Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.
Autora: fickeryClassificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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Eles apareceram em sua própria Watchtower, deserta a esta hora, quieta e tranquila. Ela o soltou e os dois olharam ao redor maravilhados, mal conseguindo acreditar que estavam em casa novamente.
"Eu só vou guardar isso no cofre."
Ela assentiu. "Eu quero checar os registros e garantir que nada grande aconteceu enquanto estávamos fora e vou mandar uma mensagem ao time avisando que estamos de volta para eles não ficarem preocupados."
O sol estava se pondo; ainda havia luz suficiente entrando pelos vitrais para não precisarem acender as luzes. Enquanto ele corria escadas acima, ela ligou o computador. Rapidamente digitou uma mensagem para o time e clicou em 'enviar para todos.'
Olhando as notas de Victor dos últimos dias, ela deu risada baixinho bem quando Oliver estava descendo as escadas.
"O que é tão engraçado?" ele perguntou, aparecendo atrás dela.
"Parece que Bart conheceu uma nova vigilante outra noite enquanto estava patrulhando. Uma adolescente loira, vestida numa roupa cheia de estrelas, carregando um bastão."
Quando ele não reagiu, ela se virou, surpresa ao vê-lo parado muito, muito mais perto do que ela imaginou. Ele estava olhando pra ela, a intensidade de sua expressão fazendo o sorriso dela sumir.
Ela experimentou um momento de deja-vu, relembrando o momento entre eles bem ali, alguns dias atrás, pouco antes de Clark aparecer. Os olhos de Oliver ainda tinham o mesmo calor e ternura enquanto olhavam pra ela, mas da outra vez ele parecia uma tentativa, uma pergunta, agora ele parecia certo.
Graças aos recentes eventos, era possível que sua percepção não fosse mais tão confiável. Mas o momento entre pareceu durar pra sempre enquanto ficavam parados a milímetros de distância, um olhando dentro dos olhos do outro. A mão dele veio segurar seu rosto, o polegar acariciando sua bochecha. E então eles estavam estendendo uma mão até o outro ao mesmo tempo.
Ela ficou na ponta dos pés, até ele passar aqueles braços musculosos tão seguramente ao redor dela tanto que ela quase foi erguida do chão. A boca dele desceu sobre a dela e todo o resto desapareceu, todos os pensamentos coerentes sumiram de sua mente. Tudo que ela sabia era que estar nos braços dele era como voltar pra casa, e era um alívio não lembrar mais porque tinha lutado tanto contra.
Eles devoraram um ao outro, suas bocas famintas e urgentes. Ela subiu os dedos até o cabelo dele, prendendo-os juntos, suas mãos puxando-o mais perto. Finalmente ele parou o beijo, mal afastando os lábios, descansando a testa na dela, sua respiração difícil e instável. Ela sabia que ele estava lhe dando uma chance de desistir, de pensar melhor, mas ela não ia fazer isso. O momento de hesitação e dúvidas tinha acabado. Ela se inclinou, tocando seus lábios nos dele, e a mão dele veio segurar sua nuca enquanto ele inclinava sua boca sobre a dela novamente.
A próxima vez que eles pararam para respirar, ele falou. "Vem pra casa comigo. Por favor?" ele sussurrou. Ela assentiu, e ele e a beijou novamente antes de pegar sua mão e conduzi-la até as portas duplas.
Ele a beijou no elevador, uma vez seguida da outra, pressionando-a contra a parede. Ele a beijou contra a porta do carro antes de abrir pra ela entrar, e de novo quando a ajudou a sair. Ele a beijou em seu próprio elevador, e caminhou com ela de costas até seu quarto sem afastar os lábios dos dela.
Ele deslizou uma mão sob a blusa dela e então parou de novo, aparentemente percebendo que poderia estar indo muito depressa. "Tudo bem?"
Ela segurou o rosto dele nas mãos, olhando dentro de seus olhos. "Sim. Tudo bem."
Ele a puxou com força contra ele, uma mão acariciando o rosto dela de novo. "Callie." Então ele balançou a cabeça. "Chloe", ele se corrigiu. "Minha Chloe."
Ela sorriu pra ele e o beijou novamente, e então ela estava tirando a camisa dele, porque desta vez ela ia aproveitar e parar de fingir, e desta vez ela ia tocá-lo, inteiro, o quanto quisesse.
Ele tirou a blusa dela também, e ela deixou a cabeça cair pra trás quando ele começou a beijar a base de seu pescoço.
Ele a puxou contra ele novamente, só para ter o prazer de sentir a pele nua contra a dele, e ela poder sentir sua ereção. Ela não podia resistir a tocar ali também, descendo a mão, arrancando um gemido dele. Feliz com a resposta, ela começou a brincar com o botão da calça dele. Ele pegou a mão dela antes que ela pudesse continuar.
"Cal... Chloe. Eu não estive com ninguém desde que te conheci", ele disse roucamente. "E Emil me examinou e disse que estou bem."
Oh. Certo. Pelo menos um deles estava pensando semi-claramente. "Eu também."
Ele a beijou de novo, levando-a até a cama, então se lembrou que tinha outro assunto pra discutir. "E quanto a anticoncepcional?"
Oh. Certo. Isso também. "Eu tomei uma injeção. Estamos bem."
"Obrigado", ele disse fervorosamente, e ela deu risadinhas enquanto ia de costas até a cama.
Ele tirou o sutiã dela, então eles ficaram se tocando durante horas, bebendo da liberdade de poderem tocar um ao outro em abandono, explorando a pele nua com as mãos e lábios e línguas.
Ele prestou muita atenção ao seus seios, passando um longo tempo acariciando-os, lambendo e chupando até ela estar quase insensata de prazer, quase a levando ao orgasmo mesmo ela ainda estando de calça.
"Ollie", ela arfou. Ele levantou a cabeça para olhar pra ela. "Meu Ollie", ela esclareceu. Ele sorriu pra ela.
Eventualmente ele tirou a calça dela, a calcinha junto, então a calça dele. Ele deslizou sobre o corpo dela, subindo a pélvis dela, insistindo que tinha que prová-la.
Ela nunca tinha ficado realmente confortável com isso, e nenhum dos homens com quem dormiu tinha insistido na questão, o que reforçou sua crença interna de que os homens realmente não gostavam disso ou só faziam porque as mulheres esperavam que eles fizessem. Oliver não teve pressa, fazendo-a relaxar, deixando claro que estava sentindo o mesmo prazer que ela, e desta vez ele realmente a fez gozar. Ele obviamente também tinha gostado, e ela pensou que era estranho tê-lo a observando e não se sentir envergonhada, mas este era Oliver e ele a conhecia de dentro pra fora e ela nunca confiara em ninguém deste jeito.
Ele beijou o caminho subindo de seu corpo. Ela não tinha certeza como isso ia funcionar, já que ele era tão maior que ela, mas ele deslizou dentro dela devagar, tão devagar a princípio, seus olhos presos aos dela, dando-lhe tempo para se ajustar.
Não foi tão difícil quanto ela pensou. Ele parecia tão certo dentro dela, como se pertencesse ali.
"Chloe. Oh Deus, Chloe."
Ele começou beijando-a, gentilmente movendo-se dentro dela, até os quadris dela encontrarem os dele, até as pernas dela subirem de seu próprio acordo, passando-as ao redor da cintura dele.
Ela nunca tinha feito tanto barulho na cama antes, mas era incapaz de se impedir de arfar e gemer e choramingar com o que ele fazia, e quando ela gozou desta vez, ela gritou, suas unhas arranhando as costas dele. Observando e ouvindo e sentindo o alívio dela tornou impossível pra ele se segurar um pouco mais, e finalmente eles terminaram juntos, um abraçando o outro com força.
*-*-*-*
Eles adormeceram, mas só brevemente. Eles não conseguiam parar de se tocar, não conseguiam parar de se beijar. Não conseguiam parar. Não queriam.
Oliver perdeu a conta depois do terceiro round. Ou talvez quarto. Não era nenhuma surpresa, na verdade -- havia sido um extremamente longo período de seca, especialmente com a tortura prolongada de ter a mulher que queria a centímetros de distância durante meses.
Ele deitou de volta contra os travesseiros. "Sabe, você deveria ir mais devagar comigo", ele disse, arfando. "Eu acabei de me recuperar de um trauma cerebral, sabia?" Ela desabou contra o peito dele, e podia sentir a vibração da risada dela. "Este era seu plano o tempo todo, não era? Me curar pra depois me matar com sexo maravilhoso."
"Sim. Sim, esse era meu plano o tempo todo. Que pena que você descobriu."
O pior da fome por ela havia sido saciado - por enquanto - ele sabia deitado ali que não podia esperar mais. Nem até a manhã chegar.
"Ei, Chloe? Tem uma coisa que eu preciso te contar."
"Bem, isso soa como um mau sinal", ela começou a piada, mas o olhar no rosto dele e o tom em sua voz a alertou de que ele estava falando sério.
Ele se arrumou contra os travesseiros. "Deus, eu espero não olhar pra esse momento como sendo a decisão mais estúpida da minha vida, te contando isso." Ele respirou fundo. "Quando eu estava lá - na Terra 1 - da primeira vez, e ficando com Chloe e Ollie..." Oh, cara, isso era difícil. Fala de uma vez. "Nós dormimos juntos. Nós... três. Bem, quer dizer, na verdade só com Chloe, mas nós três juntos... lá. É o que estou dizendo." Sua voz falhou enquanto ela se sentava e olhava pra ele, segurando o lençol protetoramente contra o peito.
"O quê?"
Ela sabia que ele não estava brincando; tudo no rosto dele e na linguagem corporal diziam isso a ela. Mas... por quê? Por que ele faria isso? E por que estava lhe contando? Ela não tinha certeza se estava mais triste por ele não ter lhe contado antes, ou por estar lhe contando tudo.
E quão estúpida ela se sentia em retrospecto contando a Chloe sobre sua vida e sua família e seus sentimentos, e trabalhando e se apegando e chorando com ela e a abraçando? "Então", ela disse, lutando para entender. "Quando nós quatro estávamos sentados tomando café ou tomando vinho, você está me dizendo que eu era a única que não sabia?"
"Já que você e eu não estávamos envolvidos romanticamente - um fato que você garantiu de contar a todo mundo, repetidamente, durante os poucos dias em que estivemos lá - eu não vi razão pra te contar antes, honestamente. Chloe, você tem que entender: aconteceu não só antes de eu te conhecer, mas antes de eu ao menos saber que você existia."
Ela ainda estava olhando pra ele, perplexa.
Ele suspirou, sentando-se também, correndo uma mão pelo rosto. "Chloe disse que era a fantasia dela, estar com dois Olivers. Estávamos vivendo juntos e treinando duro e eu estava estudando a Liga e... basicamente éramos só nós três, no apartamento deles, trabalhando intensamente por um curto período de tempo, não interagindo muito com o mundo exterior. Durante uma semana, nós meio que vivemos nesta bolha, e foi uma situação tão surreal, enfim. De algum jeito parecia que nada que tinha acontecido dentro da bolha realmente... contava."
Agora ele não conseguia decifrar a expressão dela. "O que, como Vegas? O que acontece na bolha, permanece na bolha?"
Ele deu de ombros. "Algo assim. Eu só... talvez tenha sido estúpido te contar, mas eu não conseguia seguir em frente, com você, sabendo que estou mentindo pra você, mesmo que seja uma mentira por omissão. Eu só não podia fazer isso com você."
Ela não disse nada por um longo momento, olhando dentro dos olhos dele. "Oliver, quem você vê quando olha pra mim?" ela perguntou, sua voz mal um sussurro. "Você estava me comparando a ela quando... agora?"
"Não! Deus, não!" ele disse, consternado. Ela se afastou, e ele balançou a cabeça, fechando os olhos momentaneamente para se recompor, para organizar seus pensamentos. "Ela não passou pela minha cabeça desde que deixamos a outra Watchtower. Chloe... quando eu te conheci, claro que te comparei a ela. Eu a conheci primeiro. E sua aparência, sua voz, suas reações às coisas, o jeito que você pensa... era fascinante ver as similaridades e diferenças. Mas eu parei de fazer isso depois de uns dois dias. Ninguém mais importava pra mim, porque eu ia te conhecer, a Chloe que está na minha frente."
Ele deslizou o braço ao redor da cintura dela, puxando-a mais perto, sabendo que tinha só uma chance de fazer isso certo. "Você é a mulher que resistiu a todas as minhas tentativas de te encontrar durante sete meses, e que finalmente me encontrou ao invés. A mulher que acreditou na minha história maluca sem nenhuma prova além de uma caixa brilhante e um diretório de computador." Ela sorriu um pouco, involuntariamente, a isso. "A pessoa que teve fé suficiente em mim para sair do emprego sem pensar duas vezes e se juntar a mim, e trabalhar até os ossos me ajudando a reunir o time. A mulher que literalmente se colocou em coma para salvar minha vida."
Ele levou a mão dela até sua boca e deu um beijo em sua palma. A expressão dela se suavizando.
"Quando eu dormi com a outra Chloe, eu sabia que ela não era minha, nunca seria minha. Eu era mais um convidado na vida deles. Eu fiquei lisonjeado com o pedido, e estava em celibato desde Lois, então eu concordei. Mas eu era só um turista, aprendendo sobre aquela Chloe Sullivan para que pudesse voltar pra casa e pudesse encontrar a minha."
Ela estava ouvindo em silêncio, observando o rosto dele. Ele arriscou tirar o cabelo do rosto dela, aliviado que ela não tivesse se encolhido ou se afastado. "Olha, eu gosto da outra Chloe. Bastante. Ela é uma pessoa maravilhosa, e eu sempre a considerarei uma amiga. Eu a respeito, e a admiro. Mas eu não a conheço por completo, em comparação a você. Ela não é a pessoa com quem tenho piadas secretas, ou com quem eu cozinho e assisto filmes toda semana. Eu não dei a ela um avental." Outro fraco sorriso.
"Ela não é a mulher em quem eu penso o tempo todo, a pessoa com quem eu quero passar todo meu tempo, a pessoa que eu quero impressionar A pessoa que eu quero que tenha orgulho de mim. A diferença é, ela não é minha melhor amiga. E eu não estou apaixonado por ela", ele finalizou.
Ela sentiu os olhos encherem de lágrimas a isso, respirando fundo como se precisasse de oxigênio extra. Seus lábios se partiram como se fosse dizer alguma coisa, mas não conseguiu formular uma resposta.
"Para o caso de eu não ter sido claro, estou dizendo que eu te amo. Há muito tempo."
Os olhos dela brilharam, ela segurou o rosto dele nas mãos e se inclinou, beijando seus lábios gentilmente. "Oliver..."
"Você não tem que dizer nada. Eu sei que isso tudo entre nós é novo. Eu só... precisava que você soubesse como me sinto."
Ela o beijou com mais urgência, pressionando-se contra ele, e ele respondeu do mesmo jeito. Ela não parecia chateada.
Ela se afastou e olhou dentro dos olhos dele. "Eu também te amo."
Um sorriso lentamente iluminou o rosto dele. "Você me ama?"
Os lábios dela se curvaram em resposta. "Provavelmente há muito tempo. Eu só estava muito assustada e teimosa e em negação para admitir." Ele a puxou pra ele.
*-*-*-*
Algum tempo depois, ela estava enroscada nos braços dele novamente. "Ei, lembra aquela primeira noite quando fomos jantar e você meio que zombou de toda aquela história de 'destino'?" ele perguntou. Ela virou a cabeça para olhar pra ele. "Quem está rindo agora?"
"Sério? Você vai se gabar disso agora?"
"Um pouco, sim." Ele sorriu pra ela. Ela deu risada, e ele beijou sua têmpora. "Só pense", ele disse sonolento. "Não só Chloe e Ollie estão fazendo exatamente a mesma coisa agora, mas talvez um número infinito de Chloes e Olivers em um número infinito de universos também."
Ela mordeu o lábio. "Bem, na verdade, o Ollie da Terra 1 pode estar um pouco animado demais pra dormir." Ela deu risada ao olhar confuso no rosto dele. "Chloe está grávida. Ela descobriu há alguns dias. Ela ia contar a Ollie depois que partíssemos."
"Sério? Deus." Oliver apertou os braços ao redor dela. "Ele vai ficar muito feliz. É uma grande coisa."
"É", ela concordou. Depois de um momento, ela sentiu ele olhando pra ela. "O quê?"
Ele traçou o dedo sobre o ombro dela e sua clavícula "Eu suponho que seja cedo demais pra te perguntar se você estaria interessada nisso eventualmente?"
Isso a arrancou uma risada surpresa. "Seria muito cedo, sim."
"Ok." Ele se recostou contra os travesseiros novamente. "Vou esperar até amanhã, então."
Ela deu risada de novo. "Eu não posso garantir que terei uma resposta pra você amanhã. Talvez semana que vem." Ela deitou a cabeça no peito dele.
Algo ocorreu a ela alguns minutos depois. "Oh, Deus. Vamos ter que contar a Lois, você sabe", ela disse. "Sobre nós."
Ele bocejou. "Você sabe que ela e eu trocamos emails, certo?"
"Sim."
"Bem, eu falo com ela sobre você - bastante - em meus emails. Acho que não vai ser a notícia mais chocante do mundo."
"Eu também converso bastante com ela", ela confessou. Ela tinha até perguntado a Lois, quando primeiro começou a trabalhar com Oliver e a passar muito tempo com ele, se ela se importava de Chloe falar sobre ele. Lois garantiu que não.
"Fico feliz em saber que ele tem você pra conversar", Lois disse pelo telefone. "Faz eu me sentir menos terrível pelo jeito que parti."
Ultimamente seus comentários ficaram mais brincalhões, suas perguntas um pouco mais pontuais. Não, Lois provavelmente não ficaria chocada em saber que ela e Oliver estavam juntos agora.
EPÍLOGO: Terra 2
Cairo, Egito - cinco meses depois.
"Eu estarei em casa em menos de três semanas, pessoal! Eu já sinto muita falta de vocês, então nada de ficarem noivos enquanto eu não chegar, ou eu vou matar os dois, não me importa o quanto vocês são fofos juntos. Entenderam?"
A risada de sua prima ecoou em seu ouvido. "Não se preocupe, Lo. Claro que vamos esperar por você. Volte logo."
Ainda sorrindo depois de terem se despedido e finalizado a ligação, Lois foi verificar o email no telefone esperando as novas mensagens carregarem enquanto tomava sua bebida. Ela vinha fazendo pesquisas e teve que parar em uma cafeteria pra tomar uma bebida fria.
Ela estava ansiosa para voltar pra casa. Ficar ali tinha sido uma oportunidade incrível. Ela ganhara um visão valiosa e experiências incríveis para acrescentar ao currículo, mas com o tempo ela teve a mesma epifania que todos os jornalistas trabalhando no Oriente Médio eventualmente tinham: que os conflitos - religiosos, políticos ou culturais - não seriam solucionados durante sua estadia ali. E neste meio tempo, seus amigos e familiares estavam em casa seguindo com suas vidas, celebrando os grandes acontecimentos sem ela.
Chloe e Oliver tinham começado a namorar, então foram morar juntos, então ficaram noivos, e Chloe já tinha lhe pedido pra ser sua dama de honra. Ela não poderia estar mais feliz por eles, embora uma pequena voz em sua cabeça perguntasse se ela também encontraria seu Sr. Certo.
E ela sentia falta de outras notícias igualmente importantes em sua cidade natal que tivessem impacto internacional. Chloe tinha publicado um número de artigos bem recebidos do surgimento de herois vigilantes. Lionel Luthor estava desaparecido há meses, e desde que Clark Luthor era persona non grata em Metrópolis, fisicamente incapaz de entrar na cidade, o conselho da LuthorCorp votou em trazer Tess Luthor como diretora administrativa.
E depois de ter desaparecido há meses, Clark tinha de repente começado a aparecer em todo o mundo - todos os lugares com exceção de Metrópolis, de fato - fazendo salvamentos espetaculares e aparecendo nas manchetes: um passageiro de uma balsa que estava afundando nas Filipinas. Um trem-bala desgovernado no Japão. Um escritório em chamas em um edifício em Manhattan. Uma mina que desabou no Peru. Por mais que os motivos dele fossem suspeitos, Lois estava morrendo para voltar e descobrir mais, se afundar nas fofocas locais, notícias, e política.
Uma sombra surgiu em sua mesa e alguém se sentou na cadeira em sua frente. Olhando pra cima, ela se encolheu ao ver o homem que a encarava, uma mão segurando o outro pulso, que estava sem seu costumeiro bracelete. Droga. No único dia que ela tinha esquecido de usar kriptonita...
"Lois. Eu não estou aqui pra te machucar", Clark Luthor disse. "Eu me aproximei de você em público pra você se sentir mais segura. Eu só quero conversar."
Ela deu uma risada amarga a isso. "O que nós poderíamos ter pra conversar?" Ela olhou ao redor pra ver se alguém estava prestando atenção neles, procurando possíveis fontes de ajuda ou rotas de fuga.
"Eu deduzo que você tem ouvido que eu mudei", ele disse. Virando a cabeça dela pra ele, Lois bufou. "Eu entendo suas dúvidas. Ninguém está mais surpreso do que eu ao descobrir que eu de fato gosto de ajudar as pessoas. E a necessidade está em todo lugar, e está tudo bem. Mas eu sinto falta da minha casa, e eu tenho muitas reparações pra fazer lá. Eu não posso fazer isso se não puder fisicamente entrar na cidade."
"Você deveria estar na cadeia", ela sibilou.
Ele olhou dentro do olho dela. "Humanos não construíram uma prisão que possa me segurar sem me matar", ele disse simplesmente. "E eu não faria nenhum bem preso. Solto no mundo eu posso ajudar as pessoas, salvar as pessoas."
"Então você quer que todo mundo deixe a kriptonita de lado quando sua irmã está a frente da LuthorCorp, e você espera que eu acredite que isso é só uma coincidência?" ela perguntou incrédula.
"Eu entendo como pode parecer pra você. Mas Tess tem minha bênção. Meu pai sempre disse que eu nunca tive muito interesse ou aptidão para os negócios. Ela tinha. Ele deveria ter começado a prepará-la, mas ele achou que ela não fosse capaz por ser mulher."
"Você parece falar dele no passado. O que aconteceu com ele? Você o matou?" ela perguntou, a voz seca.
"Eu não o matei. Mas eu sei que ele não vai voltar."
Ela olhou pra ele por um longo momento. Sua atitude, ela era forçada a admitir, tinha mudado. Não havia mais o risinho superior, o tom de desprezo que ela estava acostumada. O ar insolente, o olhar ameaçador e predatório. Paradoxalmente, à luz de suas habilidades, ele parecia... vulnerável.
"Por que eu?" ela perguntou.
"Você é de Metrópolis, então eu te conheço, mas você não está em Metrópolis, então eu podia me aproximar. Eu sei que você nunca gostou de mim - eu te dei muitas razões pra isso", ele acrescentou apressadamente, vendo-a prestes a interromper. "Mas os artigos que você escreveu sobre a LuthorCorp e minha família foram bem pesquisados e justos. Não foram bajuladores, certamente, mas corretos. E tem mais uma coisa." Ele se inclinou pra frente, baixando a voz. "Eu sei que você conheceu o outro Clark. O que lhe disse que não queria viver num mundo onde você não o amasse." Lois olhou pra ele, mal conseguindo respirar. "No mundo dele, ele e Lois são... parceiros. Eles confiam um no outro. Faz eu sentir como se pudesse confiar em você."
Houve uma pausa enquanto ela olhava pra ele. Olhando para o telefone dela. Batendo o dedo na mesa, refletindo. Ele esperou pacientemente.
"Eu vou entrevistar você", ela disse. "Mas eu não vou escrever uma notícia fofa. Eu não vou prometer que vou escrever nada." Ele sorriu a isso; os dois sabiam que era uma oportunidade boa demais pra deixar passar. "Mas você responde tudo que eu te perguntar, honestamente, para o seu próprio bem. Eu sinto que você está sendo menos honesto em algum ponto? A entrevista acaba, e também o artigo."
"Eu vou concordar com isso. Mas algumas das coisas que vou te contar, você não poderá publicar."
Ela pegou o bloco de notas e uma caneta e ligou o gravador do telefone. "Isso sou eu quem vai julgar. Vamos começar contando onde você esteve todo esse tempo."
Metrópolis, Kansas.
Oliver e Chloe estavam na Watchtower, vendo alguns equipamentos que tinham sido pedidos por Victor e Emil, quando o sistema de segurança soou. "Visitante não autorizado, saguão do elevador", o computador disse. "O visitante é..."
"Tess Luthor", a própria voz de Tess, gravada segundos atrás, disse na pausa.
Chloe e Oliver se entreolharam. "Que diabos?" Oliver murmurou.
Eles tinham notado com interesse a notícia de que Tess estava voltando para administrar a LuthorCorp. Seu primeiro dia oficial tinha sido há quatro dias e, apesar da massiva cobertura da imprensa sobre sua nova posição, ela não deu nenhuma entrevista, não deu nenhuma declaração. Oliver lhe mandou um belo arranjo de flores da Queen Industries com um cartão.
Boa sorte em seu novo cargo. Sua ajuda foi apreciada. Por favor me avise se eu puder retribuir o favor. -- OQ
Ele não tinha recebido nenhuma resposta. Até agora.
Ele ligou o microfone, para que sua voz fosse mecanicamente distorcida igual a quando patrulhava como Arqueiro Verde.
"Por que está aqui, Srta. Luthor?"
Ela olhou pra cima, sem surpresa, direto para a câmera. "Você disse pra eu te avisar se você pudesse retribuir o favor. Eu entendo que você tem um... time. Eu estava me perguntando se há um lugar nele pra mim. Eu não tenho nenhum poder especial", ela acrescentou. "Mas eu sou boa em algo que pode ser útil pra vocês. Eu quero ajudar."
Oliver desligou o microfone e se virou para Chloe. "Eu não sei sobre isso. Eu mandei a ela um agradecimento, não tive retorno, então ela de repente aparece na nossa porta sem aviso, obviamente sabendo que eu sou o Arqueiro Verde? O que fazemos?"
Chloe ficou em silêncio por um momento. "Eu acho", ela disse cuidadosamente. "Que ela te ajudou antes, correndo um considerável risco. Eu acho que o time da Terra 1 arriscou em acreditar em Tess Mercer e deu certo. Acho que podemos acreditar na redenção dela ou não. E se sabemos que Clark Luthor é um candidato a reabilitação, então Tess Luthor também deve ser."
Ele olhou de volta para o monitor. Tess estava parada calmamente, braços cruzados, parecendo preparada para esperar indefinitivamente por uma resposta. "Precisamos ter fé, é o que você está dizendo."
"É o que estou dizendo", seu noivo concordou. Ele se inclinou e lhe deu um beijo.
*-*-*-*
Tess continuou parada pacientemente, sabendo que haveria alguma discussão ou pelo menos uma lista de risco versus benefícios, acontecendo do outro lado do interfone.
Quatro dias atrás, ela tinha entrado no escritório de Lionel - agora dela - e tinha educadamente dispensando a assistente ansiosa que a acompanhava. Ela olhou ao redor para os ornamentos do sucesso como eram definidas por Lionel: a mesa de madeira pesada e escura, a cadeira enorme, a vista comandante do centro de Metrópolis, e ela pensou em Lex e Clark, e como os dois tinham tentado agradá-lo, e como os dois tinham falhado.
E o pensamento que continuava ecoando em sua mente, tão alto que sobrepunha tudo mais, era: eu não quero ser como ele. Por favor não me deixe ser como ele. Como eu me impeço de me tornar ele?
Ela tentou não ficar tensa quando a voz distorcida falou novamente, sucinta. “Pode subir. Vamos conversar.”
Seus ombros caíram em alívio, e ela abaixou a cabeça para que as câmeras não mostrassem as lágrimas em seus olhos enquanto o elevador começava a subir.
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Nossa, que final maravilhoso. Fic muito boa do começo ao fim. A fickery conseguiu consertar o que ficou esquisito na outra história e deixou uma porta aberta pra uma excelente continuação, espero que ela escreva mais...
ResponderExcluirTambbém acho, ela conseguiu mudar o rumo da história e o universo ficou ainda mais apaixonante...
ExcluirObrigada pelo comentário, Lívia...
Yes, finalmente o momento hot!!!!! uhu, rs... nossa, eu amei esssa história, fiz uma maratona agora de leitura dos últimos capítulos, e simplesmente amei... fiquei feliz que o Oliver tenha contado a ela sobre o menage, embora se eu fosse ela, acho que ficaria mais tempo abalada, mas enfim... pelo menos eles esclareceram a história e isso pode finalmente ser deixado de lado..
ResponderExcluirHistória fantástica, também espero que ela continue escrevendo esse universo...
Nossa, eu também ficava irritada toda vez que lia um capítulo e não tinha nada hot... lol... finalmente...
ExcluirTambém espero que ela continue... obrigada pelo comentário, Luciana...
Simplesmente adorei o final... também quero uma continuação... :D
ResponderExcluirEu também quero, vamos torcer... obrigada pelo comentáro, Heloísa...
ExcluirAdorei esta fic, mesmo!
ResponderExcluirComecei lendo com certo medinho, confesso, mas me surpreendeu muito... aaai, que maravilha Sofia!! Fico muitíssimo grata por traduzi-la... ah! Também quero continuação...
Adorei!
GIL
Haha, então vc leu do mesmo jeito que eu, que bom que nos surpreendemos né? Beijos, GIL!!!
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