Fate (3/11)

Título: Destino

Resumo: Universo Alternativo baseado no começo da quinta temporada. Chloe já está frequentando a MetU e ainda não conheceu Oliver até que o destino decide que é hora dela entrar na vida dele.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: NC-17
Anterior: 01 :: 02

Oliver não se incomodou em levar a pasta pra casa naquela noite. Não havia razão. Não realmente. A diretoria não ia deixá-lo tomar nenhuma decisão mesmo. Não que ele pudesse culpá-los. Ele tinha feito um voto na ilha de que quando voltasse, seria diferente. Que faria a diferença. Ao invés, tudo que vinha fazendo era o mesmo que sempre fez -- estragar tudo que tocava.

Não podia dizer que karma não existia - estava recebendo o que merecia, um pouco de cada vez.

Depois de observá-lo por quase duas semanas, mais porque não conseguia pensar em como se aproximar dele, Chloe finalmente atravessou a rua quando ele deixou o prédio, seu coração batendo rápido contra o peito enquanto ajustava a bolsa no ombro. "Sr. Queen?" Ela chamou, apertando os lábios enquanto parava alguns passos atrás dele.

Ele prendeu a respiração e virou-se para a bela loira parada ali. Tentou se lembrar se já a tinha visto antes, mas não surgiu nada. "Sim?" Sua voz era incerta.

Agora que estava parada tão perto dele, estava ainda mais nervosa, mal conseguia se lembrar do que tinha planejado e isso nunca lhe acontecera.

Ela olhou por um segundo, então estendeu a mão. "Chloe Sullivan", disse baixinho.

Oliver olhou pra mão dela por um momento, então lentamente estendeu a sua, surpreendendo-se quando sentiu uma onda de eletricidade atravessá-lo enquanto apertava a mão dela.

Chloe também sentiu, seus olhos arregalando, seu estômago girando de repente, seu cérebro ficando em branco por um segundo. "Eu - é um prazer conhecê-lo."

"Igualmente", ele murmurou, parecendo quase tão chocado quanto ela. "Você precisa de alguma coisa?"

Ela engoliu em seco e lambeu os lábios, sua boca de repente seca e ela balançou a cabeça. "Eu... esperava que pudéssemos conversar?" Isso era horrível, ele nunca ia concordar em ir a lugar algum com ela desse jeito.

Ele piscou algumas vezes, ainda olhando pra ela. "Nós nos conhecemos?"

"Não", ela disse baixinho, "na verdade não."

"Então nunca nos vimos antes?" ele perguntou incerto.

"É sobre isso que eu queria conversar com você", ela disse, colocando o cabelo atrás da orelha nervosamente.

Oliver franziu a testa a isso. "Ok..."

Chloe suspirou frustrada e balançou um pouco a cabeça. "Olha, isso vai parecer loucura não importa de que jeito eu fale, mas o resumo é, eu estou aqui pra te ajudar. E eu sei que você não tem razões para acreditar em mim, muito menos confiar, mas é a verdade."

"Espera." Ele ergueu uma mão. "Me ajudar com o quê?" ele perguntou, um pouco perplexo.

"A colocar sua vida de volta nos eixos." Ela admitiu.

Ele piscou a isso, então estreitou os olhos pra ela, sua mandíbula travando. "Eu não preciso de ajuda."

"Você com certeza precisa", ela pontuou, dando um passo a frente. "Você está uma bagunça pelo que eu posso ver, e sua vida também."

"E você se importa porque...?"

"Porque você deveria estar fazendo a diferença, deveria estar ajudando as pessoas, não desperdiçando sua vida."

Oliver a encarou. "Alguém te mandou fazer isso?" ele perguntou, balançando a cabeça, sua voz tranquila.

"Não", bem, ela não achava que dizer que a versão mais velha dele, um marciano e um cara numa máscara ajudaria neste caso. Soava como o começo de uma péssima piada, sério. "Eu disse que ia parecer loucura, então estou disposta a fazer o que você precisar pra confiar em mim."

Ele prendeu a respiração e expirou devagar. "Olha, Senhorita Sullivan..." Ele correu uma mão pelo rosto cansadamente. "Eu tive um dia longo e estou exausto. Eu realmente não sei o que você quer aqui, mas tenho certeza que não vai ter dificuldade em encontrar outra pessoa para ajudar." Ele balançou a cabeça, virando-se para continuar seu caminho.

"Oliver, espera", ela chamou, indo atrás dele e esquecendo as formalidades. "Eu sei que você é capaz de fazer muito mais do que está fazendo agora", ela não sabia de nada, mas desejava que suas palavras pelo menos o fizessem parar. "Eu sei que você quer fazer mais."

Ele parou e lentamente se virou pra ela, olhos distantes desta vez. "Eu quero muitas coisas. Isso não significa que posso tê-las."

"Mas isso é algo que você pode ter", ela disse, indo até ele mais uma vez, sua voz mais suave desta vez. "Eu posso te ajudar a conseguir."

Ele prendeu a respiração ao encontrar os olhos dela mais uma vez, um pouco surpreso com a insistência. "Como?" ele não podia deixar de perguntar.

"Se pudermos ir a algum lugar pra conversar, eu explico", ou ela desejava que pudesse. "Qualquer lugar pra você saber que não estou tentando te prender em algum lugar."

Oliver olhou pra ela por um momento, então desviou o olhar. "Certo. Minha cobertura. Tudo bem pra você?"

"Sim", Chloe disse baixinho. "Contanto que esteja claro que não estou planejando dormir com você." Ela tinha algum senso de auto-preservação afinal.

Ele virou a cabeça para olhar pra ela mais uma vez. "Cristal", ele respondeu secamente.

Ela expirou e assentiu um pouco, ajustando a bolsa sobre o ombro. "Mostre o caminho", ela disse, embora soubesse exatamente onde ele estava indo.

Ele olhou pra ela por um momento, então balançou a cabeça, virando-se e movendo-se na direção de seu prédio.

Chloe supirou e apertou os lábios, ela tinha que relaxar e se recompor agora que ele lhe deu uma segunda chance. Vê-lo de perto deixava mais difícil falar com ele do que ela previra.

O outro Oliver parecia ter um brilho maior nos olhos do que este e ela sabia que seu trabalho era fazê-lo se sentir melhor sobre si mesmo e sua vida, de qualquer jeito, mesmo que isso significasse ajudá-lo a encontra outra pessoa que o fizesse feliz como sua outra versão fazia ao outro Oliver. Como o homem de máscara lhe disse, esta realidade era diferente.

***

Um pouco depois, Oliver a conduziu para dentro da cobertura, afrouxando a gravata enquanto se virava pra ela. "Você quer beber alguma coisa?" ele perguntou educadamente.

"Não, obrigada", ela disse, prendendo a respiração enquanto olhava ao redor da cobertura espaçosa.

Ele assentiu, observando-a por um momento, então apontando para o sofá. "Senta."

Chloe correu as mãos pelas laterais do corpo e assentiu enquanto ia até o sofá, prendendo a respiração e tentando pensar na melhor maneira de começar esta conversa.

Oliver manteve os olhos nela mesmo enquanto se movia até o pequeno bar do outro lado da sala e se servia de um copo de uísque, tomando um pequeno gole.

Ela se mexeu desconfortavelmente no assento e respirou fundo. "Você gosta de arco e flecha?" Ela perguntou finalmente, olhos nele. Esse era o pior encontro em que já esteve na vida.

De tudo que ela poderia dizer, essa era a última coisa que ele de fato não esperava ouvir. "...o quê?"

"Arco e flecha", ela repetiu, endireitando-se. "Tiro com arco, essas coisas, você é bom nisso?"

Ele olhou pra ela por um momento, então colocou o copo no bar antes de ir até ela. "Quem é você?"

Ela tentou fazer o possível para não rir da reação dele, ela definitivamente ia tomar como um sim. "Eu te disse, eu sou a Chloe."

"Como você sabe que eu gosto de arco e flecha? Que eu sou bom nisso?" Ele estreitou os olhos pra ela.

"Porque é nisso que você deveria estar se concentrando", ela disse, endireitando-se e olhando pra ele.

"Quem disse?" ele perguntou, perplexo, balançando a cabeça.

Chloe respirou fundo e colocou a bolsa no sofá antes de se levantar. "Você já considerou isso antes? Fazer mais do que só ajudar as pessoas por meio de caridades com seu dinheiro? De fato sair pelas ruas e salvar vidas?"

Oliver a encarou pasmo.

"Só responda esta única pergunta", ela disse baixinho, observando-o atentamente.

"Salvar vidas? Como? Pulando de telhado em telhado atirando flechas nos bandidos?" Sua voz era duvidosa.

"Bem, é um pouco mais complexo que isso", ela disse, sorrindo. "Mas é a ideia geral."

Ele piscou, encarando-a mais uma vez. "Você está falando sério?"

"Outras pessoas já estão lá fora fazendo isso, Oliver. Você tem as habilidades e pode treinar, por que não tentar?"

"Wow, espera. O que você quer dizer com outras pessoas já estarem fazendo isso?" Seus olhos estavam arregalados com a informação.

"Existem muitos vigilantes por aí, eu tenho pilhas de artigos no meu dormitório se você precisa de provas." Ela explicou calmamente, dando a ele tempo para digerir a informação.

Oliver correu uma mão pelo rosto. "Como aquele cara em Nova Iorque que supostamente pode escalar os prédios?"

"Homem Aranha", Chloe assentiu, sorrindo um pouco. "E o Borrão Azul e Vermelho em Metrópolis e o Batman em Gotham."

"Você está me dizendo que eles não são lendas urbanas? Que eles são reais?"

"Eu posso te dizer com cem porcento de certeza que pelo menos um deles é real", ela disse, seu coração acelerado.

Ele se virou, balançando um pouco a cabeça. "Isso é loucura."

"Eu sei", ela disse, suspirando. "Eu disse que parecia loucura, mas a verdade é, é possível e  eu posso te ajudar."

Oliver ficou em silêncio por um momento. "Por quê?"

"Porque é o que você deveria estar fazendo", ela disse baixinho. "E eu sei que em algum lugar dentro de você, você sabe que é verdade."

Ele se virou pra ela mais uma vez, olhando em silêncio.

Chloe inclinou a cabeça um pouco e o observou. "Você não sabe?" Ela perguntou.

"Isto é insano, Chloe."

"Eu sei que é..." ela respirou fundo e desviou o olhar. "Você não tem que me dar nenhuma resposta agora, eu posso deixar meu número e você pode me ligar quando estiver pronto pra falar sobre isso. "

"Por que você está se dando ao trabalho de fazer isso?" ele perguntou, olhando pra ela. "Você nem me conhece."

"Porque o mundo precisa de toda ajuda que puder ter", ela disse. Não achou que dizer a verdade ia ajudá-lo a acreditar nela, planejava contar, mas não agora.

Ele prendeu a respiração por um momento. "E é isso que você faz?"

"O que eu faço?" Ela perguntou, confusa.

"Sai por aí dizendo as pessoas para se tornarem vigilantes?" Ele ergueu as sobrancelhas pra ela.

"Oh" ela respirou fundo. "Eu só ajudei um antes", ela disse, sorrindo um pouco. "Mas talvez se funcionar com você, eu possa seguir carreira." Ela estava brincando. Em grande parte.

Oliver não tinha certeza do que dizer, então simplesmente olhou pra ela. "Oh."

Ela balançou um pouco a cabeça. "Eu só quero que você veja seu verdadeiro potencial", ela disse, seu peito de repente apertado. "Se decidir que não é pra você, eu vou te deixar em paz."

Ele a observou por mais um momento. "Você vai deixar seu número?"

Chloe sorriu um pouco e assentiu, ela foi até a bolsa e a abriu, procurando um papel e uma caneta e encontrando os dois um segundo depois, escrevendo então seu nome e número antes de entregar o papel a ele.

Ele olhou para o papel, então de volta pra ela, ficando em silêncio.

Ela manteve o olhar, seu coração pulando uma batida. "Eu sei que não estou dizendo muito sobre como te descobri ou porque quero te ajudar", ela disse baixinho. "Mas eu juro que vou responder todas as suas perguntas na hora certa."

"Eu te ligo quando tomar uma decisão."

O otimismo de Chloe despencou imediatamente e ela assentiu. "Foi bom conhecer você", ela disse baixinho, olhando pra ele por um segundo antes de pegar a bolsa e ir até a porta.

"Espera." Ele expirou suavemente, correndo uma mão pela nuca.

Prendendo a respiração, ela parou e virou-se pra ele mais uma vez. "Sim?"

"Eu não sei porque você está fazendo isso, mas uh... sério. Deve haver pessoas melhores que eu pra você ajudar." Sua voz era baixa.

Ela apertou os lábios e balançou um pouco a cabeça. "Você é necessário, Oliver", ela disse. "Você me preocupa, não eles."

Oliver olhou pra silenciosamente, então olhou para o chão.

"Me avise assim que tomar uma decisão", ela disse antes de se virar e ir para a porta mais uma vez.

Ele engoliu em seco, observando-a sair e sentindo-se um pouco atordoado.

Que diabos tinha acabado de acontecer?

_________

QUATRO

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