Não Confunda Aquelas Quatro Letras

Nota: Eu sei que estou sumida, mas enquanto fazia uma faxina no meu computador encontrei esta fic, decidi compartilhar.
Autora: heartbeatsgreen
Classificação: R
Categoria: Romance




Tinha passado o dia assistindo Oliver e Dinah juntos em uma missão, e mesmo depois da tarefa cumprida, continuou apertando o replay de algumas cenas. Vai ver ela era um tanto masoquista. Para acompanhar o “filme alegre” serviu-se de uma dose de uísque.

Dinah flertava com Oliver, ria de tudo que ele falava, brincava com seus cabelos, fazia charme, inventava desculpas para tocá-lo.

E Chloe? Ela o odiava. Era só vê-lo ao lado da Canário e pronto, sentia tanta raiva a ponto do corpo esquentar, o sangue ferver, podia até mesmo matá-lo ou melhor mataria os dois de uma só vez, só para não ter que aturá-los juntos. Era raiva, tinha certeza. A não ser pelo aperto em seu coração e algumas lágrimas que escapavam. Às vezes pensava que era ciúme e logo afastava esse pensamento pra longe.

Quem era ela pra sentir ciúme? A mesma que tinha bolado as regras do que havia entre eles, agora era vítima de um tiro que saiu pela culatra.

Ter uma amizade colorida com Oliver não era tão fácil quanto ela pensava, aliás, estar apaixonada por um garanhão traria muitas dores de cabeça a ela e ao seu coração.

O jeito era negar, negar e negar, agir ao contrário, mentir, fingir, até que o tempo diminuísse o que havia nascido sem permissão alguma em seu coração. Estava decidida. Entre eles era apenas diversão, dois adultos se curtindo, amigos e parceiros.

“É só sexo” repetia mil vezes como um mantra, precisava se convencer disso logo, preferia encarar assim do que correr o risco de descobrir que estava amando loucamente.

Decidiu fazer algo útil no computador, voltar ao trabalho e esquecer aqueles dois. E assim o fez. Manteve os olhos fixos no visor e os dedos ágeis sobre o teclado, num ritmo frenético que só fora interrompido por uma gargalhada aguda e feminina que surgia na Watchtower.

Chloe revirou os olhos, era Dinah, ela sabia. O que a incomodava era o motivo da risada. Oliver a tiracolo, a fazendo rir de coisas bobas. Era claro que ela estava dando em cima dele. Aliás, qual mulher não faria o mesmo?

“Boa noite, Chloe.” Dinah a cumprimentou com um sorriso nos lábios.

Chloe se esforçou pra sorrir. ”Boa noite, Canário.”

Oliver permaneceu em silêncio a cumprimentando com uma singela piscadela.

“Droga.” Odiava quando ele fazia isso. Como um simples piscar de olhos podia parecer tão sexy???

“Bom, está tarde e eu realmente preciso descansar. Vai embora comigo, Oliver?” Dinah deu mais alguns passos, pousando a mão sobre seu ombro enquanto perguntava.

Chloe espiou por cima do visor “Galinha” e se concentrou em ouvir sua resposta. “Ótimo, pra que vieram até aqui? Só pra que eu soubesse que iriam passar a noite juntos?”

Não, não estava com ciúmes, de jeito nenhum sentiria ciúmes de uma loira mil vezes mais magra que ela, com um corpo igual à dessas modelos com quem Oliver sempre se envolvia.

Era apenas um mal estar súbito, o estômago embrulhava, um caroço se formava em sua garganta, era algo forte que a fazia fechar a cara e não conseguia disfarçar, diria que eram gases... o que fosse, mas não, não era ciúme. Não podia ser.

“Não, na verdade eu vou ficar um pouco aqui na Torre de Vigia, ver o que acontece pelas redondezas. Podem precisar de um herói por aqui.” O olhar dele encontrou o de Chloe.

“É, a vaca vai pro brejo... sozinha," mordeu o próprio lábio sei mpedindo de sorrir ”tente outra noite, querida,” pensou novamente enquanto ouvia o barulho da porta se fechando e Dinah deixando o local.

“Então como estão as coisas por aqui?” Oliver perguntou, parando atrás de Chloe.

Nem lembrava mais como era o oxigênio, o corpo dela preferia o perfume que agora a embriagava. O cheiro dele era tão familiar, cheiro que ela reconhecia tantas vezes gravado na própria pele.

Ela engoliu em seco antes de responder. “Tudo tranquilo por aqui.” Sem brincadeirinhas, sem sorrisos. Suas palavras foram curtas e diretas.

“Bom, isso é bom.” Ele sussurrou perto de sua nuca, olhando-a atentamente com olhos negros, esperando que outro par de olhos cruzar-se com os dele.

Sentiu um arrepio percorrer seu corpo com o ar quente dos lábios dele, desejou que ele não notasse, que se afastasse e fosse embora.

Ao invés disso Oliver sentou-se ao seu lado. Mal havia espaço entre eles, seus joelhos se roçavam, e a perna dele passou a acariciar a dela.

Chloe mantinha os olhos no computador, “o que os olhos não veem o corpo não sente, bem que podia ser assim, certo? Droga!” pensou.

Ele se levantou e ela soltou um longo suspiro. Oliver voltou trazendo uma dose de bebida para ele e outra pra ela, algo lhe dizia que ela estava tensa. Mas dessa vez se sentou ainda mais perto e de lado de maneira que uma de suas pernas ficasse no meio das dela.

“Obrigada” Chloe agradeceu e virou o copo, aquilo ajudaria a raiva a passar, ainda mais se tratando da terceira ou quarta dose.

Oliver retirou o copo vazio das mãos dela. Pele deslizando sobre pele, mão sobre mão. Exatamente da mesma maneira no dia que a ensinou tira ao alvo.

Ela lembrou. Ele também. Souberam disso imediatamente quando seus olhos se prenderam, olhar de quem devora o outro sem dizer uma palavra.

Ele se aproximou de seu pescoço, afastou o cabelo dela e se pôs a sentir seu perfume.

Chloe ficou imóvel enquanto o corpo dela pedia para se atirar nos braços dele. Ele depositou beijos sobre a pele perfumada, virando o rosto para beijar sua face.

Não eram beijos fogosos, seus beijos pareciam de um homem apaixonado. Seus lábios encostaram no canto de sua boca e ela fechou os olhos.

Se isso era um joguinho de sedução dele, perderia por certo. Respirou fundo e não se moveu, esperou que ele parasse, que entendesse que ela estava sendo indiferente.

E ele voltou a beija-la, com calma, esperando a reação dela. Não demorou muito até que os lábios dela se movessem e que sua língua fosse ao encontro da dele.

E assim a mágica acontecia. O beijo a fazia imaginar que talvez sua boca pertencesse a Oliver, porque parecia moldada para a boca dele.

Bastava um simples beijo e todas as suas resistências iam por água abaixo.

O corpo cedia ao encanto dele. A mão fechada em punho se abriu, ganhou vida própria e se prendeu a nuca dele.

Ela se afastou para respirar “É só porque eu estou bêbada.” Murmurou ofegante. Mentindo descaradamente enquanto sentia o desejo queimar seu ventre.

“Eu sei.” Ele fingiu acreditar. Os beijos agora se tornavam ardentes, suas bocas se moviam de forma faminta.

As pernas dela agora estavam sobre as dele, facilitando assim o trabalho dele rumo a sua feminilidade.

“Eu fiz o teste, professora.” Ele sussurrou em seu ouvido. “Um metro de distância de você e eu já fico excitado.” Colocou as mãos dela em sua ereção e foi ela quem abriu sua calça.

Seu útero se contraiu involuntariamente. Pensou em não dizer nada, estava com raiva dele, certo? Errado! Nem lembrava mais o que seria esse sentimento, o coração batia descompassado, o sangue borbulhava, mas ela sabia muito bem o que estava sentindo.

"Quero você, Ollie" sussurrou ao pé do ouvido dele lambendo seu lóbulo enquanto o ajudou a se despir. Havia perdido a luta com ela mesma e ganhado a chance de se entregar a emoção do momento.

Ele a carregou até a sala. Debruçou-a sobre a mesa de centro e a beijou com fervor. A sala se tornaria o cenário dessa cena, o som de seus corações acelerados, sua trilha sonora e seus corpos, os grandes protagonistas dessa fome de amor.

No calor do momento só percebeu que já estava livre de suas vestes quando sentiu a boca dele fazendo maravilhas em seus seios.

Ele desceu os lábios sobre a pele branca, a língua provando cada extensão de seu corpo, brincando em seu umbigo, ate chegar ao centro de seu prazer.

Delirou com o cheiro dela, quase enlouqueceu ao ver o corpo dela sob o efeito de seus beijos íntimos.

Ela acariciou seus cabelos, o puxando pra si. Era sua vez de prová-lo. Arrastou as unhas com força sobre a pele dele, tal qual uma felina, deixando sua língua repetir os gestos enquanto passeava pelo seu corpo.

Lambeu, sugou e beijou sua masculinidade. Enquanto os dedos dele voltaram a preenchê-la.

Ele gemeu sentindo a boca sobre ele, e a impediu de continuar quando a urgência de possuí-la havia tomado conta de si.

Ajeitou seu corpo sobre o dela, e a penetrou de uma só vez. Seus gemidos e respirações ofegantes ganhavam sincronia, um ritmo que começou lento e aos poucos se intensificou, seus corpos se banhavam de suor enquanto se tornavam um, rumo a uma explosão de prazer.

E se fossem apenas amigos com benefícios tudo que havia entre eles acabaria ali, quando o êxtase atingia a ambos e seus corpos queriam sossego, mas depois do prazer a necessidade do corpo do outro permanecia.

O corpo dela queria o encaixe do dele, mesmo que imóvel, mãos que se acariciavam com ternura, digitais que se tatuavam na alma deles, toques e gestos únicos, beijos doces e calmos de quem faz amor. Tudo aquilo que jamais poderia ser apagado da pele, pois havia marcado seus corações.

Eles caminharam abraçados até a cama, ele se deitou puxando-a sobre seu peito. Ela se ajeitou fechando logo os olhos, nem um sinal de “raiva” no coração dela, havia ali algo muito maior pedindo pra acontecer e crescer, mas ela ainda não se permitia admitir.

“Ainda está brava?” Ele perguntou baixinho sentindo o sono chegando.

“Brava eu? Não estava brava.” Ela negou com voz trêmula, sentia medo nessas horas em que Oliver mostrava o quanto a conhecia.

Ele sorriu e no escuro do quarto ela não pode ver. “Ok,” ele murmurou e a beijou desejando boa noite.

Em pouco tempo ele percebeu a respiração dela mais calma e sussurrou sem medo. “ Sidekick, eu vou esperar até você estiver pronta.”

Ela o ouviu e embora sonolenta o questionou. “Pronta... pra quê?” E antes que pudesse ouvir a resposta dele voltou a cair no sono.

“Pronta pra nós.” Ele murmurou satisfeito, não se importando com o as negações dela, o amor no peito dele o ensinou a reconhecer o coração apaixonado dela.

Tudo era uma questão de tempo. Porque o que havia entre eles era AMOR.

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