Título: Que a sorte esteja...
Resumo: Esta fic é baseada na série Jogos Vorazes, com um toque de Smallville. Nós usamos elementos dos livros e dos jogos, então poderá haver spoilers destes. Considerando a história de Smallville, segue os eventos até Doomsday.
Autoras: chloeas e dl_greenarrowResumo: Esta fic é baseada na série Jogos Vorazes, com um toque de Smallville. Nós usamos elementos dos livros e dos jogos, então poderá haver spoilers destes. Considerando a história de Smallville, segue os eventos até Doomsday.
Classificação: R
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Quando o quarto dia dos jogos terminou, Oliver estava exausto. Mal tinha dormido mais de vinte minutos desde que tinha começado. Não só isso, mas tinha perdido o rastro de Chloe no dia seguinte. Restavam cinco pessoas agora pelo som dos canhões na última noite, a quantidade de tiros sinalizando quantos tinham morrido nos Jogos naquele dia. Ele só desejava que Chloe fosse um dos cinco restantes. Não queria pensar na possibilidade de ela não ser.
Ele estava quase sem flechas, e sabia que se não fizesse mais logo, não só estaria ferrado quando chegasse a hora das batalhas, mas também era o jeito principal pra conseguir comida. Nunca gostou de caçar animais - nem quando estava na ilha, e pra dizer a verdade, ele mal comia carne antes dos kandorianos tomarem conta. Agora havia tão poucas opções sobrando, que ele não tinha escolha. Desde que os jogos começaram, tinha conseguido encontrar algumas frutas, mas coelhos e esquilos eram mais proeminentes.
Descendo até a base de uma árvore depois de conseguir muitos galhos e gravetos caídos, ele pegou uma pequena faca que estava em sua mochila no começo dos jogos. Começou a afiar um dos gravetos, perdendo-se na monotonia.
***
Chloe ainda estava lá. De algum jeito. Ela se manteve completamente fora de vista e do caminho dos outros e desde a manhã que encontrou as frutas na frente de sua caverna, a tinha deixado pra trás e usado as árvores ao invés. Não se sentia nem de perto tão segura, mas pelo menos escalando as árvores, conseguia encontrar algumas das frutas que Oliver tinha deixado pra ela, mantendo-a de algum jeito alimentada.
Ela não fazia ideia se ele ainda estava lá ou não, havia mais quatro pessoas na arena e ela sabia que não demoraria muito até o final dos Jogos. E estava exausta, então sabia que não tinha nenhuma chance em lutar. O único jeito de ganhar era se simplesmente não a encontrassem.
Em seu caminho até o riacho, no entanto, ouviu um pequeno barulho e paralisou, então começou a andar o mais silenciosamente que as folhagens no chão permitiam e pegou uma das facas que tinha roubado do corpo da mulher. A única coisa produtiva que tinha feito de seu tempo era praticar o tiro de facas nas árvores, para o caso de precisar atirar em alguém.
Com mais alguns poucos passos e ainda protegida por uma grande árvore, ela colocou a cabeça para o lado e viu Oliver. Ignorando o alívio instantâneo que sentiu quando viu que ele estava vivo. A última coisa que queria era que só sobrassem os dois no final.
Ela o observou por um momento, claramente ele estava esculpindo flechas nas madeiras que tinha encontrado, mas um momento depois, viu algo se movendo atrás dele e ficou tensa. Sua faca preparada.
Ele estava muito entretido no que estava fazendo para perceber o movimento até sentir uma dor intensa e aguda em seu ombro que o mandou rolando pra longe instintivamente, mesmo com o sangue jorrando do ferimento que a espada causou.
Atordoado, ele olhou para o cara enorme que tinha tentado matá-lo quando os jogos começaram, indo pra cima dele com um risinho no rosto.
"Que bom que serei eu a matar seu lindo traseiro", o homem disse, erguendo a espada mais uma vez.
E era isso. Ele sabia muito bem que agora estava ferido e muito longe de suas armas para realmente ter uma chance de lutar. Ele respirou fundo e esperou pelo golpe inevitável.
Ela não fazia ideia do que tinha acontecido, mas não hesitou. Atirou a primeira faca quando o homem ficou de costas pra ela, a faca entrando em suas costas e ficando ali. Seu coração estava acelerado, mas ela não parou até o homem ter três facas nele, duas nas costas e uma no peito e de repente ele caiu.
Piscando enquanto o homem desabava ao lado dele, Oliver franziu a testa, confuso e desviou o olhar, vendo-a parada ali. Seus olhos arregalados, se perguntando como diabos ela tinha aprendido a atirar facas daquele jeito.
Chloe olhou para o homem e então para Oliver, seus próprios olhos arregalados. Ela não se moveu até o canhão soar, sabia que eventualmente viriam recolher o corpo dele, então aproximou-se e retirou as facas, seu estômago revirando enquanto o sangue jorrava das feridas, mas ela não parou. Não fazia ideia de qual seria o próximo movimento de Oliver e naquele momento estava desarmada.
O próximo movimento de Oliver foi fechar os olhos e se deitar, expirando profundamente. "Obrigado", ele murmurou.
Depois de limpar as facas na roupa do outro homem, ela deu um passo pra trás e assentiu um pouco, observando Oliver atentamente. Ele estava ferido, obviamente, mas pior, estava ferido no ombro e sabia que ele precisaria dele para atirar flechas, então estava indefeso aquela altura, não só pra ela, mas para qualquer um.
Ele conseguiu dar a ela um pequeno sorriso enquanto abria os olhos, sem tentar se levantar. "Que bom que você ainda está viva", ele admitiu.
Ela permaneceu em silêncio, observando-o por um momento, antes de se aproximar e hesitantemente tirar a mochila das costas e pegar uma faixa. "Você está sangrando."
"Sim." Ele respirou fundo e olhou para o ombro por um momento, então assentiu na direção do arco. "As flechas que sobraram não são perfeitas, mas servem." Ele apontou na direção do arco que estava no chão perto da base da árvore onde estava sentado.
Chloe olhou para o arco e as flechas mas ignorou. "Você consegue se sentar?"
"Não vejo razão pra isso", ele admitiu.
Ela travou a mandíbula. "Para eu poder ver se o corte atravessou seu ombro."
Ele mordeu a parte interna da bochecha por um momento, lutando contra a tontura e conseguindo se sentar devagar.
Ela segurou o braço bom dele e o ajudou a se endireitar e então se ajoelhou ao lado dele, rasgando sua camisa para que pudesse ver melhor a ferida. "Você tem um pouco de água?"
"Um quarto de garrafa. Na minha mochila", ele disse, piscando algumas vezes para tentar clarear a visão.
Ela pegou-a e abriu, tirando a garrafa com água um segundo depois, mas não antes de perceber as frutas que ele tinha ali, algumas das mesmas que tinha deixado pra ela. Ela respirou fundo e se virou para o ferimento, limpando com a água lentamente para não desperdiçar nenhuma gota.
"Você está bem?" ele perguntou cansadamente.
"Não estou ferida", ela disse, olhando pra ele. "Então melhor que você, aparentemente."
Um fraco sorriso tocou sua boca. "Touché."
"Você dormiu alguma vez?" Ela perguntou, encolhendo-se quando viu o corte, não era comprido, mas a lâmina tinha atravessado seu ombro e ela só podia imaginar o tanto de dor que ele estava sentindo.
"Alguns minutos aqui e ali. Não muito." Ele não fez a mesma pergunta a ela, sabia que ela tinha dormido, porque estava sempre dormindo quando ele ia checá-la durante as noites na caverna.
Chloe assentiu um pouco. "Talvez se você descansar, isso vai curar mais rápido", ela disse a ele, então começou a enfaixar seu ombro.
"Chloe Sullivan, a eterna otimista", ele murmurou, observando-a enquanto ela enfaixava seu ombro.
Ela lhe deu um olhar e balançou a cabeça. "É melhor voltarmos para a caverna, alguém sabia sobre ela?"
"Claro que não", ele disse, balançando a cabeça.
Assentindo, ela respirou fundo. Ele tinha salvo a vida dela com as frutas, isso os deixaria quites. Assim que terminou de enfaixar o ombro dele, ela fechou as duas mochilas e se levantou. "Você consegue andar?"
Oliver olhou pra ela por um momento e usou seu braço não ferido para se apoiar e levantar, um pouco desequilibrado. "Acho que sim."
Ela pegou as coisas dela junto com a mochila dele, o arco e as flechas que ele tinha feito e então assentiu. "Vamos."
Ele respirou tremulamente, seguindo-a devagar e tentando manter os olhos e ouvidos alertas contra alguma ameaça -- um dos outros dois tributos sobreviventes.
Demorou muito mais tempo do que o normal para chegarem à caverna, mas por sorte, tinham conseguido sem serem descobertos, assim que Chloe jogou as mochilas no chão ao lado de Oliver, ela se endireitou. "Eu vou pegar água antes que escureça."
"Tome cuidado", ele murmurou, lentamente se sentando no chão da caverna e então recostando-se contra a parede da caverna, fechando os olhos.
Ela o observou por um momento, então aproximou-se e pressionou uma das facas na mão dele. "Fique com isso", ela disse. "Você ainda consegue atirar."
Ele pegou a faca, e assentiu. Ele conseguia. Só não seria capaz de atirar com força. "Tá bom."
Chloe manteve os olhos nele por um momento e então pegou as duas garrafas d'água e saiu da caverna rapidamente, quanto menos tempo ele ficasse sozinho, menos risco ele corria.
***
Quanto estava com febre, ele tinha a tendência de falar enquanto dormia. Em seu sono, ele viu Davis Bloome e Chloe, fora de alcance. Sua respiração era irregular e difícil, gotas de suor em sua testa. "Chloe", ele murmurou, suas sobrancelhas franzindo.
Ela estava em algum lugar entre vigiá-lo e cochilar quando ouviu seu nome e instantaneamente se sentou, apontando a faca na direção da entrada da pequena caverna. Então ela piscou quando não viu ninguém e olhou para Oliver, que parecia estar dormindo. "Oliver?" Ela perguntou baixinho, tocando seu braço bom.
Ele virou a cabeça na direção dela, abrindo os olhos por um momento, mal conseguindo vê-la na escuridão. "Oi", ele sussurrou.
"Shh", ela disse a ele. "Você me chamou?"
"Não tenho telefone", ele murmurou, fechando os olhos de novo.
"Claro que você não tem--" ela parou, "você sabe onde está?"
"Acho que não."
Chloe hesitou por um momento, então colocou a mão na testa dele e prendeu a respiração. "Você está queimando." Ela sussurrou enquanto seu estômago despencava.
"Bem. Eu sempre fui quente", ele brincou, estremecendo um pouco, e fazendo uma careta com a dor que surgiu em seu ombro.
"Infelizmente pra você, não é desse tipo que estou falando", ela colocou a mão embaixo da cabeça dele e a levantou gentilmente. "Você precisa tomar água."
Ele se inclinou ao toque instantaneamente, expirando. "Com sede", admitiu.
"Aqui", ela pressionou a garrafa nos lábios dele e o ajudou a beber lentamente até ele se afastar, "está com fome?"
Ele fez uma cara, balançando a cabeça. "Não. O que aconteceu?"
"Você foi ferido", ela disse baixinho.
"Você está bem?" Ele estremeceu, fechando os olhos novamente.
"Sim", ela sussurrou, assentindo levemente. "Tem certeza que não está com fome?"
"Certeza", ele murmurou. "Guarde. Você vai precisar. Ainda não acabou." Ele estendeu a mão boa até o braço dela.
Chloe olhou para a mão dele e assentiu um pouco. "Tem suficiente pra nós dois." Ela sussurrou.
"Chloe." Ele engoliu em seco. "Nós dois sabemos que não há razão pra eu comer."
"Não diga isso." Ela disse a ele firmemente, balançando a cabeça. "Eu não vou deixar você morrer."
"Você não tem escolha", ele disse baixinho. "Esta é sua melhor opção afinal. A não ser que você realmente queira me matar, o que... acho que entendo a razão também."
"Eu quero que você vença", ela disse, as palavras simplesmente lhe escapando.
Um fraco sorriso tocou seus lábios. "Este nunca foi o plano", ele sussurrou.
"Foi sim", ela forçou, engolindo em seco. "Porque você pode fazer muito mais do que eu."
"Não é o que... nós decidimos." Ele lambeu os lábios, já sentindo-os ficando secos novamente.
"Nós?" Chloe franziu a testa. "Quem?"
"Eu e... Carter", ele murmurou.
Ela travou a mandíbula, mas balançou a cabeça. "Você está mentindo. Eu sei que ele também quer que você vença, Oliver. É óbvio."
Ele sorriu a isso, mas não abriu os olhos. "Bom ator."
"Besteira." Ela disse secamente, então balançou a cabeça. "Mas eu não me importo. Este não é o meu plano afinal." Ela não tinha realmente pensado nisso, estava muito ocupada ficando brava com ele até recentemente, mas sabia que fazia sentido. Lois e Clark precisariam da ajuda dele e suas habilidades para derrubar aquelas torres, mais do que precisariam da ajuda dela.
"Que pena." Ele se forçou a respirar fundo, fazendo uma careta enquanto se forçava a se sentar, sua cabeça girando por um momento e fazendo-o sentir-se enjoado. Quase como se simplesmente tivesse bebido muito. Se ao menos fosse isso.
O estômago dela girou e ela balançou a cabeça, colocando a faca na mão dele de novo. "Então me mate, assim sobrará só você e mais alguém e você pode acabar logo com isso."
Ele colocou a faca no chão imediatamente, recostando-se contra a parede da caverna. "Olha pra mim", ele sussurrou. "Você realmente acha que eu teria alguma chance de derrubar um dos outros a esta algura?" Ele balançou um pouco a cabeça e expirou lentamente. "Eu me livrei do máximo que consegui."
"Então talvez eu deva fazer isso para que você só tenha que derrotar um de nós." Ela disse a ele, "porque eu não vou ficar sentada aqui e deixar você morrer e acabar os Jogos logo é o jeito mais rápido pra conseguir ajuda pra você."
Oliver se forçou a abrir os olhos. Eles estavam mais cansados que o normal. "Não", ele disse baixinho.
"Então me dê uma opção melhor." Ela disse secamente.
"Apenas fique comigo", ele murmurou. "Deixe os outros dois lutarem. E você fica aqui comigo."
"E assisto você morrer", ela disse. "Não. Eu preferia te matar eu mesma do que fazer isso."
"É o que eu quero", ele disse a ela honestamente, fechando os olhos.
"E o que eu quero obviamente não faz diferença pra você." Chloe disse nervosa. "Mas você não pode me impedir." Ela disse enquanto se levantava e pegava o arco e as flechas dele.
Oliver pegou a faca que tinha ao seu lado. "A única razão para eu me voluntariar foi pra te proteger. Eu não vou sair vivo daqui."
Ela arregalou os olhos a isso e se virou para olhar pra ele. "Como assim?"
Ele expirou, abrindo os olhos novamente e olhou pra ela. "Você achou que eu estava mentindo, mas eu não estava", ele sussurrou.
"Por que você faria isso? Você não me vê há quase três anos, Oliver." Ela pressionou, ajoelhando-se ao lado dele.
"Porque eu te amo", ele disse baixinho. "Eu amo há muito tempo. Toda aquela coisa com Davis e..." Ele não conseguia se fazer dizer o nome de Jimmy, ao invés, fechou os olhos. "Eu sinto tanto." Sua voz baixou a um sussurro.
Ela empalideceu enquanto olhava pra ele, seus olhos se enchendo um pouco de lágrimas e seu estômago apertando. Não sabia o que pensar, não entendia como tudo isso poderia ser verdade.
E então ela ouviu um barulho fraco e eletrônico do lado de fora da caverna. Num instante, ela estava de pé novamente, com a faca apontada para o pequeno buraco.
"O que foi isso?" ele murmurou, virando a cabeça na direção da entrada da caverna e expirando.
"Shh", ela sussurrou, olhando pra fora cuidadosamente e então franzindo a testa quando viu uma pequena caixa no chão, do lado de fora. Depois de uma rápida olhada ao redor, ela pegou a caixa e correu de volta pra dentro, seu coração pulando uma batida. "Um presente."
Ele piscou algumas vezes, erguendo as sobrancelhas. "Sério?"
Assentindo, ela olhou pra ele por um momento, sentindo-se enjoada. Claro que tinham ganho um presente, ele vinha fazendo seu jogo. Dizendo que a amava, que tinha se voluntariado por ela. Era o que os patrocinadores queriam. Piscando, ela abriu a caixa e assentiu. "É algum tipo de pomada, deve ser para seus ferimentos."
Ele revirou um pouco os olhos, balançando um pouco a cabeça. "Fique com ela. Você pode precisar antes de tudo acabar."
"É um presente pra você", ela disse firmemente, já tirando a faixa do ombro dele. "Senta para o ferimento não sujar."
Oliver segurou a mão dela. "Chloe. Pára", ele sussurrou.
Ela manteve o olhar com intensidade. "Você não pode me dizer que veio pra cá por mim e não me deixar fazer o mínimo por você, Oliver. Não depois de tudo."
Ele engoliu em seco, recostando a cabeça contra a parede da caverna e lutando para se sentar.
Chloe respirou fundo e removeu o resto das faixas ensopadas de sangue. O ferimento estava feio. Um pouco pior do que algumas horas antes. Mas ela passou a pomada na ferida, dos dois lados do ombro dele, o melhor que conseguiu. Então cobriu novamente com o que tinha sobrado da faixa.
Ele prendeu a respiração o tempo todo, a dor atravessando seu ombro ao mais leve toque. "Obrigado", ele murmurou. "Eu uh-- queria mais água se tiver sobrando."
Ela limpou as mãos nas roupas, então pegou a água dele e estendeu em sua direção. "Ainda tem um quarto."
Ele hesitou, então suspirou e balançou a cabeça.
"Eu tenho mais na minha garrafa", ela mentiu, levando a garrafa até os lábios dele.
A isso, ele relaxou e tomou um gole da água, fechando os olhos enqunto engolia. Ele estava queimando, e não conseguia se lembrar da última vez que sentiu tanta dor física como agora.
"Você sente alguma diferença no ombro?" Ela perguntou uma vez que ele terminou a água.
"Até agora não", ele disse. Não que estivesse esperando sentir. Não tinha certeza se existia uma cura milagrosa para uma ferida como aquela.
"Tente descansar", ela disse, voltando a sua posição no chão ao lado dele.
Ele prendeu a respiração e expirou devagar, esticando as pernas e deitando-se mais uma vez, descansando a cabeça no braço bom, seu corpo de frente pra ela.
Chloe o observou por um momento e então respirou fundo e desviou o olhar. Ele parecia mais calmo de repente, ela queria pensar que era porque o plano dele de conseguir um patrocinador tinha funcionado. Mas parte dela não conseguia deixar de pensar sobre o quanto as palavras dele pareceram verdadeiras.
***
Ele acordou sozinho, o som do canhão anunciando que um dos outros tributos tinha encontrado seu fim. Ele piscou algumas vezes para clarear a visão, surpreso que seu ombro estivesse de fato parecendo melhor que antes de dormir. Ele olhou ao redor da caverna, mas não viu nenhum sinal de Chloe. Seu coração começou a acelerar dentro do peito e rapidamente se forçou a se levantar, movendo-se na direção da boca da caverna.
Ela tinha saído ou tinha sido ferida?
Tinha o canhão soado para anunciar sua morte?
Ela estava correndo, o mais rápido que conseguia. Tinha ido pegar mais frutas e água quando o canhão disparou e ela se encontrou correndo para o lado de Oliver o mais rápido possível. Tinha que garantir que o canhão não tinha soado por causa dele. No caminho de volta para a caverna ela tinha escorregado e tropeçado mais vezes do que se importou em contar, mas não importava. Estava quase lá agora.
Oliver tinha se arrastado para fora da caverna quando a viu correndo em sua direção e sem falar nada moveu-se pra frente, passando os braços ao redor dela com força.
Chloe arfou e tomou meio segundo para perceber que era ele, e quando o fez, passou os braços com força ao redor dele também. "Não foi você." Ela sussurrou, sem perceber que tinha dito em voz alta.
"Nem você", ele sussurrou de volta, fechando os olhos e se agarrando a ela.
Ela fechou os olhos e manteve os braços ao redor dele por um longo momento, então se afastou. "Você sabe quem foi? Ouviu alguma coisa?"
"O canhão me acordou." Ele balançou a cabeça, olhando pra ela atentamente e levando a mão até o rosto dela."
Respirando fundo, ela assentiu levemente, olhando pra ele. "Eu fui pegar água e frutas."
Ele fechou os olhos por um momento, então descansou a testa na dela. "Você me deu um grande susto", ele sussurrou.
Ela o observou por um momento, então assentiu levemente e fechou os olhos. "Idem."
Oliver respirou fundo, então se afastou e olhou pra ela mais uma vez. "Você sabe o que isso significa." Sua voz era baixa.
"Somos só três." Ela disse, seu estômago despencando.
Ele expirou, assentindo um pouco, seu sorriso fraco e seus olhos tristes. Sem falar nada, ele se inclinou e beijou sua boca, suave, gentil e docemente.
Chloe paralisou por um momento, surpresa não só pelo beijo mas também pelo conforto que sentiu. Entre o fato de ela ter pensado que Oliver tinha morrido e saber que um deles não ficaria vivo muito mais tempo, não podia desprezar o conforto, então o beijou de volta com a mesma suavidade.
Quando ela retornou o beijo, ele lentamente deslizou uma mão até o cabelo dela, dedos se emaranhando entre os cachos dourados. "Eu falei a verdade", ele sussurrou contra sua boca. "Não esqueça disso."
Ela olhou pra ele por um momento, então piscou algumas vezes enquanto tentava fazer sentido das palavras dele antes de balançar a cabeça. "Eu também." Ela sussurrou de volta, afastando-se para olhar pra ele. Ela não planejava deixá-lo morrer também. "Como está seu braço?"
"Bom o suficiente", ele disse baixinho. "Precisamos trabalhar em encontrar o outro tributo."
Assentindo, ela respirou fundo e se endireitou. "Vamos voltar para a caverna, comer o que eu encontrei e caçar." Ela disse, sua expressão ficando vazia.
Oliver assentiu um pouco, beijando seu rosto sem pensar, e estendendo a mão para pegar a dela. Ele os conduziu de volta para a caverna, expirando. "O que você encontrou pra gente comer?"
"Algumas das mesmas coisas que você tinha e outro tipo de framboesas, mas não sei se são comestíveis ou não." Ela disse enquanto olhava para as mãos deles, e tentava entender o que ele estava fazendo.
"Vamos vê-las", ele sugeriu.
Chloe respirou fundo e assentiu, afastando a mão da dele enquanto colocava a mochila no chão e a abria. "Aqui está sua água." Ela disse, entregando a garrafa a ele antes de pegar uma das estranhas framboesas.
Ele arregalou um pouco os olhos. "Não coma isso", ele alertou rapidamente, balançando a cabeça. "Elas são venenosas."
Ela piscou e assentiu, jogando-as de volta na mochila antes de pegar as outras frutas. "Ainda bem que não perdi tempo pegando muitas delas, então."
Ele assentiu concordando. "Acho melhor lavarmos nossas mãos só por segurança."
Assentindo, ela pegou sua garrafa de água e segurou sobre as mãos dele. "Estenda as mãos."
Ele fez o que ela pediu, esfregando as mãos sob o jato de água.
Assim que ele terminou, ela estendeu a garrafa pra ele. "Também vou lavar as frutas de novo."
"Certo." Ele jogou um pouco de água nas mãos dela para que ela limpasse.
Ela lavou as frutas depois de lavar as mãos. Não eram muitas, mas pelo menos seriam suficientes para mantê-los saciados por algumas horas, caçar o outro tributo e então convencê-lo a se livrar dela para que ele pudesse voltar ao Distrito 12 e ajudar Lois e Clark a derrubar as torres.
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E nessas horas o poder de cura da Chloe nuca da o ar da graça hein... rs
ResponderExcluirAnsioso para o desfecho.
Nossa, pensei a mesma coisa, achei que do nada ela ia descobrir que o poder tinha voltado, angústia... já já o desfecho... :D
Excluirmedoooooooo
ResponderExcluirAlice
lol já vai passar, Alice... :D
ExcluirNossa, essa fic é realmente intensa e fantástica, e agora, falta só um capitulo!!!! Como vão se livrar dessa?
ResponderExcluirJá ja o último capítulo, mas não sei se vai aliviar muito não, porque essa história já tem uma sequência... :D
ExcluirWow, tenso!!!!!!
ResponderExcluirAinda bem que só falta um... é muito sofrimento, agora vamos falar a verdade, a ideia da fic é fantástica, diferente, demais!!!!!
Edicleia
Haha... Edicleia, só falta um... :D Também achei a ideia fantástica...
ExcluirQue situação!!
ResponderExcluirVou correndo ler o último... estou muito atrasada!
GIL