An Origin Story (11/23)

Resumo: Universo Alternativo onde os pais de Oliver nunca morreram.
Autora: the_bluesuede
Classificação: R

Prompt da JoyBlue: "O que aconteceria se Robert e Laura não morressem, e a razão para Oliver se tornar o Arqueiro Verde fosse porque ele tivesse ciúmes de Clark depois de descobrir sobre o 'Viajante' (sem seus pais saberem), e se ele se tornasse o Arqueiro Verde só pra se provar para os seus pais?"

Nota: 3ª lugar na categoria 'Universo Alternativo' do ChlollieAwards 2010.
Original
Anteriores: Prólogo - Um - Dois - Três - Quatro - Cinco - Seis - Sete - Oito - Nove - Dez

An Origin Story

Capítulo 11: O Retorno de João Pequeno

Fazia algumas semanas desde a viagem e o que Chloe classificava como 'incidente', Chloe e Oliver tinham voltado ao estado de normalidade confortável quase imediatamente depois do ocorrido, os dois seguindo um acordo silencioso de não falar sobre o que aconteceu no quarto de Oliver. Não que isso evitasse que Oliver pensasse no assunto a cada cinco segundos ou impedisse Chloe de ficar vermelha sempre que se pegava olhando pra ele inconscientemente.

Atualmente, os dois estavam se preparando para o Natal, que Chloe tinha sido convidada a passar na mansão Queen.

Ela sabia que o convite se dava ao fato de Laura Queen estar usando pelo menos 90% de sua energia para forçar Chloe e Oliver a se tornarem um casal, mas ela não podia deixar de ficar agradecida. Aparentemente o General estava levando Lois junto para as festas de fim de ano, e os Kents tinham sido convidados também. Embora ela fosse bem vinda a ir visitar o General também, por alguma razão não conseguiu se animar muito com a ideia. Seu próprio pai estava - embora ela tentasse não pensar sobre isso - vendo alguém, e esse seria o primeiro Natal deles juntos. Chloe tinha certeza que era bem vinda em sua própria casa, mas embora não esperasse que o relacionamento fosse durar, quando a Sra. Queen fez o convite, ela decidiu dar a seu pai e sua... amiga algum espaço.

Faltando uma semana para o Natal, Chloe estava ajudando Laura com a decoração, o que estava sendo uma tarefa mais divertida do que parecia a princípio. No entanto, Chloe estava se jogando na tarefa de corpo e alma. Ela não queria admitir, mas toda a coisa do Natal Kent-Lane, sem mencionar a recém descoberta sobre a... amizade de seu pai, a fazia se sentir de certa forma sozinha.

Pelo menos eu tenho Ollie e os pais dele, ela pensou, parada ao lado da Sra. Queen enquanto direcionavam e redirecionavam Oliver sobre exatamente onde queriam que ele pendurasse uma guirlanda. Claro, eles tinham contratado profissionais para decorar a casa, mas era muito mais divertido dizer a Oliver o que fazer do que deixar outra pessoa cuidar da tarefa.

Oliver estava levando numa boa, claro. Rindo da indecisão das mulheres, ele enxugou o suor da testa e avisou a elas que entraria em greve dentro de trinta segundos se elas não decidissem onde era o centro do balaústre. Chloe engoliu em seco. Durante os últimos dez minutos tinha sido difícil não olhar para os músculos incrivelmente bem definidos dos braços de Oliver.

"Eu não posso simplesmente pegar uma fita métrica pra encontrar o meio?" ele perguntou pra elas, tentando posicionar a guirlanda na varanda.

"Por que não pensamos nisso antes?" Chloe perguntou, dando risada.

"Porque assim é muito mais divertido", Laura pontuou, pegando a fita métrica do bolso do casaco, ao que Chloe riu ainda mais. Ela pegou a fita de Laura e jogou para Oliver.

"Vocês mulheres serão minha morte", ele avisou enquanto pegava a fita.

"Só se você parar de seguir as instruções, querido", Laura disse de volta.

Oliver balançou a cabeça.

"Então, Chloe como vão as coisas no jornal?" Laura perguntou. "Oliver disse que você trabalha sem parar."

"Bem", Chloe disse, sentando-se no chão para assistir Oliver (ela estava de pé o dia inteiro). "Eu sei que ele acha que eu exagero, mas eu juro, ocasionalmente eu vou pra casa dormir. É só que é difícil manter o equilíbrio quando a qualquer momento alguma coisa que vá mudar o mundo aconteça e eu perca a história." Ela sorriu pra si mesma. Era realmente difícil parar de ser uma jornalista algumas vezes.

"Bem, eu admiro sua paixão. É bom ver isso. Parece ser uma qualidade que está morrendo atualmente: ter ambição e trabalhar duro."

As bochechas de Chloe ficaram cor de rosa. Os pais de Oliver sempre a elogiavam, e ela não tinha certeza se era tão maravilhosa quanto eles diziam, mas era bom de qualquer jeito.

"Então", Oliver disse, tirando a poeira das mãos enquanto descia as escadas na direção delas. "Almoço?" ele perguntou a Chloe, jogando um braço sobre o ombro dela.

"Achei que você nunca ia perguntar", Chloe deu risada, jogando um braço ao redor da cintura dele e ignorando o repentino rubor em suas bochechas. Seu estômago estava roncando há horas.

"Que bom. Eu estava começando a ficar preocupado que vocês só me mantivessem ao redor por causa dos meus músculos", ele brincou, caminhando com ela na direção da cozinha.

"Engraçadinho", a mãe dele murmurou, sorrindo mesmo assim.

"Você vem, mãe?" Oliver perguntou por sobre o ombro.

"Não, podem ir vocês", ela disse, indo para as escadas.

"Eu sinto que cometi um grande erro ao permitir você e minha mãe na mesma sala", Oliver brincou enquanto passavam pelo corredor. "Nunca achei que veria o dia em que ia conhecer alguém que gosta tanto de Natal quanto ela."

Chloe deu de ombros. "Eu gosto dos feriados."

"Sério? Eu não percebi."

Ela deu um tapinha atrás da cabeça dele e saiu de debaixo de seu braço. "Oi, Mike", ela cumprimentou o chef quando entraram na cozinha.

"Srta. Chloe", ele cumprimentou animado. "Almoço?" ele perguntou. Ela assentiu. "Eu fiz sanduíche reuben. Achei que vocês dois viriam pra cá a qualquer minuto." Ele apontou para dois sanduíches que já estavam esperando por eles.

"Aw, nós mesmos poderíamos ter preparado alguma coisa", Chloe disse, dando um beijo no rosto de Mike. Oliver afastou a ponta de ciúmes que sentiu por causa do gesto. Chloe não ficou na mansão nem três minutos antes de já fazer amizade com todos os funcionários. Depois de conhecer Oliver há quase um ano, os funcionários gostavam mais dela a cada vez. Na verdade, como Oliver estava sempre dizendo, ele tinha a sensação que eles gostavam mais dela do que dele.

Ao que ela sempre respondia. "Duh."

"Então, o que você comprou para Chloe de Natal?" Chloe perguntou na terceira pessoa, sendo o mais indiferente possível.

"Absolutamente nada", Oliver respondeu. "Por quê? Você acha que ela merece um presente?" ele deu um risinho pra ela enquanto dava uma mordida no sanduíche que ainda estava quente.

Chloe revirou os olhos, sorrindo mesmo assim. Sempre curiosa, ela vinha tentando arrancar a resposta dele há dias.

_________________________________

A Noite de Natal chegou e Oliver vinha amaldiçoando mentalmente outro vestido de Chloe enquanto estavam sentados com seus pais, tomando champanhe depois do jantar, apenas conversando e relaxando.

Tinham tido uma festa, é claro, e Oliver tinha dançado algumas músicas com Chloe, imaginando se ela tinha bebido mais do que ele tinha percebido, ou se havia outra razão para as bochechas dela estarem vermelhas. Ele tinha observado com certa irritação outros homens flertarem com ela, e Chloe nunca os dispensando apropriadamente, com certeza porque ela estava alheia ao motivo da atenção deles. Simplesmente não ocorria a Chloe que ela fosse atraente.

Chloe, por outro lado, passou grande parte da noite se perguntando se estava imaginando os olhos de Oliver nela constantemente. Eventualmente ela concluiu que ele estava apenas sendo super protetor, igual ao que acontecia quando ela estava com Bruce. Ela percebeu, no entanto, quando os convidados foram embora, que ele estava especialmente bonito naquela noite, mangas dobradas, gravata solta, camisa pra fora da calça, e alguns botões abertos. Ela gostava dele assim. Ele parecia tão relaxado e calmo, mas ao mesmo tempo, ele exalava poder e controle sobre tudo ao seu redor. Ele era dono do lugar sem ter que fazer nenhum esforço.

A hora foi passando e Chloe finalmente decidiu se retirar e ir para o quarto de hóspedes onde estava ficando nos últimos dias, e Oliver decidiu segui-la. Até seu pai clarear a garganta e pará-los com duas palavras. "Crianças", ele disse, um tom de prazer na voz. "Tradição."

Ele olhou pra cima da cabeça deles, e Oliver e Chloe fecharam os olhos incrédulos. Um ramo de visco. Laura colocava novos ramos todos os dias por razões óbvias, mas Chloe e Oliver tinham conseguido evitar.

Até aquele momento, aparentemente. Eles se olharam envergonhados, mas então para surpresa de Chloe, Oliver deu de ombros, se abaixou e plantou um beijo amigável nos lábios de Chloe. Chloe pareceu um pouco atônita, mas ele simplesmente sorriu. "Eles nunca iam nos deixar em paz se não nos beijássemos", ele sussurrou. "Boa noite mãe, boa noite pai. Feliz Natal", ele disse mais alto, antes de sair da sala.

Chloe foi logo em seguida, sobrancelhas ainda erguidas. Ela correu os dedos sobre os lábios.

Bem, isso foi inesperado, ela pensou.

Oliver no entanto, estava feliz que não pudessem ver seu rosto porque ele tinha certeza que estava queimando.

Malditos vestidos, ele pensou.

_________________________________

Era quase meia-noite quando Chloe se virou na cama, ainda acordada. Ela tinha a estranha sensação de que tinha alguém na casa que não estava antes.

Antigamente, ela se diria que era o Papai Noel. No momento, no entanto, não achava que fosse. Vestindo um robe, ela abriu a porta devagar e saiu pelo corredor, seus ouvidos captando o som de vozes masculinas. Ela seguiu até o quarto de Oliver, as vozes ficando mais altas. Ela já ia bater na porta pra ver o que estava acontecendo, mas o som de uma voz desconhecida a fez parar.

"Eu estou dizendo, Oliver, você precisa deixar essa história do 'Viajante' pra lá. Eu não sei porque você não me contou sobre os Teague e os Swann, mas se você acha que eu vou deixar você se tornar o próximo alvo de Lionel, você é mais idiota do que eu pensei."

Chloe conhecia aquela voz. Tinha certeza. Só não conseguia saber de onde, no entanto, havia assuntos mais importantes no momento, como Oliver saber sobre o Viajante.

"Olha, Hal, eu não vou deixar pra lá, e é exatamente por causa disso. O Luthor tentou matar meus pais. Ele está disposto a fazer qualquer coisa pra ser o único a ter alguma influência sobre esse cara, e eu não posso deixar isso acontecer. Agora me diz o que você descobriu em Metrópolis."

Chloe arfou.

"Acho que você está certo sobre o tal Kent", o amigo de Oliver respondeu. "Não sei como você pensou nele, mas eu fiquei de olho por uns dois dias, e ele estava constantemente desaparecendo. Eu finalmente vi ele em ação. Eu estava impedindo um roubo quando ele apareceu pra fazer exatamente a mesma coisa. Eu fingi que não fazia ideia de quem ele era. E ele é um cara legal na verdade", ele acrescentou.

"Eu não acredito. Então é realmente ele?"

"Eu apostaria que sim, cara. Especialmente considerando o fato de ele ser de Smallville. Parece que existe outro motivo para a volta de Lex para aquela cidade pequena, afinal. E também tem toda essa coisa da chuva de meteoro. O tempo é muito conveniente pra ignorar."

Chloe não conseguia - se recusava - a acreditar no que estava ouvindo. Não podia ser. Simplesmente não podia.

_________________________________

Dizer que Oliver estava preocupado era o mínimo. Chloe mal tinha tomado conhecimento dele todo o dia de Natal. Ela falou com ele apenas quando era absolutamente necessário e estava evitando contato visual. Mesmo enquanto desembrulhava o presente que ele lhe deu, uma linda agenda de couro acompanhada por uma deslumbrante caneta de prata, ela lhe deu um sorriso forçado e um vazio "Obrigada". Quando ele abriu o presente dela, um portarretrato com uma foto deles, ela retribuiu o abraço mas sem muita vontade.

Era uma coisa só com ele. Ela continuava agindo perfeitamente bem com seus pais.

Ele começou a achar que ela não tinha realmente gostado do beijo que tinham trocado sob o ramo de visco na noite anterior, mas ele não conseguia entender o porquê. O beijo não tinha durado nem dois segundos - e não havia razão pra ficarem embaraçados por causa disso. Eles eram amigos há tanto tempo que isso não deveria nem ter importado.

Ele balançou a cabeça, pensando que todas as mulheres eram loucas quando abriu a porta do quarto e ergueu as sobrancelhas completamente chocado.

Chloe estava em sua mesa, pernas e braços cruzados. O laptop dele aberto, e ela atirava facas com o olhar.

"Chloe?" ele perguntou, confuso.

"Quer me explicar porque você está investigando meu melhor amigo?" Ela apontou para o computador, onde ela tinha aberto vários arquivos relacionados a Clark Kent. Ele não teve estômago nem pra se perguntar como ela tinha conseguido descobrir as senhas envolvidas para acessar aqueles arquivos.

Os pés de Oliver pareciam ter raízes. Um raio podia cair agora e ele não ia nem se encolher enquanto olhava pra ela horrorizado. "O quê?" ele conseguiu dizer.

"Por que você está investigando Clark? Como, em nome de Deus, você descobriu que ele era-" ela parou, engolindo em seco. Lágrimas surgindo em seus olhos e Oliver começou a entrar em pânico. Não havia como ele explicar isso. "Por favor", ela fechou os olhos, falando baixinho. "Por favor, por favor me diz-" ela soluçou. "Que não somos amigos porque você estava me usando para chegar ao Clark. Por favor me diz que eu não fui só um peão."

Ela abriu os olhos e olhou pra ele em desafio.

"Chloe, não. Não é bem assim. Eu-" mas ela já tinha se levantado da cadeira e passado por ele.

"Minhas bolsas estão prontas e eu estou indo embora. Por favor peça desculpas aos seus pais por mim de manhã."

Oliver foi atrás dela. Ele segurou seu braço e a fez virar de frente pra ele. "Chloe, escuta-"

"Não, escuta você!" ela disse alto, a voz tremendo. "Você tem muita coragem em ainda falar comigo. Eu não posso acreditar que você tenha sido tão baixo a ponto de-" ela balançou a cabeça. "Acho que eu nunca te conheci de verdade afinal, não é? Você é igual ao Lex, não é? Ele costumava fazer o mesmo tipo de coisas: usar as pessoas, espioná-las, manter segredos. Também nunca ocorreu a ele simplesmente perguntar."

E ela soltou o braço, afastando-se, o chão virando gelo por onde ela passava, deixando Oliver sozinho e horrorizado.

______

Doze

________________________________________________________________