In Our Hands (6/27)

Título: Em Nossas Mãos
Resumo: "As palmas não mentem, Oliver." Zatanna aclamou enquanto ele afastava a mão. "Você tem um filho."
Autoras: slytherinpunk

Classificação: R (eventualmente NC-17)

Spoilers: segue os acontecimentos até o terceiro episódio da décima temporada e segue AU depois disso. Oliver nunca se revelou como Arqueiro Verde e Tess nunca comandou a Watchtower.

Banner da história: dhfreak
Banner dos capítulos: sanaazzy
Anteriores: 01 :: 02 :: 03 :: 04 :: 05

Fazia quase uma semana desde que Dinah o deixou, e Oliver vinha se ocupando em ligar para os profissionais envolvidos no casamento e avisar que tinha sido cancelado. E então sua equipe de relações-públicas estava controlando a curiosidade dos paparazzi que o rodeavam, tentando conseguir uma declaração ou foto, dizendo que tinham recebido uma informação anônima que Oliver Queen estava de volta à sua vida de solteiro playboy.

Ele ignorou tudo. Depois do trabalho ele ou ia patrulhar ou ia para a Watchtower ver como as buscas estavam indo e se podia ajudar Victor de algum jeito. Hal normalmente ia junto, ou ligava depois da patrulha pra ver se tinha alguma coisa que ele pudesse fazer. Com a pesquisa, os três permaneciam focados.

Mas não demorou muito até Clark e a Liga da Justiça atuando na Costa Leste ouvirem sobre o repentino término do noivado de Canário Negro e o Arqueiro Verde. A Mulher Maravilha tinha entrado em contato há alguns dias, pedindo pra conversar com Dinah quando Victor deu a notícia que ela não estava disponível, e que não fazia ideia de onde ela estava.

Obviamente a Mulher Maravilha mencionou isso ao Super Homem e assim que teve um tempo livre, Clark ligou pra ele imediatamente, querendo saber o que tinha acontecido.

Oliver foi honesto e simples com a resposta, admitiu viver com a memória de Chloe, e preferiu não explicar o resto. Não estava pronto para falar aos outros membros da liga sobre a possibilidade de encontrar Chloe e o filho que ele nunca soube que tinha. E ele especialmente não queria discutir com o antigo melhor amigo de Chloe.

Já tinha recebido muitos sermões sobre 'seguir em frente' ao longo dos anos e não sentia a necessidade de ouvir de novo. E felizmente, nem Hal, nem Victor tocaram no assunto. Ao invés, Hal cuidou de garantir que Oliver não se enterrasse com a culpa por causa da situação com Dinah, e Victor revirava cada pista de dentro pra fora até ter certeza que era inútil e depois seguia para a próxima.

Ele não ficou muito tempo na Watchtower aquele dia. Foi pra casa depois de um dia difícil no trabalho, e apareceu algumas horas depois, se enterrando na busca e nas pistas que Victor lhe dissesse ser uma nova. Hal estava sentado à sua esquerda, a cabeça enterrada em papeis e documentos que Victor tinha impresso, enquanto Victor estava ao lado dos computadores verificando uma nova base de nomes.

Oliver suspirou, vendo que Hal o observava pelo canto do olho, com uma expressão estranha no rosto. Ele se virou para olhar pra ele, suas sobrancelhas erguidas em leve confusão. "O quê?" Oliver perguntou, sem entender o comportamento repentino de seu melhor amigo.

Hal balançou a cabeça e clareou a garganta. "Nada. Eu só... parece que você tem um milhão de coisas na cabeça. Quer conversar?"

Oliver deu de ombros, olhos voltando para a lista que Victor tinha lhe dado. "Conversar sobre o quê? Você já sabe tudo que está acontecendo."

Hal suspirou enquanto empurrava os papeis para o lado e se levantava. Ele chutou levemente a cadeira de seu amigo. "Tá bom, chega. Chega de pesquisa por um tempo, precisamos parar um pouco e tomar um ar. Levanta daí e vamos."

Antes que Oliver pudesse declinar, Hal se virou na direção de Victor e falou. "Vamos pegar uma cerveja, comida... Quer alguma ocisa?"

Victor esfregou os olhos antes de olhar por sobre o ombro. "Claro... qualquer coisa tá bom."

Hal assentiu. "Ok. Vamos, Oliver..." Ele começou a ir em direção a porta, mas parou e esperou que Oliver o alcançasse.

Oliver esfregou a nuca, tentando aliviar a tensão lentamente começando a se construir em seus músculos. "Certo." Ele cedeu às ordens de seu amigo e se levantou da cadeira, assentindo para Victor. "Não vamos demorar, ligue se precisar ou encontrar alguma coisa."

Victor assentiu. "Não se preocupe, eu ligo."

Eles foram para o elevador, apertaram o botão e desceram. Quando as portas se abriram e Oliver foi em direção ao carro, Hal segurou seu ombro e o conduziu em direção a porta. "Vamos andar... até aquele lugar perto da esquina."

Oliver o seguiu, feliz em ir pra um lugar próximo no caso de precisarem voltar rapidamente. Ele seguiu Hal até a outra calçada, aproveitando o ar fresco enquanto atravessavam a rua antes de virar a esquina e entrar num pequeno bar.

Hal seguiu Oliver desviando do bar para o balcão e se jogando em um dos bancos ao lado dele. Ele chamou um atendente e pediu duas cervejas antes de olhar para seu amigo e apertar os lábios. "Então... alguma novidade além do óbvio? Como você está lidando com tudo que aconteceu com a Dinah? Não tivemos a chance de conversar sobre isso..."

Ele parou de falar esperando que ter começado a conversa com uma coisa que não fosse tão difícil pra Oliver conversar, tivesse levado seu amigo a um falso senso de segurança para que pudesse perguntar o que realmente havia em sua mente sem Oliver se fechando como tinha feito na semana anterior.

Oliver pegou a cerveja. "Sabe, não ia fazer diferença se eu tivesse falado direto ou tivesse mantido em segredo... ela ia embora do mesmo jeito. E a parte triste é que eu não posso culpá-la ou ficar bravo com ela por isso." Ele levou a cerveja aos lábios, efetivamente tomando um longo primeiro gole.

Colocando a garrafa de volta, ele assentiu na direção do atendente antes de olhar de volta para Hal. "Melhor pedir um hambúrguer enquanto estamos aqui? Não lembro se eu almocei hoje."

Hal assentiu. "Pode ser, eu não lembro quando foi a última vez que eu te vi tão magro. Olha pra você... é até patético."

Ele deu um risinho antes de pegar a cerveja, tomar outro gole e devolvê-la no balcão. "Sabe... eu nunca disse nada porque imaginei que Dinah te fizesse feliz e eu não queria estragar tudo, mas eu não sei, vocês dois nunca pareceram combinar... ela meio que fazia aflorar suas piores qualidades... não que eu esteja julgando, eu acho que Dinah é uma pessoa legal... só que, sabe, não pra você."

Hal clareou a garganta e desviou o olhar enquanto continuava a falar. "Então... alguma pista de pra onde ela foi?"

Oliver deu de ombro. "Meu palpite é que ela foi pra cidade natal, mas por alguma razão não consigo imaginá-la voltando para a família." Ele chamou o garçom e pediu dois cheeseburgueres, e um pra viagem antes de se virar para Hal. "E cala a boca, eu ainda sou mais forte que você."

Hal sorriu. "Cerrrrto... o que quer que você diga. Eu nem vou tocar nesse asunto porque sei que você está mentindo." Ele mexeu a cerveja em suas mãos enquanto tentava encontrar o melhor jeito pra fazer a próxima pergunta.

Ele olhou rapidamente para Oliver, que estava olhando para a cerveja. "Eu venho querendo perguntar... eu sei que você anda meio sem tempo e tem muita coisa acontecendo ultimamente... Como você está? -- De verdade? Eu não quero mais uma daquelas porcarias 'eu estou bem'. Vic disse que estamos chegando perto... e nenhum de nós sabe o que está acontecendo na sua cabeça. Fala comigo, cara..."

Oliver começou a arrancar o rótulo da cerveja. "Eu estou bem. Eu vou pra casa depois da QI e faço um pouco de musculação, ou tento ajudar Victor." Ele estava sendo honesto, toda vez que se sentia amargo Oliver quase se matava com a musculação.

"Pra dizer a verdade, eu me sinto inútil..." Ele girou o rótulo na mão algumas vezes. "Eu não sei mais o que fazer... Eu sei que Victor diz que estamos chegando perto porque estamos eliminando outras pistas, mas parece que..." Oliver respirou fundo e expirou devagar. "Que eu estou de mãos atadas."

Ele olhou para a garrafa. "Por que ela simplesmente não voltou? - No segundo que descobriu que estava grávida, por que ela não voltou pra mim?"

Hal podia ouvir a dor na voz de seu amigo e desejou mais do que tudo que pudesse responder aquela pergunta. Uma noite no começo da semana, depois de Oliver ter ido pra casa, ele ficou ajudando Victor na Watchtower e tinham conversado. Ele não detestava a loira que Oliver estava tentando encontrar, mas deixou perfeitamente claro o que pensava da mulher que partiu o coração de seu melhor amigo.

Victor lhe deu um olhar duro e disse que se ele conhecesse Chloe, ou a tivesse conhecido, não seria tão rápido em julgá-la. Ele ficou sentado ali por uma boa hora explicando a história de Oliver e Chloe e como as coisas foram acontecendo. E embora Victor estivesse chateado por ela ter ido embora e deixado o time para juntar os pedaços, ele também parecia cento e dez porcento certo de que havia uma razão. E essa razão não era porque ela não amava mais seu amigo.

Hal tomou outro gole da cerveja antes de se virar na direção de Oliver, a voz baixa. "Eu não sei... eu não conheço Chloe bem o suficiente pra julgar os motivos que ela teve... mas quando a encontrarmos... você pode perguntar a ela." Quando seu amigo não respondeu, Hal hesitou antes de falar novamente. "Você ainda... quer dizer... quando a encontrarmos você vai tentar fazer as coisas darem certo com ela? Ou está completamente acabado entre vocês?"

Oliver balançou a cabeça. "Eu não sei... Como você confia em alguém que fugiu de você, não só uma, mas duas vezes, e mesmo sem saber, carregando seu filho?"

Hal assentiu. "Certo... Mas pelo que eu ouvi, ela não fugiu da primeira vez..." Hal suspirou. "Olha, eu não conheço essa garota, não vou fingir conhecer, mas quando uma mulher troca a vida pela sua, deixa pra trás tudo que ela conhece e ama... isso não soa como o tipo de pessoa que volta só pra te deixar de novo porque não te ama."

Ele deu de ombros enquanto dois pratos eram colocados na frente deles e ele assentiu agradecendo o atendente. "Quando você falou dela pra mim no passado, sempre pareceu que ela não queria mais estar em um relacionamento... Que ela deixou de te amar. Mas eu não sei, talvez não seja assim tão simples?"

Oliver pegou seu hambúrguer, estreitando os olhos enquanto pensava nas palavras de Hal, e jogava mostarda no lanche. "Nós rastreamos cada vilão da cidade, ninguém a forçou, e Victor vasculhou todos os computadores dela."

Ele levou o hambúrguer à boca. "Mesmo que ela estivesse fugindo de alguma coisa, seis anos é tempo suficiente, você não acha?

Hal assentiu. "É... eu entendo. Eu só não quero ver você infeliz porque a encontramos e você vá até ela com toda a raiva por tudo que aconteceu."

Hal ergueu a mão. "E não fala nada -- Você tem direito de estar com raiva por ela ter escondido seu filho de você... é um motivo legítimo para se estar com raiva. Só estou dizendo... não deixa a raiva tomar conta... Coloca isso pra fora e segue em frente ou isso vai definir o relacionamento que eu acho que você está desejando construir com seu filho quando o encontrarmos... eu só quero que você descarregue, OLiver. Você é meu melhor amigo, e eu nunca vi você tão fechado antes."

Ele deu uma mordida no hambúrguer, mastigou e engoliu antes de levar a cerveja até a boca e tomar um longo gole antes de falar. "Você é uma pessoa muito intensa, e ultimamente eu não sei... eu vi seu ânimo diminuir e só estou tentando entender o que está causando isso, cara. Eu não posso ajudar se eu não souber. Mesmo que você não precise de conselho e só precise de um ouvido... eu estou aqui."

Oliver suspirou. "Eu não vou até eles com raiva." Ele levantou um dedo antes que Hal pudesse interromper. "Não se engane, eu estou com raiva. Mas eu sei que não vai resolver nada e se eu conheço a Chloe, só vai fazer ela fugir quando eu não estiver olhando."

Ele deu uma mordida em seu hambúrguer e engoliu com a cerveja. "Eu ando quieto ultimamente porque não faço ideia do que fazer." Ele se virou para Hal. "Digamos que os encontremos e eu vá pra lá... e então? Eu passo os feriados com o garoto?"

Ele voltou os olhos para a comida na frente dele antes de pegar a garrafa para um último gole e terminá-la. "Ou pior, eu me encho de esperança de que podemos ser a família com que eu sempre sonhei..."

Quando sua voz parou a surpresa cruzou o rosto de Hal enquanto finalmente percebia do que Oliver tinha medo. Ele engoliu em seco, a voz calma. "... E ela diz 'Não'... Diz que não quer que você faça parte da família dela... é disso que você tem medo, Oliver? Que ela vá embora porque não quer que você faça parte da vida dela... ou da vida da criança?"

Oliver lhe deu um curto aceno de cabeça. "Eu a amei mais que tudo... e eu sei que fiz coisas das quais não me orgulho, e tenho uma vida um pouco perigosa, mas eu faria dar certo. Eu os protegeria antes de qualquer outra coisa."

Ele terminou o hambúrguer, empurrando o prato vazio sobre o balcão com a garrafa de cerveja vazia. "Ela não tem muita escolha agora. Eu perdi seis anos, não vou perder mais nada. Custódia compartilhada é a única opção que ela tem... eu não vou levar a criança embora, eu não sou esse tipo de pessoa não importa o quanto eu esteja com raiva."

Hal apertou os lábios. "Eu sei que não... eu... você vai ser um grande pai, Oliver... acho que quem te conhece jamais duvidaria disso."

Ele estava mais confuso que nunca. Não tinha certeza do que pensar sobre a mulher que seu amigo ainda amava. Como ela pôde simplesmente abandoná-lo? Por que ela escondeu o filho dele? Se Victor tinha tanta certeza que Chloe amava Oliver... por que ela o destruiu?

Hal balançou a cabeça e deu outra mordida em seu hambúrguer. Ele olhou para Oliver e percebeu a testa franzida no rosto de seu amigo. Decidiu que era hora de deixar o ambiente mais leve. "Então... quando encontrarmos o garoto... eu serei o tio Hal?" Ele inclinou a cabeça para o lado e sorriu.

Oliver também sorriu. "Com certeza. O que significa que você terá responsabilidades, então nem tente cair fora quando chegar a hora."

Hal deu risada. "Fugir às responsabilidades? Eu? Não... eu só faço isso quando aparecem mulheres dizendo que sou pai dos filhos delas... eu tenho um ditado, sem proteção, sem amor... mas eu gosto de crianças e nesse caso vou poder revidar quando ele começar a ficar insolente como você..."

Oliver zombou. "Ei, é melhor você torcer pra ele ter puxado mais a mim do que a mãe... senão você vai ter muito trabalho."

Hal ergueu uma sobrancelha e deu risada. "Desculpe... você se conhece? Eu não consigo pensar em ninguém mais encrenqueiro que você... ela provavelmente tinha muito trabalho pra te aturar."

Oliver zombou. "Acredite em mim, ela já dava trabalho antes de nos conhecermos." Uma pequena risada o escapou. "É uma das qualidades dela que mais me atraíram na verdade."

Hal lhe deu um pequeno sorriso. "Ah é? O que mais?"

Ele achava que se conhece Chloe pelo olhar de seu amigo, talvez pudesse ajudá-lo a responder algumas de suas perguntas. Além do mais, Oliver não falava muito sobre ela. As pessoas ao redor evitavam o assunto, mas não ele... não mais. Ele queria saber.

Oliver expirou. "Deus... tudo." Ele coçou a nuca. "Ela era linda, inteligente e engraçada, e muito leal..."

Ele suspirou e abaixou a cabeça. "Eu costumava imaginar como minha vida teria sido diferente se a tivesse conhecido antes de Lois." Ele deu de ombros. "Provavelmente não teria feito diferença, ela estava vendo outra pessoa na época."

Hal assentiu, a voz leve. "Huh... parece que podemos acrescentar cega a lista? Quer dizer, se ela estava namorando você... " Ele sorriu e continuou falando antes que Oliver pudesse dizer alguma coisa. "Você nunca me contou como vocês ficaram juntos..."

Oliver mordeu o lábio. "Sim... foi..." Ele correu uma mão pelo cabelo. "Nós começamos... só como diversão..."

Hal deu um risinho. "Agora isso definitivamente é a sua cara." Ele tomou um gole da cerveja. "Do jeito que Victor fala sobre ela, não parece o tipo de garota que aceitaria isso." Ele estudou seu amigo. "Como você conseguiu? Foi o famoso charme Queen?"

Dando risada, Oliver pediu outra cerveja para o garçom. "Acredite ou não, o arco e flecha levou a isso... e foi ideia dela na verdade... ela meu beijou primeiro e depois veio com uma lista de regras, e recusava qualquer presente meu e tudo mais."

Hal sorriu. "Wow.. ela criou regras, huh? E nada de presentes, não é exatamente uma mulher típica, não é? Então, me diz, você planejou? Você a seduziu com suas habilidades no arco e flecha? Ou foi só o couro e o alter ego?"

Oliver sorriu quando o garçom colocou a cerveja na sua frente, balançando a cabeça para Hal. "Não... pra dizer a verdade, eu tinha acabado de começar a notá-la--" Ele tossiu levemente. "Como mais que uma amiga e uma noite enquanto eu praticava na Watchtower, um alvo levou a outro..."

Hal deu risada. "Mm e então você atingiu seu próprio alvo. Entendi... Bem, acho que é um lugar tão bom pra começar como qualquer outro." Ele mordeu seu hambúrguer, mastigou e engoliu antes de limpar a boca. "Então... o que mudou? Como virou algo mais? Quem se apaixonou primeiro? Espera, deixa eu adivinhar... Ela? As mulheres não resistem ao seu charme... como você diz..." Hal deu de ombros, mas seu tom era normal.

Dando um gole em sua cerveja, Oliver parou e deu um risinho. "Eu gostaria de saber com certeza... não sei se alguma coisa realmente mudou. Ela era simplesmente--" Sua mandíbula travou levemente. "Tão fácil de amar." Ele colocou a cerveja no balcão. "Aconteceu naturalmente."

Hal percebeu a mudança no tom de Oliver imediatamente e decidiu que era melhor não abusar da sorte. Ele engoliu em seco e assentiu, a voz baixa enquanto olhava para a comida. "Algumas vezes se você encontra a pessoa certa... eu acho que... as coisas vêm naturalmente."

"É", Oliver concordou antes de olhar para seu amigo pelo canto dos olhos. "Sabe, eu tento parar de imaginar como ele deve ser..." Sua expressão se suavizou e ele olhou para as mãos. "Eu não quero ficar pensando nisso agora, sabe? Eu fico me dizendo que não tenho que imaginar porque vamos encontrá-los."

Ele parou antes de lamber os lábios nervosamente. "A verdade é que podemos não encontrá-los... e se... Deus, e se aconteceu alguma coisa com ela e nosso filho está sozinho, ou em um orfanato ou sendo criado por outra família?"

Oliver se virou para Hal, olhos vermelhos apesar da pouca luz no bar. "Eu não quero pensar em quem ele puxou, ou esperar que ele tenha o sorriso dela..." Ele engoliu em seco e desviou o olhar para o bar quase em esperança. "Porque eu vou ter uma vida inteira pra pensar nisso se não os encontrarmos."

Hal colocou uma mão no ombro de seu amigo. "Oliver, vamos encontrá-los. E se o que você me falou sobre essa sua garota é verdade, então eu tenho certeza que ela está bem. Ela deve estar muito ocupada com seu filho se ele for um pouco como você."

Ele lhe deu um meio sorriso. "Olha, cara... vai dar tudo certo e então você não vai ter mais que imaginar... você vai poder vê-lo com seus próprios olhos."

Levantando-se, Oliver respirou fundo. "Ela não é minha garota..." Ele jogou algumas notas de vinte sobre o balcão e pegou a caixa com o hambúrguer pra viagem.

Hal se levantou, xingando silenciosamente ao fato de Oliver estar novamente se fechando. Ele não queria ter dito isso. Ele abriu a boca pra dizer alguma coisa quando o telefone de Oliver tocou, interrompendo o que Hal ia dizer.

Oliver pegou a comida e o telefone com a outra mão, abrindo e o colocando no ouvido. "Vic, ei. Já estamos levando sua comida."

Victor respirou findo. "Esquece a comida, Oliver..." Ele parou brevemente antes de expirar. "Eu os encontrei..." Houve silêncio na linha e Victor franziu a testa. "Oliver, você ouviu? Eu disse que os encontrei..."

___________

Capítulo Sete

_________________________________________________________________