...Ever In Your Favor (3/11)

Título: ...Sempre A Seu Favor

Resumo: Sequência de May The Odds Be.... Esta série é baseada nos livros Jogos Vorazes, enquanto a primeira fic se manteve próxima do livro, esta vai bem mais pelo território do Universo Alternativo, mas ainda estamos usando o cenário pós-apocalíptico dos livros.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R

Anteriores: Um - Dois

Estava escuro lá fora quando eles voltaram para a mansão, recepcionados pelos guardas com olhares desconfiados mas acenos educados, o que francamente, era mais do que surpreendente para Oliver, considerando todo o mal que os kandorianos tinham feito nos últimos anos. Pra eles, mostrar qualquer sinal de respeito a um humano era quase impossível, mas talvez Zod os tenha colocado fora dos limites - pelo menos por enquanto.

Eles jantaram em relativo silêncio, e retornaram ao quarto, fechando as portas atrás deles. Oliver correu a mão pelo rosto e virou-se pra ela, apertando os lábios. Ele queria testar o dispositivo e garantir que estava funcionando antes de terem uma conversa real sobre qualquer coisa.

Chloe não precisou que ele pedisse, ela pegou o pequeno dispositivo em seu sutiã e correu os dedos sobre ele, então colocou na palma da mão. Era tão pequeno, mas ela reconheceria o trabalho de Vic em qualquer lugar.

Ele mordeu a parte interna da bochecha por um momento. "Eu estava pensando que ia ser legal transar no trono."

Chloe piscou, olhando pra ele por um momento e se perguntando de onde tinha vindo aquilo, mas ela seguiu com a conversa. "Você acha que conseguimos ir até lá?"

"Talvez." Ele ergueu um pouco as sobrancelhas. Quando não houve sinal de passos ou qualquer outro sinal de que alguém estava ouvindo, ele relaxou um pouco.

"Deveríamos tentar", ela disse baixinho, então olhou por baixo da porta para checar as sombras.

"Não vou discutir", ele disse sem pensar.

"Acha que estamos bem?" Ela perguntou, dando um passo mais perto.

Oliver assentiu. "Sim. Acho que estaríamos em problemas agora se alguém tivesse ouvido."

"Ótimo", ela arfou, "mas deveríamos mesmo assim ficarmos perto um do outro e longe da porta."

"Concordo." Ele olhou pra ela, dando um pequeno passo em sua direção.

Chloe segurou o braço dele e o puxou para dentro do banheiro, seus olhos nos dele.

Ele engoliu em seco, olhos percorrendo o banheiro e assentindo bem de leve. Ele prendeu a respiração enquanto ela o levava pra dentro, então fechou a porta e trancou. Não que trancar fosse resolver caso os inimigos super poderosos quisessem fazer a porta voar com um sopro.

Ela soltou a mão dele e abriu a água do chuveiro, então virou-se pra ele novamente, apertando os lábios. "Só pra garantir."

Assentindo um pouco, ele observou-a cuidadosamente, lambendo os lábios sem pensar. "Certo."

"Você está bem?" Ela perguntou, franzindo um pouco a testa ao olhar no rosto dele.

"Sim, eu estou bem", Oliver disse rapidamente.

"Ok." Ela respirou fundo. "Você acha que podemos confiar em Tess?"

"Não tenho certeza", ele admitiu. "Se de fato existe um plano pra daqui a dois dias, teremos que aguardar. Se não houver, descobriremos que ela não é confiável."

"Acho que sim..." ela concordou, "mas e se isso acontecer, como vamos saber se será de algum jeito melhor do que como é agora?"

"Não temos como saber", ele disse. "Mas será que pode ser muito pior?"

"Você realmente quer isso?" Ela disse, franzindo a testa pra ele. "Especialmente se Lex está envolvido."

Oliver olhou para o chão por um longo momento, incapaz de manter o olhar. O que ele queria não importava. Tudo que importava era manter Chloe em segurança, e tentar dar um fim ao reino de terror que os kandorianos tinham criado. "Se Lex está vivo, é uma boa coisa. E se ele tem um jeito de ajudar a acabar com isso?" Ele deu de ombros. "Não posso dizer que não seja uma boa coisa também."

"Lex pode ser capaz de acabar com tudo isso, mas ele continua pensando só nele mesmo." Ela pontuou. "Quem pode garantir que ele não vá acabar com todos nós para garantir que ele sobreviva? Especialmente a gente, Oliver."

"A diferença é que Lex não é super poderoso. Se ele tem um jeito de derrubar essas pessoas, eu digo pra deixarmos ele fazer isso." Ele prendeu a respiração por um momento. "Se ele tentar alguma coisa, então lidamos com ele."

Chloe refletiu por um momento e mordeu o lábio inferior, então assentiu. "Você tem razão."

"De vez em quando", ele brincou, esfregando a nuca.

Ela respirou fundo e endireitou-se, assentindo. "Ok", ela disse. "Então vamos esperar pelos próximos dois dias e se nada acontecer, voltamos a planejar."

"Parece ótimo pra mim." Ele correu a mão pela nuca mais uma vez.

"Ok", ela arfou, então estendeu a mão para fechar a água.

"Espera." Ele estendeu a mão, pegando a mão dela e forçando-se a respirar fundo, expirando devagar.

Chloe parou, afastando a mão da torneira e virando-se pra ele. "O quê?"

O peito dele apertou um pouco e ele prendeu a respiração, dedos ainda soltos ao redor do pulso dela. Ele olhou para suas mãos por um longo momento, então forçou-se a encontrar os olhos dela. "Eu sinto muito", ele sussurrou.

Ela paralisou a isso e olhou pra ele, prendendo a respiração mas sem dizer nada. Tudo que ela conseguiu fazer foi balançar um pouco a cabeça. "Não."

Ele desanimou um pouco e engoliu em seco, afastando a mão silenciosamente.

"No mínimo, eu é que deveria estar me desculpando com você." Ela sussurrou, olhando pra baixo.

"Não, não deveria", ele disse sem hesitar.

"Sim, eu deveria." Ela deu um passo à frente. "Mesmo que eu não concorde com o jeito como você fez as coisas, você nos manteve vivos até agora com seu plano, e além disso, você tem nos ajudado mesmo antes de sabermos que você estava por perto." Ela nunca agradeceu pela comida que ele deixara pra eles todos aqueles anos e agora que tinha a sensação que não teriam muito mais tempo, sabia que deveria.

"Nunca fez parte dos meus planos...." Ele correu uma mão pelo cabelo. "Que as coisas tomassem esse rumo. Eu nos coloquei nesta bagunça."

"Sim", ela concordou baixinho, engolindo em seco. "Mas você também nos livrou de uma sentença de morte."

Um pequeno sorriso sem nenhum humor tocou sua boca. Ele tinha conseguido estragar isso também. "Sim."

"Eu sei que tenho sido mal-agradecida sobre as coisas", ela sussurrou, olhando pra ele, seu peito apertado. "Eu só não quero você pensando que eu não sei o quanto você tem ajudado..."

"Eu tenho tornado as coisas mais difíceis. Muito mais difíceis. Eu não espero que você me agradeça, Chloe", ele disse honestamente, balançando a cabeça e olhando pra baixo mais uma vez.

"Você me ajudou a voltar para o Distrito 12 quando achei que jamais conseguiria", ela pontuou, olhando pra ele. "Eu falei sério quando disse que você deveria ter sido o único a voltar. Tudo que posso fazer é planejar, você pode lutar."

"Chloe, quando eu me voluntariei para os Jogos, não estava planejando voltar para o Distrito", ele admitiu baixinho.

"Você nunca se deu o devido valor", ela disse, observando-o atentamente.

Um pequeno sorriso agraciou seus lábios. "Vindo de você, isso é um pouco irônico", ele disse, encontrando seus olhos mais uma vez.

Ela sentiu o peito apertar e balançou um pouco a cabeça. "Se temos qualquer chance nisso, você sabe tão bem quanto eu que você será muito mais útil."

"Eu posso atirar flechas. Mas você pode aprender a mesma coisa."

"Você é um líder." Ela disse simplesmente.

"Fui uma vez", ele disse, balançando a cabeça e sentando-se na borda da banheira. "Mas isso foi há muito tempo atrás. Eu não sou mais aquele cara."

Ela hesitou e sentou-se ao lado dele. "Podemos precisar que você o encontre novamente."

Ele descansou os cotovelos nos joelhos, olhando para suas mãos. "Farei o meu melhor", ele disse suavemente.

Chloe hesitou então colocou a mão no braço dele. "Eu posso ajudar, se você quiser." Eles estavam presos juntos afinal, e obviamente eram muito mais fortes se ficassem juntos.

Ele olhou para a mão dela em seu braço, prendendo a respiração novamente por alguns segundos. "Acho que nós dois seremos necessários", ele disse honestamente.

"Talvez", ela concordou, "mas você sempre teve um jeito com as pessoas, você não pode negar isso. Mesmo antes dos Jogos, com a entrevista..."

Oliver olhou pra baixo mais uma vez, estômago apertando. "Bem, aquilo foi fácil", ele disse muito suavemente.

"Exatamente", ela sussurrou, observando-o atentamente.

"Eu acho que você não entende de verdade porque foi fácil", ele sussurrou de volta, virando a cabeça para olhar pra ela.

Seu estômago despencou a isso e ela balançou a cabeça levemente. "Oliver."

"Eu sei." Ele olhou para as mãos mais uma vez.

"Não tem razão fingirmos quando estamos só nós, afinal." Ela disse, então levantou-se.

"Eu não estou fingindo", ele disse, sem olhar pra cima. "Nunca foi fingimento da minha parte."

Chloe virou-se pra ele e engoliu em seco, observando-o por um momento, então fechando a água. Não havia razão em falar sobre isso.

"Por isso é que foi tão fácil", ele disse. "Porque era tudo verdade."

Ela fechou os olhos por um momento então virou-se pra ele. "Por que você estava se escondendo da gente, então?"

"Por que você acha?" ele sussurrou, sem olhar pra ela.

"Clark?" Ela perguntou, franzindo a testa. Ela sinceramente não fazia ideia de porque ele havia ficado na floresta, a casa não era muito melhor, mas já era alguma coisa.

Clark era parte da razão, mas ele estava longe de ser toda a razão. Ele levantou-se, balançando um pouco a cabeça. "Eu não teria feito nenhum bem do jeito que eu estava."

"De que jeito?" Ela perguntou, balançando a cabeça confusa.

"Eu estava uma zona." Seu peito estava apertado. Ele ainda estava uma zona.

"Todos nós estávamos, Oliver... ainda estamos." Ela sussurrou.

"A maior parte de vocês não cometeu assassinato a sangue frio, Chloe." Sua voz era baixa, mas seca.

"Lois e Clark não cometeram", ela concordou.

"Você estava possuída. Não é a mesma coisa."

"Eu não estava possuída na arena", ela disse.

"A arena... é uma coisa... totalmente diferente." Ele correu uma mão pelo rosto. "E você o matou pra salvar minha vida."

"Ainda é uma vida, Oliver." Ela balançou a cabeça. "E uma tentativa de matar Lex não era mais auto-defesa do que isso."

"Sim, era. Eu o queria morto, Chloe. Porque eu o odiava. Não era sobre auto-defesa ou justiça. Eu só o queria morto", ele admitiu baixinho.

"Talvez não fosse pelas razões certas na época, mas livrar-se de Lex foi algo do qual todos nós nos beneficiamos." Ela disse a ele, então aproximou-se e abaixou a voz. "Como o General."

Ele prendeu a respiração, encontrando seu olhar e o mantendo, então assentindo bem levemente.

"Ok", ela expirou então assentiu. Ela só tinha que fazê-lo entender que ele podia fazer isso agora, porque ela tinha a sensação que precisariam do máximo de pessoas que pudessem conseguir ao lado deles.

"Então nós esperamos." Sua voz era suave. "E esperamos que Tess esteja falando a verdade." Ele levantou-se.

"É o melhor que temos", ela concordou, assentindo levemente.

Era o único plano que tinham, mas ele assentiu também, hesitando um momento e abrindo os braços silenciosamente.

Chloe parou e olhou pra ele um momento. Deduzindo que ele precisava, ela aproximou-se e passou os braços ao redor dele.

Ele expirou lentamente, apertando os braços ao redor dela e fechando os olhos. "Vamos dar um jeito", ele murmurou.

"Sim", ela arfou e assentiu levemente. "Será melhor se ficarmos juntos."

Um triste sorriso tocou sua boca. "Normalmente foi, não foi?"

Ela sentiu o rosto entristecer um pouco e assentiu, descansando a cabeça no peito dele. "Sim", ela sussurrou.

Ele descansou a cabeça no alto da dela, sem soltá-la. "Talvez devêssemos nos relembrar disso no futuro", ele brincou.

"Assumindo que existirá um futuro", ela disse baixinho. "Mas por alguma razão, acho que não vamos esquecer isso tão facilmente."

"Haverá um futuro", ele murmurou, apertando os braços ao redor dela.

Chloe respirou fundo e virou o rosto contra ele um pouco mais. Ela estava assustada, qualquer um com a cabeça no lugar estaria, mas realmente desejava que pudessem fazer no mínimo alguma diferença, e acabar com isso antes de chegar a hora deles. Agora, presos deste jeito e dependendo de Lex e Tess para livrarem-se de Zod, era ainda mais difícil manter a esperança.

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QUATRO

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