Resumo: Universo Alternativo que começa depois da oitava temporada.
Autora: lovethesnark
Classificação: R
Nota: indicada ao ChlollieAwards 2010 na categoria oneshot.
Então, Clark vai para um retiro de seis meses para se encontrar, e volta com um renovado senso de propósito. Ele reencontra seu otimismo, de algum jeito, em algum lugar lá fora, com todas as pessoas loucas e gatos presos nas árvores e assaltos que dão errado (embora, eles podem realmente dar 'certo'?). Ele fica longe seis meses e volta um homem crescido, com arrependimentos, mas na maior parte, ele volta rejuvenescido.
Chloe não quer odiá-lo por isso, mas é meio que inevitável. Ela ficou presa ali, no lugar que Jimmy comprou pra ela, o lugar onde Jimmy foi morto, assassinado, apenas presa. Porque o simbolismo era muito forte pra ela ignorar, ela quer ser o tipo de pessoa que é forte o suficiente para ficar neste lugar com as mais horríveis lembranças que ela tem porque era o que Jimmy queria que ela tivesse. Ela não é esse tipo de pessoa, mas está tudo bem, porque ela meio que pensa que ninguém é.
Oliver se tornou sua rocha, de todas as pessoas. Ele, a imagem do playboy, o loiro e arqueiro com instintos de matar, com o uniforme verde e o ridículo, ridículo distorcedor de voz que ela continua pedindo pra ele se livrar. O justiceiro duvidoso com um complexo de culpa que só é menor que o de Clark.
Tudo começa com ele sendo o cara que a ajuda a se recuperar de uma tragédia: embebedar-se à noite, e pizza. Ele lhe traz vinho, cerveja, daiquiris e margaritas e schnapps de pêssego e bebidas de garotas com pequenos guarda-chuvas verdes. Quando não funciona ele traz vodca e conhaque e tequila e ela bebe até o estupor, até ele tirá-la do sofá e a carregá-la para a cama cinco noites da semana. Seriam sete, mas Lois fica com ela nos fins de semana e Oliver acha que talvez a família ajude mais a melhorar do que os amigos.
Não ajuda, mas Oliver não tem nenhuma família, então Chloe não o culpa por isso. Porque família quer que você fique bem, eles querem que você esteja feliz, querem te fazer feliz. Lois traz jogos de tabuleiro e projetos de pesquisa e modelos a serem montados, mas que na verdade são apenas palitos de sorvete numa pobre tentativa de aerodinâmica.
A questão é, no entanto, Oliver não tem família, então ele sabe como é perder alguém que você realmente gosta e ele não te abraça e não tenta te fazer sorrir. Ele a deixa bêbada e deixa ela chorar em seu ombro e deixa ela bater em seu peito e deixa ela surtar e destruir as cadeiras quando ela decide que talvez jogar as coisas é melhor do que chorar mais um maldito segundo.
Quando Clark volta, ele se desculpa por ter partido, mas não se desculpa por não ter voltado mais cedo e não se desculpa por não ter ligado. Ele se desculpa porque sabe que ela quer que ele faça isso, mas ela pode dizer que ele está feliz por ter partido, pode ver que fez muito bem a ele, e ela não quer se ressentir, exceto que ela realmente se ressente porque ele estava lá se curando e tudo que ela ganhou por seus esforços foi alguns centímetros a mais no comprimento do cabelo e um encontro toda noite com Oliver que termina sempre com ela vomitando no banheiro enquanto ele segura esses tais centímetros a mais.
Ela acha que Clark fica mais do que um pouco magoado quando ela diz pra ele não vir até o final da semana porque ela tem planos que envolvem Oliver e álcool e maratonas de MASH na televisão, mas ele não verbaliza e ela não verbaliza por ele. Ela ainda o ama, e não precisa perdoá-lo porque já o tinha perdoado antes dele sair pela porta, mas ela precisa ficar um pouco melhor do que já está antes de deixá-lo voltar para o lugar que já foi dele. O abraço dele ainda parece sua casa no entanto.
Então, uma semana depois, Oliver vem até seu apartamento sem a vodca e mais arrasado do que ela jamais o viu, e olha que ela já viu os rapazes arrasados muitas vezes antes. Ela se senta no sofá e o observa andar de um lado para o outro durante uns dois minutos antes de se levantar e segurar os braços dele e perguntar o que está errado.
Ele olha pra ela e uma coisa que ela aprendeu sobre Oliver é que ela nunca percebeu antes desses últimos seis meses o quanto os olhos dele poderiam parecer assombrados, mas esta noite eles parecem assombrados e tristes e assustados e culpados e preocupados, e ela de repente deseja nunca ter perguntado o que está errado porque tem medo da resposta.
"Eu não deveria estar aqui", ele diz, numa estranha voz monótona, como se estivesse deixando uma mensagem na secretária eletrônica. Por favor deixe sua mensagem e eu retorno assim que eu escontrar minha personalidade novamente. Ele desvia o olhar e não encontra os olhos dela, não importa o quanto ela tente fazer isso acontecer. "É melhor eu ir."
Chloe franze a testa e morde o lábio. Ela começa a contar nos dedos. "Clark vai embora e você estar aqui está tudo bem. Clark volta e de repente você não está bem, parece culpado como o inferno, e não me traz álcool ou um filme ou jantar", ela diz, tocando o corte recente na bochecha dele. "E parece que talvez este arranhão no seu rosto não tenha sido feito pela sua última concubina."
Os olhos dele brilham na direção dela e ele desvia novamente e ela cerra as mãos em punhos e quer mais uma vez matar Clark Kent.
"Então o que é desta vez? Você está me corrompendo com suas vodcas de $300 ou ele não gosta dos filmes que você escolhe?"
Há um tom de quase risada mas que desaparece num instante. "Quer saber, Chloe? Ele meio que chegou a uma boa conclusão."
Ela revira os olhos. "Clark sempre chega a conclusões. São estúpidas, retrógradas, idiotas, mas são conclusões." Ela toca o rosto dele de novo e ele sibila de dor. "Que diabos aconteceu aqui afinal, ele esqueceu de ir a manicure e as unhas dele estão maiores que as minhas agora?"
O risinho vem e desta vez não vai embora. "Na verdade não, ele me bateu e eu caí sobre minha própria espada." Os olhos dele brilham quando encontram os dela. "Bem, flecha. O simbolismo se perdeu pra ele, é claro."
Ela balança a cabeça e pega sua mão, o arrasta até seu banheiro onde ela guarda o antisséptico e ataduras. Ela se senta no balcão e o puxa na direção dela. "Então, você está me corrompendo e é trabalho dele cuidar de mim, deixa pra lá todos esses meses que ele me deixou sozinha, bem depois do meu marido..." Ela pára, suspira e começa de novo. "Não ocorreu a ele que talvez eu tenha precisado dele aqui, não, não, mas agora ele está de volta e é claro que você tem que se afastar e deixá-lo tomar conta. Você é bom o suficiente quando ele não se importa, mas ele está aqui agora, então... ele é tão irritante."
Ele está olhando pra ela agora, o que é um bônus, mas ele está no limite e a faz se sentir fora de si. "Mas talvez eu tenha feito mais mal do que bem. Quer dizer, álcool? O que eu estava pensando?"
Ela ri. "Você não me transformou numa alcoólatra, Ollie, se é disso que você tem medo."
"Mas é minha culpa que ele esteja morto, Chloe", Oliver diz, quase inaudível, e ela não quer ouvir tanto quanto ele não quer dizer mas ali está. O elefante na sala que vem engolindo Oliver desde o primeiro dia. Chloe tinha visto na ponta da língua dele mais de uma vez e ela sempre conseguia distraí-lo a tempo. "Se eu não tivesse... eu..."
"Deveria, poderia, teria, não fiz, não tive, se, cachorro, coelho", ela diz, segurando o queixo dele enquanto joga Neosporin no corte. "Se tem um coisa que eu aprendi nestes anos com Clark é que... você não pode voltar e mudar o passado. Você não... ninguém teve a intenção ou quis..." ela suspira, porque ela pensou nisso tantas vezes e ainda não consegue transformar em palavras. "Diferentes coisas poderiam ter acontecido. Se eu não tivesse, se você não tivesse, se Clark não tivesse, se Jimmy não tivesse... mas é sem sentido. É passado." Ela solta o queixo e respira fundo porque é a primeira vez que diz o nome dele em seis meses sem chorar, e só esse fato em si já a faz querer chorar. "Ele se foi. Não se pode trazê-lo de volta. Está feito, Ollie."
Oliver estende a mão e coloca o cabelo dela atrás da orelha e seus dedos deixam calor em sua trilha. "Mas talvez eu esteja sendo egoísta. Talvez eu não esteja fazendo isso pela razão correta."
Chloe dá de ombros. "Egoísta como?"
Ele olha pra ela. "Aliviar minha culpa? Acho que eu me aproveito mais das nossas noites do que você."
"Seis meses, Oliver", ela diz. "Faz seis meses e eu ainda mal consigo levantar de manhã, mas a única coisa que faz tudo valer à pena é você. Eu tenho que levantar e tomar banho e comer alguma coisa porque se eu não fizer isso você vai ficar preocupado e me forçar a comer três vezes mais purê de batata do que é humanamente possível consumir, mas também porque é a única coisa que eu tenho por que esperar, e eu acho que isso significa alguma coisa. Eu diria que me aproveito muito das nossas noites."
"Chloe--"
"E eu acho que significa alguma coisa porque há seis meses atrás eu não achava que seria possível esperar por alguma coisa", ela diz, se inclinando, olhando dentro de seus olhos. "Você é doce, e é engraçado, e é um bom amigo, e é irritante porque você não me deixa tomar café às oito da noite, mas mais do que tudo, você me anima, e Oliver, você me faz dar risada", ela diz, sorrindo. "Você tem ideia do quanto isso é maravilhoso?"
"Quando Clark voltou eu fiquei puto", Oliver diz, como se fosse uma confissão, como se se odiasse por isso. "Eu fiquei puto porque ele ia voltar e te levar de mim. Eu fiquei com ciúmes."
Chloe sorri. "Viu, isso é muito fofo."
"Não", ele diz, balançando a cabeça. "Não é fofo. Ciúmes é uma cor feia em mim. Faz aflorar as minhas piores qualidades."
Ocorre a ela agora que as mãos dele estão em seus joelhos, estão assim desde que ela começou a limpar o ferimento. As mãos dele são quentes mesmo através do jeans e ele cheira realmente muito bem e ela vem se sentindo um pouco sem ar nas últimas semanas quando ele senta assim tão perto e lhe causa um arrepio a cada vez.
Ela respira fundo e sorri mesmo com as repentinas borboletas em seu estômago. "Bem, uma garota pode se acostumar a dois homens maravilhosos brigando por sua atenção. É meio século dezoito, mas não significa que eu não goste."
Ela olha dentro dos olhos dele e vê que eles não estão mais assustados, ou assombrados ou tristes ou nada das coisas que estavam antes. Eles estão ardendo, e a estão deixando em chamas de um jeito que ela achou não estar pronta ainda. "Bem, eu não posso pegá-lo ainda. Estou esperando minha entrega de kriptonita."
"Você não tem que esperar", ela diz, e sua voz está de algum jeito rouca, flertando de um jeito que ela achou que não seria mais possível. É algo novo e assustador e excitante como o inferno. "Eu tenho meu estoque pessoal. Se eu quisesse, ele não chegaria a menos de dez quilômetros da gente."
Ele está se inclinando mais perto e ela nem tem certeza se ele está ciente mas com certeza ele está se aproximando. "Eu amo quando uma garota está preparada."
Ela lambe os lábios como teste, e ele cai como um patinho porque os olhos dele seguem sua língua. Ela clareia a garganta. "Então, eu estou entendendo tudo errado ou aquele ciúmes que você estava falando era talvez um pouco mais do que só dois amigos bebendo e assistindo um filme?"
Ele olha pra ela e há um tom de incerteza em seus olhos. "Você quer estar entendendo errado?"
Ela balança a cabeça. "Eu não sei. Acho que eu quero querer estar entendendo errado, mas não acho que eu realmente quero estar entendendo errado."
Ele olha pra baixo e se afasta só um pouco e ela sente uma onda de pânico de que ele vá partir. "Desculpe. É muito cedo. Eu sabia que eu deveria-"
"Não", ela diz, e de algum jeito suas pernas envolvem a cintura dele, o prendendo, e suas mãos estão no rosto dele. "Não, eu não quero que você vá, eu quero que você me beije."
Ele olha pra ela e algo brilha em seus olhos de um jeito que a faz estremecer e ela se sente realmente, realmente viva pela primeira vez em seis meses e ela acha que vai surtar amanhã e talvez ficar arrasada, mas agora ela acha que vale à pena.
"Você quer que eu te beije, ou você quer querer que eu te beije?"
Ela revira os olhos. "Não use meu próprio jogo de palavras contra mim, Queen."
"Chloe, você é uma mulher muito sexy, bonita, animada, e acredite em mim, em qualquer outra circunstância eu estaria em cima de você em dois segundos, mas eu não acho que-"
"Você não precisa pensar, eu é que preciso pensar e eu pensei", ela diz, porque ela podia não estar conscientemente ciente, mas ela tem quase certeza que vem pensando nisso há algum tempo porque sua mente está feita a esse ponto. "Agora, sobre aqueles dois segundos? Um Mississipi, dois Miss-"
Os lábios dele têm gosto de Jack Daniels e aparentemente ele estava bebendo sem ela esta noite, mas ela não tem tempo pra implicar com isso porque os dedos dele estão em seu cabelo e ela se sente realmente bem beijando alguém de novo. Ele não é nenhum pouco igual ao Jimmy e isso é bom, ela pensa, porque se ele fosse gentil e doce e amável, ela ia se sentir culpada e ia se odiar, mas ele não é. Ele é rápido e áspero e está lhe engolindo inteira e é bom porque ela não sente necessidade de pensar mais porque tem certeza que não vai conseguir.
"Sabe", ele diz, afastando-se e descansando a testa na dela enquanto respira. "Uma hora atrás eu estava jurando para o Clark que não era isso que eu ia fazer com você."
"Não", ela diz, conduzindo a boca dele até a dela. "Chega de falar, eu só quero sentir."
E é tudo que ela faz a essa altura, sentir. A língua dele na dela, os dedos dele em suas costas e na lateral de seu corpo, dentro de sua calça.
A respiração dele em seu pescoço enquanto ele arfa seu nome contra sua pele. As unhas dele enquanto ele tira sua calça e segura sua bunda. A bunda dele quando ela crava os saltos ali, o jeito que ele estremece quando ela arranha suas costas. Ele entrando nela, devagar, devagar, e então rápido e rápido, até o espelho em sua parede começar a bater com o impacto.
O coração dela disparado no peito por causa da animação e do esforço e talvez um pouco de medo.
O cabelo dele em seu rosto quando eles terminam e ele está inclinado contra ela.
Ele vira a cabeça de lado e sussurra em seu pescoço. "Por favor não me odeie de manhã."
Ela beija sua testa e jura. "Não vou."
Ela se pergunta se é realmente verdade, ou só o que ela quer que seja verdade.
_______________________________________________________________
Essa fic eu li bem no comecinho de Chlollie na minha vida... adoro as fics escritas naquela época, de certo modo acho que eram mais poéticas, sei lá, tinham uma escrita diferente... amei relembrar e traduzir...
ResponderExcluirQue linda!!!! *-*
ResponderExcluirAdorei!!!!
Tb, adoro fics desse comecinho, nona temporada, superação do luto =D
Bela tradução Sofia ;)
Nossa, Sofia... realmente, é mais poética... linda essa fic... parabéns pela escolha... adorei!!!!
ResponderExcluirWow... AMEI!!!!!!
ResponderExcluirQUE LINDA!!!!!!!!!
ResponderExcluirO Ollie realmente era a pessoa certa pra ajudar a Chloe né?
Maravilhosa escolha, parabéns!!!!!
Fê
Ahhhhh amei!!!!!
ResponderExcluirLinda mesmo!!!!!!
Não costumo comentar muito, mas quero dizer que o blog está de parabéns, cada fic uma mais linda que a outra...
Natália....
Que linda, Sofia!!!
ResponderExcluirÓtima escolha...
GIL
Essa fic faz do sexo, nesse caso algo tão emocional, tão eles, realmente muito linda, pena que os autores de Smallvile nao tenham se enveredado pra esse lado, mas fazer o que, ainda bem que há escritoras tão maravilhosas que elevam nossa imaginação,não deixando nada a desejar!!!bela escolha de fic!!
ResponderExcluirDiny
Roberta, eu também... acho que é o momento que rende as fics mais belas, não é? Que bom que gostou... :D
ResponderExcluirLuciana, não é? Que bom que gostou... :D
Angelique, que bom!!! :D
Fê, pois é, por isso que eu gosto dessa fic, é verdade, a família quer te ver bem, mas só o Ollie entende como realmente se vive essa dor, só ele sabe de fato o que ela está passando e como ajudá-la... ele é um fofo mesmo!!!
Natália, que bom que gostou, obrigada pelos elogios e mais obrigada ainda pelo comentário... :D
GIL, não é? Faz tanto tempo que li essa fic, esses dias que lembrei dela e achei que valia à pena compartilhar, fico feliz que também tenha gostado... :D
Diny, espero que tenha tido um dia maravilhoso ontem!!!! Nossa você disse simplesmente TUDO!!!! Verdade, o sexo nessa fic tem um significado muito maior do que o simples ato, e essa emoção foi muito bem descrita pela autora, e realmente, as fics nos salvam porque sabemos que dentro da história Chlollie, da trajetória de cada um, o relacionamento deles sempre teve um significado maior... legal você ter pontuado isso... Fico muito feliz que você tenha gostado e obrigada pela visita... :DDD
Ah adorei de verdade, tão lindo ler sobre essa superação da Chloe sendo fruto da amizade e do amor que já havia no coração do Ollie. Vilm@
ResponderExcluirLinda essa fic né Vilm@? Que bom que gostou!!!!
Excluir