Autora: the_bluesuede
Classificação: R
Prompt da JoyBlue: "O que aconteceria se Robert e Laura não morressem, e a razão para Oliver se tornar o Arqueiro Verde fosse porque ele tivesse ciúmes de Clark depois de descobrir sobre o 'Viajante' (sem seus pais saberem), e se ele se tornasse o Arqueiro Verde só pra se provar para os seus pais?"
Nota: 3ª lugar na categoria 'Universo Alternativo' do ChlollieAwards 2010.Original
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An Origin Story
Capítulo 19: Apresentando o Amável Frei Tuck
Clark correu. Tentando não pensar muito no que ia ter que fazer, ele permitiu que o vento o carregasse, já sentindo o peso da situação.
Não podia fingir que o peso do mundo nunca esteve sobre seus ombros antes. Esteve. Inúmeras vidas dependeram de suas decisões e ações muitas vezes no passado. Era uma questão de pensar no grande esquema das coisas; era uma questão pessoal.
E sim, tinha envolvido altura. Algumas vezes.
O problema era que apesar da infinita confiança que Chloe depositava nele - ele nunca descobriu o que a inspirava isso - ele nunca tinha sido bem sucedido num teste de voo.
De acordo com Jor-El, claro, era tudo psicológico, mas se convencer que estava tudo em sua cabeça não deixava nada mais fácil.
Mas ele sabia que tinha que tentar. A qualquer segundo os Queen estariam atingindo o oceano, o que, se não partisse seus corpos ao contato, se tornaria seu túmulo de qualquer jeito. Chloe estava certa. Ele era o único que podia salvá-los. Bart podia ser capaz de correr rápido o suficiente, mas não podia atravessar o oceano carregando duas pessoas e ainda correr sobre a água.
Em algum canto de sua mente, ele sabia que o que estava prestes a fazer era insano. Uma pequena voz lógica, resultado da ciência humana, dizia que o que ele ia fazer ia contra as leis e que ele ia falhar.
E mesmo assim, enquanto Clark Kent atingia o último grão de areia da costa, de repente, não havia nada além do ar, e de uma vez por todas, ele silenciou aquela voz.
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De volta ao quarto de hotel de Chloe e Oliver, Chloe estava freneticamente andando de um lado para o outro, cuidando do corte sob o olho de AC aqui, carregando as baterias de Victor ali, tentando fazer Oliver segurar uma bolsa de gelo no corte sob seu lábio do outro lado, e tentando fazer Bart ficar parado... bem, em algum lugar.
Eles estavam se comportando, a não ser pela inabilidade de Bart de ficar em um lugar só e a teimosia de Oliver em cuidar de si mesmo por alguns segundos, e Chloe estava conseguindo resolver tudo numa boa. Oliver, super observador de tudo relacionado a Chloe, percebeu que ela estava evitando contato visual com Victor por alguma razão. E de jeito nenhum ele conseguia entender porque. Enquanto isso lhe distraía do fato do avião de seus pais estar caindo no Atlântico, e ele estava sentado deixando Chloe fazer estardalhaço por causa de um lábio inchado, ele concentrou toda sua energia nisso. Victor mandava olhares questionadores na direção de Chloe a cada cinco segundos, e ela estava cuidadosamente olhando pra todo lugar, menos para Victor.
Minutos depois Chloe finalmente recebeu a tão aguardada ligação informando que os pais de Oliver estavam a salvos. Era a mãe de Oliver, ao invés de Clark, mas ela disse que Clark pediu que ela ligasse para Chloe primeiro. Oliver falou com ela, e seus pais explicaram que tinham chegado ao aeroporto na Europa. Com o perigo iminente fora do caminho, eles continuariam a viagem até Seul. Com o segredo de Clark oficialmente aberto pra eles, eles também usaram um momento para agradecer Chloe pessoalmente, reconhecendo que eles tinham/] orquestrado o resgate. Oliver ouviu com satisfação enquanto falavam tomando cuidado para não revelar nada a ele. Era uma suposição deles de que Chloe estivesse envolvida. Eles não faziam ideia da participação de Oliver no resgate, o que não tinha problema pra ele. No momento, não achava que seus pais precisavam saber sobre sua identidade alternativa.
No momento em que o telefone foi desligado, no entanto, Victor pareceu não mais se segurar. Assim que Chloe guardou o telefone no bolso, ele se levantou e segurou o braço de Chloe. Só porque estava muito perto Oliver ouviu o que Victor falou em voz baixa. "Precisamos conversar."
Chloe mordeu o lábio, nervosamente olhando para os outros. Finalmente ela assentiu resignada. "Não na frente dos outros", ela disse baixinho. Ela puxou Victor da sala para o quarto. Oliver os observou. Não estava com ciúmes de Victor. Mas ao mesmo tempo, ele tinha o pressentimento de que Chloe deveria estar arrastando ele para o quarto.
Dentro do quarto, Chloe se sentou na cama do hotel e olhou para Victor. "Eu sei", ela suspirou.
Victor andava de um lado para o outro. "Chloe, nós temos que fazer alguma coisa. Você viu aquelas pessoas?"
Chloe enterrou o rosto nas mãos. Oh sim, ela tinha visto. Ela tinha visto os vídeos de quase todas as salas daquela instalação, assim como Victor, e tinha visto os experimentos que estavam acontecendo ali.
Experimentos em pessoas.
Chloe só podia imaginar há quanto tempo eles estavam ali e o que vinha sendo feito neles. Pesquisando um pouco mais, ela descobriu que Lex Luthor, e não seu pai, era o dono do lugar. Isso levantava questões sobre como Clark acabou ali, e se tinha sido Lionel ou não que o colocou ali. Talvez o perigo corrido pelos pais de Oliver e o que aconteceu com Clark não tivessem nenhuma relação.
Isso era suficiente pra fazer seu coração doer, só ao tentar entender. Algum dia ela seria capaz de entender a mente de um Luthor? Algumas vezes ela tinha certeza que não queria.
"Chloe?" Victor disse.
"Eu sei, Vic. Eu sei. Mas o que podemos fazer?"
"A mesma coisa que fizemos hoje, Chloe. Ir ajudar..." ele parou, sua voz esperançosa.
Chloe olhou pra ele. Havia determinação em seu rosto. Victor Stone tinha sido uma estrela do futebol, ela sabia. Ele sempre trabalhou em equipe, e pelo que conheceu dele no passar dos anos, ele mantinha o lema 'não deixar ninguém pra trás', algo que ele levava muito, muito a sério.
Convencer Victor a trabalhar com os outros era uma coisa. Ele podia lutar ao lado dos outros facilmente. AC e Bart, tinham concordado com isso porque os dois deviam a Clark, e os dois a adoravam e a respeitavam. Tinha sido um favor, mas ela duvidava que eles quisessem repetir a performance. Já Oliver e Clark, os dois eram mais solitários. Aceitar a ajuda dela era uma coisa, mas duvidava que estivessem interessados em trabalhar em grupo.
Oliver mesmo tinha dito. Ele não trabalhava em equipe.
Victor quase podia ouvir os pensamentos dela. "Chloe, se alguém pode convencê-los, esse alguém é você. Os caras naquela sala fariam qualquer coisa por você, incluindo deixar o orgulho de lado por um minuto ou dois para salvar o que parece ser quase uma centena de vidas."
Ela sorriu, levantando-se para abraçá-lo. "Obrigada, Vic. Mas eu acho que você está superestimando minha influência. Eu sou uma sidekick", ela disse, pensando no que Oliver tinha dito. "Não uma líder."
"Eu poderia discutir isso com facilidade", ele disse abraçando-a em retorno. "Mas eu sei que não vou convencer você. Então se liderança é o que te preocupa, você já percebeu que o Gigante Verde não tem muito problema com isso?"
Ele ergueu uma sobrancelha pra ela, um sorriso puxando o canto de seus lábios.
Chloe deu risada. Ele tinha razão. Oliver podia odiar times, mas era muito bom em liderar um.
Por um momento ela se encontrou olhando pela janela do quarto. A suíte do hotel tinha vista do horizonte de Metrópolis. Ela passou os braços os redor do corpo por um momento, correndo as mãos sobre os braços enquanto sentia um repentino arrepio. Não tinha certeza do que poderia ser feito, mas também sabia que não podia dar as costas àquelas pessoas. Finalmente ela se virou e olhou pra Victor, assentindo. "Mesmo que sejamos só você e eu, Vic, eu prometo que vamos fazer alguma coisa."
Ele assentiu de volta, encontrando o sorriso fraco dela com um mais encorajador. "É tudo que eu estou pedindo."
Animando-se com a confiança dele, ela acrescentou cuidadosamente. "Mas acho que agora não é o melhor momento pra conversar sobre isso. Passamos por muita coisa hoje. Quero que eles saboreiem o gosto da vitória e do sucesso por mais algumas horas."
"Sem problema", ele disse antes de ir abrir a porta pra ela. Ele parou por um segundo e a fechou novamente para dar a ela outro abraço e um breve e amigável beijo no rosto. "Você foi maravilhosa hoje, Chloe. Não teríamos conseguido sem você. Clark tem sorte por ter você."
Chloe quase ficou em estado de choque. Quem disse que salvar o mundo era uma tarefa ingrata? Ela não respondeu por medo de sua voz tremer, apenas voou pela porta quando ele a abriu novamente.
Do lado de fora, Oliver rapidamente a interceptou. "Quer me dizer o que está acontecendo?" ele perguntou enquanto observavam Bart e AC brigando pelo controle remoto.
"Mais tarde", foi sua única resposta.
"Hmmm, mas eu tinha outros planos pra depois", ele disse, sorrindo enquanto passava um braço ao redor da cintura dela e a puxava contra seu peito.
"Fala", ela disse, sentindo as preocupações desaparecerem por um momento.
"Bem, eu estava pensando em fazer você se sentir muito", ele a beijou, "muito", ele a beijou novamente, "valorizada". Ele deu mais um beijo intenso em seus lábios e Chloe deslizou a mão no rosto dele, fechando os olhos. Ele se afastou para olhar pra ela. "Você faz ideia do quanto eu estou agradecido pelo que você fez hoje?" ele perguntou sério.
Chloe sorriu suavemente. "Ei, eles são praticamente minha família também. Mas, sim", ela acrescentou. "Eu faço uma boa ideia." Ela ficou na ponta dos pés para dar um beijo nos lábios dele. Então gentilmente saiu de seus braços e se virou para o caos da sala. "Vamos pedir comida?" ela perguntou, pensando que o mínimo que podia fazer por esses garotos era alimentá-los.
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"Dr. Hamilton", Chloe falou, apertando a mão do homem, sentindo como se estivesse conhecendo uma celebridade.
Oliver ergueu uma sobrancelha pra ela. "Cuidado. Eu vou ficar com ciúmes."
Emil pareceu meramente confuso. "Por favor, me chamem de Emil", ele disse, olhando de um para o outro e ao redor. "Hum... posso perguntar porque estamos... aqui?" O amável doutor não estava agindo de modo estranho, considerando tudo. Ele tinha o direito de estar confuso, considerando que esperava encontrar o Sr. Robert Queen em um escritório, não seu filho e a namorada dele num quarto de hotel.
"Desculpe", Oliver disse, fazendo Chloe se sentar. "Mas eu tenho algumas coisas de natureza muito discreta pra discutir com você, e queria garantir que ninguém nos ouvisse."
Emil olhou para os dois, sentando-se numa cadeira de frente pra eles, e erguendo uma sobrancelha. "Você sempre discute coisas de natureza discreta na frente da sua namorada repórter e um completo estranho?"
Oliver deu risada. "Não", ele admitiu, sorrindo. "Essa é uma nova prática pra mim."
Emil suspirou e pegou a garrafa de uísque que estava na mesinha de café entre eles e se serviu de um copo. "Pode continuar."
"Primeiramente, parabéns. Você está recebendo uma premiação por sua pesquisa."
Emil engasgou com o uísque. Ele olhou para Oliver como se ele fosse um louco. "Você ainda nem conversou comigo."
O sorriso de Oliver aumentou. "Eu não preciso. A Srta. Sullivan aqui, além de ser repórter e minha namorada, é também minha principal conselheira tecnológica-"
Foi a vez de Chloe engasgar. Sua o quê?
"-e ela me garantiu que financiar seus projetos seria um excelente investimento." Ele olhou para Chloe e de volta pra ele.
Chloe continuou. "Com certeza", ela acrescentou. "Eu li todo seu trabalho."
"E você entendeu?" Emil perguntou incrédulo.
"É fascinante", ela sorriu. "Eu fiquei particularmente interessada em seus estudos sobre eventos astronômicos e anomalias. A pesquisa que você fez-"
"Chloe", Oliver a interrompeu e Chloe fechou a boca abruptamente.
"Desculpe", ela disse ficando vermelha. "Exagerei."
Mas Emil pareceu estar claramente orgulhoso. "Estou muito impressionado, Srta. Sullivan. Você é cientista também?"
Chloe balançou a cabeça. "Não. Só uma grande nerd."
"Ela é modesta", Oliver disse, ao que Chloe pareceu confusa mas não disse nada.
"Então, Sr. Queen", Emil disse, inclinando-se pra frente. "Que assunto discreto você gostaria de discutir comigo?"
"Que bom que você perguntou", Oliver disse, e Chloe viu o risinho em seu rosto que significava que as coisas estavam correndo do jeito que ele queria. "Eu quero sua ajuda em um programa ultra-secreto que eu tenho."
Era isso, Chloe pensou. Ela ia finalmente ouvir a decisão dele. Tinha conversado com Oliver tarde da noite anterior sobre o que ela e Victor tinham conversado, e ele tinha ficado em silêncio. Ele não disse nada a manhã inteira, mas permaneceu imerso em pensamentos, a única exceção foi quando pediu pra ela ligar para Emil e mudar o local do encontro. Ela sabia aí, que seja lá o que ele estivesse pensando, agora incluía o Doutor Hamilton.
"E por programa você diz..."
"Eu estou montando uma equipe de especialistas com o propósito de desligar programas desnecessários e proteger recursos importantes. Eu quero você no comando e desenvolvimento da pesquisa com foco particularmente astronômico, e também nos ajudando com projetos tecnológicos. Em troca, você receberá financiamento para todas as suas pesquisas e vamos prover todos os equipamentos e recursos que você precisar."
Emil olhou pra ele por alguns segundos. Finalmente se inclinou pra frente e olhou dentro dos olhos de Oliver. "Agora, em termos leigos..."
Oliver hesitou por um segundo mas então deu risada. "Significa que estou formando um time de justiceiros com o objetivo de combater os caras maus e proteger os cidadãos inocentes, e eu quero sua ajuda com coisas e armas alienígenas. Em troca, você recebe dinheiro."
Emil olhou pra ele inexpressivo. Ele piscou uma, então duas vezes. Então abriu a boca. "Você está tendo algum tipo de crise de meia-idade? Ele está tendo algum tipo de crise de meia-idade?" ele repetiu, virando-se para Chloe.
Chloe, no entanto, estava olhando para Oliver, praticamente com lágrimas nos olhos, e balançou a cabeça. "Acho que não", ela conseguiu dizer, admiração clara em sua voz.
Emil olhou de um para o outro. Ele olhou para o teto, e tanto Oliver quanto Chloe dariam tudo pra saber o que passava pela cabeça dele naquele momento, porque quando ele olhou pra Oliver, ele estendeu a mão. "Ok, estou dentro."
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