As Time Goes By (1/11)

Especial: Aniversário
Resumo: Esta fic é completamente Universo Alternativo, baseada na sétima temporada, exceto que Chloe e Oliver não se conheciam antes, ele ainda é o Arqueiro Verde, mas nunca se encontraram quando ele estava em Metrópolis.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow

Classificação: NC-17

Original

Anterior: Prólogo

Quando ele acordou na manhã seguinte, estendeu a mão pra ela instintivamente, suas sobrancelhas franzindo quando encontrou apenas cama vazia. Cama vazia e gelada. Piscou algumas vezes para clarear a visão e se sentou, correndo uma mão pelo rosto. "Chloe?" chamou tentativamente, sentindo o peito apertar. Sabia de algum jeito que ela tinha ido embora. Tinha lhe deixado.

E nem tinha se despedido.

***

Ela arrumou o vestido no elevador e calçou os sapatos, respirando fundo ao observar os números mudarem. E então paralisou quando viu o logo. Queen Industries. Queen. Oliver Queen. Tipo, o herdeiro da Queen Industries. Seu coração, que batia forte contra o peito enquanto ela escapava, afundou. Tinha passado a noite com o playboy bilionário da cidade.

***

Oliver saiu do quarto, indo para a geladeira e pegando o suco de laranja. Serviu-se de um copo, sentindo-se completamente tonto. Não entendia porque ela foi embora sem uma palavra. Tinham passado a noite inteira alternando entre cochilar e fazer amor. Tinha sido intenso, de estremecer a alma. Ela o afetou de um jeito que nenhuma outra mulher jamais conseguiu.

***

Suas mãos tremiam um pouco enquanto saía do prédio, seu peito estava tão apertado, sentia uma... perda. Como se tivesse acabado de perder alguém que amava, como se nunca mais fosse vê-lo novamente, e provavelmente não iria. Sua cabeça ainda girava com tudo que tinha acontecido e ainda não sabia exatamente o que tinha sido. Era a experiência mais única e intensa de sua vida e ainda não entendia o que tinha acontecido.

*

Ele olhou a cidade pela janela, uma expressão vazia no rosto. Tinha sido transa de uma noite só.

Nada mais. Já havia tido várias transas de uma noite só.

Então por que se sentia tão vazio agora?

***

Ela pegou o telefone na pequena bolsa pra checar a hora apenas pra descobrir que estava sem bateria. Chloe xingou internamente e acelerou o passo, saltos clicando no concreto e o sol já estava quente, pessoas vestidas em ternos iam em direção aos prédios do centro da cidade e ela sabia que no mínimo passava das oito, o que significava que passava das dez em Metrópolis e Clark deveria ir até ela assim que terminasse seus afazeres e conhecendo seu melhor amigo, sabia que ele não prestaria atenção à diferença de horário.

Respirando fundo, ela passou pela recepção e subiu a escada estreita do pequeno hotel em que estava, prendendo a respiração girou a chave e entrou, seu coração afundando quando viu o moreno alto parado ali.

"Chloe." Os olhos de Clark estavam repletos de preocupação. "Você está bem? Eu estava preocupado."

"Ei", ela disse, tentando um sorriso. "Eu estou bem", prometeu baixinho, tentando assegurá-lo, se perguntando se Clark prestaria atenção a sua roupa ou se ela podia escapar dizendo que tinha ido até a padaria.

"Tem certeza?" Ele a estudou por um momento. Ela parecia bem.

"Tenho certeza", disse a ele enquanto adentrava o quarto, afastando-se dele enquanto tirava os sapatos, seu coração acelerado mesmo que estivesse tentando se acalmar porque sabia que ele podia ouvir.

Clark ergueu uma sobrancelha. "Descobriu alguma coisa?"

Tinha descoberto alguma coisa, algo maravilhoso e de fazer a terra tremer, só não sabia exatamente o que tinha sido. Seus olhos levemente vidrados e então balançou a cabeça, percebendo que ainda devia a Clark uma resposta. "Na verdade não."

Ele franziu a testa. "Nada? Achei que o Arqueiro Verde estivesse sempre nos jornais daqui."

"Oh", ela parou, tentando se recompor. "Quer dizer, sim, eu descobri... artigos."

"Mas ninguém que o tenha visto?" Ele a observou.

"Nenhuma testemunha visual", disse com um aceno de cabeça, fazendo o melhor pra não parecer distraída.

Clark suspirou, parecendo desapontado enquanto se sentava na beira da cama. "Oh."

Chloe quase suspirou quando ele se sentou na cama, seu estômago revirando um pouco, ela queria ficar sozinha, tomar um longo banho e se enrolar na cama e tentar começar a entender o que estava sentindo, tentar entender porque as duas coisas que queria fazer era correr de volta para a Torre Queen ou desabar e chorar por horas, tentar entender porque quando acordou esta manhã sentiu vontade de sussurrar 'eu te amo' para o homem que era um completo estranho.

Sem perceber seu dilema interno ele suspirou novamente, correndo uma mão pelo cabelo. "Tudo bem. Acho que é melhor voltarmos. Lana vai acordar logo."

Ela respirou fundo e piscou, olhando para Clark. "Acho que quero ir embora, Clark." As palavras deslizaram de sua boca antes que pudesse se impedir, mas estava bem assustada e sabia disso, se ficasse, correria de volta pra ele e não podia fazer isso. Não com a necessidade avassaladora que estava sentindo, isso não era natural, não era normal, e certamente não era saudável.

Clark franziu a testa. "Foi o que eu disse, Chlo." Ele a observou por um momento. "Tem certeza que está bem? Você parece distraída."

"Sim, eu estou bem", ela respirou fundo e começou a andar pelo quarto, pegando as poucas coisas que tinha trazido, algumas trocas de roupa e o laptop. "Deixa eu pegar minhas coisas e podemos ir."

Ele parou. "Certo. Acho que vou pegar um café pra você enquanto vai arrumando as coisas."

Sorrindo um pouco, sinceramente desta vez à oferta dele e assentindo. "Obrigada, Clark. Te encontro lá embaixo em alguns minutos."

Ele também assentiu, oferecendo a ela um pequeno e incerto sorriso antes de sair.

Chloe esperou até a porta se fechar e se jogou na cama, seu peito dolorosamente apertado enquanto passava os braços ao redor de si mesma. Era verdade que tinha a tendência de se apegar emocionalmente às pessoas, mas o jeito que se sentia agora, era muito pior do que qualquer coração partido que tivesse experimentado antes e não podia evitar de se perguntar que diabos estava errado com ela.

***

Oliver estava sentado em sua mesa na Queen Industries, olhando pela janela, mal prestando atenção ao fato de seu telefone estar tocando.

Mas Hal não esperou sua assistente conseguir permissão pra deixá-lo entrar no escritório de seu velho amigo, um sorriso no rosto enquanto entrava. "Você deveria atender, Queen, pode ser importante." Falou enquanto seus olhos caíam nas costas de seu amigo.

Oliver piscou algumas vezes, então olhou pra ele, olhos arregalando. "Hal? Que diabos você está fazendo aqui?" perguntou, levantando-se e sorrindo.

Ele deu um tapinha no emblema da força aérea na jaqueta de seu uniforme. "Trabalho, pensei em passar aqui, garantir que você esteja se mantendo longe dos problemas."

"Problemas, sim." Ele suspirou um pouco, então balançou a cabeça. "Como você está? Faz tempo."

"Nada mal, trabalhando bastante", ele disse casualmente. "Que tipo de problema você está falando aqui?"

"Não do tipo que você está pensando", ele respondeu com um pequeno risinho.

"Acho que é uma boa notícia", ele disse, levando uma mão até a nuca e sorrindo um pouco. "Não tenho ouvido de você nos noticiários ultimamente."

"Tentando ficar fora dos jornais, acredite ou não."

"Alguns meses se passam e é como se eu não te conhecesse mais, Ollie. O que você anda fazendo?"

Os pensamentos de Oliver foram imediatamente para a pequena loira que passara a noite com ele e engoliu em seco. "Trabalhando basicamente."

"É?" Hal perguntou, curioso. "Este trabalho ou o outro, porque você não parece muito interessado neste aqui."

Ele ficou em silêncio por um momento. "Eu conheci alguém."

"Alguém?" Ele repetiu.

Oliver prendeu a respiração e expirou devagar. "Seu nome é Chloe."

"Quem é ela?" Hal perguntou, interessado.

Ele balançou um pouco a cabeça. "Eu não sei", admitiu. "Eu nem sei o sobrenome dela." Ele suspirou suavemente.

"Ok?" Ele franziu a testa. "Onde você a conheceu? O que você sabe?"

"Eu a conheci ontem à noite, na verdade." Ele parou, fazendo uma pequena careta. "Num bar no centro."

Hal lhe deu um olhar. "E ela era talentosa na cama? Isso não é realmente conhecer alguém, Ollie."

Oliver estreitou os olhos. "Não foi isso que eu quis dizer, Hal."

Agora, Hal estava confuso, ele inclinou a cabeça. "Explica."

"Não sei se consigo." Ele suspirou suavemente, correndo uma mão pelo cabelo e sentando-se mais uma vez.

"Cara, você não está fazendo muito sentido", disse, um pouco preocupado.

"Você já encontrou alguém e sentiu como se já a conhecesse?"

Ele considerou e então balançou a cabeça. "Como deja-vu?"

"Não. Mais como..." Oliver parou, tentando encontrar as palavras certas. Então suspirou. "Eu não sei."

"Não fica bravo", ele disse, inclinando a cabeça e estudando seu amigo por um momento. "Mas você não está tomando drogas, está?"

Ele deu um olhar a Hal.

Hal ergueu as mãos e encolheu os ombros. "Tinha que perguntar."

"Eu não estou usando nada. Eu tomei uma bebida ontem à noite e nem cheguei a terminar."

"Ok, então você a conheceu e o quê?" Ele perguntou, franzindo um pouco a testa.

Oliver respirou fundo e expirou devagar. "Havia alguma coisa, Hal."

"Isso é bom, cara", ele disse, ainda franzindo um pouco a testa. "Quando você vai vê-la novamente?"

"Ela foi embora antes de eu acordar esta manhã", ele disse, sua voz ficando mais baixa. "Então, talvez nunca."

Hal fez uma pequena careta e ergueu as sobrancelhas. "Então volta ao lugar onde a conheceu esta noite, talvez ela esteja lá."

Ele parou a isso, considerando, então balançou a cabeça. "Acho que não", ele disse suavemente. "Ela não parece o tipo que frequenta a cena."

"Bem, você sabe mais alguma coisa?"

Oliver olhou para seu amigo e balançou a cabeça silenciosamente antes de baixar o olhar até a mesa.

"Vamos, cara, nada? Vocês não conversaram nada? Algum sotaque ou outra coisa?"

"Sem sotaque", disse a Hal. "Elegante. Mas nada esnobe."

"Bem, garota da cidade então?" Hal perguntou, tentando pensar em outras pistas.

Ele parou de novo. "Garota da cidade. Definitivamente."

"Da Califórnia?" Ele perguntou curioso.

"Acho que não", Oliver admitiu.

Hal suspirou, franzindo a testa. "Sério? Vocês não conversaram sobre nada? Você não sabe qual é a cor preferida dela ou a idade?"

"Não houve... muita conversa", ele confessou, olhando pra baixo e de repente arrependendo-se daquilo.

Balançando a cabeça, Hal estendeu a mão e deu um tapinha nas costas dele. "O resto de nós só pode sonhar com esse tipo de talento, Ollie."

"Não foi só sexo, Hal", ele disse, olhando feio para o outro homem.

"Eu nunca disse que foi", ele disse, erguendo as mãos mais uma vez. "Só estou dizendo que é bastante impressionante você convencer uma garota a dormir com você sem trocar nem duas frases."

"Sim, bem. Agora desejo que tivesse perguntado pelo menos o sobrenome dela", disse com um suave suspiro.

"Você a encontrou uma vez, talvez a encontre novamente", ele sugeriu, dando um tapinha no ombro de Oliver. "Agora, o que você diz de almoçarmos?"

Oliver deu um risinho involuntariamente. "Você quer dizer por que eu não te pago o almoço?"

"A Força Aérea tem bons benefícios mas não paga o equivalente a ser dono de metade da cidade", ele riu de volta.

Oliver simplesmente balançou a cabeça com diversão.

***

"Você fez o quê?" Lois praticamente gritou, girando para ficar de frente para sua prima mais nova, café espirrando de sua caneca até ao chão. Ela prontamente ignorou isso.

Chloe fez uma careta e deu um passo pra trás, protegendo-se do líquido quente. "Eu não sabia que era ele, Lois, eu nem sei porque concordei em fazer isso pra começar! Quer dizer, era como se eu não tivesse controle sobre minhas ações e eu só tomei meia bebida!" ela se defendeu.

Ela acenou a mão. "Esquece isso. Eu só estou com inveja. Ele era bom? Eu já ouvi coisas..."

Erguendo as sobrancelhas, Chloe parou e balançou a cabeça, considerando sua prima por um momento e então desviando o olhar. "Eu nem consigo... eu nem sei como descrever."

"Wow", Lois disse, observando-a atentamente. "Deixou você sem fala."

Suspirando profundamente, Chloe se jogou no sofá. "Não só por causa do sexo", admitiu baixinho.

Ela ergueu a sobrancelha a isso. "Significando o quê?"

"Eu não sei..." ela disse, sua voz ainda baixa enquanto lembrava quando ele tocou seu braço pela primeira vez, ou como ela de repente parecia precisar dele mais do que jamais precisou de alguém antes. "Foi intenso, Lo. Como se eu soubesse exatamente o que ele ia fazer e nunca ficando desapontada quando ele fazia."

A isso, Lois olhou pra ela por um momento. Então se moveu até o sofá para se sentar. "Quando você diz que sabia o que ele ia fazer... você queria dizer saber saber?"

"Tipo?" Apertando os lábios juntos, ela olhou para Lois. "Como se tivéssemos feito várias vezes antes."

Ela franziu um pouco a testa. "E você definitivamente me diria se tivesse transado com Oliver Queen antes."

"Tenho certeza que eu me lembraria de ter transado com alguém, Lois", ela disse baixinho e então respirou fundo. "Talvez eu estivesse apenas imaginando, quer dizer, ele é um playboy, claro que ele sabia o que estava fazendo e eu só transei com Jimmy antes dele, Oliver apenas explodiu minha mente e eu não conseguia pensar direito e é por isso que acho que havia algo mais."

Lois a observou cuidadosamente por um longo momento. "Não", ela decidiu, balançando a cabeça. "Havia algo mais do que isso."

Chloe franziu a testa curiosamente para sua prima. "Como você sabe?"

"Porque você sabe", ela disse com um dar de ombros.

Suspirando suavemente, Chloe deu de ombros. "De qualquer jeito não importa porque eu não vou vê-lo de novo."

"Nunca se sabe. Coisas estranhas têm acontecido, Chloe."

"Isso é provavelmente uma ocorrência noturna pra ele, Lois. Mesmo que eu fosse vê-lo novamente, duvido que ele se lembrasse de mim."

Lois suspirou suavemente e passou o braço ao redor dos ombros da prima, beijando sua têmpora. "Sim, bem. Homens não prestam mesmo."

Chloe sorriu um pouco para sua prima e inclinou-se contra ela, assentindo um pouco. "Não prestam."

"Que tal uma noite de garotas hoje?" sugeriu. "Você, eu, sorvete e algum filme onde as mulheres detonem."

"Parece um plano." Chloe concordou, sorrindo um pouco mais embora tenha percebido que não importa quantas pessoas com quem dormisse em sua vida, sexo nunca seria tão bom.

_______
Dois

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