Refraction (12/14)

Título: Refração

Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.

Autora: fickery
Classificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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Eles esperaram até o dia nascer, no horário de São Francisco. Chloe tomou a liderança das funções da Watchtower, com Tess e Lois a ajudando. Emil estava seguindo tudo do andar inferior enquanto observava Callie.
Ollie, J'onn, Courtney e Bart foram os primeiros a entrar. Dinah foi para o telhado, com intenção de acessar o nível superior. A instalação era perto de algumas docas enormes e abandonadas, então AC estava na água perto de algumas lanchas novas e rápidas que pareciam suspeitosamente fora de lugar. Seu ponto lhe dava uma visão privilegiada do prédio inteiro e todas as estradas de acesso. Victor foi direto para a sala de controle quando derrubou o sistema de segurança, elétrico e de gás. Carter pairou acima da instalação, providenciando suporte e vigilância. Clark e Oliver ficaram pra trás, esperando sua entrada no prédio ser liberada.
Cuidadosamente a equipe entrou e se moveu pela instalação, conduzida por Chloe. Havia três salas que pareciam ser recobertas de chumbo, e eles concordaram em se dividir, investigando as duas salas menores e então, se fossem inofensivas, se encontrariam na sala maior.
Cada membro da equipe tinha uma mini-câmera em algum lugar do peito ou lapela do uniforme, e eram estas imagens que Chloe tinha na tela agora. De vez em quando ela diria "Espera, Arqueiro", ou "Chegue mais perto, Stargirl", mas eles não encontraram muita coisa.
"Nada que seja suspeito pra mim ainda", ela disse, franzindo a testa. "Doutor?"
Emil balançou a cabeça, esquecendo que ninguém conseguia vê-lo. "Não."
"Vamos considerar estas duas salas limpas e prosseguir para a sala maior na ala sudeste da instalação. Ciborgue, conseguiu alguma coisa?"
"Estou baixando alguns arquivos que parecem um pouco mais secretos que os que conseguimos até agora", Vic falou. "Mandando pra você agora. E estou tirando fotos dos paineis de controle."
"Recebendo as informações agora", Emil disse. "Eu vou dar uma olhada."
"Canário, o que você está vendo?"
"Parece um armazém comum daqui, e nada mais que isso", Dinah disse. "Nenhuma atividade suspeita."
"Aquaman, algum movimento que deva nos preocupar?"
"Nada na água, nada na estrada de acesso", AC disse.
O time inteiro se encontrou e entrou na sala maior juntos. Eles se separaram, escaneando cada equipamento, o chão, as paredes. Do mesmo jeito que fizeram nas outras salas, havia pedaços de equipamentos com propósitos que eram difíceis de decifrar, especialmente desligados, mas ainda com atividade de radiação kriptonita.
"Talvez eles transferiram o que havia aqui para outro lugar quando fecharam este", Ollie disse. "Não tem nada aqui até onde eu sei. Acho que está limpo para o Escoteiro."
A voz de Clark veio pelo comunicador. "Sabe, você pode usar Super Homem agora."
Ollie sorriu. "Eu sei."
Clark correu até eles e se juntou ao grupo segundos depois. "Bem, isso quebra todo o clima", ele disse. "Nada de kriptonita até onde eu posso sentir."
"Isso porque o próprio local está revestido de chumbo", uma voz horrivelmente familiar surgiu do nada. As luzes se acenderam, e todos viraram para ver Lionel, urbano como sempre num terno e gravata, sorrindo sem nenhuma satisfação para eles. Atrás, Clark Luthor apareceu, também num terno e gravata, parecendo estar se divertindo.
"Ora, ora. A gangue toda está aqui", Lionel observou. "Oh, mas não inteira, não é Sr. Queen? Ouvi dizer que sua cópia se deu mal ontem à noite. As coisas não estavam muito boas no hospital hoje de manhã, pelo que eu soube."
De volta a Watchtower, Emil ergueu a cabeça a isso. Clark Luthor havia estado no hospital, perto o suficiente para ouvir?
"Lembrem-se do plano, pessoal", Chloe murmurou, notando a tensão na linguagem corporal de alguns dos membros do time. "Ele gosta de falar. Dê a ele a chance de revelar o que quer."
"Por favor, transmita a ele as minhas desculpas", o filho de Lionel disse, fingindo preocupação. "Eu sempre esqueço como os humanos quebram fácil. Você não acha isso um problema, Clark?"
"Não", Clark disse. "Mas eu não fui criado por um sociopata, então deve ser por isso."
"Cuidado, Sr. Kent", Lionel falou. "Demonstre respeito pelos mais velhos."
"Respeito é conquistado, Lionel. Você perdeu esse direito há muito tempo atrás. O que vocês estão fazendo aqui?"
"Bem, você deveria saber, Sr. Kent. Afinal, são seus amigos que estão nos seguindo pelas ilhas há dias, não são? Sim, eu reconheço alguns de vocês bem aqui. Não aprenderam nada, espionando a gente? Algo crucial, como nossas bebidas preferidas?" Ele estava gesticulado expansivamente com uma mão, mas a outra estava mexendo em alguma coisa dentro do bolso. Clark usou então a visão de raio-x.
Chloe estava vendo a mesma coisa. "O que tem no bolso dele, Escoteiro?" ela disse no mais fraco sussurro.
Ele não podia responder sem Clark Luthor ouvir; teria que esperar a atenção dele estar em outro lugar.
"Olhe para esta jovem senhorita", Lionel disse, virando-se para Courtney. "Uma garota tão bonita. Qual é o seu nome, querida?"
"Pra você é Stargirl", ela disse, endireitando os ombros e encontrando o olhar dele, sem se abater.
"Stargirl. Nome amável. Ela não é fofa, Clark?" ele disse, virando-se para o outro homem. "Eu não acredito que tenhamos uma assim no lugar de onde viemos, você acha?"
"Não", Clark Luthor disse com um sorriso predador. "É uma pena. Seria divertido brincar com ela."
Na Watchtower, Lois murmurou. "Ugh, seu nojento bastardo."
"Controle remoto", Clark arfou, esperando que Chloe tivesse ouvido.
"Entendido", ela disse de volta, então isolou o canal para a equipe da Watchtower. "Controle remoto para quê?" Tess balançou a cabeça frustrada e checou com os membros que estavam fora da sala.
"Claro, você tinha uma vantagem com sua cópia, não é, Sr. Queen? Por falar nisso, muito amável da sua parte se revelar ao público. Agora eu conheço não só a identidade do Arqueiro Verde em meu universo - embora, como já discutimos, isso pode ser inútil depois de ontem à noite - mas já que você se casou com a estimável Sra. Sullivan, eu posso deduzir que ela está envolvida nesse negócio de super herois em minha Metrópolis também. Eu sabia que ela ia ser um problema. Eu realmente deveria ter resolvido esse problema quando tive a chance. Mas isso será remediado assim que voltarmos."
Ouvindo, as mãos de Chloe estavam cerradas em punhos. Seu filho da puta.
"Eu deveria saber que eles se encontrariam. O rapaz bonitinho e bondoso que informa ao público sobre o perigo que é meu filho, livrando o mundo de verdadeiros criminosos. E a intrépida repórter, enchendo os jornais de notícias sobre herois e esperança, enquanto alguns vigilantes mascarados detêm alguns assaltos e fazem real diferença no mundo." Seu olhar correu o grupo, sua boca franzida em contentamento.
"Tão fracos individualmente que precisam se juntar para encarar o mundo. E exatamente o que faz vocês acreditarem que terão algum sucesso? Induzir as pessoas a uma falsa sensação de segurança, para que não sintam mais a necessidade de se protegerem? Infantilizá-los, fazê-los sentir que os grandes herois estão cuidando deles, então eles não precisam assumir mais nenhuma responsabilidade por si mesmos?"
"Jesus. Eu retiro tudo de ruim que eu já disse sobre você", Ollie disse a Clark Luthor. "Se eu tivesse crescido ouvindo essa baboseira de monólogo vilão o dia inteiro, todo dia, eu teria ficado mau também. Meus pêsames."
Ele percebeu com interesse que pela primeira vez, o risinho no rosto do jovem Luthor desapareceu. Ele duvidava que o Escoteiro não tivesse percebido também.
"Não, você nunca teve muita atenção, não é, Sr. Queen? Você obviamente está morrendo pra saber porque trouxemos vocês aqui esta noite. Permita-me satisfazer sua curiosidade. Eu tenho um novo brinquedo, e eu queria mostrar pra vocês." Lionel tirou o controle do bolso.
"Quanta coisa maravilhosa eles fazem com a pesquisa científica atualmente. Especialmente agora que a existência prévia do planeta natal de Clark não é mais nenhum segredo." Ele apertou um botão e os equipamentos da sala ganharam vida, zumbindo com energia, o painel de controle se iluminou.
Clark sentiu a familiar náusea e fraqueza quase imediatamente. Olhando para sua cópia, ele viu o outro homem sendo afetado também, fazendo uma careta e afastando-se da máquina. Eles estavam apenas a alguns passos um do outro.
Na sala de controle, Vic disse. "Whoa. Aquela coisa está sugando uma tonelada de energia."
"Ciborgue, tente encontrar uma maneira de isolar o circuito que está ligado, assim podemos cortar a energia", Chloe disse. "Fazendo isso, descubra como cortar a energia de todo o prédio."
"Entendido."
"Maravilhosas, fantásticas coisas estão sendo feitas com lasers ultimamente", Lionel continuou. "Tantas aplicações: científica, industrial, comercial, médica. Vocês sabem o que dá energia a este aqui?" Ele pressionou outro botão em seu remoto, e uma luz brilhou na frente da máquina e um tipo de placa metálica enorme surgiu do chão.
Os dois Clarks caíram no chão. "Me disse... você ia... me avisar... antes... de ligar", Clark Luthor arfou.
"Eu disse?" Lionel perguntou suavemente. "Eu devo ter esquecido."
"Lasers são constituídos por um número de diferentes substâncias. O laser mais forte e cortante que se conhece é o de CO2 - pode cortar até aço", Emil disse baixinho. "Acho que vocês não precisam que eu diga o que pode cortar um laser de kriptonita."
"Você está machucando seu próprio filho, Lionel", J'onn falou.
"Mas na verdade, ele não é, certo? Meu filho, eu digo. Não meu filho biológico, de qualquer jeito. E o que isso importa?"
Lois murmurou no microfone novamente. "Puta merda", ela sussurrou. "Ele é realmente um sociopata."
"Ele é um monstro", Tess disse, a mandíbula travada.
"Eu fiz... tudo que... você pediu", Clark cerrou os dentes. "Você... me usou."
"Sim. Eu usei. Enquanto você era, de fato, útil. Não me entenda mal, eu agradeço os serviços como táxi pessoal, e suas ameaças e intimidações a todos os gerentes bancários e membros de diretoria nos últimos dias", Lionel concordou. "Mas em nosso universo? Você falhou. Miseravelmente. Graças a Queen, cada morador do Kansas carrega uma pedra de meteoro. Você está exposto, temido e odiado, um excluído. Ah ah ah", ele falou para Bart, que mudava sua postura, parecendo prestes a se mover. "Nada de heroísmo, meu jovem. Você é o mais rápido, certo? Este controle remoto também se move e ajusta a mira do laser."
Ele demonstrou, movendo a luz pra cima e pra baixo, então pra direita e esquerda. Quer tenha sido um ato calculado ou não, um pequeno pedaço do chão adjacente ao painel de metal foi partido e se desintegrou sob o raio.
"Pronto, viu? Eu estou segurando bem este controle, e se eu começar a apontar pra qualquer lugar, não há como dizer quantos de vocês eu poderia... chamuscar."
"Ainda não, Impulse", Chloe sussurrou em seu ouvido. Bart parou, sua expressão zangada e frustrada.
"Bom garoto", Lionel disse. "Agora, então, onde eu estava? Ah sim. Meu filho. Eu estava te preparando pra ser meu sucessor. Mas agora você está incapacitado de chegar perto de Metrópolis para administrar a LuthorCorp, mesmo que tivesse capacidade pra isso, não é, Clark? Não, você está feliz em gastar meu dinheiro, mas não se preocupa em como fazê-lo. Seu irmão Lex era muito melhor nisso. Eu devo admitir, me arrependo agora, por ter lhe encorajado a eliminá-lo. Parece que apostei no cavalo errado."
"Você é um saco de merda repulsivo", Ollie disse. "Só pra você saber."
"Obrigado como sempre por seus pensamentos editoriais, Sr. Queen. Tenho certeza que ficamos todos mais inteligentes ao ouvi-los."
"Ciborgue", Chloe perguntou. "É imaginação minha ou o laser está mais brilhante a cada segundo? Ele parece ficar mais alto e brilhante."
"Não é sua imaginação", Vic disse. "Está consumindo cada vez mais energia. É um circuito separado e praticamente infalível. Tenho certeza que não consigo invadir o sistema a tempo. Eu posso desligar a energia do resto do prédio, caso isso nos dê alguma vantagem tática, mas não consigo desligar o laser daqui."
"Entendido. Arqueiro?" ela perguntou suavemente. "Se você quer que Vic apague as luzes, faça alguma referência a circuitos sobrecarregados."
"Qual é exatamente seu objetivo aqui, Lionel?" Ollie perguntou. "Você está ouvindo o barulho ficando mais alto enquanto continua dando energia a essa coisa? Isso vai sobrecarregar os circuitos e explodir em minutos. Você sabe que também não vai sobreviver a isso, certo?"
"Você sabe que eu posso explodir tudo usando um timer, Sr. Queen?" Lionel disse, sorrindo e parecendo mais louco do que nunca. "A beleza do meu plano é que eu não preciso estar aqui pra me livrar de um grande número de vocês numa tacada só..."
As luzes de repente se apagaram, o laser provendo a única iluminação na sala agora, cobrindo tudo com um brilho levemente verde.
"Eu disse que o circuito não ia aguentar", Ollie disse.
"Era de se esperar", Carter disse, soando um pouco maravilhado. "A vizinhança inteira está sem luz. Pessoas vão começar a ligar para a empresa de energia. Ou para a polícia."
"O prédio inteiro está brilhando verde", AC disse.
"Acho que é mais seguro desligar o laser", Dinah observou.
"Bela tentativa, Sr. Queen. Mas eu já programei tudo", Lionel disse.
Sobre ele, nas sombras, Oliver posicionou usa flecha. Ele estava furioso antes, seu coração disparado, ouvindo toda a loucura que o homem dizia sobre se livrar de pessoas que ele achava inconvenientes, incluindo os dois filhos; pensando em seu próprio ferimento, pensando em Callie, deitada inconsciente na Watchtower. Mas ele deixou isso de lado.
Seu mundo se resumiu a sua mira, seu alvo visível pelas lentes noturnas. Sua respiração e seu coração desaceleraram. O tempo pareceu ir mais devagar.
Ele ouviu seu próprio coração.
Bem ali, entre as batidas. É quando você solta.
Ele soltou a flecha e ela espiralou em câmera lenta até Lionel, acertando-o no ombro do braço que segurava o controle remoto, forçando sua mão a se abrir, fazendo o controle cair. O impacto empurrou o corpo de Lionel para trás e para o lado, e ele perdeu o equilíbrio enquanto procurava a origem do tiro.
Aconteceu numa fração de segundo. Ele caiu no caminho do raio laser que começava a se mover.
Ao mesmo tempo, as três mulheres na Watchtower arfaram, o som ecoando pelos comunicadores nos ouvidos de cada um dos membros do time. Lois se virou. Tess involuntariamente fechou os olhos. O laser soou cada vez mais alto e ficou mais brilhante enquanto se movia aleatoriamente pelo chão, por pouco não atingindo um Clark, então o outro.
Chloe gritou no microfone. "Bart, agora! Todo mundo, evacuar. AGORA. AGORA!" Bart pegou Clark e sumiu num borrão. J'onn voou e pegou Oliver; Courtney correu com Ollie até Clark Luthor e teletransportou os dois. Victor já tinha ido para a entrada e agora corria, braços batendo com força, o mais rápido que podia pra longe do prédio. Carter pegou Dinah, que tinha voltado para o telhado. AC fugiu pela água.
A primeira explosão, provavelmente do próprio laser, veio menos de um minuto depois. A segunda explosão, que derrubou todo o prédio, aconteceu menos de trinta segundos depois disso, iluminando o céu com um verde brilhante.
Quando eles se reagruparam estavam a quase meio quilômetro dali. Clark Luthor deitado no chão, ainda arfando e parecendo enjoado, enquanto a kriptonita era lançada pra cima do agora destruído laboratório.
"Reportem suas posições. Todo mundo bem? Todo mundo saiu em segurança?" Chloe perguntou.
"Todo mundo aqui menos Impulse e Escoteiro", Ollie disse.
"Impulse. Reporte." Chloe disse.
"Me recuperando, mas me dê uns dois minutos, ok?" Bart respondeu.
"Tudo bem pra vocês rapazes?" Chloe perguntou.
"Sem problema, Watchtower", Ollie respondeu. "Tem muita radiação kriptonita no ar, mas no caso de não haver, estou levando comigo." Ele abriu a pequena caixinha de chumbo em seu bolso, revelando uma pequena pedra de meteoro, a centímetros do rosto de Clark Luthor. Clark se encolheu, gemendo.
"Essa quantidade de radiação não é boa pra ninguém", J'onn acrescentou. "É melhor avisar as autoridades. As casas mais próximas e empresas precisam ser evacuadas também."
"Entendido", Tess respondeu, digitando rapidamente.
*-*-*-*
Bart apareceu alguns minutos depois, sozinho. "O Escoteiro está bem?" perguntou Oliver.
"Ele está agora", Bart disse. "Tenho outra entrega pra fazer."
"Precisa de proteção?" Ollie estendeu uma pedra de kriptonita.
Bart sorriu, dando um tapinha no bolso de sua blusa. "Eu tenho a minha, obrigado." Ele pegou Clark Luthor do chão e desapareceu num borrão vermelho.
*-*-*-*
Clark Luthor foi jogado sem cerimônia no chão aos pés de Clark momentos depois. "Obrigado, Impulse."
"Sem problema, Supes. Precisa que eu fique aqui?"
"Obrigado, mas não. Essa é uma festa kriptoniana, eu acho. Vá ajudar os outros."
"Grite se precisar de mim", Bart disse, e desapareceu.
Luthor olhou pra cima. "Sua fortaleza. Você vai me trancar aqui pra sempre?"
"Se será pra sempre ou não depende de você", Clark disse.
"O que isso quer dizer?"
"Você sabia que seu Jor-El não está tão incapacitado e inútil quanto ele te levou a pensar? Ou sua fortaleza tão danificada? Ele te mostrou o que você queria ver. E ele está pronto pra te ajudar."
Luthor fez cara feia. "Me ajudar como?"
"Eu não sei, desprogramar você de toda a porcaria que Lionel vem te alimentando desde que você era um bebê? Ensinar o que seus pais - seus verdadeiros pais - queriam que você aprendesse?"
"Como o que, como ser o salvador do mundo, igual a você?" Luthor bufou. "Eu não sei se você ouviu uma palavra do que Lionel disse, ou o que Queen deve ter dito a você, mas está acabado pra mim. Eu sou um excluído, como Lionel falou. Todo mundo carrega kriptonita pra todo lado em meu mundo, todo mundo me odeia. Eu não posso mudar isso."
"Alguma vez já assistiu um filme ou leu um livro? Assistiu alguma celebridade ou um político se reinventando? As pessoas adoram histórias de redenção. Elas engolem", Clark disse. "Oliver Queen? Nosso Oliver? Costumava ser parecido com você. Ele jogava e bebia e dormia por aí e ignorava os negócios e tentou se matar praticando esportes radicais e arrumando brigas sem motivo. E então ele ficou preso em uma ilha durante dois anos e quando voltou, ele era uma pessoa completamente diferente. E ele ainda cometeu alguns deslizes. Mas agora sua empresa é bem sucedida e ele está feliz e casado e se revelou ao público como um vigilante e é um heroi. O público o ama."
Luthor conseguiu se levantar, mas só o suficiente para sentar em um bloco de gelo. Toda a arrogância e fanfarronice desaparecendo.
"Fácil falar. Eu fui criado por Lionel Luthor e você foi criado pelos pais perfeitos. Você cresceu com amor incondicional e aprovação e frequentou o time de futebol da escola e comia tortas de maça, tinha amigos, e eu cresci com um homem que me via como um acessório descartável."
"Sim, você teve uma péssima sorte", Clark disse impaciente. "Todo o dinheiro do mundo não podia te comprar uma boa paternidade, e provavelmente te afetou mais do que eu posso começar a imaginar. Mas você tem uma vida longa pela frente. Você planeja passá-la choramingando por causa da sua infância destruída e se recusando a tomar qualquer responsabilidade por sua vida adulta?"
Os lábios de Luthor tremeram. "Amor difícil, huh, 'Escoteiro'?"
"Você podia ser uma força do bem no seu mundo", Clark disse. "Existe um grupo inteiro de herois lá tentando melhorar a vida das pessoas. Você podia ser um deles. Eu não estou dizendo que será fácil, ou rápido. Você vai precisar de tempo e trabalhar e terá que se provar, e vai ter que aceitar que algumas pessoas talvez nunca mais confiem em você. Mas quais são suas opções no momento? Estou falando sério. Quais são elas?"
Luthor deu de ombros. "Eu não saberia por onde começar."
"Eu sei. Jor-El! Está na hora", ele chamou. Ele olhou novamente para sua cópia. "Boa sorte. Eu visitarei você regularmente."
Antes que Clark Luthor pudesse esclarecer o que isso significava, a fortaleza desapareceu num flash de luz e então reapareceu. Ele estava sozinho.
Ou talvez não.
"Bem-vindo ao lar, Kal-El", a Inteligência Artificial o cumprimentou. "Temos muito trabalho a fazer. Vamos começar do começo."
_____Treze
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