Resumo: Terceira e última parte da trilogia que começa com A Fine Line e Better Late Than...
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Oliver estava parado na varanda do apartamento de Chloe, olhando para a cidade com olhos cansados. Ele correu uma mão pela nuca, bocejando. Passava um pouco das duas da manhã e ele tinha voltado da patrulha há meia hora, depois de estar fora por quase quatro horas. Chloe estava dormindo quando ele chegou, e ele não quis acordá-la, então foi para a varanda. Parte dele imaginava se deveria ir pra sua casa, mas estava ficando na casa de Chloe a maior parte do tempo há semanas.
Não foi o barulho ou movimento nem nada que a acordou. Foi a falta. Ela e Oliver dormiam juntos todas as noites e embora as coisas não fossem as mesmas desde quando ela teve aquele pesadelo, isso não mudou. Ou pelo menos, não até agora. Chloe se levantou, ele não estava no banheiro nem nada e já passava das duas, o que significava que ele já tinha voltado da patrulha.
Seu estômago apertou enquanto saía do quarto lentamente e olhou ao redor da cobertura escura, não podia deixar de imaginar que tivesse acontecido alguma coisa.
Ele ouviu passos atrás dele e se virou. "Chloe?" ele sussurrou.
Ela prendeu a respiração ao repentino som, então expirou lentamente, tanto um pouco assustada porque ela não esperava que ele estivesse por perto e aliviada que ele não estivesse caído em algum lugar, ferido. "Você está aqui."
"Você estava dormindo", ele disse baixinho, hesitantemente entrando na cobertura mais uma vez. "Eu não quis te acordar."
Franzindo um pouco a testa, ela deu de ombros. "Eu sempre acordo quando você chega."
Oliver assentiu um pouco. "Bem, eu cheguei."
"Você não está cansado?" Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas.
"Um pouco", ele disse, dando de ombros.
"Ok", ela disse, franzindo ainda mais a testa e o estudando. "O que está acontecendo, Oliver?"
Ele franziu a testa a isso. "Como eu disse, eu só não quis te acordar, Chloe. Não tem nada acontecendo."
"Se você está dizendo", ela disse, braços ao redor do corpo defensivamente. "Eu vou voltar pra cama."
Ele parou. "Você está bem?"
"Sim", ela respondeu curtamente enquanto se virava.
"Certo. Ok." Oliver suspirou suavemente.
Ela respirou fundo e então parou. "Você não precisa ficar se não quiser." Algum dia, ela ia ter que dormir sem ele.
Ele franziu a testa. "Você quer que eu vá embora?"
"Você que sabe", ela disse. "É você que parece não querer estar aqui."
"Ou talvez seja você querendo que isso seja verdade", ele murmurou, balançando a cabeça.
"Isso significa o que, Oliver?" Ela perguntou, olhando pra ele, braços ainda ao redor do corpo.
"Significa que você vem me afastando há dias", ele disse baixinho.
Ela sentiu o peito e o coração apertarem. "Eu não estou fazendo nada."
Oliver olhou para o chão, seu próprio peito apertando. "Por que não vamos pra cama?" Sua voz era quase inaudível. "Podemos conversar sobre isso depois."
Chloe olhou pra ele por um momento e então respirou fundo e se virou, voltando para o quarto novamente.
Ele hesitou, então lentamente a seguiu pelo corredor, sentindo-se exausto enquanto ia para o quarto dela.
Ela voltou para a cama silenciosamente, olhando pra ele enquanto ele ia para o lado dele, puxando os cobertores ao redor do corpo.
Ele lhe deu um pequeno sorriso e subiu na cama ao lado dela, expirando lentamente. "Boa noite, Chloe", ele sussurrou.
Ela prendeu a respiração e olhou pra ele, mas de algum jeito se impediu de estender a mão e tocá-lo. "Boa noite", ela disse baixinho.
Oliver se virou de frente pra ela também, esperando sentir a mão dela em seu braço, mas ela não colocou. Ele hesitantemente estendeu a mão e colocou sobre a dela.
Antes que ela pudesse se impedir, seus dedos se fecharam ao redor dos dele e ela expirou lentamente.
Ele levou a mão dela até os lábios, beijando seus dedos suavemente e deixando os olhos fecharem. Dentro de momentos, ele tinha caído num sono agitado.
Ela não voltou a dormir, o observou até a respiração dele ficar constante, então respirou fundo, ela se mexeu e passou o outro braço ao redor dele, abraçando-o e então finalmente fechou os olhos e se permitiu dormir.
***
Oliver tinha terminado de ler o jornal quando ouviu os passos pela escada. Erguendo uma sobrancelha e terminando seu suco de laranja, ele observou a porta se abrir para revelar Lois. "Você acordou cedo", ele comentou.
"Eu não fui dormir ainda, estou faminta", ela disse, indo direto para a geladeira. "Por favor me diz que você tem comi- oh, graças a Deus", ela suspirou aliviada enquanto pegava a caixa de pizza.
Ele ergueu as sobrancelhas. "Você não foi pra cama ainda?"
"Trabalho, Queen", ela esclareceu, jogando duas fatias de pizza num prato e colocando no microondas. "Eu estava atrás de uma história. Chlo ainda está na cama?"
Oliver deu um risinho. "Não, ela está tomando banho, na verdade", ele disse, levantando-se e levando o copo até a pia.
Lois franziu a testa curiosamente pra ele, inclinando a cabeça. "Do que você está rindo?"
"Seu esclarecimento", ele a informou com diversão.
"Ah, certo. Ótimo." Ela disse a ele, indo até o microondas e pegando a pizza.
Ele ergueu as sobrancelhas pra ela. "Do que você achou que eu estava rindo?"
"Deixa pra lá", Lois disse. "Como ela está hoje?"
Ele a observou por um momento, então deu de ombros, olhando para a pia enquanto a água corria. "Não conversamos muito essa manhã."
Lois olhou para o corredor enquanto dava uma grande mordida em sua pizza e então olhou para Oliver. "Como você acha que ela está?" Ela perguntou, não se incomodando em terminar de mastigar ou engolir antes de falar, não era como se tivessem muito tempo antes de Chloe aparecer.
Ele prendeu a respiração e expirou lentamente, correndo uma mão pelo rosto. "Eu não sei, Lois", ele admitiu.
Ela franziu a testa, estreitando um pouco os olhos. "Desembucha."
"Não tem nada pra desembuchar", Oliver disse, sem olhar pra ela. "De verdade." Ele começou a lavar os pratos na pia, de costas pra ela. "Ela está me afastando."
"Ela está te afastando?" Lois disse, surpresa. Ela tinha superado o fato de que sua prima se sentia melhor falando com Oliver do que com ela, afinal ele fazia uma ideia melhor do que tinha acontecido, mesmo agora, e enquanto Chloe estivesse deixando alguém se aproximar, estava tudo bem pra ela.
"É tão difícil assim de acreditar?"
"Na verdade é", Lois disse, franzindo ainda mais a testa. "Você é a única pessoa que ela quer por perto o tempo todo."
Ele olhou pra ela, parando por um momento. "Talvez eu esteja entendendo errado", ele murmurou.
Suspirando, ela colocou o prato na mesa e cruzou os braços. "Me diz e eu te falo."
"Dizer o quê?" Ele franziu a testa.
"O que ela está fazendo, Ollie", ela disse revirando os olhos. "Se homens tivessem sido feitos para entender o jeito que as mulheres agem, vocês todos teriam vaginas também, vamos lá."
Oliver revirou os olhos pra ela. "Ela está falando menos comigo. Ficando defensiva quando eu tento conversar com ela. Algumas vezes, eu acho que ela não me quer por perto."
Ela refletiu por um momento. "Que tipo de assuntos estão deixando ela defensiva? Ou é tudo?"
"É basicamente tudo", ele disse.
"Certo..." ela ergueu as sobrancelhas. "Você tentou perguntar se ela quer que você a deixe sozinha?"
"Uh, sim. E sempre ouço um 'se é o que você quer'."
Lois ergueu as sobrancelhas e arregalou um pouco os olhos. "Sério? Chloe está dizendo isso pra você?"
"Eu não sei o que fazer, Lois", ele disse, expirando. "Ela quer que eu vá embora e não quer me dizer? Ela acha que eu me sinto obrigado a ficar aqui?"
A isso, Lois piscou, seus olhos arregalando um pouco mais. "Isso... faz sentido, na verdade. A parte sobre ela achar que você se sente obrigado a ficar aqui, quer dizer, ela pode estar te dando uma saída fácil."
"Eu não quero uma saída fácil." Ele balançou a cabeça.
"Eu sei disso", Lois disse com um revirar de olhos. "Mas talvez ela esteja te testando."
Oliver expirou. "Ótimo. Então como eu faço para convencê-la que eu estou aqui porque eu quero?"
"Bem..." ela respirou fundo e comeu outro pedaço da pizza enquanto pensava. "Talvez ela ache que você só está por perto porque se sente responsável por tudo que aconteceu, que você só quer cuidar dela porque ela está uma bagunça, quer dizer, você é um heroi, é o que você faz."
Ele era responsável por tudo que tinha acontecido, mas era mais do que isso. "Então, o que eu faço, Lois?" ele perguntou.
"Deixa ela se cuidar sozinha por um tempo", Lois disse a ele, pensando. "Sabe, não desapareça mas dê um pouco de espaço e veja como ela se sai, então faça alguma coisa legal pra ela, alguma coisa de namorado, leva ela pra jantar, assim ela vai saber que não é só sobre bancar o heroi."
Oliver olhou pra ela por um momento, refletindo. "Sim", ele murmurou. "Sim, eu posso fazer isso."
"Eu vou falar com ela", Lois prometeu, finalmente se sentando na frente da comida. "Vou ver se consigo descobrir mais alguma coisa."
"Certo." Ele ficou em silêncio por um momento. "Obrigado, Lois." Ele prendeu a respiração e se virou na direção da porta. "Te vejo depois."
Ela ergueu as sobrancelhas e assentiu. "Eu digo a ela que você foi trabalhar?"
"Sim", ele disse, assentindo também. "Porque é o que estou indo fazer."
"Ok", ela assentiu, voltando-se para a comida. "Eu te ligo se meu diagnóstico mudar. Se não, vou pra cama depois do café e se você me ligar e me acordar, vou te machucar."
Oliver ergueu uma sobrancelha com diversão. "Você continua assustadora, Lois", ele brincou, indo para a porta.
***
Alguns minutos depois, Chloe entrou na cozinha, já tinha ensaiado o que ia dizer a Oliver, então ficou mais do que um pouco surpresa quando viu sua prima sentada ali ao invés dele. "Lois?" Ela perguntou, franzindo a testa.
"Roubando sua comida de novo", Lois a informou com um sorriso.
"Estou vendo", ela disse, mas não sorriu, estava muito ocupada olhando ao redor, testa um pouco franzida.
"Ele foi trabalhar", ela disse.
"Oh", Chloe franziu um pouco a testa, olhando ao redor e então de volta pra Lois, não era normal Oliver sair pra trabalhar sem falar com ela, mas talvez seu plano estivesse começando a funcionar. O aperto em seu peito, no entanto, a fez se perguntar se estava pronta pra isso.
Lois a estudou por um momento. "Então, como estão as coisas entre vocês?" ela perguntou casualmente.
Dando de ombros, ela foi até a cafeteira, e não foi nenhuma surpresa encontrá-la cheia, Oliver não bebia café, mas sempre deixava feito pra ela. "Do mesmo jeito", ela disse baixinho.
"Oh. Bom, isso é bom, não é?" Ela comeu o último pedaço de sua pizza.
"Sim", ela concordou, sem realmente pensar enquanto pegava uma xícara e se servia de café.
Lois a observou atentamente, mastigando. "Eu estava pensando em fazer compras mais tarde. Interessada?"
Chloe refletiu por um momento e balançou a cabeça. "Eu estava pensando em dar uma olhada na fundação, ver como estão as coisas. Acho que isso vai tomar a maior parte do meu dia."
"Oh." Ela assentiu um pouco. Algumas semanas atrás, Chloe tinha, com ajuda de Oliver, aberto um lugar chamado Fundação Isis - um centro de ajuda a quem fosse afetado por meteoro. Não estava operando completamente ainda, mas ela sabia que o lugar significava muito para sua prima.
"É", ela respirou fundo e olhou para o café, tentando espantar a ansiedade desde que percebeu que Oliver não estava lá.
"E como vai a fundação?" ela perguntou curiosa.
"Devagar", Chloe disse, tomando um gole do café antes de finalmente e com relutância se virar pra ela.
Lois encontrou seus olhos. "Bem, essas coisas levam um pouco de tempo. Mesmo quando desejamos pular algumas etapas."
"Não temos tempo, Lois, as pessoas precisam de ajuda." Ela disse à prima, de algum jeito conseguindo se recompor um pouco mais.
"Eles precisam", Lois concordou com um aceno de cabeça. "Mas as portas ainda não estão prontas pra serem abertas, Chlo. Vai demorar um pouco. Essas coisas dão muito trabalho."
Ela suspirou profundamente e tomou seu café. "Vou ver o que consigo fazer."
"Você não precisa fazer tudo sozinha, sabia? Quer dizer, graças a Deus, eu tenho um emprego no Planeta, mas eu vou ficar feliz em te ajudar." Lois olhou pra ela.
"Eu sei que sim", Chloe disse, olhando para o café novamente. "Mas você tem sua própria vida, Lois, eu deveria ter a minha."
"Eu não estou dizendo que você não deveria, Chlo." Lois se mexeu na cadeira. "Mas somos família. Eu tenho certeza que quando eu precisar de ajuda com algum artigo, posso contar com você, certo?"
"Isso é algo que eu preciso fazer", ela disse, sua expressão neutra. "Mas vou manter isso em mente se eu realmente precisar de ajuda."
Ela supirou e olhou para a mesa por um momento. "Certo", ela disse.
"Eu tenho que ir", Chloe disse, virando-se e colocando a xícara quase cheia na pia, seu peito ainda apertado e ela não queria ficar ali com sua prima, porque além de Oliver, ela era a única pessoa que a conhecia muito bem.
"Chloe?"
Sua mandíbula travou um pouco enquanto tentava manter a expressão neutra. "Sim?"
Lois se levantou e foi até Chloe. "Eu amo você." Suas palavras foram baixas, mas sinceras. Ela se inclinou e deu um beijo no rosto dela. "Tenha um bom dia, ok?"
Apesar de seus melhores esforços, seus olhos se encheram de lágrimas e ela apertou os lábios. Queria perguntar a Lois se Oliver estava bravo com ela, queria pedir que sua prima fosse junto com ela, mas se forçou a ficar em silêncio, porque isso era o que ela queria, queria fazer coisas sozinha sem Oliver ou Lois ou J'onn lhe ajudando, nunca precisou disso antes e queria se sentir como ela mesma e fazer o que queria sem ninguém olhando pra ela e se perguntando se ela conseguia. O problema era, ela não sabia se conseguia fazer sozinha.
***
Horas depois Oliver foi para a Fundação Isis, olhando ao redor da vazia área de espera e então indo para o elevador que o levaria até o escritório de Chloe. Ele tinha passado em seu apartamento apenas para descobrir por Lois que ela ia trabalhar até tarde. Ele esperou as portas do elevador se abrirem, escondendo o buquê de tulipas amarelas atrás das costas e esperando que ela não o tivesse visto pela câmera de segurança. Ele queria fazer uma surpresa.
Chloe estava orgulhosa de si mesma por conseguir passar treze horas ali, treze horas sem ver e nem falar com Oliver, ou qualquer outra pessoa com quem normalmente conversava durante o dia. Ela tinha se escondido no escritório algumas vezes quando as pessoas chegavam muito perto ou quando havia muitas delas, mas duvidava que tivessem percebido alguma coisa estranha, pelo menos ela achou que conseguiu soar convincente, usando a desculpa de que precisava fazer algumas ligações.
Estava ficando tarde, mas mesmo assim, não tinha planos de deixar o escritório. Estava vendo médicos indicados pelo Dr. Hamilton, tentando descobrir quais seriam os melhores para ajudar os infectados, tanto em cuidado quanto em sigilo, ela estava tão concentrada que não ouviu os passos.
Oliver a encontrou em seu escritório, parando e olhando para os artigos na frente dela. Ele sorriu quando ela não olhou pra cima. Então estendeu a mão e bateu na porta. "Entrega especial." Sua voz era leve.
O coração dela foi instantaneamente para a garganta e ela se endireitou, seus olhos arregalados enquanto olhava na direção da porta, sua mão indo para o peito quando percebeu que era ele. "Deus, Oliver..."
O sorriso sumiu quase instantaneamente. "Desculpe", ele disse, balançando a cabeça. "Não queria te assustar."
Assentindo um pouco, ela se recostou na cadeira e correu uma mão pelo rosto. "Tudo bem", ela disse baixinho.
"Dia longo?" Oliver se recostou na moldura da porta por um momento.
"Sim", ela apertou os lábios e olhou pra ele. "Você?"
"Sempre", ele disse com um pequeno sorriso. Ele hesitou por um momento e então estendeu o buquê de flores.
Chloe piscou e se endireitou na cadeira, olhando das tulipas pra ele, confusa enquanto sentia o peito apertar ao gesto. "Por que essas flores?" Ela perguntou baixinho.
"Eu senti sua falta hoje", ele admitiu, entrando no escritório e estendo-as pra ela.
Ela afastou a cadeira e se levantou, pegando as flores com cuidado. "Obrigada", ela sussurrou, olhando pra ele por um momento e então para as flores.
Oliver assentiu, observando-a por alguns segundos. "Você já jantou? Achei que pudéssemos pegar comida chinesa ou alguma coisa assim."
"Oh", ela balançou a cabeça. "Eu ainda não comi."
Um genuíno sorriso tocou seus lábios e ele ofereceu o braço a ela.
Ela o observou por um momento e arrumou as flores no braço antes de pegar a bolsa e dar a volta na mesa, seu coração disparado enquanto passava o braço ao redor do dele.
Oliver relaxou um pouco, conduzindo-a até a porta. "Você está linda", ele disse.
Chloe franziu um pouco a testa e se olhou, balançando um pouco a cabeça, isso não era comum a eles. "Eu passei o dia todo aqui."
"É, mas você sempre está linda pra mim." Ele beijou sua têmpora, conduzindo-a até o elevador.
Ela caminhou com ele em silêncio e então inclinou a cabeça para olhar pra ele. "Por que tudo isso?"
Ele olhou pra ela. "Isso o quê?" ele perguntou incerto.
"Agir... desse jeito", ela disse, incerta de como usar as palavras, o que realmente nunca acontecia com ela.
Oliver parou. "Você está falando sobre te levar pra jantar?"
"Isso e... trazer flores e todos os elogios", ela disse, olhando para as flores e então pra ele, uma mistura de curiosidade e desconfiança nos olhos.
"Porque... você é minha namorada." Ele olhou pra ela quando o elevador começou a descer.
Ela olhou pra ele por um momento e assentiu, olhando de novo para as tulipas. Parecia com alguma coisa normal, algo que as pessoas faziam regularmente. Trabalhar o dia inteiro, encontrar a outra pessoa, sair pra jantar. Eles nunca tinham feito isso antes porque ela estava sempre trancada no apartamento, talvez esse fosse um passo na direção certa. Ela respirou fundo e assentiu um pouco, olhando pra ele e sorrindo levemente. "Obrigada."
Oliver sorriu de volta pra ela. "De nada." Ele deu um leve tapinha em sua mão.
Chloe abraçou o braço dele, sem se sentir mal por isso, ela tinha conseguido passar um dia inteiro sem ele.
Ele beijou sua têmpora mais uma vez, conduzindo-a para fora do elevador quando as portas se abriram. Ele ficou pensando em fazer isso o dia inteiro, estava preocupado com a reação dela. Mas parecia que Lois estava certa, afinal. "Então, comida chinesa? Ou você prefere italiana ou alguma outra?"
Ela caminhou com ele, refletindo por um momento. Se escolhessem chinesa, poderiam pegar e ir pra casa, longe das pessoas, mas italiana era sua favorita e não tinha o mesmo sabor se fosse levar pra casa, era bem melhor se comessem no restaurante, o que significava que ela teria que passar por outro teste. "Acho que... italiana, se estiver tudo bem com você."
"Pra mim está ótimo", ele concordou. "Nunca se erra com comida italiana." Ele sorriu de novo, encontrando seus olhos por um momento.
Chloe sorriu um pouco mais e manteve o olhar, então parou de andar, segurando o braço dele e o forçando a fazer o mesmo, e quando ele parou, ela ficou na ponta dos pés e o beijou suavemente. Tinha que ser sempre ela a iniciar os beijos, mas ela sabia porque ele não começava e estava bem com isso, ela gostava de ter controle sobre a situação. Parecia mais seguro, não que não se sentisse segura com Oliver.
Oliver retornou o beijo sem hesitar, roçando o nariz levemente contra o dela. "Eu amo você", ele sussurrou, beijando o canto de sua boca.
"Eu também amo você", ela disse baixinho, levando a mão até o rosto dele.
Ele também levou a mão até o rosto dela, roçando o polegar levemente sobre sua pele.
Ela se inclinou ao toque e sorriu pra ele quando percebeu como ficava em paz quando estava com ele, aparentemente, ela tinha esquecido disso com as semanas tumultuadas que tiveram.
Ele sorriu, encontrando seus olhos e encostando a testa na dela. "Então, estamos perto do Little Italy's, mas se você quiser ir a outro lugar, está tudo bem."
"Não, podemos ir nesse", ela disse, era o lugar onde sempre ia quando trabalhava no Planeta, há muito tempo atrás.
Oliver beijou seu rosto, pegando sua mão, entrelaçando seus dedos. "Tudo bem."
"Ok", ela disse baixinho, beijando os lábios dele mais uma vez e sorrindo antes de se afastar e recomeçar a andar.
Mordendo o lábio, ele sorriu, a seguindo sem hesitar quando ela o puxou.
Ela podia fazer isso, vir todo dia trabalhar durante longas horas, se manter ocupada, evitar de querer as pessoas por perto e se sentir fraca. Se ela se concentrasse no trabalho, talvez fosse mais fácil deixar tudo que tinha acontecido pra trás.
_______
________________________________________________________________
Complicada essa vida dos dois depois de tudo o que a Chloe passou. Não há como simplesmente esquecer o que aconteceu e seguir alegre e despreocupada, porque fica uma marca.
ResponderExcluirÉ muito bom acompanhar o lento processo de recuperação da Chloe nessa fic, assim como o jeito que o relacionamento deles vai se consolidando.
Com certeza o final vai ser muito bom. rs
E deixo minha gratidão por todas as histórias que trazem e com certeza por essa, que apesar da carga de violência virou uma das minhas favoritas.
Puxa, Vinicius, que bom... essa também é uma das minhas favoritas, que bom que está gostando também... e muito obrigada pelo carinho...
ResponderExcluir