23.7.12

Ghost of a Shark (1/5)

Título: Ghost of a Shark
Resumo: Baseado em Lazarus, começa um ano após a troca.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R

Gênero: Universo Alternativo

Oliver estava sentado em seu carro depois do pneu furar. Ele não se incomodou em ligar para o seguro ou mesmo abrir o porta-malas para pegar o estepe. Ele simplesmente ficou sentado, olhando vazio pelo pára-brisa. No esquema das coisas, o que era um pneu furado afinal? Não era algo que realmente importasse. Especialmente não hoje.

Hoje nada importava.

Ele fechou os olhos. Um ano. Um ano do dia em que Chloe desapareceu de sua vida. Tinha trocado de lugar com ele para salvar seu traseiro. Tinha engolido uma pilula de cianureto que poderia tê-la matado se não tivesse o antídoto. Tinha apagado todos os rastros de sua existência.

Sua garganta apertou ao pensamento e ele expirou, deslizando um pouco no assento. Ele a tinha decepcionado. E ela ainda o salvou. Ele não conseguia entender. Ele não valia esse tipo de sacrifício, e tinha provado o fato uma vez seguida da outra. Mesmo depois de um ano, noite após noite sem dormir, tentando entender os porques e os comos, ele ainda não conseguia.

Oliver desejava que ela simplesmente o tivesse deixado morrer. Seria menos doloroso do que existir sem ela.

Engolindo em seco, ele correu uma mão pelo rosto, sentindo a barba por fazer há dois dias. Ele tinha entrado no carro no dia anterior, incapaz de ficar em algum lugar perto de Metrópolis no aniversário de um ano, e tinha dirigido apenas. Diabos, ele nem sabia onde estava. Ele dirigiu durante horas até o estúpido pneu furar, prendendo-o numa pequena cidade qualquer da qual nunca tinha ouvido falar, com uma população de 510 de acordo com a placa.

Suspirando, ele relutantemente desceu do carro e foi até uma pequena lanchonete que havia na estrada. Talvez conseguisse algo pra beber e mandar a enxaqueca que começava a aumentar embora.

A apenas duas mesas da porta, Chloe agradeceu o garçom que lhe serviu mais água e abriu o jornal em sua frente. Ela estava ciente da data de hoje e embora soubesse que não seria publicado nada, parte dela sempre temia abrir o jornal e encontrar uma foto sua na primeira página.

Oliver expirou enquanto entrava na pequena lanchonete familiar - O Pôr-do-Sol. Nome apropriado, ele pensou cansadamente enquanto ia até o balcão.

Assim que ela terminou de ler a primeira página, dobrou o jornal ao meio e o colocou sobre a mesa, antes de voltar sua atenção para as panquecas.

Ele se sentou em um dos bancos no balcão e fechou os olhos, seus ombros caindo. Ele ouviu passos se aproximando mas nem sequer abriu os olhos.

Chloe ergueu a cabeça ao ouvir os passos e sorriu para o Sr. Gilbert enquanto ele passava por sua mesa.

"Café da manhã tardio, Senhorita Green?" Ele disse, oferecendo-lhe um sorriso sem dentes.

"Na verdade eu consegui dormir um pouco mais essa manhã, eu tinha que comemorar com panquecas", ela disse, observando enquanto o homem ia até sua mesa usual perto da cozinha.

Oliver levantou a cabeça devagar ao som da voz. Não podia ser. Ele tinha que estar imaginando coisas. Fazia sentido por causa da data, ele racionalizou, prendendo a respiração durante um longo momento.

Chloe se recostou contra o banco e voltou a atenção para o jornal, dando outra mordida e olhando para o lado de vez em quando, só pra ter certeza que estava tudo bem.

"Senhor? Posso lhe servir alguma coisa?" a garçonete perguntou, olhando para Oliver do outro lado do balcão.

Ele ficou em silêncio por um momento, então correu uma mão pelo rosto. "Um copo d'água", ele disse baixinho. "Por favor."

Apertando os lábios, Chloe focou sua atenção no último artigo escrito por sua prima e não pôde deixar de sorrir à paixão por trás de suas palavras, se tivesse que adivinhar cinco ou seis anos atrás, jamais imaginaria que Lois se tornaria uma repórter, e uma boa.

"Aqui está, Senhor." A mulher colocou o copo na frente dele e ele fez o melhor pra dar um sorriso, jogando dois comprimidos na boca e engolindo-os. Então ele pegou a carteira e jogou uma nota de vinte no balcão antes de se levantar e ir para a porta, parando quando seu olhar percebeu uma mulher com cabelo loiro escuro numa mesa perto da porta.

Com um suave sorriso no rosto, Chloe balançou a cabeça e fechou o jornal, Lois estava ativamente apoiando as atividades de Clark como super heroi e isso era algo que também não teria imaginado alguns anos antes.

Oliver respirou fundo quando a mulher levantou um pouco a cabeça. Ele piscou algumas vezes, dando um passo pra trás involuntariamente. Era isso. Ele finalmente tinha chegado ao limite e perdido a cabeça. Agora não só ele a estava ouvindo, mas também a estava vendo.

Ela estava prestes a levar o copo até os lábios quando sentiu o olhar, seu estômago apertando instantaneamente enquanto levantava a cabeça para ver quem estava olhando, ela viu um homem parado a alguns metros, e quando seus olhos caíram no rosto dele, seu coração parou completamente.

O coração dele estava disparado contra o peito enquanto olhava pra ela, sua respiração ficando curta. Ele ouviu a garçonete perguntar alguma coisa, mas não conseguia entender as palavras.

Sua boca ficou seca mas Chloe não conseguia piscar ou desviar o olhar, ela tinha que fazer alguma coisa, ele estava só parado ali, olhando pra ela. Ele estava parado ali, Chloe engoliu em seco. E a Sra. Walker estava falando com ele, ela tinha que pensar numa distração. "Acho que você esqueceu seu troco", ela disse a Oliver, seu peito apertado enquanto tentava agir o mais normal possível.

Era absurdo. Ela parecia a Chloe. Soava como a Chloe. Seu cérebro não conseguia processar nada. "Ela pode ficar", ele disse, a voz fraca.

Chloe travou a mandíbula um pouco e assentiu, ela tinha que tirá-lo dali, ou teria que sair ela mesma, mas ela não podia, não sem ele ver... seu estômago despencou e revirou ao pensamento, então ela ficou apenas parada ali.

O olhar de Oliver caiu até o bracelete verde no pulso dela e ele sentiu como se tivessem lhe dado um soco no estômago e arrancando todo seu ar. Ele fechou os olhos por um momento, então foi rapidamente para a porta.

Ela expirou enquanto o observava sair, sua cabeça girando e fazendo o melhor pra não levantar suspeitas, então ela rapidamente colocou o jornal na frente do rosto, seus olhos queimando, seu coração disparado, ele sabia. Ela sabia que ele sabia. Ela não sabia como ele a tinha encontrado ali, lá, no meio do nada, mas de algum jeito, ele tinha encontrado e ela tinha que impedi-lo de arruinar tudo.

Sentindo-se completamente anestesiado, Oliver lentamente voltou para o carro, sem piscar.

Respirando fundo, Chloe colocou o dinheiro das panquecas na mesa e se levantou, engolindo em seco, ela olhou para a filha, que ainda dormia pacificamente no carregador e o pegou, despediu-se com seu melhor sorriso, então abriu a porta e saiu o mais rápido que pôde.

Ele ouviu os passos aproximando-se e balançou um pouco a cabeça, correndo uma mão pelo rosto. Ele não conseguia fazer isso. Não agora. Não hoje.

"Pára", ela disse o mais baixo que pôde quando chegou perto o suficiente pra ele ouvi-la, fazendo seu melhor para não mexer muito o carregador enquanto andava, ela parou a alguns passos dele, seu coração disparado contra o peito.

O ar ficou preso em sua garanta e ele paralisou no lugar, sem se virar, mas também sem falar.

Quando ele não se virou, ela prendeu a respiração, talvez não tivesse que ser assim. "Eu não posso fazer isso agora, aqui", ela disse a ele, olhando ao redor pra garantir que estivessem sozinhos.

"Sim, bem. Somos dois." Sua mandíbula travou involuntariamente e ele recomeçou a ir para o carro.

Seu peito apertou e ela assentiu, observando ele se afastar, ela queria pará-lo. Mais do que tudo ela queria pará-lo. Mas ele não tinha visto ela ainda. Se ele não a visse, seria melhor.

Correndo uma mão pelo rosto, ele sentiu os olhos se encherem de lágrimas o que o forçou a piscar para segurá-las. Ele pegou a chave do carro de dentro do bolso e deu a volta até o porta-malas, abrindo-o rapidamente e pegando o estepe. Ele só queria arrumar o carro e ficar longe por um tempo.

Chloe o observou até chegar ao carro, então se virou e desapareceu.

eu na direção da cidade. Ela não tinha dúvidas que ele iria voltar, mas talvez elas tivessem tempo suficiente pra deixar a cidade antes disso.

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14 comentários:

  1. Está aí, não resisti, vocês incentivaram... espero que gostem... :D

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  2. Oba, adoro essa história, já vou preparar meu lencinho para o próximo cap.

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  3. Caramba, deu um aperto no peito aqui... Vou preparar os lenços também, Angelique, porque nesse capítulo meus olhos já ficaram marejados...

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    1. Um só tá bom, Ciça, nem vai usar ele todo... :D

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  4. Nossa, que dor que o Ollie já demonstrou nesse capítulo, tipo, doeu em mim, caramba... vcs estão arrasando nesse mês de aniversário, hein... não tô reclamando, quero mais!!!!

    Patrícia

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    1. Dói mesmo... Opa, mês de aniversário tem que ser especial... :D

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  5. Nossa, que demais! Quando a história é sobre o desaparecimento da Chloe, não posso me impedir de ficar um pouco puto com ela no começo haha Mas obviamente não dura muito, já que o sacrifício que ela fez foi enorme.

    E caramba, não dá para acreditar que o Oliver não viu o bebê :/

    Quero mais!!!![2]

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    1. Verdade, também sinto o mesmo, dá uma dó do Ollie que não teve voz na decisão, mas é verdade também, não dura... :D

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    2. Ah, é... ele não viu o bebê!!!

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  6. Eles têm uma filha!! =O

    Caramba, outra que já está preparando lencinhos...

    Quero mais!!!![3]

    GIL

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  7. Meu, essas autoras não tem como descrever... cara, eu podia 'ver' toda a cena, sentir o que cada um estava sentindo... demais!!!!!!!

    Edicleia

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    1. Verdade, é impressionante como elas escrevem, não é, Edicleia? Que bom que está gostando... :D

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