Ever After (2/11)

Título: Para Sempre
Resumo: Pós-Warrior. Chloe e Oliver resolvem seus problemas com a ajuda de uma velha amiga, de um jeito nada convencional.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Categoria: Essencialmente Fluff.
Anterior: Um

Chloe se mexeu em seu sono e franziu a testa, ela estava extremamente desconfortável, seu pescoço e suas costas doíam e estava recostada contra alguma coisa dura, ela abriu os olhos e franziu a testa ainda mais, o sol brilhava entre as árvores. Basicamente tudo que ela conseguia ver era verde brilhante, exceto pelas flores, e havia muitas.

Ela olhou ao redor e percebeu que estava dormindo embaixo de uma árvore e o único lugar em que podia pensar que haveria uma floresta como esta, era em Smallville. Com um gemido, ela se levantou, os olhos arregalando quando viu o que estava vestindo. Era um vestido, com uma saia amarela brilhante e um corpete azul apertado e esquisitíssimo. Fazendo cara feia, ela tentou abri-lo um pouco, apenas para desistir momentos depois, porque claramente era uma causa perdida.

Respirando fundo, ela olhou ao redor da floresta por um momento, estreitando os olhos enquanto tentava descobrir onde estava o jeito mais fácil de sair da floresta, quando claramente não conseguiu, respirou fundo. "Clark!?" Ela chamou, o mais alto que conseguiu, tentou mais umas duas vezes mas quando não foi imediatamente seguida por uma rajada de vento, desistiu e começou a andar. A floresta que havia em Smallville perto da Mansão Luthor não era grande afinal, ela conseguiria encontrar a estrada rapidamente e suspeitou que não fosse ter problemas em conseguir uma carona nessa fantasia.

Depois de andar pelo que pareceram horas, ela começou a ouvir vozes, franzindo um pouco a testa, tentou subir um pouco o vestido para não revelar muito de seu colo e foi na direção das vozes que pareciam de vários homens. Quanto mais perto chegava, no entanto, mais soava como se eles estivessem cantando. Demorou uns bons quinze minutos para entender a letra da música e quando isso aconteceu, ela não podia acreditar no que estava ouvindo...

Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou...

"Que diabos?" Chloe murmurou, seus olhos arregalando quando saiu detrás de algumas árvores e seus olhos caíram sobre os homens cantando a música. "Sem chance..." ela murmurou.

"Você ouviu alguma coisa?" um deles perguntou, parando de andar.

Eles eram anões, e havia sete deles, todos carregando suas minúsculas ferramentas, com chapéus engraçados em suas cabeças e Chloe não conseguia fazer outra coisa a não ser ficar olhando. Ela estava em Smallville, mas isso ultrapassava o esquisito. E ela sabia que pessoas esquisitas tinham fantasias esquisitas, mas se esses doentes a sequestraram e a vestiram daquele jeito, ela planejava acabar com eles. Pelo menos ela era mais alta.

"Eu também ouvi alguma coisa!" Um deles disse, olhando ao redor.

Um terceiro deu uma risadinha. "Provavelmente foi só um pássaro", disse alegremente.

"Ou um lobo", disse um terceiro, resmungando.

O que tinha falado primeiro inclinou a cabeça para o lado e escutou. "Não, é maior que um pássaro." Ele se aproximou da clareira lentamente, franzindo um pouco a testa e congelando quando viu Chloe.

Um dos anões inclinou a cabeça, seu chapéu caindo no chão, e ele deu um grande sorriso quando viu a garota, suas orelhas ficando vermelhas.

Chloe arregalou os olhos quando reconheceu o que se aproximou. "Bart?" Ela perguntou, olhando e estreitando os olhos. Dunga era Bart?

"Eu-eu acho que ela não é perigosa", Mestre disse ajustando os óculos.

"Como você sabe?" Resmungou Zangado.

"Olhe pra ela", Feliz disse alegremente, sorrindo. "Está na cara. Não machucaria uma mosca."

Soneca bocejou, jogando seus longos cabelos negros atrás das orelhas e se recostando contra a árvore, fechando os olhos.

"Pessoal?" Chloe disse, aproximando-se cuidadosamente. "O que está acontecendo?" Ela perguntou, seus olhos arregalando quando reconheceu cada um dos anões, e não era do filme da Disney.

O primeiro era Emil, com os óculos, ela sabia que ele era o Mestre. O segundo, Zangado, era Clark, com a testa franzida, o terceiro era Feliz, AC com alguns quilos a mais e um sorriso alegre no rosto. O quarto era Soneca, o mais esquisito de todos, porque ela tinha seios e era sua prima, que parecia ter adormecido no chão. O quinto era Dengoso, Vic com um sorriso tímido no rosto, então vinha Atchim, que para Chloe parecia ser Dinah, mas não dava pra ter certeza, já que toda vez que ela espirrava, o chapéu caía sobre seus olhos, e por último estava Bart, Dunga, que estava olhando pra ela com um enorme sorriso e continuava tentando chamar sua atenção.

Mestre Emil sorriu carinhosamente pra ela. "Você está perdida, Senhorita?" ele perguntou curioso, aproximando-se dela. "Podemos ajudar em alguma coisa?"

Feliz AC sorriu também. "Já sei! Você pode vir conosco e jantar em nossa casa", disse alegremente.

Zangado Clark resmungou e franziu a testa. "Ela é muito grande, vai comer toda a comida."

Bart deu um passo a frente e pegou a mão dela, acenando com a cabeça e a puxando animadamente.

Chloe arregalou os olhos. "Certo, vocês acham que eu sou a Branca de Neve." Ela respirou fundo. "Sim, que seja, vamos pra casa de vocês."

"Branca de Neve?" Feliz deu risada. "Bonito nome!"

"Fala baixo, eu estou tentando dormir", Soneca Lois reclamou, fechando os olhos novamente.

"Estamos indo e levando a garota conosco", Feliz disse a ela, indo até ela. "Levanta. Vamos."

"Todos prontos?" Mestre perguntou, se virando na direção de onde estavam indo e com mais alguns passos, os outros formaram a fila e recomeçaram a cantar.

Chloe suspirou e gemeu quando Bart puxou sua mão, olhando pra ela e tropeçando nos próprios pés. Ela ia ter que matar quem quer que tenha feito isso.

***

Todos os sete anões saíram para trabalhar na mina, e de Chloe, é claro, era esperado ficar pra trás e parecer bonita ou alguma coisa. O que ela não estava. Seu cabelo, de acordo com o reflexo que tinha visto nos potes e panelas, estava bem preto, fazendo-a parecer ainda mais pálida que o normal, o que ela supôs que combinava, felizmente, aquilo parecia ser a única coisa diferente em sua aparência, o mesmo não podia ser dito dos anões e ela desejava mais do que tudo que de algum jeito tivesse trazido o telefone junto, só pra poder guardar uma lembrança de como eles estavam. E possivelmente pedir ajuda.

Ela estava prestes a subir a escada para dar um cochilo, porque aquelas pessoas acordavam ridiculamente cedo, quando houve uma batida na porta, ela se virou, então revirou os olhos. "Ah, qual é", murmurou, balançando a cabeça, se fosse uma velhinha lhe oferecendo uma maçã ela teria dado risada na sua cara, no entanto, ela imaginou que se desmaiasse talvez acordasse na Watchtower.

Quando abriu a porta, não ficou surpresa com o que viu, como esperado, era uma velhinha, a maior parte do rosto escondida pelo cabelo grisalho e o chapéu. Chloe deu um risinho. "Deixa eu adivinhar, você está vendendo maçãs?"

"Isso mesmo, Querida. Ajude uma pobre velhinha", ela respondeu, estendendo uma pequena cesta de brilhantes maçãs vermelhas pra ela.

"Pobre velhinha, certo", Chloe murmurou, inclinando a cabeça para olhar para o rosto da mulher, seus olhos arregalando depois de um momento. "Tess?" Ah, essa era boa. Definitivamente combinava. Ela estava quase irreconhecível com aquele nariz enorme e as verrugas, mas Chloe sabia que era ela.

Mas ela ia entrar no jogo. "Eu estou sozinha aqui, não tenho dinheiro pra comprar suas maçãs, pobre velhinha camponesa."

"Oh, tudo bem. Por favor, pegue uma mesma assim. De graça", a mulher respondeu com um sorriso desonesto.

Chloe inclinou um pouco a cabeça para o lado e sorriu docemente. "Oh, quanta gentileza, obrigada." Ela pegou a maçã e então ergueu as sobrancelhas. "Então, você ouviu rumores sobre a madrasta malvada que quer matar a princesa porque está com ciúmes? Todo o reino já sabe." Ela não pôde evitar. "Quanta amargura, certo?"

"Experimente a maçã, Querida. Eu prometo que está deliciosa", ela respondeu, olhando estranhamente para Chloe, uma sobrancelha erguida.

"Por que você não se senta e come uma também? É muito solitário aqui sem os anões, sabe?" Chloe tentou mais uma vez, ela tinha tentado com os anões antes, mas aquelas pessoas se recusavam a sair do script.

"Sinto muito, Querida. Receio que eu realmente tenha que vender o resto." Ela estendeu a mão e deu um tapinha na mão de Chloe.

Chloe franziu a testa de repente quando a bruxa tocou sua mão, ela olhou para a maçã e incapaz de resistir o incontrolável desejo, seus olhos arregalando, mordeu a brilhante, vermelha e suculenta maçã. "Droga", ela murmurou, sua visão ficando borrada instantaneamente.

Sua cabeça estava girando e a risada mandou um arrepio por sua espinha enquanto caía no chão, desmaiando antes de atingir o chão.

***

Ele estava num cavalo.

E não era só um cavalo, um enorme e branco cavalo. E ele não fazia ideia de como tinha chegado ali. Ou porque diabos estava cavalgando pela floresta num enorme cavalo branco.

Oliver gostava de cavalos, mas não tinha o costume de cavalgar. Não desde que era criança, afinal. Mas considerando tudo, ele parecia estar indo muito bem. Pelo menos não estava caindo. Isso era um bônus. Era como se o cavalo soubesse exatamente onde estava indo. Ou égua. Ele olhou pra baixo, erguendo as sobrancelhas.

Sim. Cavalo.

Ele piscou algumas vezes quando se aproximaram de uma clareira e viu uma pequena cabana e alguns... indivíduos de meia-altura do lado de fora, todos parecendo tristes e em pânico.

"Uh, posso ajudar?" ele perguntou incerto.

Mestre fungou e olhou pra ele, seus óculos caindo sobre o nariz perigosamente antes dele os empurrar de volta. "Branca de Neve", ele disse ao príncipe. "Parece que ela foi envenenada. Pobre coitadinha." Ele disse antes de apontar para trás deles, para um caixão de vidro que estava em cima de dois grandes pedaços de madeira e rodeado de flores.

"Quem faria uma coisa tão horrível?" Perguntou Dengoso, girando as mãos em sua longa barba nervosamente.

Oliver olhou pra eles por um momento. "Ah, sem chance", ele murmurou, olhos arregalados. "Emil? Victor?"

Dunga olhou pra ele com olhos arregalados, mas permaneceu ao lado do caixão, fungando um pouco.

Ele arregalou os olhos ainda mais. "Bart!?"

Zangado olhou para o Príncipe e resmungou alguma coisa, olhando feio para o homem alto antes de cruzar os braços sobre o peito e olhar para Branca de Neve.

Ele precisou se controlar muito ao ver Clark como um anão. Mas seus olhos foram arrastados para o caixão e de repente sentiu o peito apertar. Embora esse fosse o sonho mais estranho de toda sua vida, Oliver não podia deixar de sentir o medo. Respirando fundo, ele desmontou o cavalo, que maravilhosamente, ficou no lugar sem ter que ser amarrado. Ele balançou um pouco a cabeça e se moveu lentamente na direção do caixão, olhando pra dentro e perdendo o ar.

Embora já estivesse esperando, ainda não estava preparado para ver Chloe deitada ali, morta.

Morta, não, ele se relembrou, tirando a tampa do caixão. "Eu só tenho que beijá-la, certo? Isso a trará de volta." Ele olhou para os anões, parando momentaneamente em Dinah e Lois. Acho que preciso de terapia.

Mestre assentiu, fungando também. "Talvez funcione", ele apressou o Príncipe.

Dunga olhou para o Príncipe e então deu um passo pra trás, abrindo espaço.

Oliver respirou fundo de novo e olhou para Chloe, abaixando a cabeça e beijando sua boca suavemente, seus olhos se fechando. Acorda, ele pensou ansioso.

Chloe não respondeu por um momento, e então, sua boca ficou quente e ela respirou fundo, abrindo os olhos.

Ele olhou pra ela, olhos arregalados. Tinha realmente funcionado. "Bem vinda de volta, Princesa", ele disse, erguendo uma sobrancelha.

Ela piscou algumas vezes. "Oh, você só pode estar brincando", ela resmungou, balançando um pouco a cabeça. "O Príncipe tinha que ser você", murmurou, mesmo depois de ser envenenada e acordada de volta, ela ainda estava presa ali, e agora Oliver era o Príncipe que deveria levá-la para viverem felizes para sempre. Ela pensou no quanto ele era irritante na forma de um príncipe.

Oliver estreitou os olhos a isso. "Deus, desculpe eu não ser alguém melhor", ele respondeu.

Chloe piscou, sentando-se, arregalando os olhos. "Você não está todo... caracterizado?" Ela perguntou, olhando pra ele.

"Desculpe desapontá-la, mas este sonho é meu... embora seja um realmente estranho." Oliver revirou os olhos. "Então não, eu não sou um príncipe qualquer que vai te levar embora. Você vai ter que guardar isso para o seu próprio sonho."

"Seu sonho?" ela perguntou, segurando o braço dele para que pudesse sair do caixão, ela ouviu os anões arfarem e baterem palmas e sorriu pra eles. "Sim, eu estou viva, está tudo bem", ela disse aos outros sete e então olhou feio pra Oliver. "Eu não acho que isso seja um sonho."

"Sim, porque na vida real nossos amigos são pessoas minúsculas e você tem cabelos pretos e um beijo me faz te acordar da morte", ele respondeu.

"Porque nada estranho jamais acontece em nossas vidas, não é, Oliver?" Ela disparou, descendo do caixão.

"Isso é mais estranho do que o normal, você não acha?" Ele olhou pra ela. "Embora normalmente em meus sonhos você não seja tão nervosa, então talvez seja real", ele murmurou, indo na direção do cavalo.

Os anões estavam olhando para os dois, Chloe estreitou os olhos e o seguiu. "Onde diabos você está indo?"

"Acho que isso se chama ir embora", ele disse, sem se virar.

"Certo", ela disse, sua mandíbula travando. "Vá embora. Eu não deveria esperar outra coisa de você!" Ela gritou enquanto parava de ir atrás dele.

Oliver zombou. "Isso é irônico, você não acha, Chloe?"

"Por que, Oliver? Por que eu não quero passar a noite? Sério?" Ela perguntou, irritada.

Ele se virou para olhar pra ela, erguendo as sobrancelhas. "Porque é você que está sempre indo embora. E não o contrário."

"Querer dormir num lugar onde eu estou confortável não é ir embora, Oliver!"

Ele olhou pra ela por um momento. "Bem. Longe de mim ficar por perto e te deixar desconfortável", ele respondeu baixinho, virando-se novamente na direção do cavalo.

Chloe gemeu, frustrada e teve que se impedir de tirar o sapato e jogar na cabeça dele. "Eu vou resolver isso sozinha." Ela disse secamente antes de se virar e ir na direção dos anões que estavam assistindo.

"Por que não? Você faz tudo assim", ele disse com um tom de amargura enquanto subia no cavalo.

Ela parou e se virou pra ele, mandíbula travada. "Talvez porque eu não tenha opção!"

Oliver olhou pra ela. "Na verdade você tem. Você apenas escolhe não ver o que está na sua frente."

Ela olhou pra ele, dentro e seus olhos. "Eu vejo muito bem."

"Não", ele murmurou. "Você realmente não vê."

"Talvez o que você vê e o que eu vejo sejam duas coisas completamente diferentes, mas aparentemente, as coisas só podem ser do seu jeito."

Ele esboçou um triste sorriso. "Diga o que quiser, Professora", ele disse, saindo com o cavalo.

Chloe ficou apenas olhando, sua mandíbula ainda mais travada enquanto tentava controlar suas emoções, ela podia sentir os sete pares de olhos em suas costas enquanto observava Oliver ir embora, então respirando fundo, ela segurou o vestido e correu de volta na direção da floresta. Precisava se afastar de todos eles para que pudesse pensar claramente e entender o que estava acontecendo.

_____

Três

________________________________________________________________