Eye of the Beholder (5/5)

Série: The Five Senses (Os Cinco Sentidos)
Título: Olhos de quem Vê
Resumo: Ninguém os vê do jeito que eles se vêem.
Autora: fickery
Classificação: PG-13
Linha de tempo: Checkmate
Histórias anteriores: Scent of a Man - Delicious - Resonance - The Way You Do

Ele não entendia porque ela não conseguia enxergar a própria beleza.

Ok, ele imaginava que passar a adolescência apaixonada por um cara que além de ser cego também não registrava o fato de que ela era mulher e muito menos que ela era pra se namorar, afetava uma garota. Especialmente se a atenção do dito cara era dirigida invariavelmente para qualquer outra garota que cruzasse seu caminho.

Não que fosse culpa de Clark que ele não estivesse atraído por ela desse jeito. E se Clark soubesse dos sentimentos de Chloe, Oliver sabia que seria difícil elogiá-la sem lhe dar falsas esperanças. Mas tinha realmente afetado a auto-estima de Chloe, e sempre lhe matava um pouco ver o quanto ela se subestimava, mesmo antes de ficarem juntos.

Mesmo agora, embora ela carregasse mais auto-confiança, era do tipo profissional, por saber o valor de seu trabalho e que ela o fazia muito bem. Não era o tipo de auto-confiança que vinha de saber que era sensual e desejável.

Isso ia mudar, no que dependesse dele.

*_*_*_*

Ela o tinha pego olhando pra ela algumas vezes. Era totalmente orgânico - não estava fazendo isso pra ela se sentir melhor, ele só não se cansava de olhar pra ela. Seu cabelo, por exemplo - se ela estivesse usando cacheado ou ondulado, ele sabia que era suave, como algodão doce. Se ela estava usando liso, deslizaria pelos dedos dele como um líquido.

Ele sempre fixava o olhar em sua pele exposta, quer fosse dos braços, pescoço, o vale entre seus seios, suas pernas... Ele sempre queria tocá-la, em parte porque sabia o quanto a pele dela era macia sob seus dedos, e em parte simplesmente porque ele podia.

Uma das últimas vezes que ela o pegou olhando, ela estava inclinada sobre uma grande mesa no andar superior da Watchtower. Ele subiu as escadas só para ser confrontado com uma de suas visões preferidas.

O computador deveria ter notificado a ela sua chegada, mas absorvida em algumas plantas que estudava, demorou alguns minutos para ela erguer a cabeça, se perguntando de onde ele tinha surgido.

Ele estava recostado na grade atrás dela, braços cruzados, sorrindo carinhosamente para a parte inferior de seu corpo.

"Ollie, o que você está fazendo?"

"Olhando para a sua bunda", ele disse, como se a resposta fosse óbvia. Ela lhe deu um olhar que tentava ser sério e quase conseguiu.

"Um pouco de discrição, por favor, enquanto estamos no trabalho?" Ele deu um passo à frente, pegando-a nos braços, e desceu a boca até a dela.

"Não tem ninguém aqui", ele respondeu.

"Não é esse o ponto." Ela lutou para ignorar o quanto já estava excitada, o quão rapidamente ele lhe fazia perder as inibições, o quanto ela estava pronta pra jogá-lo naquela mesa convenientemente grande e... "Precisamos ser cuidadosos."

Ele a puxou com força contra seu corpo. Ela podia sentir sua excitação. "Você precisa ser menos tentadora, então." Ela deu risada, desistindo, e correu as mãos por dentro da camisa dele.

*_*_*_*

Ela não entendia porque ninguém via como ele era inteligente.

Pessoas que o conheciam desde sempre, pessoas que deviam saber muito bem disso, como Lex e Lionel, eram distraídos por sua boa aparência, pelas manchetes de jornais, seu personagem playboy, e deixavam de perceber que ele realmente entendia do mundo dos negócios. Tess fazia isso, mesmo agora -- quando ela falava sobre ele havia um tom velado de desdém, como se ele fosse um garoto rico brincando de dirigir a companhia. Mesmo quando ele era melhor que ela, arrancando contratos bem debaixo de seu nariz, ela minimizava dizendo que ele tinha tido sorte, não admitindo que ele tinha lhe passado a perna.

Diabos, até Clark parecia não entender. Ele agia como se a Liga fosse um pequeno hobby e que Ollie estivesse brincando - até precisar da ajuda deles, e então ele passou a ter uma tendência a aparecer e tentar tomar a frente, não entendendo que ser a pessoa mais forte do lugar não lhe tornava automaticamente o mais esperto, ou o melhor líder.

Claro, houve um tempo em que Ollie meio que abdicou de sua posição, deixando seus executivos mais antigos e a mesa diretora - e a Liga - para descobrirem como seguir em frente. Mas desde que havia retornado, ele reinvindicou o escritório do Diretor Executivo da empresa e da Watchtower com um senso de propósito e determinação para trazê-los de volta.

Ela sabia, porque tinha visto os emails, os relatórios trimestrais e as finanças, e o ouviu ao telefone. Ele estava levando a Liga e sua empresa muito a sério agora.

*_*_*_*

Ultimamente eles estavam tentando passar todos os fins de semana juntos, mas isso significava que cada um tinha que usar uma hora ou duas tanto do sábado quanto do domingo para trabalhar de casa. Hoje ela tinha acabado de verificar o email e as mensagens, os sistemas de escâner e os registros de seguranga. Desligando e fechando seu laptop aliviada, ela se levantou para ir checar Oliver.

Ela o encontrou em seu escritório, trabalhando no computador. "Quase terminando?"

"Quase", ele disse, continuando a digitar.

"Posso ajudar em alguma coisa?"

"Depende. Você consegue arrumar o mercado asiático? O Índice Nikkei está me dando uma surra." Ele se virou a tempo de ver a expressão pensativa dela. "Não! Brincadeira! Por favor, não faça nada sobre o mercado de ações."

Ela fez bico. "Você nunca deixa eu me divertir."

"Au contraire. Se você continuar se distraindo sozinha fora daqui por mais dez minutos, eu terei muitas sugestões de diversão pra depois."

Inclinando-se, ela sussurrou. "Cinco", contra o ouvido dele, a sensação indo direto para sua virilha e ela saiu pela porta.

Ele sorriu em seguida. O fato de ele ser o único a desfrutar a toda a maravilha que ela era, o fazia se sentir não só sortudo, mas um grande gênio.

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