In Our Hands (16/27)

Título: Em Nossas Mãos
Resumo: "As palmas não mentem, Oliver." Zatanna aclamou enquanto ele afastava a mão. "Você tem um filho."
Autora: slytherinpunk

Classificação: R (eventualmente NC-17)

Spoilers: segue os acontecimentos até o terceiro episódio da décima temporada e segue AU depois disso. Oliver nunca se revelou como Arqueiro Verde e Tess nunca comandou a Watchtower.

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Chloe estava no fogão fazendo ovos quando respirou fundo sem tossir e sorriu. Fazia três dias desde a noite em que ficou doente e estava se sentindo quase cem porcento melhor. Podia ouvir Oliver e Connor no andar de cima e seu sorriso aumentou.

Quando acordou essa manhã, Oliver já tinha arrumado Connor pra levar a escola, então ela escovou os dentes, vestiu um short e uma camiseta, que era uma de Oliver que ele tinha lhe dado quando começaram a namorar oficialmente, mais uma das coisas que ele disse que era para fazê-la se lembrar dele enquanto ele estivesse fora. E ela guardou todos esses anos por essa exata razão, de algum jeito a fazia se sentir mais perto dele.

Ela suspirou enquanto se afastava do forno, pegando dois pratos e dois copos antes de levá-los até a mesa. Chloe voltou para o forno, levantando a panela e colocando uma boa quantidade de ovos em cada prato. Ela colocou a panela de volta no forno e acrescentou algum bacon. Enquanto cozinhava seus pensamentos vagaram até Oliver e como ele tinha passado os últimos três dias cuidando não só de Connor, mas dela também.

Ele garantia que o filho deles estivesse de pé e pronto para a escola, levava, buscava, levava para o treino, fazia o café, almoço e jantar. Ele tinha basicamente assumido as tarefas dela e ainda conseguir ficar por perto e passar algum tempo pra ela não se sentir muito sozinha presa na cama. Eles não conversavam muito na verdade, mas tinham terminado de assistir os vídeos dos jogos de Connor e alguns de quando ele era bebê, dos primeiros passos, primeiras palavras e tentou passar o tempo em que Connor estava na escola se atualizando sobre tudo que tinha perdido.

Tinha sido uma agradável surpresa... não só passar o tempo com ele, mas saber que tinha alguém com quem contar... alguém pra ajudar... quase como quando eram um time. Ela engoliu em seco ao som da cafeteira a acordando de seus pensamentos. Ela pegou o bacon e colocou algumas fatias no prato de Connor antes de servir um pouco de presunto no prato de Oliver.

Cinco minutos depois o fogão estava desligado e os pratos prontos e esperando. Chloe foi até a geladeira e pegou o suco de laranja, servindo os copos quando ouviu os passos se aproximando. Ela sorriu e balançou a cabeça, sabendo que os dois não conseguiriam ser silenciosos nem por dinheiro.

Connor apareceu na cozinha e sorriu quando viu Chloe perto da mesa. "Mãe!" Ele correu pela cozinha e se jogou contra ela, abraçando sua cintura. "Você está de pé!"

Ela riu e beijou o alto de sua cabeça. "Claro que estou, garoto." Chloe bagunçou seu cabelo antes de olhar para Oliver que entrava. O cabelo dela estava um pouco bagunçado e ela lhe deu um sorriso torto, rosto se suavizando enquanto falava com Oliver. "Ei."

Ele sorriu, seu rosto se iluminando. "Ei, que bom que você está fora da cama." Ele viu sua aparência, os olhos vendo a camiseta que era dele. Ele engoliu em seco, incerto do que isso podia significar, se é que significava alguma coisa, e forçou os olhos de volta ao rosto dela. "Você está se sentindo melhor?"

Chloe assentiu. "Muito melhor, obrigada..." Ela olhou para Connor com um sorriso. "Mas senti falta do meu garoto. Não pude passar muito tempo com meu homem preferido e senti sua falta."

Connor deu risada e a apertou com mais força antes de soltá-la e ir para a mesa. "Eu também senti sua falta, mãe... eu estava perguntando ao Oliver quando ele achava que você ia estar melhor. Eu não queria ir para o jogo sem você amanhã." Ele sentou na cadeira e franziu o nariz olhando para a comida. "O que é isto?"

Chloe olhou para Connor e trocou os pratos, humor em sua voz. "É o café do Ollie. É presunto... ele adora e eu acho que bacon é o seu preferido. Então eu quis fazer os dois." Ela deu um beijo no alto da cabeça de Connor e foi até a cafeteira se sentindo um pouco incerta sobre suas ações.

Vinha tentando ser legal, mas talvez não devesse se incomodar. Não queria deixar as coisas estranhas... Oliver tinha passado os últimos três dias cuidando dela e ele não tinha que fazer isso. Ela só queria retribuir um pouco. Imaginou que ele não devia odiá-la muito se estava lhe ajudando, certo? As pessoas só conseguem ser legais até certo ponto... E talvez ele não a odiasse tanto quanto ela imaginou...

Seu coração aqueceu ao pensamento até a parte racional tomar conta, a possibilidade de ele estar cuidando dela apenas por ser a mãe do filho dele e também a oportunidade dos dois ficarem sozinhos. Ela mordeu o lábio enquanto enchia sua caneca favorita com café.

Oliver sorriu, puxando a cadeira para se sentar. "Obrigado pela atenção." Ele pegou o garfo e franziu a testa quando não viu um prato na cadeira dela. Virando-se ele olhou para Chloe no balcão. "Onde está sua comida? Você acabou de melhorar, deveria comer."

Chloe fez uma cara e se virou para Oliver enquanto se recostava contra o balcão, café na mão. "Eu vou fazer torradas pra mim... meu estômago ainda não está muito bom e o cheiro de ovos não caiu bem enquanto eu estava fazendo."

Ela foi até a mesa e colocou a caneca ali antes de voltar para o balcão e pegar duas fatias de pão e colocar na torradeira.

Connor levou um garfo cheio de ovos na boca e engoliu antes de olhar para Chloe, a voz curiosa. "Como você sabe o que o Oliver gosta no café da manhã?"

Chloe olhou para seu filho e clareou a garganta enquanto as torradas ficavam prontas e foi pegar a manteiga. "Bem... trabalhávamos juntos." Ela passou a manteiga nas torradas e foi para a mesa, sentando-se e dando uma mordida.

Connor ergueu uma sobrancelha pra eles, mastigando um pedaço de bacon antes de falar. "Oh... então Oliver sabe qual é sua comida favorita?"

Chloe quase engasgou e Oliver lutou para não dar risada. "Sim. Do mesmo jeito que eu sei qual é o café e a sobremesa que ela mais gosta."

Chloe levou a mão até o pescoço e se recostou na cadeira, os olhos de Connor deixando Oliver e olhando brevemente pra ela antes de dar um risinho e olhar de volta pra ele. "O que mais você sabe sobre a minha mãe? Como ela era antes de me ter?"

Oliver engoliu em seco, e se recostou na cadeira. "Ela era tão esperta, mandona e linda como é agora." Ele olhou para o prato e aproveitou a oportunidade para pegar mais presunto e evitar o olhar de Connor enquanto comia.

Connor parou, o bacon a centímetros da boca. "Você acha minha mãe bonita?" Connor inclinou a cabeça para o lado e olhou para Chloe que estava com o rosto vermelho. Connor apertou os olhos e deu de ombros. "É verdade. Alguns professores dizem que ela é bonita também. Mas como ela era? Você sabe tudo sobre seus empregados. Como vocês viraram amigos?" Connor olhou para sua comida e comeu mais um pouco de ovo enquanto Chloe olhava para Oliver e colocava um pé na cadeira esperando pra ver como ele iria responder a pergunta de seu filho.

"Uh..." Oliver lambeu os lábios nervosamente. "Sua mãe e eu... nós..." Ele olhou para Chloe esperando alguma ajuda, mas não encontrou nenhuma enquanto ela olhava pra ele, sobrancelha erguida e tomando outro gole de café. "Nós somos amigos... muito bons amigos, certo?"

Connor franziu a testa. "Eu não sei as comidas preferidas de Nick..."

Oliver assentiu. "Ok..." Ele olhou para o teto, tentando encontrar uma explicação razoável para uma criança de seis anos. Olhou de novo para Connor. "Sua mãe não era igual às outras pessoas que trabalhavam comigo. Eu via ela mais vezes, e às vezes almoçávamos e jantávamos juntos. Sabe, é assim que fazemos amigos quando crescemos. Pessoas se conhecem desse jeito", ele deu de ombros o mais indiferentemente que conseguiu.

Connor apertou os lábios e apontou o garfo para Oliver. "Bem, como você sabe o que ela gosta no café se vocês só almoçavam e jantavam?" Ele deu de ombros e olhou para a comida antes de terminar de comer o ovo. "Não faz sentido..." Chloe mordeu o lábio para se impedir de dar risada e olhou para Oliver com diversão.

Oliver teve que suprimir um gemido. "Bem... amigos também tomam café da manhã juntos."

Chloe deu risada não conseguindo mais segurar. "Por que você está enchendo o Oliver, docinho?"

Connor olhou para Oliver com um risinho nos lábios. "Porque ele deixa... e porque eu não sei o que você fazia na América e ele pode me contar. Você sempre foi assim desse jeito-mãe? Onde estão seus outros amigos? Sua casa era igual a esta?"

Chloe respirou fundo e olhou para o café enquanto Connor se recostava na cadeira. Ele estava fazendo muitas perguntas, coisa que não fazia antes. Ela olhou de volta para seu filho e deu um pequeno sorriso. "Eu cuidava da segurança dos computadores para a empresa do Oliver... E não, eu não tinha um jeito-mãe." Ela riu e deu de ombros. "Não até você aparecer... eu vivia num apartamento e... bem, acho que meus amigos continuam fazendo o mesmo que faziam antes..." Ela clareou a garganta e olhou para o relógio. "Está ficando tarde, querido, é melhor ir pegar sua mochila pra não se atrasar para a escola."

Connor suspirou, mas assentiu e saiu da mesa indo para as escadas. Chloe olhou para Oliver pelo canto do olho enquanto tomava outro gole de café.

Oliver lhe deu um olhar aliviado. "Você é tão boa com ele... como você não entra em pânico quando ele começa a fazer todas essas perguntas?" Uma risada lhe escapou. "Quer dizer, eu me sinto sendo investigado pela polícia..."

Chloe olhou pra ele com um sorriso. "Você vai aprender... Ele é como um mini-pitbull, se sente o cheiro do medo vai continuar latindo. E ajuda eu tentar ser honesta com ele o máximo possível. A maior parte das coisas que eu digo a ele é verdade, com certos detalhes deixados de fora... ajuda quando não tenho que mentir. Quando ele era mais novo, as perguntas sobre meu passado eram mais fáceis de se livrar... eu costumava dizer que queria deixar o passado pra trás e me concentrar no agora..."

Ela lambeu os lábios, olhos caindo na caneca enquanto continuava a falar. "Mas agora... é mais difícil e não é tão fácil se livrar das mesmas perguntas. Embora ele nunca tenha perguntado muito sobre meu passado. Deve ser sua presença, ele está curioso agora..." Ela deu risada e balançou a cabeça. "Acho que os segredos sempre encontram um jeito de vir à tona..."

Chloe suspirou e criou coragem suficiente para olhar para Oliver. Ela hesitou antes de falar, a voz suave. "Obrigada... pelos últimos dias. Eu passei tanto tempo fazendo tudo sozinha... esqueci como é ter alguém disposto a ajudar e honestamente, se fosse outra pessoa com Connor nesses últimos três dias... eu provavelmente ainda estaria doente com o pânico, mas eu sabia que não tinha nada com que me preocupar... porque ele estava com você."

O coração dela apertou enquanto desviava o olhar de volta para o café, dedos tamborilando ao lado nervosamente. "E você não tinha que cuidar de mim e tudo mais... mas você fez, mesmo que seja só porque sou a mãe de Connor... foi muito legal da sua parte e... eu agradeço. Então, obrigada por estar aqui", ela parou de falar e tomou um gole de café, tentando ignorar o desejo de passar os braços ao redor dele.

Ela vinha se encontrando com vontade de estar perto dele mais do que o normal. Tanto que quase pediu pra ele não deixá-la sozinha no quarto na noite anterior quando estava adormecendo e doía quando a realidade da situação dos dois voltava à sua mente. Oliver tinha outra pessoa... e mesmo que não tivesse, não a queria.

Oliver segurou a mão dela, o olhar sério. "Chloe, eu não fiz porque você é a mãe dele..." Ele olhou para a mesa e lambeu os lábios nervosamente antes de encontrar novamente seus olhos. "Eu fiz porque me importo..."

Ela assentiu tentando não ficar muito emocional enquanto falava, sem se preocupar em afastar a mão. "Claro que você se importa... Quer dizer, eu sei que é importante pra você que Connor tenha a nós dois... eu sei que você sabe como é não ter os pais... e eu sei que agora que você sabe sobre ele vai sempre querer garantir que estejamos bem... e eu agradeço isso", ela olhou de volta para o café, seu dedo roçando a mão dele inconscientemente.

Oliver assentiu, mas franziu a testa. "Eu sempre vou fazer tudo que puder pra cuidar de vocês dois..." Ele engoliu em seco, incerto se estava sendo invasivo. "Apesar de tudo que passamos... e mesmo se Connor não estivesse aqui... eu ia querer cuidar de você..."

Connor desceu as escadas correndo, entrando na cozinha e jogando a mochila no chão perto da cadeira. "Mãe, você vai voltar a trabalhar hoje?" Connor franziu a testa, vendo a mão de Oliver sobre a mão de sua mãe. "Por que vocês estão de mãos dadas?"

Clareando a garganta, Oliver sorriu e deu um tapinha na mão de Chloe. "Eu só estava dizendo à sua mãe que estou feliz porque ela está melhor."

Connor o estudou por um momento antes de voltar para sua cadeira e terminar o café, mas pareceu engolir a desculpa de Oliver. Ele olhou de volta para sua mãe. "Então, você vai trabalhar hoje?"

Chloe ficou confusa com as palavras de Oliver, não sabendo exatamente o que elas significavam. Afinal, ela ficou longe seis anos e a única coisa que o fez procurar por ela foi descobrir que tinha um filho... então, obviamente não era sobre ela.

Ela se virou para Connor e balançou a cabeça. "Não... a escola tem uma exibição de arte esta noite que eu preciso ir... então, vou descansar durante o dia pra estar bem durante a noite." Ela deu a seu filho um pequeno sorriso e estendeu a mão para alisar o cabelo dele. "Alguma chance de você me fazer companhia esta noite, homenzinho? Ser meu acompanhante?"

Connor sorriu. "Eu sempre sou seu acompanhante."

Chloe sorriu. "É sim... o melhor acompanhante que uma garota pode ter." Ela olhou para o relógio. "É melhor vestir o casaco, está quase na hora de ir." Connor inclinou a cabeça, pegou o prato e colocou na pia e correu para pegar o casaco.

Chloe olhou para Oliver e falou hesitantemente. "Você se importa de levá-lo de novo? Ainda estou com um pouco de dor de cabeça... e você é mais do que bem-vindo a ir com a gente hoje à noite... quer dizer, se você quiser... você não tem que ir nem nada. Eu entendo completamente se você precisar de uma noite de folga, afinal você cuidou de tudo sozinho esses últimos dias..." Ela parou de falar enquanto mordia o lábio e dava a ele um sorriso tímido.

Oliver sorriu. "Eu não me importo de levá-lo." Ele terminou o café e se levantou, pegando o prato de levando até a pia. Virando-se, ele sorriu quando Connor voltou com o casaco e pegou a mochila.

"Eu adoraria ir esta noite", Oliver disse a ela. "Isso se o seu acompanhante não se incomodar de ter uma vela por perto."

Connor deu risada. "Não, eu não me importo." Ele jogou a mochila nas costas. "Você pode ver as coisas legais que os estudantes fazem lá. Alguns enchem uma mesa inteira, tem as coisas que as crianças fazem também."

Ele foi até sua mãe enquanto falava com Oliver. "É mais para a família, ano passado eu fiz uma pintura... mas eu usei as mãos e não o pincel..." Connor deu de ombros e beijou o rosto de Chloe. "Eu te amo, mãe, que bom que você melhorou."

Ela sorriu e arrumou a mochila no ombro dele. "Eu também, querido." Ela olhou para Oliver que vestia o casaco e foi até o balcão pegar o lanche de Connor. "Vocês dois tenham um bom dia... Acho que eu vou com o Ollie te buscar hoje, bebê."

Connor assentiu. "Ok."

Ela apertou o braço de Oliver levemente antes de dar tchau pra eles.

Oliver sorriu, vestindo o casaco enquanto tentava ignorar o toque de Chloe que fez seu pulso acelerar, e seguiu Connor até o carro. Connor continuou falando sobre a exposição. Falou sobre como Chloe era a professora preferida de alguns estudantes, e que todos os alunos dela eram legais com ele. Parecia que Chloe envolvia Connor em cada aspecto da sua vida, e também nunca o deixava fora de vista, a não ser na escola.

Pelo que Connor lhe disse enquanto iam até a escola, ele nunca teve uma babá, e Oliver suspeitava que Chloe não confiava em ninguém com o filho deles. E não a culpava. Estava perto dele há poucas semanas e já sentia o avassalador instinto de proteger Connor de tudo e de todos.

Estacionando o carro, ele desejou um bom dia a Connor, deu tchau e o observou subir os degraus da escola.

Oliver esperou até as portas se fecharem, o sinal tocar e só então foi embora. Ele foi até a cafeteria que tinha visitado antes, perto da escola. Estacionando o carro, ele entrou e pegou um copo do café favorito de Chloe e um café pra si mesmo.

Seu telefone tocou enquanto ele esperava e viu o número sem identificação e respondeu mesmo assim, saindo da fila. "Queen."

"Então, como vão as novas responsabilidades paternas?" Uma voz feminina e familiar falou do outro lado da linha, com humor.

O canto de sua boca tremeu, fazendo-o sorrir e balançar a cabeça. "Zatanna... Como você conseguiu meu número?"

"Eu passei na Watchtower pra ver o Vic e pedir ajuda para encontrar um livro do meu pai, e enquanto estava lá ele me contou que você estava na Alemanha."

Oliver assentiu. "Sim. Graças a você. Sem sua ajuda eu nunca saberia por onde começar a procurá-los."

Zatanna parou por um momento antes de falar de novo. "Fico feliz por ter feito aquela leitura da sua mão... Estou muito feliz por você tê-los encontrado, Oliver."

Ele apertou o telefone. "Eu também... meu filho é..." Oliver respirou fundo. "Deus, ele é maravilhoso."

"Que bom que você está conhecendo uma parte de você que não sabia que existia", Oliver podia praticamente ver o sorriso no rosto dela. "Como vão as coisas, afinal?"

"Bem, muito bem. Eu estou aprendendo muito sobre ele", ele deu risada.

Outro momento silencioso se passou antes de Oliver ouvir Zatanna falar novamente. "E Chloe? Como vão as coisas entre vocês dois?" Ela perguntou curiosa.

Oliver gelou, sentindo o coração disparar. "Chloe e eu estamos... tentando resolver as coisas." Ele engoliu em seco. "Ainda não contamos a ele... queremos esperar até ele me conhecer um pouco melhor."

"Posso dar um pequeno conselho?" Ela inquiriu.

Ele deu uma curta risada. "Acho que sim. Você é a razão pra eu estar aqui, afinal."

Zatanna respirou fundo antes de falar. "Você deveria contar a Chloe como se sente."

Oliver expirou. "Olha, Z, eu agradeço o conselho... mas isso não é sobre Chloe e eu."

"Não? Ela é a razão pra você estar aí... O relacionamento de vocês é a razão pra vocês terem um filho... Oliver--"

"Vic te ajudou a encontrar o livro que você estava procurando?" Ele interrompeu, querendo mudar de assunto.

"...Não, eu estou na Romênia agora e ainda procurando", seu tom deixava claro que sua testa estava franzida à tentativa dele de mudar de assunto. "Oliver, você pode não querer ouvir isso, mas pra realmente fazer parte da vida de seu filho, você precisa encarar seus sentimentos por Chloe." Quando ele não respondeu, ela continuou, sua voz suave. "Eu vi suas linhas do destino, Oliver... e do seu coração. Você está partido desde que ela foi embora."

Respirando tremulamente, Oliver lambeu os lábios nervosamente e tentou ignorar o aperto no estômago. "Claro que eu estava... ela..." Ele suspirou. "Z, eu agradeço que você esteja tentando consertar tudo na minha vida... mas você não pode usar magia para Chloe se apaixonar por mim de novo." Ele olhou ao redor da cafeteria, percebendo que agora só havia um cliente e o barista esperava pacientemente ele fazer seu pedido.

"Obrigado de novo, Z, mas eu tenho que ir. Tenho uma web conferência com a Queen Industries em algumas horas e preciso me preparar." Ele sorriu enquanto se despedia, desejando a ela boa sorte na procura pelo livro antes de ir até o balcão, fazendo seu pedido.

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Oliver tentou ouvir atentamente enquanto Connor mostrava a escola e esperavam Chloe. Mas as palavras de Zatanna continuaram preocupando sua mente durante todo o dia. Ele e Chloe não tinham interagido muito, então foi mais fácil não deixar os pensamentos vagarem. Assim que entregou o café pra ela, ela sorriu e agradeceu antes de ir terminar de corrigir as provas dos alunos e ele foi se preparar para sua reunião na sala.

Ele pegou o laptop em uma de suas bolsas e reviu alguns arquivos. A reunião demorou mais do que ele tinha esperado, e alguns questionamentos sobre onde ele estava o irritaram ao que ele respondeu que estava tirando um tempo pessoal fora da Califórnia, mas que continuava cuidando dos negócios com responsabilidade.

Assim que conseguiu encerrar a reunião, Chloe entrou na sala, perguntando se ele estava pronto pra ir buscar Connor e Oliver pulou, guardando tudo e indo para a porta. Quando estavam sozinhos no carro, Oliver ouvia as palavras de Zatanna voltando à sua mente, mas tentou ignorá-las, quase conseguindo quando Connor entrou no banco traseiro, contando como tinha sido seu dia.

Quando chegaram em casa, Chloe escolheu uma camiseta verde para Connor, que destacava os olhos dele, e então pediu para Oliver ajudá-lo a se vestir enquanto ela se arrumava. Enquanto Connor tomava um banho rápido, Oliver vestiu uma camisa listrada preta e cinza e calças pretas, e quando Connor estava pronto, o ajudou a secar e arrumar o cabelo.

Chloe surgiu numa calça preta, com uma blusa leve de chiffon branco sem mangas, e uma jaqueta magenta, e Oliver tentou não observar como a calça dela a agarrava em todas as curvas certas. Ela tinha algumas coisas pra fazer antes da exposição, e Connor insistiu que eles fizessem um passeio pela escola enquanto esperavam.

"Lá é o ginásio onde os times treinam futebol e fazem ginástica", Connor apontou com um sorriso.

"Muito legal", Oliver assentiu, ainda um pouco distraído com os sentimentos despertos por Chloe. "Você sonha em jogar aqui algum dia?" Ele procurou um assunto diferente, tentando distrair sua mente.

Connor balançou a cabeça. "Não... minha mãe diz que eu sou muito pequeno pra saber o que eu quero ser quando crescer."

"E o que você gostaria de fazer?" Oliver perguntou curioso.

Connor sorriu. "Praticar arco e flecha e seguir o negócio da família."

Oliver tossiu. "Bem... acho que ela não vai gostar muito dessa ideia..."

Chloe aproveitou o momento para aparecer atrás deles com um sorriso no rosto e colocando uma mão sobre o ombro de Oliver, sobrancelhas erguidas. "Do que eu não vou gostar?"

Ela olhou de um para o outro, vendo a expressão similar no rosto dos dois. Eles eram absolutamente adoráveis lado a lado.

Ela correu a mão pela camiseta de Connor antes de inconscientemente fazer o mesmo na camisa de Oliver, seus olhos nunca deixando o filho enquanto falava. "Eu já disse o quanto vocês estão lindos?"

Connor revirou os olhos e isso só fez aumentar seu sorriso, virando-se para ver Oliver a observando, ela clareou a garganta e tirou a mão dele, se xingando pelo deslize.

Ela realmente precisava parar de tocá-lo o tempo todo, por isso as coisas tinham estado estranhas o dia inteiro, ele provavelmente estava incomodado com o jeito que ela vinha invadindo seu espaço pessoal ultimamente. Ela engoliu em seco, o sorriso diminuindo um pouco.

Oliver desviou o olhar, convencido que estava olhando pra ela há muito tempo, fazendo-a se sentir embaraçada e se afastar dele. "Connor é um excelente guia."

Connor olhou para Oliver por um momento, antes de voltar a atenção para sua mãe. "Já podemos ver a exposição?"

Ela assentiu. "Claro, bebê. Eu vim buscar vocês dois." Connor sorriu e saiu na frente deles. "Sem correr Connor, você conhece as regras... e que aconteceu com a coisa de ser meu acompanhante?" Ela olhou para o filho com humor.

Connor fez bico e choramingou. "Mãe... eu quero falar oi para o Johan e ver o que ele fez."

Chloe deu risada e assentiu pra ele ir, mas manteve os olhos nele. Ela olhou brevemente para Oliver antes de olhar para Connor novamente que tinha parado na primeira mesa. Sua voz leve quando falou. "Parece que você está preso comigo por um tempo... Quer entrar? Dar uma olhada?" Ela engoliu em seco enquanto esperava a resposta dele.

Oliver assentiu. "Sim." Um risinho puxando seus lábios. "Eu só espero que você seja tão boa guia quanto nosso filho."

Chloe bufou e pegou o braço dele, sorrindo. "Eu sou uma excelente guia... Vamos, não quero deixar Connor sozinho por muito tempo", ela o puxou gentilmente enquanto entravam, parando atrás de Connor e observando ele conversar com um de seus alunos.

"Eu entendo a sensação", Oliver se inclinou um pouco sobre ela. "Me sinto super-protetor com ele e nervoso quando ele está fora de vista. Tenho certeza que você sente isso desde que ele nasceu", ele olhou pra ela e parou, percebendo a proximidade.

Ela engoliu em seco, língua umedecendo os lábios rapidamente antes de assentir, a voz suave. "Sim.... eu me sinto assim... há muito tempo", Chloe sentiu o coração acelerar e não pôde deixar de segurar o braço dele com mais força enquanto respirava fundo, os olhos nunca deixando os dele.

Oliver manteve o olhar como se não fosse possível desviar, e as palavras de Zatanna ecoaram em sua mente.

"Sra. Hawke!" Uma garota morena com um rabo de cavalo a cumprimentou em alemão, quase assustando Oliver de seus pensamentos. "Não acredito no quanto o Connor cresceu." Ela olhou para Oliver e seu rosto ficou vermelho. "Este deve ser o seu...?"

Chloe clareou a garganta e se afastou lentamente de Oliver, mas não soltou seu braço completamente, o calor de sua palma atravessando a camisa dele. Ela sorriu à jovem na frente deles. "Oi Katrine e não... esse é Oliver... um velho amigo, e sim, Connor está crescendo. Rápido demais se você quer saber... que bom te ver aqui hoje."

"Bom te ver também. Fico feliz que esteja melhor." Sorrindo, a garota olhou para Oliver de novo. "É uma vergonha que seu amigo não possa te substituir..."

Oliver ficou um pouco vermelho, entendendo facilmente o alemão. Ele apertou o braço ao redor de Chloe inconscientemente, como quando namoravam e tinha que lidar com a atenção indesejada de outras mulheres.

"Bela exposição, você criou alguma coisa aqui?" Oliver perguntou em perfeito alemão.

O rosto de Katrine ficou vermelho escuro. "Eu vim acompanhar uma amiga. Sou aluna da Sra. Hawke."

Oliver lhe deu um curto aceno de cabeça e olhou ao redor, mantendo um olho em Connor que olhava maravilhado as fotos que estavam expostas.

Chloe riu ao ver o embaraço de Katrine e se inclinou contra Oliver inconscientemente quando sentiu o braço dele se apertar ao seu redor, correndo a mão contra ele num gesto para acalmá-lo. Ela olhou para o filho e sorriu antes de se virar para a jovem em sua frente, a voz leve. "Katrine é uma das minhas melhores alunas." Chloe parou quando viu Connor acenar pra ela e Oliver. Ela deu um sorriso a Katrine. "Parece que Connor quer me mostrar alguma coisa. Te vejo na segunda de manhã." A jovem se despediu, acenando e indo na direção de um grupo de garotas no outro lado do salão.

Connor sorriu quando sua mãe e Oliver se aproximaram. "Olha só isso!" Ele apontou para uma fotografia tirada de um jogo de futebol, onde o jogador estava chutando a bola.

Oliver se abaixou para olhar melhor. "Wow... impressionante."

Connor assentiu antes de olhar de novo para sua mãe e Oliver. "Será que eu vou ser tão bom jogador quanto ele?"

Oliver bagunçou o cabelo dele. "Você está brincando? Do jeito que você treina? É claro que sim, campeão."

Chloe sorriu e assentiu. "Ollie está certo... Con, você pode fazer tudo que quiser, disso eu não tenho dúvida. Quer dizer, afinal, você é meu filho." Ela piscou para Connor e ele deu risada enquanto pegava a mão de Oliver e o puxava para outra mesa.

Ele soltou assim que chegaram aos desenhos. "E olha isso! Foram feitos a mão... não é legal? Eu não consigo desenhar assim..."

Chloe suspirou e sorriu com a animação de Connor. Ela se inclinou na direção de Oliver, colocando o queixo no ombro dele enquanto sussurrava, afeição em sua voz. "Ele sempre se diverte nessas coisas. Se você for um pouco mais adiante tem trabalhos em cerâmica e vidro... você seria provavelmente a pessoa favorita dele se sugerisse isso." Ela se afastou para não estar mais inclinada sobre ele, mas sua mão ainda ficou no braço dele enquanto olhava as pinturas e fotos ao redor.

Um sorriso surgiu no rosto de Oliver e seus olhos se suavizaram antes de se virar para Connor. "Ei, atleta, sua mãe disse que tem trabalhos em cerâmica e vidro pra lá", ele apontou com a cabeça para o corredor. "Quer ir ver comigo e sua mãe?"

Connor virou na direção deles, um sorriso enorme nos lábios. "Yeah!" Ele correu até o lado de sua mãe. "Você também gosta né, mãe?"

Ela sorriu. "Claro." Connor pulou animado enquanto atravessava o corredor. Chloe deu risada enquanto observava o filho, seu bom humor era contagioso enquanto olhava para Oliver, um sorriso nos lábios. Enquanto atravessavam o corredor, alguns pares de olhos caíram sobre eles e alguns estudantes masculinos foram conversar com ela.

Connor franziu o nariz ao ver alguns deles e sorriu para outros quando finalmente viu a mesa de vidros e cerâmicas. Ele arregalou os olhos enquanto segurava a mão de Chloe e apontava. "Ali está!"

Oliver voltou sua atenção para Chloe. "Você parece bem popular entre os estudantes."

Ela observou uma aluna acenar para Connor e colocar um par de luvas e óculos nele antes de ajudá-lo a esculpir seu próprio vidro.

Chloe sorriu enquanto Connor ouvia entusiasmadamente as orientações antes de olhar para Oliver, sobrancelha erguida. "Acho que sim... meus alunos são legais.. e a maioria deles adora o Connor, mas acho que não sou mais popular do que os outros professores."

Ele grunhiu e se virou para olhar pra ela, sua boca tremendo levemente. "Ah, qual é... Uma professora bonita e solteira? Eles devem dar em cima de você o tempo todo..."

Um olhar de confusão passou pelo rosto de Chloe e seu coração acelerou. Oliver tinha acabado de lhe chamar de bonita? Ela engoliu em seco tentando esquecer as palavras enquanto falava, um tom de humor na voz, a mão ainda segurando o braço dele. "Quando eu comecei, um ou outro achava que podia conseguir nota em troca de alguns elogios... mas acho que isso acontece com todo mundo. E eu tenho certeza que os garotos não vão dar em cima de mim quando têm tantas garotas da idade deles."

Quando Oliver não disse nada ela olhou para Connor, seus olhos vendo o homem atrás dela enquanto erguia uma sobrancelha a expressão no rosto dele. Oliver lhe dava um olhar estranho e de repente tudo ficou muito mais real. Chloe respirou fundo e começou a afastar o braço e foi na direção de Connor.

Oliver começou a entrar em pânico quando ela começou a se afastar e ele estendeu a mão para segurar seu braço levemente. Ele lambeu os lábios nervosamente antes de engolir em seco e olhar pra ela, seus olhos memorizando a esmeralda dos olhos dela enquanto deslizava a mão para segurar a dela delicadamente.

"Eu vou com você", ele sussurrou.

Connor olhou para o que estava fazendo, ansioso para mostrar a sua mãe e Oliver entusiasmado, querendo mostrar a eles como estava aprendendo a modelar vidro. Quando ele olhou pra cima, gelou com a visão de sua mãe e o velho amigo.

Ele não conseguia ver o olhar no rosto de sua mãe porque ela estava de costas pra ele, mas podia ver o de Oliver muito bem. Ele tinha o mesmo olhar de sua mãe quando ela lia um conto de fadas sobre um príncipe se apaixonando por uma princesa.

E foi quando Connor reconheceu aquela expressão, e de repente entendeu porque Oliver tinha aparecido do nada.

Ele podia ser criança, mas Connor via claramente agora... Oliver estava apaixonado por sua mãe. E Connor tinha que encontrar um jeito de mandá-lo embora.

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Capítulo Dezessete

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