May The Odds Be... (8/8)

Título: Que a sorte esteja...
Resumo: Esta fic é baseada na série Jogos Vorazes, com um toque de Smallville. Nós usamos elementos dos livros e dos jogos, então poderá haver spoilers destes. Considerando a história de Smallville, segue os eventos até Doomsday.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
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Assim que terminaram toda a comida, eles encheram as garrafas de água e se livraram de todo peso desnecessário das mochilas, e começaram a caminhar pela floresta mais uma vez. Ela não queria pensar no que iam fazer. Caçar uma pessoa como um animal não era algo que considerou fazer antes, não com um humano pelo menos.

Ela olhou para Oliver enquanto desciam uma colina, não tinha ideia de onde estavam a esta altura mas realmente não importava. "Você acha que consegue atirar?"

"Acho que sim", ele disse baixinho, olhando para o braço. Tinha perdido muito sangue, mas o que quer que houvesse no remédio que os patrocinadores tinham mandado pra ele fez maravilhas para a dor e o processo de cura. Ele nem sabia que algo assim existia.

"Você quer tentar algumas vezes enquanto estamos em segurança?" Ela perguntou. O mais seguro que conseguiam pelo menos.

Ele apertou os lábios e assentiu um pouco. "Melhor agora do que descobrir no calor do momento que eu não consigo, certo?"

"E quando podemos pegar as flechas de volta e não desperdiçá-las." Ela concordou.

Oliver respirou fundo, colocando a mochila no chão e a aljava do lado para posicionar o arco mais facilmente.

Ela deu um passo para o lado, observando-o atentamente enquanto ele se preparava. Era provavelmente uma boa ideia fazê-lo praticar um pouco, usar o braço para se acostumar de novo.

Depois de um longo momento, Oliver ergueu o arco e atirou numa árvore a quase cem metros de distância, eficientemente cortando o pequeno galho que tinha mirado. Ele fez uma careta enquanto abaixava o arco novamente.

Chloe ficou olhando por um momento, então se virou pra ele. "Você atingiu o alvo?" Ela perguntou. Embora pudesse dizer que ele tinha atingido alguma coisa, não fazia ideia de onde ele estava mirando.

Um fraco sorriso tocou a boca dele e ele assentiu um pouco. "Sim."

Ela relaxou um pouco e assentiu. "Bom. Você está sentindo dor?"

"Um pouco", ele admitiu. "Mas nada insuportável."

"Então você acha que pode continuar atirando se tiver?" Ela perguntou, precisava ter certeza disso.

"Vou ficar bem", ele assegurou.

"Ótimo", ela arfou, olhando pra ele por um momento e então assentindo. "Vamos continuar, então."

Assentindo, Oliver arrumou a aljava e o arco e liderou o caminho através da densa floresta.

Eles caminharam em silêncio por um longo tempo, Chloe tinha certeza que não tinha visto esta parte da arena ainda, mas Oliver tinha muito mais experiência com navegação através das árvores e áreas desconhecidas, então confiava no senso de direção dele.

Ela olhou para a direita deles, e de repente paralisou. "Oliver." Ela disse, apontando para a fumaça que de repente apareceu no céu sobre a outra parte da floresta, grossa e preta, não como a fumaça de uma fogueira de acampamento.

Ele se virou, olhando na direção que ela apontou. Seus olhos arregalando um pouco. "Ah, droga", ele murmurou, colocando a mão nas costas dela. "Corre."

Ela disparou na direção oposta do fogo um segundo depois, garantindo que ele estivesse indo junto com ela. Não havia como dizer o quão rápido o fogo estava se espalhando, mas a fumaça certamente os atingiria logo.

Ele estava logo atrás dela, já começando a tossir por causa do cheiro no ar de madeira queimada. Se os kandorianos estivessem tentando matá-los, seria um jeito efetivo de fazer isso.

Chloe mal olhou pra trás quando viu uma bola de fogo indo na direção deles, sem hesitar, ela pegou a mão de Oliver e o empurrou para o chão enquanto se atirava também, o fogo passando longe deles por centímetros.

Ele sentiu o calor passar por ele, bem acima de sua cabeça. Se Chloe não o tivesse empurrado para o chão, ele teria sido atingido pelo fogo. "Você está bem?" ele perguntou baixinho.

Ela arfou e se virou para olhar pra ele de novo, assentindo levemente. "Você?"

Ele também assentiu. "Precisamos nos mover mais rápido", ele sussurrou, olhando por sobre o ombro e levantando-se rapidamente, estendendo a mão pra ela.

Pegando a mão dele sem hesitar, ela assentiu enquanto começavam a correr novamente. "Vamos sair da floresta", ela arfou, "a fumaça vai ficar pior aqui."

"Teremos que voltar para a cornucópia", ele disse a ela, resfolegando.

"Mostre o caminho." Ela disse, prendendo a respiração o máximo que conseguiu para não inspirar a fumaça que já estava lhe deixando tonta.

Ele apertou a mão dela enquanto corriam pela floresta o mais rápido que conseguiam, seguindo o riacho de volta para a cornucópia onde os jogos tinham começado. Conseguiram desviar de mais duas bolas de fogo assim que saíram da floresta, o calor que vinha se intensifcando, diminuindo. Ele parou, olhando por sobre o ombro e percebendo que estava certo: os kandorianos tinham lhes forçado a sair da floresta intencionalmente. O que significava que os jogos teriam um rápido fim.

Chloe percebeu a mesma coisa instantaneamente, as árvores ainda queimavam por todos os lados, mas a cornucópia permanecia intocada. Não dava mais pra se esconder. E ela sabia que o último competidor, quem quer que fosse, não estaria muito atrás.

Sem hesitar, ela se virou e pressionou as costas contra as de Oliver, sua mão ainda na dele por um tempo. "Está vendo alguém em algum lugar?"

"Não", ele admitiu, olhando ao redor cautelosamente. E isso não era bom. De repente uma faca passou voando por sua cabeça, e ele segurou a mão de Chloe com mais força. "Mova-se!" ele disse com urgência, soltando-a e rapidamente pegando o arco de seu ombro bom.

Ela se abaixou a tempo e então se virou na direção de onde a faca tinha vindo, uma de suas próprias facas voando um segundo depois. Mas não conseguia ver a pessoa, quem quer que fosse.

"Fico feliz que tenham ficado só vocês dois. Deixem-me fazer um favor a vocês, pombinhos, assim vocês não têm que viver um sem o outro", a voz masculina disse, embora Oliver também não conseguisse ver onde ele estava.

Chloe olhou rapidamente para Oliver e quando sua própria faca voou de volta, ela paralisou novamente. "Esconda-se atrás da cornucópia", ela arfou para Oliver, agarrando seu braço e arrastando-o na direção dela.

"Vai", ele disse, colocando uma flecha em seu arco e virando-se na direção da voz do outro homem.

"Não." Ela disse. "Vem comigo, vamos pegá-lo."

"Vai. Eu posso fazer isso", ele disse a ela, sem se virar.

"Não." Ela disse firmemente, atirando mais uma faca, só tinha quatro agora, e então segurou o braço bom de Oliver e começou a puxá-lo.

Outra faca passou voando por sua cabeça e ele arrancou o braço da mão dela, erguendo o arco e atirando uma flecha na direção de onde a faca tinha vindo. Um segundo depois o canhão soou e ele prendeu a respiração.

Chloe paralisou, seus olhos arregalando enquanto olhava para a floresta, só podia ter sido o outro homem, o que nem tinham visto seu rosto. E isso significava que agora só sobrava os dois.

Oliver olhou na distância por um longo momento, então abaixou o arco, prendendo a respiração enquanto se virava pra ela, uma expressão triste no rosto.

Seu estômago despencou e ela deu um passo pra trás e então pegou uma de suas facas.

"Espera", ele disse, abaixando-se e colocando o arco no chão e dando um passo na direção dela.

"Não." Ela disse a ele, erguendo o pulso e pressionando a faca contra ele, seus olhos se enchendo de lágrimas enquanto fazia o melhor para manter sua expressão vazia. "Se você fizer com uma flecha será mais rápido e menos doloroso, se eu fizer, será lento."

"Pára", ele sussurrou, pegando a faca dela, jogando-a fora. Ele levou a mão até o rosto dela, segurando-o gentilmente.

Chloe paralisou e olhou pra ele, engolindo em seco. "Então você vai fazer." Ela disse, seu coração batendo rápido.

Sem falar nada, ele desceu a cabeça e beijou suavemente sua boca.

Ela fechou os olhos com força por um mometo e então o beijou de volta com a mesma suavidade, seu peito apertado. Ela queria que ele voltasse e ajudasse Lois e Clark, mas saber que não ia poder vê-los novamente, que estaria morta em alguns minutos deixava tudo mais difícil.

"Eu tenho um plano." Sua voz mal era um sussurro contra seus lábios, seus narizes roçando.

Piscando os olhos, ela olhou pra ele, hesitando por um momento antes de passar os braços ao redor do pescoço dele e virar a cabeça na direção de seu rosto para esconder sua boca. "Que plano?"

Ele se mexeu como se fosse beijar seu pescoço, ao invés sussurrou em seu ouvido. "As framboesas. Ainda estão em sua mochila."

Ela fechou os olhos com força a isso e respirou fundo. "Vai ser rápido?"

"Se eu estiver certo, nenhum de nós vai morrer", ele murmurou, beijando sua mandíbula antes de se afastar e olhar pra ela.

Franzindo a testa, ela olhou pra ele, confusa. Queria perguntar mais, mas não podia. Ela sabia que estavam nas TVs de todo país ou o que quer que tenha sobrado dele. Não fazia sentido.

"Eu não vou matar você. E você não vai me matar, então essa é nossa única saída", ele disse baixinho, ajoelhando-se onde ela tinha deixado a mochila, pegando as framboesas venenosas que ela tinha colhido algumas horas antes. Ele pegou uma mão cheia delas, então pegou a mão dela, jogando algumas em sua palma e deixando o resto para si, desejando como o inferno que não estivesse errado.

"E se não funcionar?" Ela perguntou, olhando para as framboesas. Não fazia ideia do que faria com eles se não ia matá-los, mas se continuassem vivos, voltariam para o lugar onde estavam agora.

"Confia em mim", ele sussurrou, encontrando seu olhar.

Ela sabia que não havia outra opção neste momento e se sobrevivessem, com sorte ela poderia acordar antes dele e teria tempo suficiente para terminar as coisas. "Ok." Ela sussurrou e então levou uma framboesa aos lábios lentamente, observando-o.

Ele fez o mesmo, seu coração martelando dentro do peito. Tão alto que demorou um segundo pra ele perceber que havia um anúncio prestes a ser feito através das ondas aéreas e ele parou.

"PAREM!" a voz comandou. "Este ano, fizemos uma exceção às regras. Este ano, haverá dois vencedores nos Jogos Vorazes!"

Chloe parou, jogando as framboesas no chão um segundo depois e respirando fundo enquanto arregalava os olhos para Oliver.

Oliver olhou de volta pra ela, um pouco incrédulo que tivesse de fato funcionado, e um pouco aliviado. Depois de alguns segundos, ele sorriu e rapidamente a puxou para um abraço.

Ela passou os braços ao redor dele também, seu corpo de repente um pouco menos responsivo enquanto a tensão começava a se dissipar.

"Conseguimos", ele murmurou.

Apertando os lábios, ela assentiu levemente e fechou os olhos, apertando os braços ao redor dele. Ela não ia morrer. E não teria que impedir que ele se matasse. Ela ia ver Lois e Clark de novo e talvez, o plano deles desse certo com a ajuda de Oliver.

Ela deveria estar feliz, mas por alguma razão tinha parecido muito fácil. As coisas com Zod nunca eram fáceis. E ela sabia que ele não tinha absolutamente nenhuma compaixão por eles ou seu povo, então por que concordar com isso? Por que deixar os dois sobreviverem?"

***

Carter esperou impacientemente ela destrancar a porta de seu quarto, então entrou assim que ela abriu, fechando-a atrás dele. "Precisamos conversar."

Chloe olhou pra ele, vinha esperando que fosse Oliver já que não tinham conversado desde que foram tirados da arena. Não que tivessem tempo entre a coroação dos vitoriosos e serem empurrados logo de volta para o trem que seguiria para seu distrito. Mas estava aliviada que não fosse ele e irritada que fosse Carter. Realmente estava desejando que fosse Cat a esta altura. "O que foi? Seu trabalho está feito."

"Longe disso", ele disse, olhando pra ela atentamente. "O fato de vocês dois terem conseguido sair vivos é um milagre, mas seu trabalho está só começando."

Ele não fazia ideia do quão isso era verdade. Ou ela desejava que ele não soubesse porque não confiava nele. "Do que você está falando?"

"Você não faz ideia de porque foi permitido que vocês dois vivessem, faz?" Sua voz ficou ainda mais baixa.

"Eu sei que não é porque Zod nos acha um casal adorável." Ela disse secamente.

Carter suspirou. "É porque se vocês dois tivessem se matado lá, isso significaria que eles tinham perdido. Sem mencionar o fato de que teria causado uma revolta."

"Como eles teriam perdido?" Ela perguntou, balançando a cabeça. "Um humano a menos no mundo é mais do que eles poderiam esperar. Eu seriamente duvido que alguém além de talvez duas pessoas se importassem o suficiente com nossas mortes para causar uma revolta, Carter." Ela disse a ele, voltando para a cama.

Ele olhou pra ela duvidosamente. "Porque eles não foram capazes de controlar vocês. E você ficaria chocada com o número de pessoas que se importa com vocês dois. Seu apoio das pessoas no Capitólio foi impressionante. Eu nunca vi nada parecido."

Chloe olhou pra ele por um momento, cruzando as pernas sobre a cama. "Ok", ela disse, mesmo que não acreditasse nele, teria que ver alguns artigos sobre os Jogos antes de acreditar no que ele disse. "Então, o que você espera que eu faça com isso?"

"Você vai ter que fingir. Tem que fazer todo mundo acreditar que a razão pela qual você não conseguiu matar Oliver era porque estava tão apaixonada por ele que preferia morrer do que viver sem ele." Ele olhou pra ela intensamente. "Porque essa é a única chance que você tem de continuar."

Tudo que ela fez foi olhar pra ele. Ela balançou a cabeça e franziu a testa. "O quê? Como isso importa para alguém? Nós vamos voltar, vamos voltar para nossas vidas normais e eu provavelmente não vou vê-lo novamente depois da viagem de trem." Ela argumentou.

Carter revirou os olhos pra ela. "O mundo inteiro vai estar assistindo cada passo que vocês dois derem durante muito tempo. Você realmente acha que pode brincar com Zod e sair dessa assim tão fácil? A única chance que você tem é convencê-lo e o resto deles que vocês não estavam fingindo."

"Eu não estava!" Ela disse, balançando a cabeça. "Oliver deveria ter sido o campeão, era verdade quando eu disse pra ele me matar. Se alguém tinha um plano, era ele."

"Não importa. Eles estão todos convencidos que ele está apaixonado por você", ele respondeu.

"E daí? Continua sendo o plano dele e seu, vocês estavam só me usando pra fazê-lo sair de lá." Ela disse firmemente. "Eu não vou sentar e bancar a apaixonada quando eu voltar pra alimentar suas táticas idiotas."

"Então vocês dois serão mortos", ele a informou. "Ou pior, terminar como Dinah."

Chloe paralisou a isso e desviou o olhar à lembrança de Dinah, então balançou a cabeça. "O que aconteceu com ela?"

"Ela é uma Avox agora." Sua mandíbula travou e ele também desviou o olhar. "Eles são empregados. Cortaram a língua deles."

"O quê?" Ela paralisou, olhos arregalando. "Por quê? O que ela fez?"

"Rebelou-se contra eles. Por alguma razão. Eu não sei os detalhes." Sua voz ficou rouca e ele desviou o olhar novamente.

"Você estava envolvido?" Ela perguntou, estreitando os olhos.

"Se eu estivesse, estaria igual a ela agora", ele disse secamente.

"Ou talvez você tenha dado o fora e deixado ela lá pra levar a culpa", ela disse firmemente.

Ele deu um passo na direção dela, olhando feio. "Eu conheço aquela menina desde que ela era um bebê", ele disse, seus olhos estreitos e ferozes. "Não fale de coisas que você não entende, Garota."

"Você deveria seguir seu próprio conselho", ela disse a ele, sem esmorecer.

Ele sorriu, mas sem nenhum humor. "Então, é seu próprio enterro", ele disse, indo para a porta. "E o enterro de todo mundo que você se importa."

Chloe travou a mandíbula e olhou enquanto ele deixava seu quarto. Tinha parado de se importar com o que acontecia com ela há muito tempo. Mas a última coisa que queria era que Clark e Lois fossem feridos e ela não tinha dúvida que Carter estava certo sobre isso.

O que significava que ela teria que continuar nos Jogos. E concordar com qualquer situação em que Oliver os colocasse.

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Sequência: ...Ever In Your Favor

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