What Else Do I Control You?

Resumo: Não podia negar que os sentimentos haviam mudado entre eles, mas assumir que tinham passado daquela tênue linha, aquela que separava um anseio do outro, ainda era arriscado demais.

Autora: Beatriz S.
Classificação: PG-13

Verde contra o castanho, num duelo muito mais violento e profundo do que qualquer outro corporal que ambos já haviam presenciado. Mais turbulento do que muitos antes participados. Apenas olho no olho, travando uma batalha inconsciente de quem conseguia resistir melhor e por mais tempo ao limite que eles mesmos atribuíram. Entretanto, desde que começaram a pequena e taciturna discussão, sabiam quem ia acabar vencendo no final de tudo. Não era como se algum dos dois pudesse evitar.

Ainda entre as pernas do loiro, Chloe apertou os lábios mecanicamente, quase entrando em um estado de resignação. Mesmo o conhecendo há bastante tempo, não podia olhar para ele sem esboçar algum tipo de sorriso. Oh, e eles variavam tanto. Sorrisos tristes, preocupados, nervosos. Sorrisos felizes, satisfeitos, saudosos, apaixonados. Não podia negar que os sentimentos haviam mudado entre eles, mas assumir que tinham passado daquela tênue linha, aquela que separava um anseio do outro, ainda era arriscado de mais. Para a própria sanidade mental.

Contudo, afastar-se também nunca foi uma das opções cogitadas pelos dois.

—Não faça essa expressão séria. Eu sei que você não está bravo. – disse ela, perscrutando toda a extensão do rosto bem desenhado de Oliver, completando logo em seguida ao perceber que o canto de sua boca tremia levemente, num claro sinal de que ele estava prestes a sorrir – Vamos Ollie, pare com isso.

Ao vê-lo desviar o rosto para outra direção, a “sidekick” soube que era um caminho em volta para ele. Teve vontade de estalar os lábios e murmurar que sabia o quão vulnerável ele se encontrava agora. Seria fácil de mais se tivesse a coragem necessária pra dizer isso, entretanto. Contentou-se em apenas deslizar uma das mãos por dentro da camisa preta dele, para seguir arrastando suavemente as unhas de cima à baixo, provocando-o. Riu de uma forma quase inaudível, com a expressão típica de inocente e irreverente, enterrando o rosto no vale entre o pescoço e o ombro do “amigo”, para espalhar pequenos beijos. Não sabia definir ao certo a relação que tinham, mas já o conhecia o suficiente para saber o que fazer quando queria conseguir algo. Arriscou mordê-lo de leve, após um tempo de breve meditação, e sentiu o arrepio sob seus dedos como resultado.

—Queen. Olhe para mim – Sussurrou em seu ouvido, prendendo o lóbulo entre os dentes logo após. – Vamos.

Ainda sem obter resposta, suspirou e desceu a mão indiscretamente de sua nuca para o zíper da calça que ele usava, puxando para frente sem chegar a abrir. O loiro ofegou e Chloe sorriu vitoriosamente quando levantou os olhos e o ouviu abafar um riso enquanto a encarava. Às vezes Oliver esquecia como ela conseguia ser extremamente sexy e persuasiva quando lhe era conveniente. Por tanto tempo observou-a por fora, enxergando somente a amiga e a eficiente hacker, que esqueceu que ela era mulher. A mais encantadora que sonhou conhecer. E sentia-se tão sortudo de ser capaz de conhecer as duas partes de Sullivan. A centrada e calculista, a heroína por trás dos heróis, a razão da liga, a consciência e a cabeça por trás da maioria das estratégias. E essa, a mulher ladina e carinhosa, a indescritível sensualidade. Chloe era simplesmente... Tão mulher.

—Por que você faz isso comigo? – Indagou, buscando os olhos dela com os seus.

—Por que eu sei que você vai ceder. – Redarguiu ela, o tom derramando satisfação.

—Oh, boa tática senhorita Sullivan – concordou ele, erguendo as sobrancelhas categoricamente.

—É, eu costumo ser boa com essas coisas – brincou ela, mordendo o lábio inferior enquanto sorria com diversão.

O clima entre eles era tão leve que ousaram esquecer o mundo lá fora, deixando o ruído das ruas se transformarem em um silêncio eterno, mesmo durante os poucos segundos que se permitiam ter essa folga. E oh, isso era o suficiente para eles durante o intervalo entre as missões. Apesar de ser apenas uma pequena amostra do que teriam mais tarde, quando tivessem cumprido com seus deveres.

—Mas você sabe, eu também posso fazer isso – respondeu ele, rolando os olhos tipicamente.

—Fazer isso? – Chloe indagou, vestindo a melhor expressão duvidosa que tinha em mangas.

—É. Fazer isso que você faz.

Como resposta, ela apenas arqueou as sobrancelhas perfeitamente, apertando os lábios na tentativa de segurar um sorriso. Nunca conseguia se infiltrar nos pensamentos brincalhões de Oliver, de uma forma de ele sempre acabava surpreendendo-a no fim das contas. Não que ousasse reclamar por isso...

—Sabe, seria bom se você desenvolvesse melhor a questão – Sugeriu ela, inclinando um pouco a cabeça para o lado.

—Quero dizer, você sempre vai ceder quando eu for o assunto. – replicou ele finalmente, cruzando os braços enquanto a via gargalhar. – O que é? Eu falo sério!

Chloe não negou, entretanto. Internamente sabia que seria capaz de arrancar o brilho das estrelas para vê-lo sorrir. Daria a sua vida em troca da dele. E mesmo quando sentia a necessidade de dizer a ele, não o fazia. Por medo de confundir as coisas. Então apelava para a própria consciência, convencendo-se que também faria isso por Clark. Seu melhor amigo. Perdida em pensamentos, não percebeu que ainda estava sendo observada por Ollie, que puxou-a pela cintura rápida e delicadamente, usando uma das mãos para segurar-lhe o queixo e puxá-lo levemente. Aproximou-se e pôs-se a roçar os lábios nos dela. Quase sorriu quando a sentiu agarrar sua camisa com as duas mãos. Entreabriu a boca levemente para permitir que ela aprofundasse o beijo quando a sentiu mais perto ainda, rolando sua língua pela dela, sugando, mordendo, esfregando os lábios antes de quebrar o beijo maldosamente segundos depois.

—Consegue ver agora? O que eu também posso fazer? – Piscou um dos olhos, deixando um sorriso travesso esticar o canto de sua boca.

—Hmm. – resmungou baixinho, quase derrotada por ter sido cobaia de sua experienciazinha pessoal e completou falsamente azeda – Não mexa comigo ou mostrarei o que mais posso fazer com você.

—Oh, eu adoraria. – Oliver replicou, abrindo ainda mais o sorriso.

—Pois venha cá, espertinho.

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