Ghost of a Shark (3/5)

Título: Ghost of a Shark
Resumo: Baseado em Lazarus, começa um ano após a troca.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R

Gênero: Universo Alternativo
Anterior: Um - Dois

Ele fez a viagem toda de volta a Smallville em seis horas, sem parar para comer ou usar o banheiro. Ele mal se lembrava de ter dirigido. Tudo parecia um borrão. Enquanto entrava na mansão Luthor, seguindo pelo corredor até o escritório, seus olhos estava vermelhos e embaçados. Ele entrou sem nem se preocupar em bater, encontrando Tess em sua mesa. Ele simplesmente ficou olhando pra ela.

Tess olhou pra ele e ergueu uma sobrancelha, inclinando a cabeça para o lado e apenas o observando por todo um momento. "Vejo que você esqueceu os bons modos no seu último copo de uísque."

"Eu não estava bebendo", ele sussurrou, sua voz fraca. Mas Deus sabia como ele sentia como se tivesse. Ele correu as mãos pelo rosto cansadamente.

Ela travou a mandíbula imperceptivelmente e o observou com atenção, não querendo mostrar suas cartas antes de ter certeza de alguma coisa. "Do que você vai me acusar agora?"

Ele balançou a cabeça sem falar nada, culpa tomando conta. "Eu sinto muito."

Tess olhou pra ele mais um segundo e então agiu rapidamente, levantando-se da cadeira e dando a volta na mesa, então indo até a porta, fechando-a e trancando antes de abrir uma das gavetas e ligar um pequeno dispositivo misturador de frequências antes de colocar as mãos sobre a mesa e olhar pra ele. "O que você sabe?"

Sentindo como se tivesse envelhecido vinte anos nas últimas horas, Oliver lentamente foi até o sofá e se afundou nele. "Tudo", ele sussurrou.

"Você a encontrou", Tess disse, cruzando os braços sobre o peito e olhando pra ele.

"Acidentalmente", ele murmurou, olhando para a lareira.

De algum jeito, ela duvidava disso, mas decidiu não dar voz a sua opinião ainda, ela precisava saber mais. "O que você vai fazer então?"

"Eu dei a ela todo o dinheiro que eu tinha. Ela disse que entraria em contato com você." Ele não olhou pra cima.

Tess simplesmente ergueu as sobrancelhas e olhou pra ele com uma mistura de um risinho e um olhar incrédulo no rosto.

Oliver expirou, fechando os olhos e ficando em silêncio.

"Você é patético." Ela disse finalmente, balançando a cabeça.

"Eu sei."

"Então faça alguma coisa", ela devolveu.

Oliver finalmente olhou pra ela. "Como o quê?"

"Assuma alguma responsabilidade, Oliver. Eu não sabia que você era incapaz de tomar uma atitude sem ela por perto."

Seu peito apertou enquanto olhava pra ela silenciosamente por um longo momento. "Você tem razão."

Tess não estava convencida enquanto olhava pra ele. "Então o que você vai fazer?" Ela perguntou novamente.

Ele se levantou, balançando um pouco a cabeça e lentamente indo em direção a porta, parando. "Obrigado. Por tudo que você tem feito."

"Você não vai embora", ela disse simplesmente, olhando pra ele.

Oliver olhou pra ela. "Eu vou fazer o que eu tenho que fazer."

"Não, você vai ferrar as coisas. De novo." Ela disse secamente.

"Eu não vou atrás delas, Tess." Ele travou a mandíbula.

"Claro que não", ela soltou os braços ao lado do corpo. "Porque isso requer muito esforço da sua parte, requer que você pense direito, forme um plano que funcione e esse tipo de trabalho é muito altruísta para alguém como você."

"O que você quer de mim?" ele exigiu, balançando a cabeça. "Fala de uma vez!"

"Que tal tentar se sacrificar um pouco pra variar ao invés de pensar somente em você?" Ela perguntou, sua mandíbula travada enquanto dava um passo na direção dele. "Use o poder que você tem sobre a mídia pra favorecê-las."

"É isso que eu estava pensando em fazer, Tess." Sua voz ficou mais baixa e ele balançou a cabeça, destrancando a porta.

"Não", ela disse, olhando pra ele. "Você está planejando se tirar da equação e embora eu pense que isso fosse o melhor para a criança, depois de tudo que a mãe dela sacrificou pra manter você em segurança..."

Ele segurou a maçaneta da porta, então se virou pra ela mais uma vez. "É o único jeito de mantê-las em segurança."

"Você acha que elas vão ficar em segurança porque você foi embora?" Tess deu um risinho, erguendo as sobrancelhas.

"Você basicamente concordou com isso", ele respondeu.

"Não, eu não concordei", ela olhou pra ele, "mas faça o que quiser, você sempre faz, sem se preocupar com mais ninguém."

"Você disse que achava que seria o melhor para Emma." Ele olhou de volta pra ela.

"Eu não sou a mãe dela", Tess disse, olhando de volta pra ele. "E se você fizer algo estúpido de novo, não acho que a mãe dela possa aguentar e ela estará sozinha."

Oliver fechou os olhos, correndo uma mão pelo rosto.

"Isso não é sobre você, Oliver e por mais difícil que seja esse conceito pra você entender, está na hora de tentar."

"Diz o que eu devo fazer", ele sussurrou.

Tess respirou fundo e olhou feio pra ele. "Senta."

Ele voltou e se sentou no sofá sem dizer nada.

Ela o observou por um momento, então foi até a cadeira de frente pra onde ele estava. "Você vai construir um lugar seguro, vai ficar confinado nele o tempo que for necessário depois que tivermos terminado, cinco, dez anos, você está disposto a fazer isso?"

Ele franziu um pouco as sobrancelhas mas olhou pra ela mesmo assim. "Sim."

"Ótimo", ela disse. "Está na hora de você fazer alguns sacrifícios."

"É só dizer", ele disse sem hesitação. Porque não havia nada que ele não fosse fazer pra manter Chloe e sua filha em segurança.

"Você vai criar outro circo com a mídia", Tess disse a ele, travando a mandíbula levemente, ainda estava nervosa que não tivesse conseguido impedi-lo da primeira vez. "E você vai desistir, vai dizer que eles não merecem o Arqueiro Verde, vai dizer que eles não merecem ser protegidos."

O peito de Oliver apertou um pouco a isso, mas ele relaxou. "Considere feito."

Tess assentiu. "Então você espera. Garanta que seja visto em público algumas vezes, mas fora isso, fique bem na sua."

"Até o quê?" ele perguntou baixinho, incerto de onde ela queria chegar com tudo isso.

"Até eles não ligarem mais pra você, até o lugar que você encontrar esteja pronto pra vocês." Ela ergueu uma única sobrancelha. "Então te matamos."

Oliver olhou pra ela por um momento, então começou a entender o que ela queria dizer. "Oh."

"Eu vou cuidar para que Chloe e Emma cheguem até o local seguro, mas você vai precisar de seus velhos amigos pra fazer isso."

"Quanto mais pessoas souberem, menos seguro é para Chloe e Emma", ele sussurrou.

"Você não confia em Clark pra te ajudar com isso?"

"Clark, sim. Eu não quero envolver o resto da equipe."

"Com a ajuda de Clark, eles não serão necessários", Tess disse simplesmente, então inclinou-se para a frente. "Isso vai demorar meses e você vai fazer tudo que eu disser, quando eu disser, entendeu?"

"Sim", ele disse baixinho. "Entendi."

Tess assentiu uma vez e respirou fundo. "Vai, marca a conferência com a imprensa, garanta que seja impressionante mas plausível. Conversaremos novamente quando for a hora."

Oliver se levantou, respirando fundo também. "Eu vou preparar tudo."

Tess também se levantou e voltou para a mesa sem cerimônia e não disse mais nada.

***

Oliver lentamente fez seu caminho de volta para a Torre do Relógio naquela noite com um senso de resolução. Ele tirou a jaqueta e pendurou, avistando Mia no sofá enroscada com um livro. Seu estômago apertou e ele percebeu que nem tinha pensado nela. Deus, ele era um idiota muito grande.

Mia olhou de cara feia pra ele. "Bem, que bom que você está vivo."

Ele apertou os lábios a isso, dando-lhe um olhar. "Eu nem fiquei fora o dia todo."

"É? Onde você estava? Você está um lixo." Ela disse, fechando o livro e colocando-o no colo.

"Precisamos conversar." Sua voz era baixa, séria.

Mia ergueu as sobrancelhas ao tom na voz dele. "O que foi?"

Oliver ficou em silêncio por um momento e então se sentou ao lado dela no sofá, virando-se de frente pra ela. "Encontrei a Chloe."

"O quê?" Mia arregalou os olhos e se levantou, olhando pra ele. "Onde? Você falou com ela? Por que você não a trouxe de volta?"

"Senta", ele disse baixinho, sentindo-se completamente calmo - algo que não sentia há meses.

Mia franziu a testa e olhou pra ele, incerta de como ler a expressão em seu rosto, mas ela não se sentou. "Ela não está morta, está?"

"Não." Ele olhou pra ela e acenou com a cabeça pra ela sentar mais uma vez.

Franzindo menos a testa, mas ainda franzindo, ela voltou para o sofá e olhou pra ele.

Ele lhe ofereceu um pequeno e fraco sorriso. "Chloe está muito viva." Oliver parou. "E também está nossa filha."

"Sua... o quê? Você tem uma filha!?" Mia perguntou, arregalando ainda mais os olhos se é que era possível.

Se ele não estivesse tão cansado, provavelmente teria dado risada à expressão no rosto dela. Ao invés, ele estendeu a mão até seu braço. "Sim. O nome dela é Emma", ele disse baixinho. "Ela tem quatro meses. E não... eu não sabia da existência dela até hoje."

"Whoa..." Mia murmurou, piscando e desviando o olhar. "Onde ela está? Onde está a Chloe? É por isso que ela ainda está se escondendo?"

Oliver respirou fundo e expirou devagar. "Sim. Porque não é seguro pra elas ficar perto de mim." Ele olhou para o chão por um momento. "Mas isso vai mudar."

"Como?" Ela perguntou, inclinando a cabeça e franzindo a testa.

"Oliver Queen vai morrer", ele disse baixinho. "Ou pelo menos... todo mundo vai achar que ele morreu."

Mia balançou um pouco a cabeça. "Como? E então o quê? As pessoas vão te ver e saber quem você é."

"Não, elas não vão", ele disse. "Porque eu vou desaparecer. Ir para algum lugar onde ninguém possa nos encontrar. Onde ninguém saiba nada sobre Oliver Queen ou o Arqueiro Verde ou a Liga da Justiça nem nada disso."

"Tipo onde?" Mia perguntou, balançando um pouco a cabeça.

"Não sei ainda. Eu tenho que encontrar um lugar", ele admitiu, olhando pra ela.

"E então você vai encontrar com a Chloe lá?" Ela perguntou, inclinando a cabeça, incerta sobre o plano.

Oliver assentiu levemente. "Sim, eventualmente." Sua voz era baixa. "Não imediatamente."

Mia apertou os lábios e desviou o olhar por um momento. "E eu?"

"Eu quero que você venha comigo", ele sussurrou. "Mas eu sei que você tem uma vida aqui, e se você não quiser..."

"Eu vou", ela disse quase instantaneamente, erguendo as sobrancelhas.

Um sorriso puxou sua boca. "É?"

Dando de ombros, Mia assentiu. "Sim, quer dizer, eu vou te ver com uma criança, aposto que você vai babar o tempo todo."

Ele não pôde deixar de sorrir a isso. "Sim, bem. Ela vai precisar de uma irmã mais velha para evitar que ela entre em problemas. Quer dizer, é da minha filha com a Chloe que estamos falando."

Sorrindo um pouco, Mia assentiu e deu de ombros. "Eu não sei se posso deixá-la longe dos problemas mas posso dizer a ela como se livrar deles?"

Oliver deu risada e inclinou-se, abraçando-a.

Mia o abraçou de volta e sorriu, então afastou-se um momento depois, franzindo um pouco a testa. "Você tem certeza que Chloe não vai se importar?"

Ele franziu um pouco a testa. "Se importar... que você venha comigo?"

"Sim", ela assentiu, apertando os lábios nervosamente.

"Ela não vai se importar, Mia. Ela sabe o que você significa pra mim. E ela se importa com você." Ele sorriu suavemente.

"Ok", Mia assentiu, relaxando um pouco e então sorrindo. "Quando vamos?"

"Vai demorar um pouco." O sorriso sumiu um pouco. "Tem algumas coisas que eu preciso fazer primeiro. E... não vai ser nada fácil."

"Não pode ser pior do que quando você se revelou, certo?" Mia perguntou.

"Vai ser pior." Sua voz ficou mais baixa, olhando pra ela. "Eu tenho que convocar uma conferência com a imprensa e dizer a eles que o Arqueiro Verde não vai mais existir."

"O quê?" Mia franziu a testa. "Por quê? Você vai falsificar a própria morte afinal."

"Eles precisam ficar felizes com a minha morte", ele disse baixinho. "Assim não vão pensar nisso por muito tempo."

"Oh..." ela assentiu um pouco, respirando fundo. "Acho que faz sentido."

Ele a observou por um momento. "Vai ser difícil por um tempo. Eu não quero você na linha de fogo." Ele prendeu a respiração. "Quando eu encontrar um lugar, eu quero que você vá primeiro, antes de mim. Vá arrumando as coisas. Você pode fazer isso?"

Mia apertou os lábios novamente e assentiu um pouco. "Sim, pra onde vamos nos mudar?"

"Não sei", ele admitiu, levantando-se e indo até o laptop. "Preciso começar a procurar lugares bem longe e com população esparsa."

Assentindo, Mia pegou seu próprio laptop que estava sobre a mesinha de café. "Vamos ficar no país?"

"Não necessariamente", Oliver disse a ela, balançando a cabeça. "Acho que quanto mais longe melhor."

Mia assentiu e então começou a digitar no computador. "Podemos pelo menos escolher um lugar em que as pessoas falem inglês?"

Um sorriso puxou sua boca e ele olhou pra ela de lado. "Sim. Acho que podemos fazer isso."

"Tipo onde?" Ela perguntou, inclinando a cabeça, então seus olhos brilharam. "Tipo algum lugar na Europa?"

"Talvez", ele disse, refletindo. "Um lugar pequeno, fora do caminho. Um lugar onde ninguém pense em procurar."

"Não muito frio, no entanto", Mia disse, apertando os lábios e então olhando para o computador.

Ele inclinou a cabeça para o lado, desejando que pudesse pedir a opinião de Chloe. Ele tinha a sensação, no entanto, que ela também não ia querer um lugar muito frio. "Que tal um lugar na Nova Zelândia?"

"Oh", Mia assentiu erguendo as sobrancelhas. "Sim, seria legal e talvez possamos ficar perto do mar, assim podemos tipo, nadar e tal e ninguém veria você!"

"Exatamente", ele disse com um sorriso. "E eles falam inglês e é um lugar bonito. Acho que você gostaria."

"Você já esteve lá?" Mia perguntou, inclinando a cabeça.

"Uma vez. Quando eu era muito mais jovem."

"Maravilha", Mia assentiu e sorriu enquanto voltava para o computador. "Eu vou encontrar um lugar."

Oliver sorriu a isso. "Certo. Obrigada, Speedy."

Ela deu de ombros e assentiu pra ele, ainda sorrindo, então inclinou-se pra frente e começou a busca. Oliver passou o último ano se lamentando e nervoso, ela mal podia esperar até ele voltar ao normal.

________

QUATRO

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