Fate (5/11)

Título: Destino

Resumo: Universo Alternativo baseado no começo da quinta temporada. Chloe já está frequentando a MetU e ainda não conheceu Oliver até que o destino decide que é hora dela entrar na vida dele.

Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação:NC-17
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O resto do caminho foi feito na maior parte em silêncio, ou em absoluto silêncio. Chloe sabia que o que quer que tivesse sentido, Oliver tinha sentido também. Mas ela não ia se concentrar nisso, ainda não. Ele poderia meio que confiar nela, mas ela sabia que ainda havia um longo caminho pela frente e agora que ele estava ali, ela tinha que se concentrar nele se tornar o Arqueiro Verde e em nada mais.

Ela destrancou a porta e abriu, então parou. Seu quarto parecia uma zona de guerra. Nem tinha pensado nisso quando o convidou e agora estava envergonhada.

"Hm, desculpe pela bagunça." Ela disse, entrando e colocando a bolsa e o café sobre a mesa, então puxando o edredom sobre a cama para pelo menos parecer que tinha sido feita. "Eu não esperava receber visitas." Ela estava feliz que não tivesse roupa suja fora do cesto, então a maior parte da zona era de papeis, livros e materiais de pesquisa, mas mesmo assim. Era estranho e embaraçoso.

"Está tudo bem", ele disse a ela, olhando ao redor, seu olhar imediatamente sendo arrastado para a parede mais longe, onde havia artigos e fotos espalhadas por todo lugar. Ele foi até lá com curiosidade, querendo ver melhor.

Chloe seguiu seu olhar e apertou os lábios, mantendo um olho nele enquanto tentava organizar o quarto. Ela não ficou surpresa que ele tivesse se interessado pelo Mural do Esquisito, a maioria das pessoas se interessava, mas não era o mesmo que ela tinha na Tocha, desde que descobriu sobre Clark, tinha lentamente se transformado de um mural de infectados por meteoros para um de misteriosas aparições de supostos vigilantes, e tinha se tornado basicamente isso desde que se mudou para Star City.

Oliver estudou a foto de primeira página do Clarim Diário que mostrava um close do Homem Aranha agarrado a lateral de um prédio depois de aparentemente ter evitado algum tipo de roubo. Ele moveu o olhar para um artigo sobre o Batman em Gotham, e então um sobre o Borrão Azul e Vermelho de Metrópolis. A parede estava coberta de artigos sobre todos eles, e mais outros dos quais nunca tinha ouvido falar antes. Ele apertou os lábios,  então virou-se pra olhar pra ela por sobre o ombro.

Ela ergueu uma sobrancelha pra ele e sorriu. "Eu te disse que tinha alguns artigos pra provar o que eu dizia."

Ele ergueu as sobrancelhas a isso, assentindo um pouco e olhando de volta para a parede. "Chloe, há quanto tempo você vem fazendo isso?"

"Reunindo artigos e fixando na parede? Desde que eu tinha nove anos", ela disse, sabia que não era o que ele estava perguntando, mas queria que ele fosse mais específico.

"Não, fazendo essa coisa toda..." Ele apontou para a parede. "De super heroi."

"Bem, oficialmente?" Ela disse, aproximando-se da parede. "Há um ano mais ou menos."

Ele assentiu um pouco, olhando para os artigos e as fotos. "Então você é amiga desse Borrão Azul e Vermelho?"

"Algo assim", ela disse, apertando os lábios enquanto o observava lendo os artigos.

"Então eu tenho que perguntar -- e eu realmente não quero ofender--" ele começou, a voz sincera. "--Por que você não está no Kansas, ajudando-o?"

"Eu ainda o ajudo", ela disse a ele e deu de ombros. "Mas ele já sabe o que está fazendo, não precisa mais de mim."

Oliver virou-se para olhar pra ela, suas mãos nos bolsos. "Tudo bem, é justo. Por que eu?"

"Por que não?" Ela disse, olhando pra ele. "Como eu disse, eu sei que você gosta de arco e flecha, obviamente sabe lutar bem se pode derrubar três caras enquanto está bêbado, sozinho, e você tem dinheiro para financiar o que precisar pra tornar isso possível."

"Eu não estava, na verdade", ele disse sem pensar.

"Não estava o quê?" Ela perguntou, inclinando a cabeça.

Ele parou. "Bêbado. Eu estava bebendo, mas não estava bêbado."

"Oh", ela sorriu um pouco a isso. "Bem, você ainda tem bons reflexos."

"Acho que sim", ele murmurou.

Chloe respirou fundo e olhou pra ele. "Eu não posso te treinar nem nada disso", ela admitiu. "Mas eu venho trabalhando num sistema de GPS que me permitiria ajudar você a ir onde você precisa estar." Ela tivera a ideia do outro Oliver e o fato de sua Chloe parecer estar falando no ouvido dele o tempo todo.

Ele ergueu as sobrancelhas a isso. "Então, você está se oferecendo pra ser o quê? Meus olhos no céu?" Ele inclinou a cabeça para o lado.

Ela sorriu e assentiu. "Algo assim."

Ele ficou em silêncio por um momento, observando-a. "Quantos anos você tem?"

Franzindo um pouco a testa, ela ergueu as sobrancelhas. "Vinte", ela disse a ele.

Oliver assentiu um pouco, respirando fundo e expirando devagar. "Eu posso sentar?"

"Sim, claro", Chloe disse baixinho, apontando para a cama já que sua cadeira do computador estava cheia de coisas. "Você quer beber alguma coisa? Eu tenho água e coca."

Ele considerou, então assentiu. "Água seria ótimo. Obrigado." Sua voz era baixa e ele se sentou na beira da cama, observando-a.

Assentindo, ela abriu o mini-freezer e pegou uma garrafa de água, então pegou seu café e entregou a água a ele. "Aqui está."

Oliver prendeu a respiração quando seus dedos se tocaram ao pegar a água.

Chloe engoliu em seco e afastou a mão antes de se sentar também na cama. "Eu sei que você tem muitas perguntas."

"Isso tudo parece ser bem perigoso." Ele olhou pra ela.

"Sim", ela concordou baixinho. "Se você concordar com isso, vai precisar se sentir física e mentalmente preparado antes de se aventurar lá fora e eu posso garantir que o Borrão esteja por perto para te dar cobertura se precisar, pelo menos no começo."

"Eu estava falando pra você." Ele descansou os cotovelos nos joelhos.

"Oh", ela franziu um pouco a testa e balançou a cabeça. "Eu não vou sair pra lugar nenhum. Eu só vou fazer pesquisa e ajudar você o quanto eu puder."

Ele olhou pra ela, assentindo levemente. "Eu só não quero que você acabe ferida por alguma coisa que eu faça." Ele olhou pra baixo. "Eu estrago bastante as coisas."

"Você precisa ter um pouco mais de fé em si mesmo, Oliver", ela disse baixinho, observando-o.

Ele olhou pra ela. "Por que você tem essa fé em mim?" Ele balançou a cabeça. "Você mal me conhece."

"Eu te contarei eventualmente", ela prometeu. "Mas eu não acho que você esteja pronto pra ouvir ainda."

Oliver piscou, então ergueu as sobrancelhas. "Você sabe, não são muitas as pessoas que tem coragem de dizer isso pra mim."

Chloe deu um risinho e deu de ombros. "Eu não estou na sua folha de pagamento, além do mais, depois de tudo isso, você já deve achar que eu sou louca mesmo."

"Eu não acho, pra dizer a verdade." Ele olhou pra ela. "Pelo menos não quanto a isso." Ele apontou na direção do Mural do Esquisito.

"Oh?" Ela ergueu as sobrancelhas e então sorriu. "Eu acho que isso só prova que eu tenho razão sobre você ser diferente, a maioria das pessoas pensaria."

Oliver correu uma mão pelo rosto e expirou, levantando-se e voltando a estudar a parede. "Você realmente acha que sou capaz de fazer isso?" Ele apontou para a foto do Homem Aranha resgatando um bebê de um prédio em chamas.

"Talvez não exatamente deste jeito", ela disse, levantando-se também. "Você vai precisar de algum tipo de equipamento", ela disse, dando um risinho. "Mas sim, eu sei que você pode fazer algo assim."

Ele se virou pra ela, perguntando-se qual a razão do risinho no rosto dela. "Eu nem saberia por onde começar."

"Bem", Chloe disse, apertando os lábios e indo até sua mesa, pegando o fichário. "Você precisa garantir que suas habilidades com o arco e flecha sejam realmente boas já que serão a maior parte de tudo", ela disse, virando-se pra ele. "Então podemos estudar o que os outros estão fazendo e ver como adaptamos a você. Você tem algum engenheiro na sua equipe?"

"Minha equipe?" Oliver franziu a testa e balançou um pouco a cabeça.

"Sabe, na sua empresa, alguém em quem possa confiar?"

Ele prendeu a respiração e expirou devagar, sem olhar direito pra ela. "Não exatamente, não." Ele ficou em silêncio por um momento. "Eu não tenho o controle da empresa no momento."

"Mas a empresa é sua", Chloe disse, franzindo a testa.

"No nome, sim", ele disse baixinho. "Eles também acharam que eu estava morto nos últimos dois anos. Tem sido mais do que um pouco difícil. Especialmente porque eu nunca dirigi a empresa antes."

Chloe franziu a testa e balançou a cabeça. "Eu tenho certeza que tem algumas  ações legais que você pode usar para tomar o controle."

Oliver ficou em silêncio por um momento. "O presidente do conselho... Jack Brown. Ele não parece acreditar que meu pai ia querer que eu tivesse o controle."

"Ele provavelmente é só um homem ambicioso, Oliver, a empresa é sua por direito, por sangue", ela disse, franzindo a testa. "Ele pode dizer o que quiser sobre o que ele acha que seu pai ia querer, mas a verdade é, ninguém pode ter certeza disso."

Ele refletiu. "Talvez", murmurou.

Chloe deu de ombros. "Eu não sou advogada, mas sou boa em pesquisar. Se você quiser, eu posso procurar casos similares ao seu. Acho que Bruce Wayne  passou pelo mesmo com a empresa dele há não muito tempo atrás."

Oliver inclinou a cabeça para o lado. "Sim, eu deveria ligar pra ele. Já faz um tempo." Ele correu a mão na nuca.

"Você o conhece?" Chloe franziu a testa curiosamente.

"Nós frequentamos Excelsior juntos", ele disse a ela, assentindo.

"Oh", Chloe assentiu e sorriu. "Minha pesquisa não chegou tão longe."

"Talvez eu te conte sobre aqueles dias em algum momento." Ele esboçou um sorriso.

"Parece fascinante", ela disse, sorrindo pra ele. "E eu tenho certeza que ele pode ajudar mais do que eu neste caso."

"Talvez." Ele manteve o olhar, parando. "Sabe... você tem olhos muito bonitos."

Ela paralisou completamente, seus olhos arregalando um pouco enquanto olhava pra ele, sendo pega completamente de surpresa pelo elogio. "Oh. Obrigada."

Oliver sorriu a isso. "De nada", ele disse baixinho.

Chloe piscou e moveu o pesado fichário que estava segurando. "Eu- enfim, eu  reuni tudo isso pra você, são alguns artigos falando sobre o que os outros estão fazendo e algumas ideias sobre o que você pode precisar."

Ele prendeu a respiração e se sentou ao lado dela, olhando para o fichário por um momento. "Você sabia que eu cederia." Não era uma pergunta.

Segurando um sorriso, ela entregou o fichário pra ele gentilmente. "Eu estava cautelosamente otimista?"

Oliver ergueu uma sobrancelha pra ela e pegou o fichário. "Obviamente", ele disse com certa diversão.

Ela se mexeu na cama para ficar de frente pra ele, o fichário entre os dois. "Verde é sua cor favorita?" Chloe perguntou baixinho.

Ele encontrou seus olhos. "Eu nunca pensei nisso de fato, mas acho que sim."

Chloe apertou os lábios e assentiu um pouco. "Eu realmente sou péssima no desenho, mas tem uma ideia para um traje aí também."

Ele piscou, olhando pra ela com uma genuína surpresa antes de folhear o fichário.

Ela prendeu a respiração e o observou atentamente enquanto olhava o fichário, os círculos escuros sob seus olhos estavam definitivamente melhor mas ainda assim ele não parecia... leve como o outro Oliver, era como se ele sentisse culpa por alguma coisa ou como se tivesse algo pesado em seus ombros. Ela não fazia ideia do que era, havia muito sobre ele que ela ainda não sabia, mas se encontrou querendo descobrir cada detalhe que pudesse, então ela o conheceria muito bem tanto quanto o outro Oliver parecia conhecê-la.

Oliver estudou os desenhos que encontrou, erguendo as sobrancelhas ao ver a  quantidade de detalhes envolvida. Ela tinha até pintado, de verde. "Wow", ele murmurou.

Chloe apertou os lábios. "Como eu disse, eu não sou muito boa em desenhar,  mas talvez isso lhe dê algumas ideias?" Ela disse baixinho, ficando vermelha. Ela tinha refeito os desenhos muitas vezes até conseguir colocar todos os detalhes do uniforme do outro Oliver.

"Eu gosto", ele disse, olhando pra cima e parando quando percebeu que ela estava ficando vermelha. Ele lhe ofereceu um pequeno sorriso.

Ela sorriu e então assentiu, se mexendo. "É só para te dar algumas ideias."

Ele manteve o olhar por um momento, procurando os olhos dela. "Obrigado."

Ela prendeu a respiração e assentiu um pouco. "De nada", ela disse baixinho. "Como eu disse, eu estou aqui pra te ajudar."

Ele assentiu levemente. "Eu acredito nisso", ele murmurou.

Seu peito apertou a isso e Chloe assentiu, procurando os olhos dele. "Obrigada", ela sussurrou.

Oliver prendeu a respiração enquanto ela olhava pra ele. "O que fazemos primeiro?"

A resposta que surgiu em sua mente não era exatamente apropriada, então ela se mexeu um pouco na cama e respirou fundo. "Bem, eu estou trabalhando no sistema GPS, então você pode começar trabalhando no que acha que seu corpo precisa e descobrimos como produzir seus equipamentos e traje."

"Como seu amigo conseguiu o dele? Ou... uh, dela?" Ele coçou a cabeça.

"Ele realmente não tem um", Chloe admitiu. "Ele só veste roupas azuis e vermelhas, mas você precisa de proteção extra", ela disse a ele, franzindo um pouco a testa enquanto tentava pensar.

Ele ficou em silêncio por um longo momento. "Eu poderia fazer eu mesmo."

"Você sabe costurar?" Ela perguntou, olhos arregalados.

Ele deu risada ao olhar no rosto dela. "Sim. Excelsior não foi mais do que uma lição de auto-suficiência." Ele parou. "E então teve toda a coisa de 'viver numa ilha' sozinho por dois anos."

Chloe não pôde deixar de sorrir quando ele deu risada, seus olhos brilhando enquanto o observava e assentia. "Ninguém pode dizer que você não é um homem de muitos talentos."

Ele sorriu de volta pra ela. "E aparentemente eu encontrei alguém à altura."

O coração dela pulou uma batida e ela balançou a cabeça, envergonhada. "Eu posso ordenar e comprar tudo que você precisa", ela disse, "desse jeito ninguém conseguirá ligar seu nome a nada disso."

"Eu agradeço", ele disse sinceramente. "Mas é melhor usar um nome falso só por precaução."

Ela refletiu por um momento, então assentiu. "Posso fazer isso."

"E eu pagarei por tudo", ele acrescentou.

Chloe sorriu um pouco e assentiu. "Bom, porque eu duvido que pudesse comprar."

Ele sorriu de volta pra ela. "Vamos realmente fazer isso?"

Ela se endireitou e assentiu um pouco, observando-o atentamente. "Se você estiver disposto." Ela disse, seu rosto inteiro brilhante, seu coração batendo rápido.

O olhar no rosto dela quase o fez perder o ar. "Vamos ao trabalho."

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SEIS

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