir ligar.

Numa medida temporária, tinha pendurado o uniforme do Arqueiro Verde. Seja lá o que estivesse acontecendo, não era confiável que ele vestisse agora. Chloe não merecia o que o Arqueiro Verde a estava fazendo passar, e era hora dele sumir de cena por um tempo, por pior que isso parecesse.

Claro, se Metrópolis de repente precisasse dele, ele vestiria o uniforme, pegaria seu arco e flecha num piscar de olhos, mas se esse não fosse o caso... bem, o Super Homem ia ter que se virar sozinho.

Deixando isso de lado, por que Chloe não tinha retornado suas ligações? Ele tinha deixado pelo menos duas mensagens. Esperava desesperadamente que não tivesse nada a ver com o Arqueiro Verde.

Então, no terceiro dia, ele decidiu que ia vê-la no trabalho. Se sentisse um clima ruim, poderia usar o pretexto dos negócios e dar o fora.

Realmente desejava que houvesse uma explicação sem ser ela mudando de ideia sobre ele.

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No Dia Seguinte

Oliver não pôde deixar de prender a respiração enquanto entrava na Fundação Ísis  pedindo a Deus que ele não tivesse estragado tudo.

O sorriso brilhante e caloroso que recebeu quando Chloe o viu indicou que aparentemente ele não tinha.

"Oliver!" ela disse, sorrindo. "Eu acabei de ver suas mensagens. Eu sinto tanto não ter retornado. Eu fiquei fora do escritório por alguns dias, e nem percebi que não tinha te dado meu número pessoal", ela explicou.

Um imenso alívio o invadiu. Graças a Deus.

"Como você está?" ele perguntou, ainda desconfiado.

Um olhar estranho cruzou o rosto dela, e ele só podia imaginar a razão. "Eu estou... estranha, na verdade. Eu não sei; eu venho passando por coisas realmente bizarras ultimamente, e percebi que precisava de um tempo longe do escritório."

Ele assentiu compreendendo. "E ajudou?"

"Na verdade, sim. Clareei as ideias. Decidi que tem certas coisas que estão acontecendo comigo agora nas quais eu tenho que dar um basta."

Ele tentou não demonstrar intensa curiosidade sobre a declaração dela. Então, ele sorriu. "Bem, eu espero que isso não inclua parar de me ver."

As bochechas dela ficaram vermelhas. "Não."

Maremotos. Tsunamis de alívio.

"Bom saber porque eu estava esperando que você pudesse me acompanhar amanhã a noite?"

"No quê?"

"Baile de Caridade para Arrecadação de Fundos para a Pesquisa contra o Câncer."

"Isso seria... muito legal." Ela continuou ficando vermelha e estava tendo dificuldade em manter contato visual com ele. O problema era que Oliver não sabia se ela estava envergonhada pelo que tinha feito dias atrás, ou se era porque estava realmente começando a gostar dele.

Ele desejava mais do que acreditava que fosse o último.

"Fantástico. Haverá um pacote te esperando amanhã quando chegar em casa", ele acrescentou, tentando soar misterioso.

Ela olhou desconfiada pra ele, os cantos de sua boca lutando para não sorrir. "Por quê?"

Ele deu de ombros. "Eu te comprei um vestido."

"Por que eu tenho a impressão que você vai ser uma daquelas pessoas em minha vida que nunca conseguirão não me dar um presente?"

Ele apenas sorriu maliciosamente, secretamente animado que estivesse fazendo parte da vida dela. Ela revirou os olhos.

"Bem, enfim", ela disse, inclinando-se na direção dele e descansando um cotovelo sobre a mesa. "O que você fez nesses últimos dias?"

Ele engoliu em seco desconfortavelmente. "Você sabe, meio que a mesma coisa que você. Me senti preso no meio de algumas coisas ultimamente, e não tirei tempo livre do trabalho, mas passei mais tempo buscando 'claridade' pra usar sua palavra."

Chloe assentiu. "E é ótimo, não é?"

Como não podia ser com o jeito que ela estava olhando pra ele? Ainda se sentia culpado, mas pelo menos parecia que as coisas estavam se resolvendo. Talvez ser o Arqueiro Verde não tivesse estragado sua vida.

Chloe franziu a testa de repente enquanto olhava pra ele, como se estivesse se lembrando de alguma coisa.

"O quê?" ele perguntou.

Ela pareceu acordar. "Oh... sabe, é uma coisa boba."

"O quê?" ele perguntou de novo.

"Bem... E não deixe isso te incomodar", ela disse com um leve risinho. "Mas eu tive um sonho muito estranho em que você estava."

Seu estômago girou. "É?"

"Sim", ela disse, franzindo a testa de novo. "Era realmente muito estranho, mas acho que basicamente no meu sonho, você era o Arqueiro Verde."

O coração de Oliver quase parou. Ele lutou para manter a compostura. "Eu?" ele deu um risinho. "Certo."

Chloe também deu risada. "Eu sei! É a mais absurda das coisas!"

"Acho que eu deveria estar lisonjeado por você estar sonhando comigo", Oliver disse, sobrancelhas erguidas.

Ela ficou vermelha, mas deu risada. "É, bem, não abra muito suas asas, pavão. Eu não disse que foi um sonho bom."

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Chloe se perguntou se eventos formais como estes se tornariam comuns em sua vida se começasse a namorar Oliver de verdade.

Ela estava em casa, e no geral se sentia bem sobre onde as coisas estavam com Oliver. Ainda havia um enorme senso de culpa. O que ela tinha feito... ela e Oliver podiam não estar num relacionamento, mas definitivamente não era justo com ele. Ela só podia esperar que dali em diante, as coisas continuassem no caminho certo.

Quando ele apareceu na Isis, foi quando ela percebeu. O Arqueiro Verde era misterioso e sexualmente apelativo e muitas outras coisas, mas ela não o conhecia, e não teria chance de conhecê-lo. Oliver, por outro lado, também não era um livro aberto. Ela sentia como se pudesse conversar com ele durante horas e ainda não saber nada sobre Oliver Queen. E é claro que ele era incrivelmente sexy. Isso era um fato. Mas o mais importante é que ele era real. E normal. Ele não era algum heroi mascarado que corria por aí salvando vidas e guardando segredos. Ela conhecia seu nome e seu rosto e sua voz. E essas eram coisas que o Arqueiro Verde provavelmente jamais poderia dar a ela.

Sim, ela assentiu pra si mesma no espelho. Oliver era uma boa escolha. Ele parecia certo. Não que ela pudesse ser capaz de adivinhar isso há algumas semanas. Quem diria que Oliver Queen acabaria crescendo tanto em seu conceito?

Ela encontrou uma caixa esperando por ela sobre o balcão da cozinha e imaginou vagamente como na terra aquilo tinha ido parar dentro de seu apartamento, mas então ela balançou a cabeça, decidindo que era melhor não pensar nisso. Ela abriu a caixa, tentando não esperar demais.

Oliver não tinha desapontado. O ar ficou preso em sua garganta quando ela pegou o vestido jade. Era... deslumbrante. Não muito diferente de seu vestido azul preferido, era eterno. Ela sorriu pra si mesma, tocando a seda.

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Ok, então ele tinha mentido pra si mesmo. Trancar o uniforme do Arqueiro Verde estava sendo mais difícil do que ele imaginou que seria.

O problema era, ele não gostava da ideia de que Chloe o veria - ou parte dele - como uma pessoa com quem dormia e desaparecia. Não era o que ele queria com ela. E ele sabia que tecnicamente ele não estava fazendo isso, mas Chloe não sabia.

O Arqueiro Verde precisava se despedir e acabar com isso.

Ela tinha pego o vestido que ele tinha lhe dado de novo, e o sorriso dele à expressão de satisfação no rosto dela aumentou. Depois dela cuidadosamente guardar o vestido na caixa e a colocar no armário ela foi até a cama, onde se deitou, mas não parecia conseguir dormir.

A janela estava trancada, ele percebeu com um pequeno nó no estômago.

Bem, ele merecia.

Mas ele a destrancou mesmo assim, entrando e fazendo Chloe pular.

Ela levou uma mão ao coração. "Que droga, por que você não pode bater como as pessoas normais?" ela exigiu.

"Eu pareço uma pessoa normal pra você?" ele perguntou sarcasticamente.

Ela olhou feio pra ele. "E eu aqui achando que você tivesse dito que trancar minha janela ia manter pessoas indesejadas longe."

Ouch. Essa realmente doeu. "Eu disse que seria esperto. Não disse que ia me manter longe."

"Que legal da sua parte."

Ele olhou para a parede. A animosidade no rosto dela era evidente, e ele não queria ver. "Você tem uma boa razão para estar brava comigo. Eu sei."

"Você sabe", ele ouviu a voz dela falhar mas ela encobriu com uma tosse. "Você sabe perfeitamente."

Ele suspirou frustrado. Ela estava deixando isso muito difícil pra ele. Ele não podia aguentar que ela ficasse chateada com ele, e ele provavelmente ia chateá-la ainda mais.

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