...Ever In Your Favor (2/11)

Título: ...Sempre A Seu Favor
Resumo: Sequência de May The Odds Be.... Esta série é baseada nos livros Jogos Vorazes, enquanto a primeira fic se manteve próxima do livro, esta vai bem mais pelo território do Universo Alternativo, mas ainda estamos usando o cenário pós-apocalíptico dos livros.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R

Anterior: Um

Na manhã seguinte, Chloe ficou surpresa que tivesse conseguido dormir e de fato estivesse bastante confortável. A única coisa a incomodando era o estômago vazio.

Ela se mexeu levemente e olhou por sobre o ombro, movendo-se o mínimo possível. Oliver estava ali, um braço ao redor de sua cintura enquanto pressionava o corpo contra suas costas. Ela prendeu a respiração por um momento e expirou devagar enquanto desviava o olhar. Não era de se estranhar que estivesse tão confortável.

Ele a sentiu se mover e se mexeu também, enterrando o rosto no cabelo dela enquanto lutava para retomar a consciência. Quando finalmente abriu os olhos, ficou surpreso que ela não tivesse se afastado dele.

Chloe sabia que deveria afastar-se, mas não conseguiu importar-se o suficiente. Ela olhou para a porta e suspirou quando percebeu que ainda estava trancada. Não importa o quanto o lugar fosse bonito, ou confortável, ainda era uma prisão.

"Você dormiu bem?" ele perguntou, levantando a cabeça para olhar pra ela.

Ela paralisou quando ele falou, olhando pra ele mas sem virar a cabeça. "Sim, você?"

"Sim." Ele prendeu a respiração e expirou lentamente.

"Ainda estamos presos aqui." Ela murmurou o mais baixo possível.

"Imaginei", ele disse também baixinho, apertando o braço ao redor dela bem levemente, uma reação quase involuntária diante da verdade das palavras dela. Mais do que qualquer coisa, isso tudo tinha sido para mantê-la em segurança, e agora não havia uma maldita coisa que pudesse fazer. Ao invés, só tinha conseguido piorar as coisas.

Ela correu uma mão pelo rosto e se virou para olhar pra ele, hesitando antes de inclinar-se e pressionar os lábios em seu ouvido. "O que vamos fazer?" Ela perguntou baixinho. Essa era a única forma para se comunicarem e ainda assim era arriscado.

Ele engoliu em seco à sensação do hálito dela em seu ouvido, prendendo a respiração por um momento. "O que tivermos que fazer", ele murmurou, muito consciente da proximidade física dela.

Chloe suspirou e balançou a cabeça, sem afastar-se. "Precisamos de um plano."

Oliver assentiu bem levemente, fazendo o melhor para não se mover. "Eu sei."

Apertando os lábios, ela afastou-se e deitou-se novamente. "Você acha que podemos ir ver o resto do Capitólio?"

"Acho que teremos que perguntar." Ele mordeu a parte interna da bochecha, deitando-se de costas também, olhando para o teto.

Chloe mexeu-se levemente e olhou pra ele, então respirou fundo. "Acho que vou tomar banho." Ela disse antes de se sentar.

"Tá bom." Ele correu uma mão pelo rosto, sentando-se também. "Deixa um pouco de água quente pra mim", ele brincou. Deus, ele nem se lembrava como era a sensação da água quente. E nem tinha certeza se realmente tinham banho quente.

Ela parou, inclinando a cabeça a isso. "Água quente..." ela murmurou. "Não posso prometer nada."

Um sorriso puxou a boca dele. "Não vou usar isso contra você."

Chloe tentou um sorriso e assentiu, antes de desaparecer para o banheiro.

Ele a observou sair, então correu as mãos pelos rosto novamente, levantando-se e indo até a enorme janela que tinha vista para a cidade. Ele não tinha ideia do que fazer, ou como tirá-los dessa.

E não havia como pedir ajuda a alguém. E mesmo que houvesse como, não havia ninguém com um tipo de poder que pudesse parar os kandorianos.

Eles estavam ferrados.

***

Oliver ficou mais do que um pouco surpreso quando permitiram que eles saíssem para explorar o Capitólio. Especialmente sem alguém os escoltando. Embora ele deduzisse que Zod soubesse que não havia muito que os dois pudessem fazer considerando a quantidade de kandorianos que havia ao redor, e mesmo que não estivessem levando Chloe e ele pelo lugar, ele sabia que os estavam observando, no mínimo. Ele não baixou a guarda, mas havia um certo alívio em estar ao ar livre, entre outras pessoas - incluindo outros humanos, que eram livres para ir e vir como quisessem. Os que por várias razões, apoiavam os kandorianos, para que pudessem ter melhores condições que incluíam comida e água quente, e uma casa decente, ou porque tinham muito medo de fingir que não estavam agradecidos.

Ele apertou um pouco a mão de Chloe quando encontraram-se no meio de patrocinadores e admiradores enquanto andavam.

Embora fingir ser um casal feliz fosse cansativo, fingir agradecimento pela chance que tiveram graças a Zod era ainda pior. Chloe tinha a sensação que a única razão para estar conseguindo fazer isso era o fato de ter dormido bem, ter tomado um banho quente e comido mais do que deveria naquela manhã. Se não fosse pela óbvia diferença nos prédios, e o sol vermelho, ela quase poderia fingir que estavam de volta a Metrópolis, caminhando pela cidade numa agradável tarde de inverno.

Ela podia ignorar as pessoas olhando pra eles no entanto, o que tornava mais fácil parecer relaxada mesmo enquanto mantinha os olhos nas torres que deixavam o sol vermelho.

"Que diferente do Distrito 12, não é?" ele disse baixinho.

"Sim", ela concordou com um sussurro. "Exceto pelo sol."

Ele prendeu a respiração, olhando pra cima ao comentário, e assentiu um pouco.

"Eu me pergunto como Lois e Clark estão", ela disse baixinho, mais porque era um dos poucos assuntos que podiam conversar.

"Eles devem estar preocupados com você", ele disse, sem olhar pra ela.

"E você", ela disse sinceramente. Mesmo que Clark e Oliver mal tivessem trocado duas palavras desde que Oliver começou a ficar com eles pra manter as aparências, Lois e Oliver sempre foram bons amigos, especialmente depois que terminaram, assim que os dois superaram os sentimentos que tinham um pelo outro.

"Bem, Lois pode ser. Clark provavelmente deseja que eu suma durante nossa estadia aqui", ele respondeu, a voz seca enquanto dava de ombros.

Chloe apertou os lábios e apertou a mão dele, de repente sentindo-se um pouco culpada por não ter ajudado nenhum pouco na situação entre Oliver e Clark.

"Talvez ele tenha o desejo atendido", ele disse, olhando para as torres mais uma vez.

"Com sorte ele não terá", ela disse, sua mandíbula travada. Mas na verdade ela sabia que era mais do que provável que ele tivesse.

Ele olhou pra ela brevemente, apertando os lábios e respirando fundo. "Vamos andar um pouco mais."

Respirando fundo, ela assentiu um pouco. "Acho melhor nos cansarmos." Ela disse a ele, eles estavam acostumados a dormir pouco e trabalhar bastante, então ficar sentados o dia inteiro os deixaria malucos.

Oliver apertou a mão dela levemente e eles atravessaram a rua até a calçada do outro lado. "Parece que tem um parque lá na frente." Ficava a alguns quarteirões, mas ele não importava-se em andar. Exceto que quando passaram por um beco, uma mão inesperadamente agarrou seu braço de forma nada gentil, puxando-o na direção dela. "Ei, o que--" ele começou, seus olhos arregalando quando viu a ruiva familiar olhando pra eles atentamente.

"Olá, Oliver", Tess o cumprimentou calmamente. Ela olhou para a outra mulher. "Chloe."

Já que suas mãos estavam unidas, Chloe não teve como não ser puxada junto com Oliver, e ela já ia afastar a mão quando percebeu quem era a pessoa que os atacava. Ela arregalou os olhos e de repente desejou que tivesse trazido as facas. Pelo menos essa ela poderia matar. "Você está viva?" Chloe perguntou, quase num tom acusatório.

"Como sempre, seus poderes de observação são impressionantes", Tess respondeu com um fraco risinho, olhando para Oliver. "Parabéns pelo ótimo jogo."

"Acho que eu desejava que você tivesse recebido o que merecia", Chloe disse, soltando a mão de Oliver e dando um passo à frente. "Considerando que tudo isso é culpa sua." Ela disse secamente, suas mãos fechando-se em punhos. Talvez ela não precisasse das facas.

"Chloe." A voz dele era baixa, de alerta, e ele estendeu a mão, deitando-a no ombro dela.

"Eu sei", Tess respondeu calmamente, tirando algo do casaco e estendendo. Era pequeno, mal do tamanho de um pedaço de cortiça, e metálico.

Ela estreitou os olhos instantaneamente ao dispositivo que Tess estava segurando. "O que é isso?" Chloe exigiu um segundo depois.

"Mantenha a voz baixa", ela ordenou. "Isso vai impedir que eles escutem suas conversas, mas só se vocês falarem baixinho."

Oliver estreitou os olhos. "Onde você--"

"Era seu projeto inicial. Você não reconhece?" Ela inclinou a cabeça para o lado, olhando pra ele.

Ele reconhecia, mas o que realmente não entendia era porque ela os estava ajudando. "E você seguiu em frente com o projeto, mesmo tendo os kandorianos como herois?" Havia um tom de amargura em sua voz.

Chloe olhou para Oliver, franzindo a testa e então voltando-se para Tess. "O que você quer? Eu tenho certeza que já temos muito com o que lidar."

"Eu quero ajudar vocês", Tess disse sem rodeios, estreitando os olhos pra eles. "Eu passei os últimos seis meses trabalhando em tentar acertar as coisas. Mas não tem muito que eu possa fazer."

"Talvez seja um pouco tarde, Tess." Ela disse, estreitando os olhos de volta.

"Certo. Dispense a ajuda. Descubra um jeito de derrubar aquelas torres sem nenhum tipo de informação real ou ajuda. Vamos ver até onde você consegue ir."

"Pára", Oliver ordenou baixinho, olhando de uma para a outra. "Deixa eu ver isto." Ele assentiu na direção do dispositivo que ela estava segurando.

Sem falar nada, Tess o colocou na palma da mão dele, então cruzou os braços sobre o peito.

Chloe inconscientemente imitou a postura da ruiva mas se virou para olhar para o dispositivo na mão de Oliver, ela não confiava no que Tess disse que fazia, mas se Oliver estava trabalhando naquilo antes da outra mulher, talvez ele pudesse confirmar se funcionava corretamente.

Definitivamente era como um dos que ele vinha trabalhando com Vic há alguns anos, e ele se encontrou olhando ao redor pra ver se estavam sendo observados. Até onde podia ver, não havia ninguém prestando atenção neles. Ele olhou para Chloe, então estendeu pra ela.

Ela manteve o olhar por um momento, então pegou o dispositivo, olhando para Tess e voltando sua atenção para o pequeno objeto, estudando-o atentamente. "Você acha que está realmente funcionando?" Ela perguntou a Oliver, olhando pra ele. Eles não estavam sendo caçados ainda, mas ela precisava ter mais certeza.

Ele ergueu um pouco as sobrancelhas, e cruzou os braços sobre o peito. "O General Zod sabe que você é uma traidora?" ele perguntou a Tess.

Ela apertou os lábios, oferecendo-lhe um pequeno risinho quando ninguém apareceu para questionar a declaração dele.

"Acho que está funcionando", ele disse a Chloe.

Chloe não pôde deixar de sorrir ao que Oliver escolheu dizer para testar o aparelho, assentindo levemente, ela deu de ombros mas manteve o dispositivo na mão. "Então, o que você tem?" Ela perguntou a Tess, demonstrando mínimo interesse.

"Distrito 13, pra começar", ela disse ainda mais baixo.

"Distrito 13?" Chloe repetiu. "Foi queimado. O que tem ele?"

"Pode ter sido queimado. Mas Lex Luthor nunca faz nada pela metade", Tess disse com um fraco risinho. "Eles mudaram-se para o subsolo."

"Espera, Lex Luthor?" Oliver repetiu, seu estômago dando um nó.

"Agora você espera que acreditemos que ele está vivo?" Chloe disse, dando um risinho e olhando para Oliver e então parando ao ver a expressão no rosto dele.

"Você pode acreditar no que quiser, Chloe. Mas Lex não está morto. O clone que ele criou de si mesmo, no entanto, encontrou o fim naquela explosão." Ela deu um risinho também, cruzando os braços mais uma vez. "Lex construiu alguns refúgios no subsolo. E foram recobertos com chumbo e ele tem muita kriptonita verde ao redor."

"Assumindo que acreditemos em você", Chloe disse, não confiando em nenhuma palavra da boca da mulher, "mesmo que ele tivesse esse tipo de estrutura, porque ele não tentou tomar o poder?"

Ela inclinou a cabeça. "Ele não tomou. Ainda. Mas estamos trabalhando nisso."

"Estamos", Chloe deu um risinho. "Então você está trabalhando pra ele novamente."

"Bem, ele é meu irmão", Tess a informou friamente.

Oliver arregalou os olhos. "O quê?"

"Seu irmão?" Chloe perguntou, balançando a cabeça. "Bem, você ser uma Luthor certamente explica muito."

"Surpresa", ela respondeu, olhando atentamente para Oliver.

"Bem, isso é o mínimo que se pode dizer." Ele olhou de lado para Chloe, e então olhou de volta para a ruiva. "Então, deduzindo que acreditemos em você, e eu não estou dizendo que acreditamos, o que exatamente deveríamos fazer com essa informação?"

"Haverá um ataque. Em dois dias. Tarde da noite quando todo mundo estiver dormindo. Estejam prontos para se mover", ela avisou, virando a cabeça na direção da rua.

"Mover?" Chloe perguntou, erguendo as sobrancelhas, dispositivo ainda na mão, mas Tess sumira. Revirando os olhos, ela respirou fundo e virou-se para Oliver.

"Também não entendi", ele murmurou, observando Tess desaparecer no meio das pessoas que estavam na rua antes de se virar novamente para Chloe.

Ela o observou por um momento, então ergueu as sobrancelhas. "O que você acha?"

"Eu não sei o que pensar", Oliver disse honestamente, expirando e balançando a cabeça.

"Deveríamos conversar quando estivermos de volta, se você tiver certeza que funciona." Ela disse baixinho.

Ele assentiu levemente. "É mais eficiente em locais fechados", ele murmurou, hesitando um momento, então estendendo a mão pra ela mais uma vez.

Chloe hesitou por um momento, então escondeu o dispositivo no sutiã, já que não tinha bolsos, e respirou fundo antes de pegar a mão dele.

Ele arregalou os olhos quando a viu deslizar o pequeno objeto no sutiã e apertou a mão dela sem nem pensar.

Ela franziu um pouco a testa ao aperto em sua mão e olhou pra ele. "Está tudo bem?"

Ele piscou algumas vezes, instantaneamente soltando o aperto na mão dela. "Uh, sim. Sim, eu estou bem." Ele engoliu em seco, desviando o olhar. "Acho que é melhor irmos."

"Sim", ela concordou, erguendo as sobrancelhas então começando a sair do beco para o qual Tess os havia puxado, mas mantendo os olhos no rosto dele.

Oliver forçou-se a respirar fundo e expirou devagar. "Então, o que agora?"

"Você quer voltar?" Ela perguntou, apertando os lábios. "Ou podemos dar uma longa caminhada", ela disse, acenando na direção das torres.

"Podemos caminhar", ele disse com um leve dar de ombros.

"Ok", ela concordou, respirando fundo e segurando a mão dele com mais força.

"Se você preferir voltar, não tem problema", ele sussurrou.

"Não, acho melhor irmos até o parque", ela sussurrou de volta, olhando pra ele.

Ele virou a cabeça, encontrando seus olhos por um momento e assentiu levemente. "Então vamos."

Respirando fundo, ela assentiu um pouco e começou a caminhar na direção das torres. Eles precisavam do máximo de informações que conseguissem, especialmente se não fossem ficar muito mais tempo ali.

_____

TRÊS

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