Ever After (3/11)

Título: Para Sempre
Resumo: Pós-Warrior. Chloe e Oliver resolvem seus problemas com a ajuda de uma velha amiga, de um jeito nada convencional.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Categoria: Essencialmente Fluff.

Anterior: Um - Dois

Oliver acordou e estremeceu. Ele gemeu enquanto se sentava, piscando rapidamente para clarear a visão e se encontrando no meio de uma floresta. Ele suspirou, procurando ao redor por um enorme cavalo branco, mas não viu nada. Ao invés, encontrou Chloe deitada ao seu lado, tremendo e chorando. E ela estava vestida de um jeito diferente de antes. Pelo menos ela estava loira de novo. "Chloe?"

Chloe fungou, puxando as pernas até o peito, ela estava com tanto frio, e seus olhos cheios de lágrima, ela percebeu. "Papai?" Ela murmurou e então piscou, abrindo os olhos e franzindo a testa enquanto se sentava.

Ele a observou por um momento. "Ei."

Ela correu as mãos pelo rosto. "O que você está fazendo aqui?" Ela perguntou, confusa.

Ele suspirou e desviou o olhar. "Não faço ideia."

Chloe olhou para Oliver por um segundo e então fez uma cara quando viu as roupas dele antes de olhar para as suas próprias, os dois usavam suspensórios, a dela uma saia vermelha e blusa branca, ele de short verde e uma camiseta branca também. "Devemos estar em outro." Ela concluiu com um resmungo.

"Outro sonho?" ele perguntou, olhando de lado pra ela. "Porque eu tenho que dizer que normalmente me visto melhor que isso nos meus sonhos." Ele parou, dando um risinho. "Ou roupa nenhuma."

"Não é um sonho, Oliver", ela disse, suspirando e então se levantando, tremendo e passando os braços ao redor do corpo, só então percebendo que tinha duas longas tranças, uma de cada lado.

Ele olhou pra ela, então se levantou também. "Como você sabe?" ele perguntou incerto, parando e então tocando uma de suas tranças. "Você fica melhor loira."

Ela olhou pra ele por um segundo. "Porque não parece um sonho e da outra vez... eles só estavam seguindo um roteiro, e mesmo que eu tentasse mudar as coisas, era como se eu estivesse presa na história."

Ele correu uma mão pelo rosto. "Então, uh, que diabos de história é esta afinal?" ele perguntou, olhando as roupas horrorosas que estava vestindo.

"Eu não sei", ela disse, balançando a cabeça e então dando um pequeno risinho ao ver as meias brancas longas e o short. "Mas eu gostaria de ter trazido uma câmera."

Oliver revirou os olhos. "Que... graça."

O risinho de Chloe aumentou. "Sério, isso acontece... só uma vez na vida."

"Pelo menos um de nós continua deslumbrante", ele respondeu, correndo os olhos sobre ela e dando um risinho de volta.

Ela ergueu as sobrancelhas e se olhou, então inclinou a cabeça pra ele. "Sério? Eu estou vestida como uma criança."

"Você não parece criança", ele a informou com um risinho.

Chloe não pôde deixar de rir de volta e balançar a cabeça. "Pervertido."

Oliver sorriu e olhou ao redor. "Então, alguma ideia de que história é desta vez?" ele perguntou de novo.

Respirando fundo, ela se virou para olhar ao redor e balançou a cabeça. "Eu não consigo pensar em nenhuma", ela admitiu, olhando de volta pra ele e então estreitando os olhos quando percebeu a bolsa na cintura dele. Ela pegou e abriu, em seguida franzindo a testa.

Ele ergueu as sobrancelhas, olhando pra baixo. "Isso é..."

"Migalha de pão, ou o que sobrou", ela disse e então respirou fundo. "João e Maria."

Oliver piscou. "Você está me dizendo que somos irmãos?"

Chloe arregalou os olhos. "Oh, que nojo, Ollie!" Ela exclamou, de repente sentindo um desejo de se cobrir.

"Ei, não é culpa minha! Eu não escrevi a história!"

"Sim, mas agora soa errado!" Ela disse, puxando a blusa, parecia que seus seios eram muito grandes para aquelas roupas.

"Tão errado", ele murmurou, sem tirar os olhos dela.

"Pára", ela avisou, fazendo o melhor pra fingir que era o que queria.

Oliver se forçou a respirar fundo. "Certo. Tudo bem, precisamos descobrir o que está acontecendo e fazer parar."

"Bem, eu não sei como fazer isso", ela disse. "Mas o que deveríamos fazer é andar ao redor até encontrarmos uma casa de doces."

"Para que alguma bruxa louca nos cozinhe no forno?", ele fez uma cara feia, mas seu estômago roncou alto ao pensar em comida.

"Bem, ela vai tentar te cozinhar, mas eu vou empurrá-la dentro do forno", ela explicou.

Oliver ergueu as sobrancelhas a isso.

"O quê? Isso deveria ser reconfortante, eles não conseguem sair do roteiro, aparentemente", ela disse, sorrindo docemente.

"E se for um de nós?"

"Eu tentei", ela admitiu. "Ou você acha que eu teria comido aquela maçã se tivesse escolha?"

Ele franziu um pouco a testa. "Eu espero que não."

"Era como se eu não pudesse controlar minhas ações", ela disse baixinho e então balançou a cabeça. "Tinha que seguir a história."

Oliver respirou fundo, olhando pra ela. "Então acho que agora é a mesma coisa."

"Provavelmente", ela concordou, olhando pra ele por um momento e então acenando com a cabeça na direção da floresta. "Deveríamos ir."

"Está muito escuro", ele disse com a testa franzida enquanto seguia o olhar dela.

Chloe apertou os lábios. "Você acha que deveríamos esperar até amanhecer?"

"Acho que seria mais seguro", ele admitiu, virando-se para olhar pra ela.

Ela suspirou e assentiu um pouco. "Tenho certeza que será uma ótima noite, eu estou com frio e com fome."

Oliver hesitou por um momento e então se sentou perto da grande árvore, abrindo os braços silenciosamente.

O estômago de Chloe deu nós enquanto olhava pra ele, ela ficou assim por um longo momento e então foi até ele, sentando-se e hesitando antes de se recostar contra ele.

"Apenas por propósitos de sobrevivência. Relaxa", ele disse baixinho enquanto passava os braços ao redor dela e a puxava mais perto.

Ela suspirou e se aconchegou ao lado dele, também passando um braço ao redor dele. "Ótimo, porque supostamente somos parentes aqui." Ela disse, tentando relaxar.

Ele fez uma cara feia. "É melhor essa história terminar logo porque eu não quero ser seu parente. Sem ofensas."

Chloe sorriu um pouco e assentiu, suspirando profundamente antes de fechar os olhos. "Sim, eu concordo."

Oliver relaxou à admissão, descansando a cabeça contra a dela e fechando os olhos. "Descansa."

"Você também", ela disse, bocejando. "Teremos muito o que comer amanhã."

Ele suspirou a isso. "E você tem que me salvar do forno."

"Eu me pergunto quem será a bruxa desta vez", ela admitiu baixinho, descansando a cabeça contra o peito dele.

"Quem era ontem?" Ele bocejou.

Chloe deu um risinho, ainda sem abrir os olhos. "Tess."

Uma curta risada escapou dele. "Eu deveria ter previsto."

Ela puxou os joelhos mais perto do corpo para aquecer mais. "Sim, eu não deveria ter ficado surpresa, embora, Lois como um anão é uma coisa que eu jamais vou esquecer."

Ele sorriu a isso. "Não esqueça do Clark."

Chloe sorriu, virando a cabeça para descansar a testa no ombro dele. "Eu sei, foi tudo muito bizarro."

"Extremamente", ele concordou. "E eu nunca achei que veria o dia em que Bart não pudesse dizer uma palavra."

Ela assentiu um pouco, apertando os lábios e já se sentindo bem mais aquecida que antes. "Eu sei, foi estranho, mas ele não pode mesmo falar."

"Não?" Ele franziu a testa.

"Bem, Dunga não fala no filme", ela explicou. "E durante todo o tempo em que eu estive lá, ele não falou nada."

"Oh", um sorriso puxou a boca dele mais uma vez. "Me lembre de tirar uma com a cara dele por ser o Dunga."

Chloe levantou a cabeça e olhou pra ele, dando um risinho. "Me lembre de tirar uma com a cara da Lois por fazer parte dos anões."

"Acha que eles saberão de que diabos estamos falando?"

"Tenho certeza que não", ela admitiu. "O que quer que seja, parece que somos os únicos presos aqui."

"O que nos leva a outra pergunta... por quê?"

Chloe respirou fundo e balançou a cabeça. "Eu não sei, eu nem consigo me lembrar onde eu estava antes de aparecer naquela floresta."

"Nem eu." Ele franziu a testa, olhando pra ela. "De repente, eu estava num cavalo."

"Eu odeio cavalos", Chloe disse, fazendo uma cara.

"Odeia?" ele perguntou surpreso. "Eu não sabia disso."

"Bem, na verdade eu prefiro andar a cavalgar", ela disse, dando de ombros. "Eu andei a cavalo com Clark e Lana algumas vezes e então teve uma vez que meu cavalo se assustou e correu e eu caí e embora eu tenha conseguido encontrá-lo e levá-lo de volta, eu prefiro ficar longe deles." Além do mais, isso lembrava a ela ser sempre a vela.

"Bem, esse foi o problema. Você foi cavalgar com Lana e Clark." Ele fez uma cara pra ela.

"Não vou discutir", ela assentiu.

"Talvez você devesse tentar de novo, com outra pessoa."

"Bem, se ficarmos presos em mais histórias, duvido que vou ter escolha", ela disse. "Embora eu também duvide que exista uma princesa que caia do cavalo."

"E se o príncipe servir para alguma coisa, ele não vai deixar isso acontecer de jeito nenhum", ele a informou.

Chloe ergueu um pouco as sobrancelhas e olhou pra ele.

Ele olhou pra ela, dando de ombros. "Só estou dizendo."

"É", ela disse baixinho então abaixou a cabeça novamente, descansando no ombro dele e suspirando.

Oliver hesitou, então levou uma mão até atrás da cabeça dela. "Talvez quando acordarmos tudo esteja de volta ao normal."

"Talvez", ela concordou, embora por alguma razão, duvidasse.

"E se não voltar, então vamos... ter que colocar nossas cabeças pra funcionar e descobrir o que está acontecendo e como voltar."

"Sim", ela concordou, então se ajustou. "Eu ia tentar encontrar o castelo da bruxa e ver se havia algum tipo de feitiço, mas foi como se eu sumisse quando entrei na floresta."

"Talvez quando encontrarmos a casinha de doces a gente consiga."

"Talvez", ela concordou de novo. "E já que ela é uma bruxa também..."

"Então você acha que uma bruxa jogou algum feiticço em nós?" Ele inclinou a cabeça para o lado.

"Não necessariamente, mas mágica pode ser a única--" ela paralisou, sentando-se e olhando pra ele. "Zatanna."

Oliver gemeu, abaixando a cabeça. "Claro."

Chloe suspirou e balançou a cabeça, correndo as mãos pelo rosto. "Eu vou matá-la", ela disse e balançou a cabeça de novo. "Na verdade, eu nunca mais vou falar com ela."

"Talvez ela não teve a intenção", ele sugeriu, franzindo a testa. "Talvez alguma coisa na qual ela estava tentando trabalhar deu errado."

Ela lhe deu um olhar. "Por alguma razão, eu duvido e mesmo que ela estivesse fazendo alguma coisa, ela ainda jogou um feitiço na gente."

"Ou fomos atingidos indiretamente, como aconteceu com você da última vez." Ele parou a isso, observando-a atentamente enquanto ele se lembrava do resultado do que aconteceu.

Chloe apertou os lábios e olhou pra ele por um momento, prendendo a respiração enquanto se lembrava também. "Por alguma razão, eu acho que ficarmos presos em contos de fada precisa mais do que algo 'indireto', Ollie."

"É", ele murmurou, mantendo o olhar.

Ela olhou pra ele por um momento, então respirou fundo, recostando-se e roçando os lábios no dele. Não era difícil saber que os dois estavam tentando resistir e não havia razão pra se torturarem.

Oliver roçou o nariz no dela e capturou seus lábios num beijo terno e suave.

Estremecendo levemente, Chloe se sentou um pouco, aproximando-se mais dele e aprofundando o beijo.

Ele deslizou uma mão na nuca dela enquanto seus olhos se fechavam.

Ela passou um braço ao redor do ombro dele, puxando-o mais perto.

Ele os moveu para que deitassem, enquanto se beijavam. "Não está mais frio", ele murmurou.

"Por que será?" ela murmurou, dando um pequeno risinho enquanto se ajustava a nova posição e passou um braço ao redor das costas dele.

Oliver sorriu a isso. "Pois é", ele brincou, esfregando as costas dela um pouco.

"Continua sendo incesto", ela brincou de volta, roçando os lábios nos dele.

"Ainda bem que contos de fadas não são reais." Ele deu um risinho.

"Não brinca", ela concordou, puxando-o mais perto e o beijando profundamente.

Ele não hesitou antes de retornar o beijo, levando uma mão até seu rosto.

***

Ele acordou na manhã seguinte, sentindo-se mais confortável do que estava da última vez que acordou. Claro que parte disso era provavelmente devido ao fato de Chloe ainda estar adormecida em seus braços. Sem pensar, ele pressionou um beijo no alto de sua cabeça, observando-a com olhos sonolentos enquanto tentava voltar a adormecer. Mas eles ainda estavam no meio da floresta, e precisavam acabar logo este estúpido conto de fadas e descobrir como fazer as coisas voltarem ao normal.

Ao normal que era possível pra eles, afinal.

Ele odiava ter que acordá-la porque sabia que ela raramente dormia o suficiente - como o resto deles. Mas tinha que fazer isso. "Chloe?" ele murmurou. "Acorda."

Ela suspirou e se mexeu, piscando os olhos e então levantando a cabeça. "Hm?" ela perguntou sonolenta.

Oliver não pôde deixar de sorrir. "Já é de manhã", ele disse.

"Oh", ela sussurrou enquanto se mexia, se espreguiçando enquanto se lembrava onde estava. "Sim, temos que..." ela bocejou, "-ir."

Ele a observou por um segundo, então abaixou a cabeça e deu um beijo em sua clavícula antes de se sentar. "Sim. Vamos sair daqui."

Chloe fechou os olhos por um segundo então se sentou também, olhando pra ele por um momento e então dando um pequeno risinho enquanto se levantava. "É melhor arrumar essas meias."

Oliver revirou os olhos e subiu as meias. "Eu vou queimar cada livro de contos de fadas que eu encontrar depois disso", ele resmungou.

Ela deu um risinho e assentiu. "Vamos dar uma festa."

"Uma festa de queima de livros. Interessante." Ele se levantou e estendeu a mão para ajudá-la a levantar.

Sem pensar, ela pegou a mão dele e assentiu. "Estou faminta", disse baixinho.

"Com sorte a casa de doces não está longe." Ele entrelaçou os dedos nos dela, olhando ao redor. "Alguma ideia de qual direção?"

Ela estreitou os olhos, olhando ao redor e então balançou a cabeça. "Não faço ideia, mas honestamente, acho que tanto faz, vamos encontrar de qualquer jeito."

Ele prendeu a respiração e expirou lentamente. "É, provavelmente", ele concordou, dando de ombros. "Mostre o caminho, Professora."

Chloe assentiu e saiu em uma direção qualquer. "Queria conseguir lembrar quanto tempo eles andaram antes de encontrar a casa."

"Com sorte não muito." Ele a seguiu, ainda segurando a mão dela sem perceber.

Eles caminharam por um longo tempo quando Chloe ouviu barulho de água. "Parece que estamos perto de um riacho ou alguma coisa assim", ela disse, olhando na direção do som, sua mão ainda na dele.

Ele se perguntou se a água era limpa o suficiente para beber. Duvidava, mas estava com muita sede. "Isso deveria acontecer?"

"Eu não sei", Chloe admitiu. "Eu não me lembro muito bem dessa história, mas acho que eles caminharam por um longo tempo, não diz o que aconteceu enquanto estavam caminhando." Então ela ergueu as sobrancelhas. "Além do mais, acho que já mudamos muito a história."

"Você diz pelo fato de não sermos parentes?"

"Por causa das atividades da noite de ontem, Ollie." Ela disse e então olhou ao redor novamente, tentando encontrar o riacho.

Ele deu um risinho a isso. "Bem, isso também."

"Enfim, esses contos são uma bagunça", ela disse, estreitando um pouco os olhos e apontando em seguida. "Ali, acho que o riacho é ali."

"E chatos", ele disse suspirando, olhando para suas roupas.

"Fique feliz por não estar gordinho", ela brincou, dando um risinho.

Ele gemeu. "Engraçadinha."

Ela puxou a mão dele e olhou ao redor por um momento e sorriu. "Ali, pelo menos vamos matar a sede", ela disse enquanto o arrastava até o riacho.

"Deduzindo que a água seja limpa o suficiente pra podermos beber", ele disse, seguindo-a até o riacho. Ele piscou, olhando para a água clara. "Que diabos?"

"Essa é a Alemanha rural de décadas, Ollie, eu acho-" ela parou quando olhou para a água, seus olhos arregalando. "Oh, Deus."

"Somos crianças?" ele disse, olhos arregalados.

Ela olhou para seu reflexo por um longo momento e então olhou para o dele, gordinho, redondinho, bochechas rosadas e estremeceu, finalmente desviando o olhar. "Deus, isso é errado!"

"Vamos dar o fora dessa maldita história."

"Precisamos encontrar a droga da casa", ela disse, correndo uma mão pelo rosto, sem olhar pra ele.

"Eu concordo. Vamos." Ele soltou a mão dela e seguiu o curso da água, sem olhar pra baixo de novo.

Chloe respirou fundo e olhou pra ele, aliviada que ele ainda parecesse normal pra ela, mas não disse mais nada, as coisas já estavam perturbadoras demais e ela só podia esperar que conseguisse se livrar da imagem mental de Oliver daquele jeito.

***

"Oh, graças a Deus", Oliver murmurou quando viu a casa na clareira um tempo depois. Ele olhou de volta pra ela. "Encontramos."

Chloe suspirou profundamente e olhou para a casa, assentindo. "Eu estou faminta", ela disse, sem pensar duas vezes antes de ir direto para a casa e quebrar um pedaço do telhado e dar uma mordida.

Oliver a observou por um momento e então deu de ombros e a seguiu mais uma vez, quebrando um pedaço de biscoito e jogando na boca, mastigando rapidamente e engolindo em seco antes de pegar outro pedaço.

Ela olhou ao redor e pegou algumas balinhas de goma. "Seria muito pedir batata frita e um milk shake enorme?"

Ele deu risada. "Sim, e acho que não é possível um milk shake fazer parte da casa, Chloe."

"Eu nem quero pensar nos pássaros e animais e insetos que possivelmente passaram em cima de tudo que estamos comendo", ela disse, mastigando um enorme pedaço de biscoito.

A isso, Oliver fez uma careta, jogando o resto do biscoito no chão. "Deus, obrigado."

"É um conto de fadas, Ollie, tenho certeza que não vamos ficar doentes", ela disse, dando outra mordida.

"Continua sendo nojento", ele pontuou.

Chloe deu de ombros e terminou o que estava comendo. "Melhor do que passar fo-"

Então uma voz veio de dentro da casa. "Roque, roque, roidinha. Quem comeu minha casinha?"

Oliver ergueu as sobrancelhas. "Roque, roque, roidinha?" ele sussurrou, olhando para Chloe.

Chloe apertou os lábios e ergueu as sobrancelhas, balançando a cabeça enquanto tentava não dar risada. "Pobre mulher, tente parecer que está com medo?"

"Isso é ridículo", ele resmungou, revirando os olhos.

"Não vou discordar", Chloe disse, pegando um pedaço de chocolate e olhando pra cima quando a porta abriu.

"Oh, não", ele disse. "É uma bruxa--" Ele paralisou, olhos arregalando um pouco ao ver a mulher. "Sra. Teague?"

"Teague?" Chloe repetiu, seus olhos arregalando enquanto olhava para a mulher e com certeza, lá estava Genevieve Teague, ela ia culpar Oliver por isso, já que ele é que conviveu um pouco com a mulher quando era criança.

A bruxa olhou pra eles por todo um momento, observando as migalhas de biscoito na frente das blusas deles, então olhou para o telhado antes de olhar pra eles preocupada. "Oh, queridas crianças, quem trouxe vocês aqui? Entrem, e fiquem comigo. Nada de mal vai acontecer a vocês."

Oliver não pôde segurar o comentário sarcástico. "Contanto que você prometa não tentar nos cozinhar nem nada", ele respondeu, olhando pra ela.

Ela pegou as mãos deles e os puxou para dentro da casa. "Eu estava assando uma torta, que sorte, agora posso dividir com vocês!" Ela exclamou.

Chloe ergueu as sobrancelhas e deu um olhar a Oliver. "Que sorte mesmo."

"Temos mesmo que fazer isso?" ele resmungou, olhando pra ela de lado.

Ela respirou fundo e assentiu, seus olhos arregalando um pouco enquanto a mulher abria o forno e tirava uma torta. "Pelo menos tem comida."

"Tem certeza que não está envenenada?"

A bruxa olhou de um jeito estranho para Oliver. "Por favor se sentem, vocês gostariam de um pouco de leite?" Ela ofereceu docemente.

Ele suspirou e se sentou. "Não, obrigado."

"Ah, isso não", ela disse ao garoto. "Você tem que comer."

"Por quê?" ele perguntou, erguendo uma sobrancelha pra ela, ainda um pouco impressionado pelo fato de que Genevieve Teague fosse tentar cozinhá-lo para o jantar.

"Então, você tem que estar forte", ela disse, colocando um copo de leite na frente de cada um deles. "E eu tenho certeza que vocês, pobres queridinhos, caminharam bastante."

Chloe chutou Oliver por baixo da mesa e ergueu uma sobrancelha.

"Ai!" ele protestou, franzindo a testa pra ela.

"Aí está", a bruxa colocou os pratos sobre a mesa, cada um com um enorme pedaço. "Agora comam", ela disse, olhando direto para o garoto.

"Felizmente não tem nenhum amendoim ou teríamos um grande problema", ele resmungou, pegando o garfo.

Ela estreitou os olhos para o garoto e então deu um tapinha em sua cabeça. "Eu vou fazer as camas pra vocês, eu quero ver os pratos limpos quando eu voltar", a bruxa disse calorosamente.

Ele fez uma cara quando ela se afastou. "Isso é um saco."

"Não me diga", Chloe suspirou e pegou o garfo pra comer a torta. "Mas provavelmente vamos ficar presos aqui até a história terminar."

"Eu podia me jogar logo no forno."

"Você pode tentar", ela disse e então balançou a cabeça. "Eu duvido que você vá conseguir."

Ele estreitou os olhos. "Por que sou muito gordinho?"

Chloe arregalou os olhos em diversão. "Seu ego é assim tão frágil?"

Ele fez uma cara feia a isso e jogou um pedaço de torta na boca sem falar nada.

Ela cobriu a boca, tentando suprimir uma risada. "Se isso faz você se sentir melhor, você parece normal pra mim."

Oliver lhe deu um olhar irônico. "Que bom que você acha tudo divertido."

Respirando fundo, ela balançou a cabeça. "Eu disse que você não ia conseguir porque não é assim que acontece na história, como quando eu tentei não comer a maçã", ela explicou, então deu um risinho, olhando pra ele. "Não precisa fazer bico."

"Eu não estou fazendo bico", ele respondeu instantaneamente.

Isso só a fez dar um risinho maior enquanto erguia as sobrancelhas pra ele, então se voltou para sua torta e pegou um pedaço.

Oliver olhou feio, comendo outro pedaço de sua torta também. "Não estou fazendo bico", ele resmungou.

"Se eu não soubesse que você realmente parece uma criança de oito anos, eu ia totalmente dar uns amassos com você agora", ela brincou, comendo outro pedaço da torta.

"Isso não te impediu antes", ele respondeu com um risinho.

"Eu não sabia antes!" Ela disse.

Oliver deu risada à sua expressão e terminou a torta.

Ela balançou a cabeça e deu um risinho. "Doente", ela brincou e então tomou um gole do leite.

Ele deu um risinho pra ela e tomou um gole do leite também. "Você não faz ideia."

"Eu faço ideia", ela o corrigiu, erguendo uma sobrancelha.

Ele lhe deu um sorriso. "Sério? Porque até agora tudo tem sido bem... simples."

Ela ergueu uma única sobrancelha e olhou pra ele, se ele achava que tudo que tinham feito era simples, ela tinha certeza que não ia conseguir andar por dias depois do que ele considerasse... nada simples. "Tem sido?"

Oliver abriu um pouco mais o sorriso. "Considerando tudo, sim."

"E que coisas estamos considerando?" Ela perguntou, inclinando a cabeça.

"Quantas coisas depravadas e malucas são possíveis."

"Bem, a lista é infinita", Chloe disse, pegando outro pedaço de torta. "O que conta é a lista das coisas em que estamos interessados."

"O que deveríamos discutir em algum momento quando não parecermos ter oito anos de idade", ele respondeu.

Dando um risinho pra ele, ela assentiu antes de começar a comer a torta. "Vou manter isso em mente."

Ele deu um risinho de volta pra ela. "Faça isso."

***

"Vamos, Maria", disse a bruxa, tirando Chloe da cama. "Gordo ou magro, eu vou cozinhá-lo."

Chloe abriu os olhos e a próxima coisa que sabia era que já estava em pé. "O quê?"

"Ei, Professora", Oliver chamou ansioso. "Quando quiser me salvar, vai ser ótimo!"

"Vamos assá-lo primeiro", disse a velhinha calmamente. "Eu já aqueci o forno, e preparei a massa."

Chloe arregalou os olhos quando viu Oliver amarrado sobre a mesa e em um enorme prato coberto com massa, ela olhou pra ele por um momento e então para o enorme forno, ela podia sentir o calor que vinha dele.

Oliver fez uma careta enquanto lutava contra as cordas. "Sério."

"Vai", disse a mulher, levando-a até o forno. "Você tem que subir pra garantir que está quente o suficiente."

Ela arregalou os olhos para a bruxa. "Como eu vou subir? É muito alto." As palavras saíram de sua boca.

Ele lhe deu um olhar, e tentou fazer um comentário sarcástico, mas ao invés um grito assustado lhe escapou. "SOCORRO!"

Chloe olhou para Oliver, arregalando os olhos ao repentino grito por socorro.

"Bobinha", a velhinha disse, dando um pequeno passo e se inclinando no forno. "É assim que--"

Encolhendo-se, Chloe a empurrou para dentro do forno com toda força que tinha, então fehcou a porta com olhos arregalados, respirando pesadamente.

Oliver arregalou os olhos também, e olhou pra ela. "Você me salvou!"

Ela respirou fundo e então foi até ele, incerta de como conseguiu soltá-lo, mas ele estava livre em segundos e seus braços ao redor do pescoço dele, abraçando-o com força. "Estamos livres!"

Ele a abraçou de volta com força, pegando-a e os girando. Então ele piscou lentamente, colocando-a no chão.

Chloe piscou e paralisou, olhando pra ele. "Nunca vamos contar a alguém sobre isso."

"Jamais", ele concordou sem hesitar.

Ela respirou fundo e assentiu, soltando as mãos ao lado do corpo. "Vamos embora daqui."

"Deduzindo que saibamos como sair daqui."

"Eu não me lembro como a história termina, exatamente, mas tenho certeza que fugimos da casa, vamos voltar para a floresta e ver se funciona."

Oliver assentiu e foi para a porta, então parou, virando-se e indo para a cozinha. Ele pegou um pedaço de pão de cima do balcão, e então voltou para o lado dela. "Vamos."

Assentindo, ela o seguiu até a porta e saíram em direção da floresta.

______

Quatro

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